A hipertensão acomete cerca de um terço da população adulta e se caracteriza pela elevação dos níveis de pressão arterial (PA) acima de 140×90 mmHg (milímetros de mercúrio) — popularmente conhecida como 14/9. A pressão alta pode ter uma causa primária, quando a presença de uma genética propícia é associada a fatores ambientais; em geral, nos homens entre 30 e 40 anos e na mulher após a menopausa. Em cerca de 10% dos casos, pode ser decorrente de outros problemas de saúde, como distúrbios de sono, doenças nos rins ou endocrinológicas, tais como aquelas que acometem as glândulas suprarrenais.

A pressão alta, na maioria das vezes, não apresenta sintomas. Sem controle, pode levar ao AVC, infarto e angina, dentre outros males. Por isso mesmo, é considerada um grande inimigo. Quando se manifesta, geralmente, é muito tarde para remediar. Suas causas principais são obesidade, histórico familiar, estresse e envelhecimento estão associados ao desenvolvimento da hipertensão.

O sobrepeso e a obesidade podem acelerar em até 10 anos o aparecimento da doença. Segundo explica Luciano Drager, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês, a hipertensão tem relação direta com nossa massa corporal. “Toda vez que engordamos, a pressão sobe. Se emagrecemos, a pressão baixa. Como a obesidade tem crescido no Brasil, aumentou-se então o número de casos de pressão alta”, comenta.

Tratamento e cuidados após o diagnóstico

A hipertensão, na grande maioria dos casos, não tem cura, mas pode ser controlada. Nem sempre o tratamento significa o uso de medicamentos, sendo seguido a adoção de um estilo de vida mais saudável, com mudança de hábitos alimentares, redução no consumo de sal, atividade física regular, não fumar, moderar o consumo de álcool, entre outros.

Fique atento:

=Meça a pressão pelo menos uma vez por ano. E caso tenha histórico de hipertensão ou está com valores de pressão muito limítrofes, esta frequência precisa ser maior. Converse com o médico.
=Pratique atividade física todos os dias.
=Mantenha o peso ideal, evite a obesidade.
=Adote uma alimentação saudável: pouco sal, sem frituras e mais frutas, verduras e legumes.
=Reduza o consumo de álcool. Se possível, não beba.

=Fique longe do cigarro.
=Nunca abandone o tratamento para a hipertensão. Uma vez diagnosticado como hipertenso, você deve ser acompanhado pela vida toda.
=Evite o estresse. Tenha tempo para a família, os amigos e o lazer.

Veja a seguir alguns mitos e verdades sobre a doença com maior prevalência no Brasil:

=Cortar o sal de cozinha protege a hipertensão
Mito. O sal está presente em diversos alimentos. Ele também está concentrado nos salgadinhos, no macarrão instantâneo, nas frituras, nos embutidos, nos enlatados e nos alimentos com conservantes. Recomenda-se um consumo diário de 5 g a 6 g de sal, mas o brasileiro consome em média 12 g.

=Álcool não faz mal para quem tem hipertensão
Mito. Alguns estudos indicam que pequenas quantidades de álcool, como uma taça de vinho por dia, fazem bem ao coração. No entanto, o álcool aumenta a pressão arterial e é muito calórico, o que faz com que seu consumo em excesso contribua para o aumento de peso e dos níveis de triglicérides e de ácido úrico, dois fatores de risco para doenças cardiovasculares.

=A pressão pode subir na frente do médico
Verdade. Esse fenômeno é conhecido por “síndrome do avental branco”. “É quando a pessoa tem a pressão normal, mas diante de um médico ou de outro profissional da saúde se estressa e acaba apresentando elevação da pressão.

=Os medicamentos usados contra a hipertensão afetam o desempenho sexual
Verdade. Alguns medicamentos podem contribuir para a disfunção erétil, especialmente em pacientes suscetíveis. No entanto, os avanços da medicina já propiciam aos pacientes várias opções de tratamento que não causam este efeito colateral.

Fonte: Hospital Sírio-Libanês