Velha conhecida entre grande parte da população, principalmente do público feminino e idoso, a prisão de ventre causa muito desconforto para quem sofre deste mal. Denominada tecnicamente como constipação intestinal, a prisão de ventre possui como sintomas mais comuns a dificuldade para evacuar, irregularidade na frequência das evacuações, fezes duras e secas, sensação de evacuação incompleta, desconforto abdominal, excesso de gases, inchaço na barriga, mau humor e sensação de irritação.
Esses incômodos, às vezes, chegam a durar dias. Quando a prisão de ventre se torna muito frequente, e quando há a perda de qualidade de vida por conta deste mal, é hora de procurar o auxílio de um especialista para um diagnóstico correto, realização de exames complementares e um tratamento adequado.
Também conhecida como obstipação intestinal, a prisão de ventre possui diversas causas, como sedentarismo, desidratação e consumo de alimentos industrializados. Segundo a Sociedade Brasileira de Proctologia (SBCP), 85% dos casos estão ligados ao baixo consumo de fibras, vegetais e líquidos. Outro fator é a mudança de rotina, por exemplo viagens, hábitos de adiar idas ao banheiro que normalmente são aprendidos na infância; estresse, depressão e ansiedade.
Vale lembrar que um intestino que não funciona regularmente, pode estar relacionado com outros problemas de saúde como hemorroidas e divertículos intestinais, entre outros.
Dicas para aliviar e prevenir a prisão de ventre:
Beba muito água – essa é provavelmente a medida mais fácil e importante, pois o líquido amolece as fezes e facilita a evacuação. Um dos primeiros órgãos a ser afetados pelo baixo consumo de água é o intestino. Refrigerantes e bebidas com álcool e cafeína podem contribuir para a desidratação e agravar o problema.

Alimentação rica em fibras – é um dos grandes segredos para tratar a prisão de ventre. Consumir de 15 a 40 gramas, duas vezes ao dia, para evitar gases. Assim como pão integral, verduras, frutas secas e lentilha.
Pratique exercícios – ao fazer exercício físico, mesmo que uma caminhada leve, você estimula os músculos dos intestinos a trabalhar. Não é por acaso que as pessoas sedentárias e os idosos sofrem mais de intestino preso.
Cuidado com os laticínios – reduza o consumo dos alimentos deste grupo e observe se os seus hábitos intestinais melhoram.
Atenção com os medicamentos – a lista de remédios que “prendem” o intestino é longa e inclui alguns analgésicos, ansiolíticos, antidepressivos, suplementos de ferro ou de cálcio e diuréticos.
Vá ao banheiro quando tiver vontade – não segure, esperando que a vontade passe.
Estabeleça uma rotina – procure estabelecer um período, de preferência sempre na mesma hora, para evacuar. Treinar o intestino pode ser a chave para que ele funcione perfeitamente.
Se os seus hábitos intestinais estão passando por mudanças bruscas, procure seu médico, pois este pode ser um sintoma de uma série de doenças que podem e devem ser tratadas.
O tratamento da constipação intestinal deve ser feito com acompanhamento médico, pois, normalmente, são indicados medicamentos específicos, além de orientações dietéticas e comportamentais. O uso indiscriminado de laxantes, e o seu abuso, tanto nas doses como na frequência, pode causar dependência e agravar ainda mais os sintomas.
*Samuel Okazaki é formado pela Escola Paulista de Medicina – Unifesp. Serviu voluntariamente o Exército Brasileiro como 2º tenente médico no Batalhão de Polícia do Exército durante o ano de 2005. Fez residência médica em Cirurgia Geral de 2006 a 2008 e Cirurgia do Aparelho Digestivo de 2008 a 2010 ambas na Escola Paulista de Medicina – Unifesp da qual ainda é médico assistente da disciplina de Gastrocirurgia. Especializado também em cirurgia minimamente invasiva – Laparoscopia e especialista em cirurgia Robótica pela Intuitive Surgical – da Vinci Surgical Systemem Bogotá, Colombia