Novo filme da campanha Doce Veneno é lançado esta semana em canais de tv por assinatura e nas redes sociais
Simples assim: a indústria produz, a propaganda vende, a sociedade paga. Em uma frase com três sujeitos, a campanha Doce Veneno resume a dinâmica de comercialização das bebidas adoçadas. Um ciclo que começa com incentivos fiscais concedidos aos fabricantes e termina provocando obesidade, diabetes, câncer e complicações cardiorrespiratórias, entre outros problemas de saúde. No Brasil, o tratamento dessas doenças custa, por ano, R$ 3 bilhões ao SUS. Só os casos de diabetes passam de 1,3 milhão.
Para reverter essa situação, a ACT – Promoção da Saúde em parceria com a Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, estreiam novo filme publicitário que mostra a quantidade de açúcar ingerida em um único dia por uma pessoa que tem o hábito de consumir bebidas açucaradas durante e entre as refeições diárias. O vídeo também faz um alerta sobre os danos à saúde que podem ser causados por esse consumo como obesidade, diabetes tipo 2, câncer, doenças cardiovasculares. Assista ao filme aqui.

A iniciativa, no entanto, não se limita a apresentar a gravidade da situação que, há anos, vem sendo encarada, sem sucesso, como apenas uma questão de mudança de hábitos. Com inserções em mídias digitais, canais de tevê por assinatura, rádios e painéis localizados em pontos estratégicos das principais cidades do país, a campanha Doce Veneno convoca a sociedade a tomar parte da luta por políticas públicas em prol da melhoria da qualidade de vida da população.
No topo das propostas, temos a adoção de impostos diferenciados para ajudar a amenizar o impacto dos gastos no cuidado de doenças causadas pelo consumo de refrigerantes, sucos de caixa etc. Ainda na área da tributação, as organizações sugerem o fim do subsídio de R$ 3,8 bilhões concedido, por ano, a fabricantes de refrigerante.
A iniciativa defende que representantes das indústrias que fazem mal à saúde, ao ambiente e à economia, não podem interferir em políticas públicas. Para garantir a transparência na relação com o consumidor, a campanha Doce Veneno também espera que fabricantes respeitem a lei, que entra em vigor em outubro, determinando que as embalagens tragam, em destaque, advertências em relação à quantidade de açúcar, sódio ou gorduras saturadas.
Para proteger as crianças, as entidades sugerem duas medidas. A proibição da publicidade de alimentos destinados ao público infantil e da venda de ultraprocessados nas escolas.

Ao defender essas seis ações, a campanha espera contar com o apoio da sociedade civil para a construção de ambientes alimentares saudáveis que favoreçam a população a escolher melhor, a optar por alimentos que façam bem, deixando de lado todo tipo de doce veneno.
Fonte: Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável