Os restaurantes, bares, adegas e estabelecimentos especializados na enogastronomia foram os que mais sofreram nas duas crises econômicas que atingiram o país desde 2010 e é o último setor a recuperar-se mas, já aponta a retomada no crescimento.
No Brasil, a alimentação fora do lar representa 33% dos gastos com alimentos e bebidas e levou todo setor de food service a movimentar por volta de R$ 300 bilhões em 2015. Esse número está crescendo, mesmo com a crise. Enquanto um americano compromete cerca de 40% de sua renda disponível com alimentos e bebidas, no Brasil ainda há espaço para crescer. Isso explica o fato de as classes A e B consumirem mais fora do lar e apresentarem expectativas elevadas. À medida que houver mais renda disponível nas classes C, D, E, o setor crescerá mais.
Como as pessoas acabam cortando gastos e viajando menos nos fins de semana, isso acaba tendo uma compensação no lazer gastronômico em suas cidades. A boa notícia, é que análises indicam que este ano poderá registrar uma recuperação que retorne aos patamares de 2013.
E neste mesmo sentido dos bares, restaurantes e delicatessen, o mercado de bebidas está surfando na onda de retomada do crescimento econômico. O mercado de vinhos e cervejas especiais prepara-se para o caloroso verão que já começa a ser esperado.
Uma das melhores datas para o mercado de vinhos, outono e inverno, esquentou a venda dos vinhos tintos, sobretudo os produzidos por nossos vizinhos sul-americanos – Argentina e Chile. Agora no verão, é a vez dos vinhos brancos e rosés, conhecidamente os mais refrescantes e festivos.
“São chamados de vinhos festeiros pois, agradam aso paladares por seu frescor, notas herbais de boca e muito florais no aroma”, destaca o sommelier Danilo Bueno – profissional especializado em vinhos finos.
“Mas, vender e comprar vinhos é uma verdadeira arte. O profissional que trabalha com o mercado de vinhos tem de conhecer a geografia de diversas regiões vinícolas, conhecer a interferência do tempo e do terreno na nutrição da uva, os processos de vinificação e também as características dos principais enólogos (profissional que faz o vinho) que institui a sua ‘assinatura’ em cada vinho que fabrica. Cada país tem uma identidade em termos de uva e metodologia de vinificação”, destaca o sommelier.
Autor de um livro voltado a quem quer saber mais sobre vinhos – “O Céu de Baco – Uma viagem aos prazeres do vinho” -, Danilo vê com bons olhos o aquecimento do mercado e trabalho que busca por estes profissionais especializados. Depois de muitos anos de retração, este mercado, que é conhecido por suas altas remunerações, precisará encontrar pessoas que tenham conhecimento apurado em vinhos e cervejas especiais, principalmente porque o fim de ano é reconhecidamente uma das melhores datas para a venda destes artigos, sempre presentes em festas familiares, celebrações, formaturas e nos festejos de virada de ano.
“A melhor maneira de se preparar para este mercado é estudando e para estudar, deve-se ler muito e beber muito vinho. O aprendizado gustativo dá-se pela experiência em provar-se diversos rótulos, de muitas regiões viníferas e ler livros e revistas especializadas”, finaliza Danilo.
Não há exigência de formação para atuar nesta área. Seja o interessado engenheiro ou garçom, todos têm espaço para tornarem-se um sommelier e trabalhar no mercado gastronômico. O investimento para formação é relativamente baixo se comparado com outras profissões mas, a chegada no topo, depende unicamente pela dedicação do profissional e por sua paixão na área do atendimento. O bom profissional é rapidamente recompensado por seu talento.
Ficou interessada(o)? Leia o livro de Bueno, quem sabe você também pode enveredar por este delicioso mundo dos vinhos.
Livro: “O Céu de Baco – Um a viagem aos prazeres do vinho”
Editora: Baraúna
Autor: Danilo Bueno
Ano: 2012
Páginas: 129
Preço: R$ 31,00