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Para envelhecer melhor: como ultrapassar os 70 com mais raciocínio e agilidade

Você certamente já parou para pensar sobre a capacidade que alguém tem para raciocinar de forma rápida e assertiva, mesmo após os 70, 80 e até 90 anos. Juízes, promotores, professores, médicos, escritores ou mesmo funcionários públicos: são inúmeros os exemplos de pessoas que, ao exercerem profissões com maior exigência intelectual, mantiveram a boa performance na sua velhice a ponto de manifestarem pouco ou nenhum prejuízo cognitivo, mesmo em idade avançada.

Para a neurociência, os motivos que levam uma pessoa a envelhecer com grande capacidade de pensamento são claros e facilmente compreendidos quando fazemos uma analogia com uma poupança financeira e consideramos a “reserva cognitiva”.

Para entender melhor, confira abaixo 4 dicas para envelhecer bem:

Poupando o seu cérebro – da forma certa

Quando falamos no nosso cérebro, a poupança não significa a ausência de uso. Aqui, é justamente o contrário. Quando temos uma vida ativa, criamos uma espécie de reserva para o nosso cérebro: a reserva cognitiva, um conceito científico que define a capacidade que nosso cérebro terá para responder às adversidades, de acordo com os estímulos que demos a ele ao longo da vida.

Aos 73 anos, seu Ricardo Maranhão, aluno Supera em Boa Viagem, coleciona títulos que comprovam sua atividade cerebral ao longo de toda uma vida e fundamentam sua boa performance cerebral. Professor universitário da Universidade Federal de Pernambuco, ele possui doutorado na Universidade Paul Sabatier (França/Toulouse) e mestrado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com especialização em Educação para à Área da Saúde, na Universidade Federal do Rio de Janeiro e especialização em Controle Biológico de Medicamentos no Instituto Adolfo Luts, na Escola Paulista de Medicina (SP).

“Eu tenho certeza que a reserva cognitiva é uma conquista constante. Minhas atividades intelectuais e graduações contribuíram fortemente para a minha formação de reserva cognitiva aos 73 anos. Tudo isso foi de grande impacto em minha formação em meu processo de envelhecimento. Há quatro anos decidi me aventurar no método SUPERA o que para mim foi um grande presente porque dou ao meu cérebro novidade, variedade e grau de desafio crescente”, opinou.

Derrubando mitos

“Uma pessoa com 70 e poucos anos pode ser um juiz, um maestro, um famoso escritor, mas também pode apresentar falhas pontuais de memória, confundindo informações simples como nome dos netos ou se perdendo na sua própria cidade. E o mais comum, ele pode estar em algum lugar na rampa desses dois extremos. Um conjunto vasto de variáveis vai definir essa posição”, detalhou Livia Ciacci, neurocientista do Supera – Ginástica para o cérebro.

Ainda segundo a especialista, ao falar sobre o avanço da idade e a capacidade cognitiva, é importante desconstruir 3 mitos:

=“A inteligência é uma capacidade única”. Isso não é verdade. A inteligência é um conjunto de muitas habilidades desenvolvidas que se combinam.
=“A inteligência declina na velhice”. Sabemos que apenas algumas capacidades relacionadas a flexibilidade de ponto de vista e adaptações rápidas são afetadas com o passar da idade. Todas as outras habilidades intelectuais ficam constantes ou até melhoram.
=“A idade é o fator mais crítico que influencia a deterioração intelectual” – Há pelo menos 8 fatores que exercem maior impacto do que a idade, sendo: aptidão inata, nível de instrução educacional, treinamento profissional, ambiente estimulante, estado de saúde, motivação e sucesso na vida.

Se uma vida ativa contribui diretamente para ultrapassar a marca dos 70 com mais atividade cerebral, o contrário também é verdade, segundo a especialista.

“Sabemos que existe uma correlação entre profissões com esforço monótono e simples e o declínio cognitivo precoce, e a correlação contrária também é válida, nas profissões onde funções intelectuais são usadas continuamente pode haver uma melhoria cognitiva com o tempo”, detalhou Livia.

Desenvolvimento constante e otimismo

Foto: Pasja1000/Pixabay

Além do treino cognitivo – que tem grande impacto em diferentes faixas etárias, outros fatores influenciam diretamente na capacidade de envelhecer bem, confira:

Você já parou para pensar sobre a importância de tudo que acontece em nossos primeiros anos de vida?

Segundo Livia, nosso cérebro começa a ser moldado já na infância. Ambientes que permitam exploração e variedade sensorial potencializam o desenvolvimento intelectual. Depois temos o nível de instrução, que representa toda vivência educacional. Em testes de inteligência aplicados a diferentes grupos etários, os resultados sempre são melhores na medida do nível educacional das pessoas, independente da idade.

“O fator saúde é um ponto bem interessante, pois não basta a ausência de doenças! Quanto melhor o cuidado com o corpo, melhor o desempenho intelectual também. O modo de ver e lidar com a vida também influencia. Há uma correlação positiva entre a capacidade cognitiva constante e sucesso no trabalho, aceitação da vida, vida social, motivações e desejos de realização”, detalhou a especialista.

Treino cognitivo

O treino cognitivo é uma estratégia que funciona a partir de duas premissas: a primeira quando sabemos que os aspectos da inteligência conquistados durante a vida tendem a se manter, e a segunda quando sabemos que a neuroplasticidade – capacidade de reorganizar circuitos de neurônios a partir da sua utilização – também se mantém, mesmo que em níveis menores que nos jovens.

“A partir disso, é plenamente possível que uma pessoa acima dos 60, 70 anos passe a praticar treinos cognitivos e melhore certas habilidades, evitando que haja um declínio maior. Um fator importante em todas as idades para manter um desempenho intelectual bom ou razoável é aprender novas coisas, se manter atualizado do que passa no seu ambiente, no país e no mundo, sem esquecer de manter alguma atividade física”, concluiu Livia

Fonte: Supera – Ginástica para o cérebro

Dieta MIND ligada a melhor desempenho cognitivo – por Rubens de Fraga Júnior*

O envelhecimento afeta o corpo e a mente. Por exemplo, o tecido do cérebro humano envelhecido às vezes desenvolve aglomerados anormais de proteínas que são a marca registrada da doença de Alzheimer. Como você pode proteger seu cérebro desses efeitos?

Pesquisadores do Rush University Medical Center descobriram que idosos podem se beneficiar de uma dieta específica chamada dieta MIND, mesmo quando desenvolvem esses depósitos de proteína, conhecidos como placas amiloides e emaranhados, que são uma patologia encontrada no cérebro e se acumulam entre as células nervosas, normalmente interferindo nas habilidades de pensamento e resolução de problemas.

Desenvolvido pela falecida Martha Clare Morris, ScD, que era uma epidemiologista nutricional do Rush, e seus colegas, a dieta MIND é um híbrido das dietas mediterrânea e DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension). Estudos de pesquisa anteriores descobriram que a dieta MIND pode reduzir o risco de uma pessoa desenvolver a demência na doença de Alzheimer.

Agora, um estudo mostrou que os participantes do estudo que seguiram a dieta MIND moderadamente não apresentaram problemas de cognição, de acordo com um artigo publicado em 14 de setembro no Journal of Alzheimer’s Disease.

“Algumas pessoas têm placas e emaranhados suficientes em seus cérebros para ter um diagnóstico post mortem da doença de Alzheimer, mas não desenvolvem demência clínica durante a vida”, disse Klodian Dhana, MD, Ph.D., principal autor do artigo e professor assistente na Divisão de Geriatria e Medicina Paliativa do Departamento de Medicina Interna do Rush Medical College.

“Alguns têm a capacidade de manter a função cognitiva, apesar do acúmulo dessas patologias no cérebro, e nosso estudo sugere que a dieta MIND está associada a melhores funções cognitivas, independentemente das patologias cerebrais relacionadas à doença de Alzheimer.

Pesquisadores examinaram as associações de dieta – desde o início do estudo até a morte – patologias cerebrais e funcionamento cognitivo em idosos que participaram do Projeto de Envelhecimento e Memória em andamento do Rush Alzheimer’s Disease Center, que começou em 1997 e inclui pessoas morando na grande Chicago. Os participantes eram em sua maioria brancos sem demência conhecida, e todos concordaram em se submeter a avaliações clínicas anuais enquanto vivos, além de autópsia cerebral após sua morte.

Os pesquisadores acompanharam 569 participantes, que foram convidados a completar avaliações anuais e testes cognitivos para ver se haviam desenvolvido problemas de memória e julgamento. A partir de 2004, os participantes receberam um questionário anual sobre a frequência com que comeram 144 itens alimentares no ano anterior.

Usando as respostas do questionário, os pesquisadores deram a cada participante uma pontuação da dieta MIND com base na frequência com que os participantes comeram alimentos específicos. A dieta MIND tem 15 componentes dietéticos, incluindo 10 “grupos de alimentos saudáveis para o cérebro” e cinco grupos não saudáveis – carne vermelha, manteiga e margarina em barra, queijo, doces e tortas e frituras ou fast food.

Para aderir e se beneficiar da dieta MIND, uma pessoa precisaria comer pelo menos três porções de grãos inteiros, um vegetal de folhas verdes e um outro vegetal todos os dias – junto com uma taça de vinho – lanche quase todos os dias com nozes, e feijão dia sim, dia não, comendo aves e frutas vermelhas pelo menos duas vezes por semana e peixes pelo menos uma vez por semana. A pessoa também deve limitar a ingestão de alimentos não saudáveis designados, limitando a manteiga a menos de 1 1/2 colher de chá por dia e comendo menos de uma porção por semana de doces e tortas, queijo gordo integral e frituras ou fast food.

Com base na frequência de ingestão relatada para os grupos de alimentos saudáveis e não saudáveis, os pesquisadores calcularam a pontuação da dieta MIND para cada participante durante o período do estudo. Uma média da pontuação da dieta MIND desde o início do estudo até a morte do participante foi usada na análise para limitar o erro de medição. Sete medidas de sensibilidade foram calculadas para confirmar a precisão dos resultados.

“Descobrimos que uma pontuação mais alta na dieta MIND foi associada a melhores habilidades de memória e raciocínio, independentemente da patologia da doença de Alzheimer e outras patologias cerebrais comuns relacionadas à idade. A dieta parecia ter uma capacidade protetora e pode contribuir para a resiliência cognitiva em idosos”, disse Dhana.

“Mudanças na dieta podem afetar o funcionamento cognitivo e o risco de demência, para melhor ou para pior”, continuou ele. “Existem mudanças bastante simples na dieta e no estilo de vida que uma pessoa pode fazer que podem ajudar a desacelerar o declínio cognitivo com o envelhecimento e contribuir para a saúde do cérebro”.

Fonte: Klodian Dhana et al, MIND Diet, Common Brain Pathologies, and Cognition in Community-Dwelling Older Adults, Journal of Alzheimer’s Disease (2021). DOI: 10.3233/JAD-210107

*Rubens de Fraga Júnior é professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. Médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG.

Mês Mundial do Alzheimer: bem-estar do paciente deve ser estendido a familiares e cuidadores*

As demências são um grupo de doenças que afetam a capacidade de um indivíduo viver de maneira independente devido a alterações da memória, raciocínio e habilidades sociais. Estas transformações podem acontecer em maior ou menor intensidade, a depender do subtipo. Dentre as causas de demência, a Doença de Alzheimer (DA) é a mais comum e representa cerca de 70% dos casos. Sua ocorrência aumenta significativamente com a idade e prejudica, no início, principalmente, a formação de memória para novos fatos e habilidades de localização.

O surgimento da doença está associado a um depósito de proteínas em alguns grupos de neurônios e ao “envelhecimento” precoce de células em certas regiões. Isso leva, com o tempo, à redução progressiva do volume cerebral, principalmente em áreas como os hipocampos, diretamente relacionados à formação de novas lembranças.

Estima-se, segundo estudos da OMS (Organização Mundial da Saúde), que mais de 50 milhões de pessoas no mundo já sofrem com a patologia. De acordo com a instituição, tal número deverá ser três vezes maior até 2050, o que significa que uma pessoa a cada três segundos desenvolve a demência. Para propagar o conhecimento e a conscientização sobre a patologia, tanto por sua importância populacional, quanto pelo seu impacto sobre a qualidade de vida dos pacientes e, sobremaneira, à dos familiares, a Associação Internacional do Alzheimer instituiu o dia 21 de setembro, hoje, como o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Alzheimer.

A despeito da liberação recente de drogas específicas que poderiam, em fases iniciais, retardar a evolução da DA, o seu tratamento farmacológico ainda é, predominantemente, para manejo de sintomas. Entretanto, vale ressaltar que apesar das limitações da terapia medicamentosa, há muito o que ser feito para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com síndromes demenciais.

Sintomas depressivos e distúrbios do sono devem ser sempre avaliados nestes pacientes, assim como deve ser estimulado um cuidado multiprofissional que envolva fonoaudiólogos (visando evitar broncoaspiração e estimular as habilidades de comunicação do paciente), fisioterapeutas (a fim de reduzir a perda de massa muscular, fragilidade e quedas), terapeutas ocupacionais, nutrição, enfermagem e equipe de saúde mental. Atividades que o paciente tinha prazer em realizar antes do diagnóstico devem ser encorajadas, como as que envolvam música, dança e o uso de línguas estrangeiras, a fim de se estimularem diversas áreas cerebrais.

Paralelamente, o suporte aos familiares e cuidadores é essencial para esta equação. Isso porque o paciente com demência exige cuidados constantes e grandes desafios físicos e emocionais.

Estudos nacionais chegaram a documentar uma frequência até 5 vezes maior de depressão e ansiedade dentre cuidadores de pacientes com DA quando comparados ao restante da população. Isso ilustra a necessidade de se estender o cuidado de saúde mental para este grupo. Alguns dos principais fatores que aumentam a chance das complicações são a ausência dos períodos de descanso. Sendo assim, dividir o cuidado é essencial e garante não só a saúde de quem cuida, mas para a qualidade da atenção de quem precisa.

Cabe ressaltar que, passado o peso e a preocupação iniciais após o diagnóstico, é sempre importante procurar usar o tempo para planejamento do cuidado e, principalmente, uma formação de redes de apoio. Conversar com outras famílias que passam ou já passaram pela mesma situação e ter um profissional capacitado e acessível são importantes ferramentas para minimizar os obstáculos que venham a surgir, reduzindo o peso sobre os ombros do cuidador, que deve se sentir parte de uma equipe cujo objetivo é sempre o bem-estar mútuo.

* Felipe Franco da Graça é Neurologista do Vera Cruz Hospital

Alzheimer: atividade física retarda avanço da degeneração do cérebro de quem já tem a doença

Meia hora, cinco vezes por semana. Esta é a quantidade de tempo que se deve investir em exercícios físicos para prevenir a perda de memória causada pela doença de Alzheimer (DA), que afeta hoje cerca de 40 milhões de pessoas no mundo, 1,2 milhão somente no Brasil. A recomendação é do professor Mychael Lourenço, do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“Estudos mostraram que incorporar estes exercícios, controlar a alimentação, consumir álcool de forma moderada e não fumar reduzem as chances de desenvolver Alzheimer em até 50%, em média”, diz.

Lourenço vai falar sobre os benefícios dos exercícios para frear o avanço do Alzheimer durante o evento UFRJ+100, que, durante os dias 8,9 e 10 de outubro, irá reunir pesquisadores da universidade para debater, de forma on-line e aberta a todos, temas de interesse da atualidade (conheça a programação aqui). Ele foi um dos pesquisadores que, em 2019, revolucionou o que se sabia sobre a perda da memória decorrente da DA.

Junto de Fernanda De Felice e Sergio T. Ferreira, descobriu que um hormônio chamado irisina, normalmente produzido pelos músculos após exercícios, também surgia no cérebro após a prática física. E que a substância era capaz de proteger as sinapses (falhas de comunicação entre neurônios), favorecendo a manutenção das memórias.

A descoberta, realizada a partir de experimentos com camundongos, abriu caminho para pesquisas com humanos e para a possibilidade de desenvolvimento de medicamentos à base de irisina para idosos que não consigam usufruir dos benefícios da prática de exercícios. Como a DA é silenciosa antes do início dos sintomas e de difícil prevenção, o trabalho e ganhou a atenção de pesquisadores de outros países.

Existem componentes genéticos que aumentam o risco para Alzheimer, mas, mesmo nestes casos, o exercício físico é benéfico – diz Lourenço, lembrando que a doença costuma chegar a partir dos 65 anos e acomete mais mulheres do que homens, na proporção de 2/3 para 1/3.

Para quem se animou, o pesquisador dá um lembrete importante. Segundo ele, exercício não é cura. Depois que os sintomas aparecem, o Alzheimer é praticamente irreversível.

O cérebro já está em degeneração, mas o que se pode conseguir é um progressão mais lenta da doença – diz, ensinando a diferenciar a perda de memória ocasional da causada pela doença. – Outras razões, doenças e circunstâncias da vida podem levar a um comprometimento cognitivo leve, causado por estresse, depressão, dentre outras. O problema, que pode indicar Alzheimer, é a perda da memória progressiva, aquela que atrapalha continuamente as atividades cotidianas.

Dieta mediterrânea protege contra perda de memória e demência?*

De acordo com um novo estudo, seguir uma dieta mediterrânea rica em peixe, vegetais e azeite de oliva pode proteger seu cérebro de proteínas amiloides e tau, que podem levar à doença de Alzheimer. A pesquisa foi publicada na edição on-line de maio de 2021 da Neurology.

O estudo (Mediterranean Diet, Alzheimer Disease Biomarkers and Brain Atrophy in Old Age, Ballarini et al., Neurology) analisou proteínas anormais chamadas amiloide e tau. Amiloide é uma proteína que se forma em placas, enquanto tau é uma proteína que se forma em emaranhados. Ambos são encontrados no cérebro de pessoas com doença de Alzheimer, mas também podem ser encontrados no cérebro de pessoas idosas com cognição normal.

A dieta mediterrânea inclui alta ingestão de vegetais, legumes, frutas, cereais, peixes e ácidos graxos monoinsaturados, como azeite de oliva, e baixa ingestão de ácidos graxos saturados, laticínios e carne.

“Nosso estudo sugere que comer uma dieta rica em gorduras insaturadas, peixes, frutas e vegetais e pobre em laticínios e carne vermelha pode realmente proteger seu cérebro do acúmulo de proteína que levaria à perda de memória e demência”, disse o autor Tommaso Ballarini, Ph.D., do Centro Alemão de Doenças Neurodegenerativas (DZNE) em Bonn, Alemanha. “Esses resultados se somam ao conjunto de evidências que mostram que o que você come pode influenciar suas habilidades de memória mais tardiamente”.

O estudo analisou 512 pessoas. Destes, 169 eram cognitivamente normais, enquanto 343 foram identificados como tendo maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer.

As habilidades cognitivas foram avaliadas com um extenso conjunto de testes para a progressão da doença de Alzheimer que analisou cinco funções diferentes, incluindo linguagem, memória e função executiva. Todos os participantes fizeram exames de imagem para determinar seu volume cerebral. Além disso, o fluido espinhal de 226 foi testado para biomarcadores de proteína amiloide e tau.

Os pesquisadores então observaram como alguém que seguia a dieta mediterrânea e a relação com o volume do cérebro, biomarcadores tau e amiloide e habilidades cognitivas.

Depois de ajustar para fatores como idade, sexo e educação, os pesquisadores descobriram que na área do cérebro mais intimamente associada à doença de Alzheimer, em cada ponto menor que as pessoas pontuaram na escala da dieta mediterrânea era igual a quase um ano de envelhecimento do cérebro.

Ao olhar para amiloide e tau no fluido espinhal das pessoas, aqueles que não seguiram a dieta de perto tinham níveis mais elevados de biomarcadores de patologia amiloide e tau do que aqueles que seguiram.

Quando se tratava de um teste de memória, as pessoas que não seguiram a dieta tiveram uma pontuação pior do que as que seguiram.

“Mais pesquisas são necessárias para mostrar o mecanismo pelo qual uma dieta mediterrânea protege o cérebro do acúmulo de proteínas e da perda de função cerebral, mas as descobertas sugerem que as pessoas podem reduzir o risco de desenvolver Alzheimer incorporando mais elementos da dieta mediterrânea em seu dia a dia”, disse Ballarini.

*Rubens De Fraga Júnior é professor da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. Médico especialista em geriatria e gerontologia.

Manter uma dieta mediterrânea protege contra perda de memória e demência?*

De acordo com um novo estudo, seguir uma dieta mediterrânea rica em peixe, vegetais e azeite de oliva pode proteger seu cérebro de proteínas amilóides e tau, que podem levar à doença de Alzheimer. A pesquisa foi publicada na edição on-line de maio de 2021 da Neurology.

O estudo analisou proteínas anormais chamadas amilóide e tau. Amilóide é uma proteína que se forma em placas, enquanto tau é uma proteína que se forma em emaranhados. Ambos são encontrados no cérebro de pessoas com doença de Alzheimer, mas também podem ser encontrados no cérebro de pessoas idosas com cognição normal.

A dieta mediterrânea inclui alta ingestão de vegetais, legumes, frutas, cereais, peixes e ácidos graxos monoinsaturados, como azeite de oliva, e baixa ingestão de ácidos graxos saturados, laticínios e carne.

“Nosso estudo sugere que comer uma dieta rica em gorduras insaturadas, peixes, frutas e vegetais e pobre em laticínios e carne vermelha pode realmente proteger seu cérebro do acúmulo de proteína que levaria à perda de memória e demência”, disse o autor Tommaso Ballarini, Ph.D., do Centro Alemão de Doenças Neurodegenerativas (DZNE) em Bonn, Alemanha. “Esses resultados se somam ao conjunto de evidências que mostram que o que você come pode influenciar suas habilidades de memória mais tardiamente”.

O estudo analisou 512 pessoas. Destes, 169 eram cognitivamente normais, enquanto 343 foram identificados como tendo maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer.

As habilidades cognitivas foram avaliadas com um extenso conjunto de testes para a progressão da doença de Alzheimer que analisou cinco funções diferentes, incluindo linguagem, memória e função executiva. Todos os participantes fizeram exames de imagem para determinar seu volume cerebral. Além disso, o fluido espinhal de 226 foi testado para biomarcadores de proteína amilóide e tau.

Os pesquisadores então observaram como alguém que seguia a dieta mediterrânea e a relação com o volume do cérebro, biomarcadores tau e amilóide e habilidades cognitivas.

Depois de ajustar para fatores como idade, sexo e educação, os pesquisadores descobriram que na área do cérebro mais intimamente associada à doença de Alzheimer, em cada ponto menor que as pessoas pontuaram na escala da dieta mediterrânea era igual a quase um ano de envelhecimento do cérebro.

Ao olhar para amilóide e tau no fluido espinhal das pessoas, aqueles que não seguiram a dieta de perto tinham níveis mais elevados de biomarcadores de patologia amilóide e tau do que aqueles que seguiram.

Quando se tratava de um teste de memória, as pessoas que não seguiram a dieta tiveram uma pontuação pior do que as que seguiram.

“Mais pesquisas são necessárias para mostrar o mecanismo pelo qual uma dieta mediterrânea protege o cérebro do acúmulo de proteínas e da perda de função cerebral, mas as descobertas sugerem que as pessoas podem reduzir o risco de desenvolver Alzheimer incorporando mais elementos da dieta mediterrânea em seu dia a dia”, disse Ballarini.

*Rubens De Fraga Júnior é professor da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. Médico especialista em geriatria e gerontologia.

Fonte: Mediterranean Diet, Alzheimer Disease Biomarkers and Brain Atrophy in Old Age, Ballarini et al., Neurology, DOI: doi.org/10.1212/WNL.0000000000012067

Nozes podem retardar declínio cognitivo em pessoas com tendência à demência, aponta estudo

De acordo com pesquisa publicada em 2020 no The American Journal of Clinical Nutrition, consumo regular de nozes pode diminuir chances de demência em grupos de risco por combater fatores chaves para o desenvolvimento da condição.

Graças aos avanços da tecnologia e medicina, a expectativa de vida da população mundial aumentou significativamente. O problema é que, junto a essa extensão da expectativa de vida, ocorreu também um aumento na incidência de demência na população mundial, quadro que ainda é piorado pelo fato de não existirem agentes farmacológicos disponíveis para tratar, prevenir ou retardar a doença.

“O que se sabe é que o estresse oxidativo e a inflamação são fatores chaves para o declínio cognitivo, levando a demência, e que uma dieta rica em antioxidantes é capaz de combater esses fatores. Porém, não se sabe de que forma a adoção desse tipo de dieta gera efeitos diretos no desempenho cognitivo”, explica Marcella Garcez, médica nutróloga e professora da Associação Brasileira de Nutrologia. Então, para checar se o consumo de antioxidantes pode realmente retardar o declínio cognitivo, um grupo de pesquisadores de Califórnia e Barcelona, em estudo publicado em janeiro de 2020 na revista médica The American Journal of Clinical Nutrition, decidiu verificar quais os efeitos do consumo de nozes, que são ricas em antioxidantes como ômega-3 e polifenóis, na saúde cognitiva em idosos.

Para isso, os pesquisadores reuniram 708 indivíduos com idade entre 63 e 79 anos que viviam em Barcelona ou Califórnia. Os participantes foram então submetidos a testes neurocognitivos e de saúde, nos quais os habitantes de Barcelona mostraram fumar com mais frequência e possuir capacidade cognitiva menor. Em seguida, os indivíduos foram divididos em dois grupos: o primeiro grupo passou a adotar uma dieta que consistia no consumo diário de 30 a 60 gramas de nozes, enquanto o segundo grupo, chamado de grupo de controle, se absteve do consumo do alimento. Tal dieta foi seguida durante 2 anos e, após esse período, uma nova bateria de testes foi realizada, com apenas 636 indivíduos ainda participando do estudo.

Ao analisarem os dados, os pesquisadores não observaram efeitos do consumo de nozes na saúde cognitiva dos participantes. Entretanto, análises posteriores ao estudo mostraram que os participantes que viviam em Barcelona, que possuíam menor capacidade cognitiva e maiores riscos de declínio cognitivo devido ao tabagismo, e fizeram parte do grupo que consumia nozes apresentaram melhor capacidade de cognição do que aqueles que se abstiveram do alimento. “Ou seja, esse resultado sugere que o consumo de nozes, apesar de não prevenir de forma definitiva, pode atrasar o declínio cognitivo em grupos com maiores chances de desenvolverem demência devido a fatores internos e externos”, destaca Marcella.

De acordo com a médica, os resultados do estudo são ainda mais promissores visto que os pesquisadores são os mesmo que descobriram que nozes são capazes de diminuir os níveis de colesterol no sangue. “Isso porque as nozes são ricas em gorduras não saturadas, fundamentais para diminuição do colesterol, além de conterem fibras e fitoesteroides, que também ajudam na absorção da substância”, explica. Apesar disso, as conclusões do estudo ainda são limitadas, sendo necessárias mais pesquisas para confirmar o benefício das nozes para a saúde cognitiva.

Fonte: Marcella Garcez é médica nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da Abran. Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo.

Barulho da vizinhança pode aumentar risco de demência, aponta estudo

Os idosos que vivem em bairros barulhentos podem enfrentar maiores chances de desenvolver a doença de Alzheimer ou outros tipos de demência, de acordo com uma nova pesquisa.

Os pesquisadores examinaram uma ampla gama de fatores – do comportamento sedentário à exposição a poluentes transportados pelo ar à solidão – para determinar se eles aumentam o risco de demência de uma pessoa.

No entanto, apenas alguns estudos epidemiológicos examinaram o efeito do ruído comunitário, que se refere ao ruído proveniente de carros, trens, aviões, canteiros de obras, fogos de artifícios e fontes semelhantes, sobre o comprometimento cognitivo em idosos.

Este novo estudo, publicado recentemente no Alzheimer’s & Dementia, jornal da Associação de Alzheimer, é o primeiro a realizar essa pesquisa nos Estados Unidos. Esta pesquisa é fundamental, visto que, em 2013, mais de 100 milhões de pessoas nos EUA experimentaram níveis de ruído anuais que excedem os limites que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) recomenda para proteção contra perda auditiva.

“Continuamos nos estágios iniciais da pesquisa de ruído e demência, mas os sinais, até agora, incluindo aqueles de nosso estudo, sugerem que devemos prestar mais atenção à possibilidade de que o ruído afete o risco cognitivo à medida que envelhecemos”, diz a principal autora do estudo, Jennifer Weuve, professora associada de epidemiologia na Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston.

Para o estudo, os pesquisadores realizaram avaliações cognitivas em ciclos de três anos em 5.227 adultos com 65 anos ou mais que eram participantes do Chicago Health and Aging Project. Desde o início, em 1993, este projeto de pesquisa envolveu mais de 10.000 idosos que vivem na zona sul de Chicago.

Os autores do estudo estimaram os níveis de ruído nas comunidades onde os participantes viviam nos cinco anos anteriores às avaliações, usando um modelo de previsão desenvolvido para um estudo anterior. Eles consideraram vários fatores, como raça, atividade física e nível socioeconômico, também podem aumentar o risco de demência.

Depois de levar em conta esses outros fatores, o estudo descobriu que adultos mais velhos que vivem com 10 decibéis ponderados a mais de ruído durante o dia tiveram 36% mais chances de desenvolver comprometimento cognitivo leve e 29% mais chances de doença de Alzheimer. O nível sócio econômico foi o único fator que afetou essa relação.

Várias explicações são possíveis

Tomislav Jakupec/Pixabay

“Essas descobertas sugerem que, em comunidades urbanas típicas dos Estados Unidos, níveis mais altos de ruído podem afetar o cérebro de adultos mais velhos e dificultar seu funcionamento sem assistência”, diz Sara Adar, autora sênior do estudo e professora associada de epidemiologia na Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan em Ann Arbor.

Os pesquisadores especulam que pode haver várias razões por trás da conexão entre o aumento do ruído e um maior risco de deficiência cognitiva. Um estudo de 2015 descobriu uma produção acelerada de beta-amilóide, uma proteína que os especialistas acreditam ter um papel significativo na doença de Alzheimer, em ratos que foram submetidos à exposição crônica ao ruído.

Os pesquisadores já haviam mostrado como a exposição ao ruído pode causar efeitos adversos à saúde, desde pressão arterial elevada até sono interrompido. Há evidências de que a saúde vascular e o repouso insuficiente podem aumentar o risco de demência.

Os autores do novo estudo esperam que, se a pesquisa continuar a mostrar que a exposição ao ruído nos EUA contribui para o risco de demência, pode ser possível persuadir os legisladores a mudar as políticas para reduzir os níveis de ruído.

Há muito em jogo: a doença de Alzheimer é uma crise de saúde pública, com cerca de 5,8 milhões de pessoas com mais de 65 anos vivendo com a doença apenas nos EUA. Em 2050, os pesquisadores esperam que o número salte para 13,8 milhões.

“Embora o ruído não tenha recebido muita atenção nos EUA até o momento, há uma oportunidade para a saúde pública aqui, pois há intervenções que podem reduzir as exposições tanto em nível individual quanto populacional”, finaliza Sara Adar.

Fonte: Medical News Today

Hoje é o Dia Mundial da Doença de Alzheimer

Doença que atinge memória e leva a perda cognitiva muda a vida de paciente e familiares

Setembro é o Mês Mundial da Doença de Alzheimer, cujo dia é comemorado hoje (21), e incentiva a conscientização e move campanhas no mundo todo, coordenado pela Alzheimer’s Disease International (ADI), associação que congrega todas as instituições mundialmente. Este ano o tema é ‘Vamos conversar sobre demência’ e a ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer) chama a atenção para os números da doença.

A cada 3 segundos alguém é diagnosticado com esse tipo de demência no mundo e até 2050 serão 152 milhões de pessoas com Alzheimer, de acordo com a estimativa da ABRAz. “É preciso falar sobre o assunto, trabalhar para prevenção e diagnóstico precoce, já que não há cura, mas há possibilidades de tratamentos avançados capazes de retardar o avanço. Por isso é tão importante o conhecimento e acompanhamento com profissionais especializados”, explica Marcella dos Santos, enfermeira chefe do Grupo DG Sênior e responsável por três casas de residenciais para idosos, em Santo André – SP.

Quem tem um familiar com Alzheimer ou conhece alguém que já cuidou de um parente com a doença sabe que a experiência não é nada fácil. Doença neurodegenerativa mais frequente na espécie humana, o problema afeta a memória, o comportamento e outras funções mentais de forma progressiva. Nos estágios mais avançados, impede a pessoa de exercer suas atividades diárias, reconhecer os familiares e se comunicar adequadamente. Na maioria dos casos, a doença é detectada após um longo período, trazendo cada vez mais dificuldades para os familiares em lidar com o paciente.

Hoje já é possível contar com diversos tratamentos e tecnologias para diagnosticar, tratar e facilitar o dia a dia do portador e dos familiares. A última novidade veio de neurocientistas suecos que desenvolveram o aplicativo Altoida, recém-chegado no Brasil. A ferramenta reconhece alterações cognitivas, o que pode ajudar a identificar a doença de Alzheimer 10 anos antes da manifestação dos primeiros sintomas, e de acordo com o desenvolvedor, o app tem até 94% de precisão, e através de um teste rápido ele trabalha com inteligência artificial identificando o CCL (comprometimento cognitivo leve), que é a fase inicial do Alzheimer.

Marcella explica que é preciso ter cautela com a realização dos testes, para que os pacientes não fiquem ansiosos ou até mesmo deprimidos com resultados que apontem para o diagnóstico positivo. “Sempre conversamos muito com a família. A confirmação do Alzheimer pode mudar a forma de lidar com o familiar, mas é importante entender o que realmente é possível fazer por aquela pessoa querida.”

Há muitos fatores que levam ao aparecimento da doença e o papel dos profissionais da saúde é ajudar paciente e familiares a entender melhor a questão para tomar as providências com o máximo de antecedência possível. “É preciso deixar de lado o estigma da doença e trabalhar o psicológico de todos. Acompanhamos de perto tanto pacientes com perda cognitiva e de memória quanto a família que passa por fases bastante delicadas de aceitação”, conta a profissional.

Demência x Alzheimer

Uma dúvida muito frequente é sobre a diferença da demência e do Alzheimer. De acordo com doutor Dráuzio Varella, é necessário entender que a doença de Alzheimer é um dos tipos de doença do quadro demencial. “Para a medicina, a demência não tem ligação com o conceito popular, conhecido como loucura”, explica.

De acordo com o médico, a demência se refere a alterações da cognição. Ele explica que toda análise que fazemos sobre o mundo, como visão, audição, reflexos, percepções de vida, acontecem por meio de processos cognitivos. Nas demências, esses processos vão se embaralhando e a visão da realidade começa a ser deturpada.

“Há vários processos que provocam demência, por exemplo, um derrame cerebral que atinge uma área responsável pelo entendimento de mundo que nos cerca, ocasionando uma confusão”, diz Varella. O doutor reforça que existem vários tipos de demência, como falta de vitamina B12 ou até mesmo casos de hipotireoidismo que levam a quadros confusionais.

“A demência mais comum de todas é a doença de Alzheimer. Ela se deve à deficiência da cognição que vai se instalando gradativamente, começando com pequenos lapsos de memórias, esquece acontecimentos recentes, mas tem memória para fatos tardios. Começa confundir pessoas, contar a mesma história dezenas de vezes, o quadro vai progredindo gradativamente até atingir a parte motora, e acabam sendo dependentes totalmente”, conclui.

Fonte: Grupo DG Sênior

40% dos casos de demência podem ser evitados ou adiados*

A modificação de 12 fatores de risco durante o curso da vida pode atrasar ou prevenir 40% dos casos de demência, de acordo com uma atualização da Lancet Commission sobre prevenção, intervenção e cuidados com demência, que foi apresentada na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC 2020).

Combinados, os três novos fatores de risco estão associados a 6% de todos os casos de demência – com cerca de 3% dos casos atribuíveis a lesões na cabeça na meia-idade, 1% dos casos ao consumo excessivo de álcool (de mais de 21 unidades por semana) na meia-idade e 2% à exposição à poluição do ar mais tarde na vida.

Os demais fatores de risco estão associados a 34% de todos os casos de demência. Os fatores associados à maior proporção de casos de demência na população são menos escolaridade no início da vida, perda auditiva na meia-idade e tabagismo no final da vida (7%, 8% e 5%, respectivamente).

“Nosso relatório mostra que está ao alcance de formuladores de políticas públicas prevenir uma proporção significativa de demência, com oportunidades de causar impacto em cada estágio da vida de uma pessoa”, diz o principal autor, Gill Livingston, professor da University College. Londres, Reino Unido. É provável que as intervenções tenham o maior impacto sobre aqueles afetados por fatores de risco para demência, como os de países de baixa e média renda e populações vulneráveis.

Para lidar com o risco de demência, os autores pedem que 9 recomendações sejam feitas pelos formuladores de políticas:

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– Procure manter a pressão arterial sistólica de 130 mm Hg ou menos na meia idade a partir dos 40 anos de idade.

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Foto: Eldecare.org

– Incentive o uso de aparelhos auditivos para perda auditiva e reduza a perda auditiva protegendo os ouvidos contra altos níveis de ruído.

cigarro– Reduza a exposição à poluição do ar e ao fumo passivo de tabaco.

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Pasja1000/Pixabay

– Prevenir lesões na cabeça (principalmente visando ocupações e transporte de alto risco).

mulher bebendo
– Evite o uso indevido de álcool e limite o consumo a menos de 21 unidades por semana.

mulher quebrando cigarro fumo tabaco
– Pare de fumar e apoie os indivíduos a parar de fumar (o que os autores enfatizam é benéfico em qualquer idade).

criança sala de aula
– Proporcionar a todas as crianças educação primária e secundária.

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Foto: Jeviniya-Pixabay

– Leve uma vida ativa.

mulher meia idade diabete
– Reduzir a obesidade e diabetes.

*Rubens de Fraga Júnior é especialista em geriatria e gerontologia. Professor titular da disciplina de Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná.