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Ginecologista aponta algumas condições que podem causar irritação vaginal

Eloisa Pinho também dá dicas para prevenir e identificar as principais causas do surgimento de coceira, ardor e secreção na vagina

Quando há algo de errado com o nosso organismo, nosso corpo apresenta uma série de sinais de alerta. Por exemplo, quando a saúde da pele é prejudicada, um dos primeiros sintomas a surgir é um processo irritativo da região afetada. Mas, engana-se quem acredita que a irritação é um sintoma de alerta que se restringe à pele, já que também pode atingir outros locais do corpo que estão sofrendo com algum tipo de alteração ou desequilíbrio, incluindo a vagina.

“Caracterizada pela presença de coceira, queimação e secreção na vagina e na vulva, a irritação vaginal é geralmente causada por fatores como alterações hormonais, que ocorrem durante o período menstrual e a menopausa. Isso acontece porque a vagina contém uma série de bactérias responsáveis por protegê-la de agressores externos e qualquer desequilibro hormonal pode causar uma alteração nessa composição, favorecendo o surgimento de irritação. Mas, nesses casos, o problema surge em breves episódios e, geralmente, resolve-se sem tratamento. Porém, quanto torna-se intensa, recorrente e persiste por longos períodos, a irritação pode ser sinal de uma condição mais séria e que pode representar riscos à saúde”, explica Eloisa Pinho, ginecologista e obstetra da Clínica GRU. Então, para ajudar aqueles que sofrem com o problema, a especialista listou as principais causas da irritação vaginal. Confira:

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Vaginose bacteriana: de acordo com a médica, a vaginose bacteriana figura entre as razões mais comuns para a irritação vaginal, ocorrendo devido a uma mudança no pH da vagina com consequente desequilíbrio na microflora bacteriana local. “Além da irritação, a vaginose bacteriana também é caracterizada pela presença de corrimento amarelado, bolhoso e de odor fétido, o que muitas pessoas chamam de ‘cheiro de peixe podre’”, completa.

Infecção fúngica: “Similar à vaginose bacteriana, a infecção fúngica também é causada por um desequilíbrio do pH vaginal, além de fatores como estresse, uso de antibióticos, práticas sexuais e mudanças na dieta, sendo que mulheres diabéticas são um dos grupos com maior predisposição a sofrerem com o problema”, afirma a ginecologista. “Também causando irritação, a condição pode ser diferenciada da vaginose pela aparência do corrimento, que é mais espesso e esbranquiçado.”

Vaginite atrófica: a vaginite atrófica, ou atrofia vaginal, é caracterizada pelo ressecamento e inflamação da vagina devido à diminuição da produção de estrogênio. “Ocorrendo geralmente na menopausa, mas podendo se desenvolver também durante a amamentação ou devido a condições que afetam a produção natural de estrogênio, a vaginite atrófica pode ser identificada pela presença de irritação e corrimento na região intima, além de ressecamento vaginal, dor ao urinar, necessidade constante de ir ao banheiro, incontinência urinária, infecções do trato urinário e desconforto e sangramento durante relações sexuais”, diz a médica.

Alergias e dermatites: certos produtos que entram em contato com a região íntima podem causar hipersensibilidade com consequente surgimento de irritação vaginal. “Os principais culpados são os produtos que contam com fragrâncias, incluindo preservativos, sabonetes, espermicidas e lubrificantes. Absorventes e roupas intimas de tecidos sintéticos também favorecem o surgimento de irritação na região. Nesses casos, o problema fica ainda pior caso a região seja repetidamente exposta ao produto que causou a irritação”, destaca Eloisa.

ISTs: muitas infecções sexualmente transmissíveis apresentam irritação como sintoma. Porém, entre elas, a tricomoníase é uma das principais causadoras do problema. “É uma infecção sexualmente transmissível muito comum causada por um protozoário que afeta principalmente a vagina, a vulva e o colo do útero. Geralmente, o quadro da tricomoníase é assintomático, mas podem surgir sintomas como corrimento amarelo-esverdeado, irritação e odor fétido, sendo assim sintomaticamente muito parecida à vaginose, diferenciando-se pela coloração do corrimento, que, como dito, é mais esverdeado. E, se não tratada, a condição pode evoluir para uma doença inflamatória pélvica e até mesmo causar infertilidade”, alerta a especialista.

A boa notícia é que grande parte das causas da irritação vaginal pode ser prevenida por meio de cuidados básicos, como higienizar a região íntima diariamente e enxugar bem a área para evitar que fique úmida, o que a torna um ambiente propicio para a proliferação de fungos e bactérias.

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“Na hora da higienização, opte por produtos hipoalergênicos e que sejam formulados especialmente para a região íntima. Além disso, cuidado com o uso de sabonetes bactericidas e duchas vaginais, que causam alterações na microbiota responsável pela proteção da região”, aconselha a médica. “Evite ainda utilizar roupas íntimas sintéticas, dando preferência para aquelas que são feitas de tecidos que permitam a respiração adequada da região íntima, como o algodão. E sempre use preservativo para ter relações sexuais.”

No entanto, caso você apresente irritação vaginal persistente, o mais importante é consultar um médico, já que apenas ele poderá diagnosticar o problema corretamente e recomendar o melhor tratamento para cada caso, que pode variar dependendo da causa da irritação. “Por exemplo, enquanto alterações hormonais podem ser tratadas através de cremes hormonais tópicos ou a substituição da pílula anticoncepcional, alergias e dermatites são solucionadas apenas com a interrupção da utilização do agente causador do problema. Por fim, infecções bacterianas e fúngicas, assim como IST’s, podem ser resolvidas por meio do uso de antibióticos tópicos e orais”, finaliza a médica.

Fonte: Eloisa Pinho é ginecologista e obstetra, pós-graduada em ultrassonografia ginecológica e obstétrica pela Cetrus. Parte do corpo clínico da clínica GRU Saúde, a médica é formada pela Universidade de Ribeirão Preto, realiza atendimentos ambulatoriais e procedimentos nos hospitais Cruz Azul e São Cristovão, além de também fazer parte do corpo clínico dos hospitais São Luiz, Pró Matre, Santa Joana e Santa Maria.

Carnaval vem aí: entenda os riscos de não se prevenir sexualmente

Todos os dias, mais de 1 milhão de pessoas entre 15 e 49 anos contraem doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), de acordo com dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Isso equivale a mais de 376 milhões de novos casos anuais de doenças como clamídia, gonorreia, tricomoníase e sífilis.

“São doenças transmitidas pela relação sexual sem proteção. Com o carnaval se aproximando, época em que muitos caem na folia e abusam do álcool, nunca é demais reforçar a importância do uso de preservativo”, alerta Karina Tafner, ginecologista e obstetra, especialista em endocrinologia ginecológica e reprodução humana pela Santa Casa, e especialista em reprodução assistida pela Febrasgo.

Para que você entenda o risco de não se prevenir, a médica lista as DSTs e os danos causados à saúde:

exame de sangue são luiz
HIV
É a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causadora da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+.

Sífilis
Infecção causada pela bactéria Treponema pallidum. Surge 20 a 30 dias após o contato sexual, como uma úlcera genital indolor. A úlcera desaparece após alguns dias, mas, se não tratada a doença, pode evoluir para estágios mais avançados, podendo levar à morte.

Gonorreia
Causada pela bactéria Neisséria gonorrhoeae. O quadro clínico é variado na mulher, podendo ser “silenciosa” (assintomática), até causar quadro grave de cervicite (inflamação da cerviz, cérvix ou cervice, que é a parte mais estreita do colo uterino).

Tricomoníase
É causada pelo protozoário Trycomona vaginalis. Na mulher, causa corrimento esverdeado, abundante e fétido. Não há sintomas em homens.

Clamídia
Bactéria que pode causar desde um discreto corrimento até Doença Inflamatória Pélvica, que se caracteriza por febre e intensa dor pélvica. Se não tratada, pode evoluir para sepse e morte.

HPV-Infection vírus
Imagem: Agência Aids

Condiloma acuminado
É causada pelo Human Papiloma Vírus (HPV), que está relacionada ao câncer de colo do útero e ao câncer do pênis. Na vulva e no pênis, se caracteriza por pequenas verrugas.

Herpes simples
Infecção viral que se manifesta através do surgimento de pequenas bolhas muito doloridas ao redor da boca ou dos lábios genitais, que estouram e formam lesões crostosas.

Cancro mole
Causada pela bactéria Haemophilus ducrey. O quadro clínico se caracteriza pelo aparecimento de lesões dolorosas na região genital. A secreção dessas feridas pode contaminar diretamente, sem ter relações sexuais, outras pessoas e outras partes do corpo.

Mycoplasma genitalium
É uma bactéria de transmissão sexual que causa doença semelhante à clamídia e à gonorreia, mas com uma secreção mais transparente.

hepatite

Hepatite B e hepatite C
São transmitidas, principalmente, pelo contato com sangue contaminado, mas também por relação sexual. A transmissão sexual da hepatite C é pouco frequente, com menos de 3% em parceiros estáveis, mas ocorre em pessoas com múltiplos parceiros, sem uso de preservativo. Além disso, a coexistência de alguma DST – inclusive o HIV – é um importante facilitador dessa transmissão.

HTLV (Vírus Linfotrópico T humano)
Há dois subtipos: HTLV-1, que pode causar um quadro raro de leucemia e de doenças neurológicas, e o HTLV-2, com quadro clínico ainda não estabelecido.

“A maneira mais eficaz de evitar uma DST é utilizar a camisinha, tanto a feminina quanto a masculina, seja no sexo anal, vaginal e oral”, finaliza Karina.

Fonte: Febrasgo

Carnaval também é tempo de se cuidar

Médicos do Hospital Sírio-Libanês dão dicas sobre como evitar problemas com o uso do glitter e alertam sobre importância do protetor solar, do repelente de insetos e do preservativo

O Carnaval chegou muita gente se prepara para sair nos blocos ou para viajar a fim de relaxar. Os médicos alertam que, nos dois casos, é preciso se precaver para evitar que a festa termine antes por causa de situações inesperadas como irritação nos olhos provocada pela maquiagem e queimaduras de sol. Ou, mais grave ainda, pegar febre amarela. Isso sem falar nas precauções necessárias para evitar as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST).

Mas, com pequenos cuidados, é possível evitar esses problemas e aproveitar a folia ou o descanso. Veja, abaixo, as dicas de médicos do Hospital Sírio-Libanês.

Glitter e maquiagem

olhos maquiagem brilho carnaval

O glitter e a maquiagem colorida fazem parte da rotina carnavalesca, mas eles exigem certos cuidados. O glitter, por exemplo, é uma partícula sólida e, se entrar no olho, pode arranhar a córnea (porção transparente, anterior do olho, como se fosse o vidro de um relógio). “Uma lesão na córnea, mesmo pequena, pode provocar dor, sensação de corpo estranho e vermelhidão ocular, podendo evoluir para infecções como conjuntivite e úlcera de córnea”, explica Newton Kara Jose Junior, oftalmologista do Hospital Sírio-Libanês.

Caso o produto entre no olho, o oftalmologista recomenda não esfregar, mas sim lavá-lo com bastante água corrente, inicialmente, ou instilar colírio lubrificante, preferencialmente. “Se não sair, é preciso ir a um pronto-socorro.”

Com relação à maquiagem, ele alerta: “Verifique a data de validade dos produtos antes de aplicá-los nos olhos”. Outra recomendação é não compartilhar produtos como base, sombras, lápis e pincéis – assim, evite maquiagem colocada à disposição de convidados em banheiros e camarotes, por exemplo. Os principais sinais de problemas provocados pelo mau uso de cosméticos são irritação e vermelhidão, olhos secos, coceira, visão embaçada, sensação de areia nos olhos, secreção e pálpebras inchadas.

limpeza maquiagem glitter fita

Por fim, mas não menos importante, o oftalmologista lembra que é necessário limpar toda a maquiagem ao chegar em casa: “Nunca durma com maquiagem. Isso evitará irritações nos olhos.”

Protetor solar

mulher tomando sol protetor solar

Para quem sairá em blocos, ou vai para a praia, o protetor solar é item obrigatório de acordo com médica dermatologista Cristina Abdalla. “O ideal é usar um protetor com FPS 30, que oferece quase 96% de proteção”, explica.

A médica alerta que o protetor deve ser usado mesmo que o dia esteja nublado. Além disso não esquecer das medidas gerais de proteção, como procurar a sombra, usar roupas protetoras, como chapéu, boné, camiseta etc.

A dermatologista explica que, para quem vai sair em blocos, o ideal é passar o protetor e só depois aplicar a maquiagem. Dessa forma, a pele fica protegida e não interfere na produção carnavalesca.

Outra dica importante é reaplicar o protetor a cada duas horas ou sempre que necessário, ou seja, depois de transpirar ou de entrar no mar ou piscina.

Febre amarela

mulher passando repelente - Foto WiseGeek

Para quem vai viajar no Carnaval, a recomendação da médica infectologista Mirian Dal Ben é se informar se a área tem registro de febre amarela. Há casos registrados recentemente no litoral paulista (norte e sul), vale do Ribeira e região Sul do país. Por isso, a vacina é essencial e deve ser tomada dez dias antes da viagem.Quem não pode tomar a vacina, caso de maiores de 60 anos com restrições médicas, gestantes, crianças com menos de seis meses e transplantados ou pacientes que tomam imunossupressores, devem usar repelente o tempo todo.

“Repelentes devem ser aplicados sobre a pele exposta e podem ser borrifados sobre as roupas, mas não é necessário passar o produto nas áreas cobertas pelas roupas”, explica a médica. Para gestantes e crianças, uma boa dica é usar roupas que cubram boa parte do corpo para que a quantidade total do repelente a ser aplicado seja reduzida”, afirma a médica.

Pode-se aplicar uma fina camada na face, colocando o repelente nas mãos, esfregando uma palma contra a outra e, em seguida, aplicando-o à face. Deve-se evitar o contato com os olhos e boca. “Mas lembre-se de higienizar as mãos depois da aplicação para evitar contato inadvertido com os olhos, mãos e genitais”, alerta a infectologista. E lembre-se de reaplicar o produto conforme a indicação da embalagem, pois ele vai perdendo a eficácia.

Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)

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Outro aliado importante e que não pode ser esquecido no Carnaval é o preservativo. É a forma mais eficaz e barata de se prevenir as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), como Aids, sífilis e gonorreia. De 2006 a 2015, a taxa de detecção de casos de Aids no Brasil entre jovens do sexo masculino de 15 a 24 anos aumentou em mais de duas vezes. O boletim do Ministério da Saúde aponta, também, um aumento expressivo no número de casos de sífilis no país. “Por isso, o uso de preservativo é muito importante”, alerta a infectologista Mirian Dal Ben.

Fonte: Hospital Sírio-Libanês

Dicas para mulheres cuidarem da saúde íntima durante o Carnaval

Nos dias de folia, elas devem levar na bolsa um kit básico com camisinhas, lenços de papel, lenços umedecidos e álcool em gel a fim de evitar doenças e infecções

O Carnaval chegou, tempo de muita azaração, festas, bailes e trios elétricos. Você curte ou não curte a festa?  Fica preocupada com  filha, irmã ou amigas que curtem?  Então, atenção: redobre os cuidados e avise a elas para fazerem o mesmo nos dias de folia, principalmente em razão da vida sexual mais ativa e da necessidade, muitas vezes, de uso de banheiros públicos, além do calor típico desta época do ano.

Tudo isso junto é uma bomba relógio. Como é quase impossível saber, com certeza, se o crush de carnaval pode te passar o vírus da Aids ou outra Doença Sexualmente Transmissível (DST); ou se naquele dia “X” alguém pode engravidar, a ginecologista Juliana Pierobon, da Altacasa Clínica Médica, na capital paulista, enfatiza que a prevenção é essencial.

beijo blindanimal
Foto: Blindanimal/MorgueFile

“A questão não é confiar ou não no parceiro ou parceira com quem está se relacionando. Se a pessoa – homem ou mulher – foi infectado antes desse encontro no Carnaval, você não tem como saber e talvez nem ele mesmo saiba que tem uma doença venérea. Então, não dá para abrir mão da prevenção. Além disso, existe o risco de uma gravidez indesejada. Os métodos mais comuns de prevenção são a camisinha e as pílulas anticoncepcionais. Mas vale ressaltar que o anticoncepcional não previne as DSTs e deve ser sempre receitado por um ginecologista, porque o uso de medicação indevida pode provocar diversos efeitos colaterais, como dores de cabeça, náuseas, tonturas e até aumento ou redução de peso”, explica a especialista.

camisinhas

É possível optar também por diversos métodos na prevenção da gravidez indesejada e da infecção por DSTs: preservativo feminino, pílula do dia seguinte, Diafragma, Dispositivo Intra Uterino (DIU); Adesivo Transdérmico (adesivo fino colocado sobre a pele, que libera hormônios semelhantes aos produzidos pelo ovário); anticoncepcionais injetáveis hormonais; uso do anel vaginal (anel flexível e transparente que é introduzido no canal vaginal e fica localizado próximo ao colo do útero, liberando os hormônios); ou até realizar um Implante Subdérmico (pequenas cápsulas ou hastes plásticas do tamanho de um palito de fósforo que liberam hormônio semelhante à progesterona).

“O mais importante é buscar orientação médica para que seja utilizado o melhor método contraceptivo que se adeque ao organismo e à necessidade de cada mulher, sem esquecer da camisinha que previne as DSTs”, ressalta a ginecologista.

Evitando doenças em banheiros públicos

banheiro feminino alvimann

A médica alerta que outro grande problema em festas como o Carnaval são os banheiros. Seja banheiro químico ou aquele do bar mais próximo, nunca é seguro sentar no vaso sanitário público. “Recomendo evitar a todo custo tocar as superfícies do vaso sanitário. Nesta hora, é preciso exercitar o agachamento das coxas, pois há risco de contaminação pela água, urina ou fezes, que podem ocasionar micoses, doenças de pele ou infecção bacteriana”, explica.

Segundo a ginecologista da clínica Altacasa, o mais seguro é preparar um kit básico e levar na bolsa para evitar doenças e infecções. “Camisinhas, lenços de papel, lenços umedecidos e álcool em gel são essenciais para quem vai passar o dia inteiro fora de casa, na folia”, conclui.

Mitos e verdades sobre o uso de banheiro público

Muitas vezes estamos na rua e precisamos usar um banheiro, e a única saída é mesmo o público. Neste mesmo momento, nos lembramos de que não existe lugar como o banheiro de casa, afinal, nela sabemos a frequência com que ele é limpo e como esta limpeza é feita. Isso nos faz sentir mais seguros.

Só que não temos garantias quando precisamos usar um banheiro de rua. Assim, foram criados muitos mitos sobre usar banheiros públicos e como garantir a saúde. A seguir, um infográfico – feito pela empresa Personal Clean RJ – tenta desmistificar algumas dessas ideias tão presentes no senso comum.

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Hoje é o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita

Instituído em março deste ano pela Lei No 13.430, o primeiro Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita será celebrado em 21 de outubro próximo. A proposta surgiu com o grupo do Setor de DST da Universidade Federal Fluminense e da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis (SBDST), com sede na Associação Médica Fluminense, em Niterói (RJ), em função do alarmante aumento da doença por toda a população brasileira.

Sífilis é uma doença infecciosa transmitida pela bactéria Treponema pallidum por meio do sexo desprotegido ou transfusão sanguínea. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que é mais contagiosa. Ela se inicia com feridas nos genitais (externo e interno) e outras áreas do corpo como boca e ânus, que podem desaparecer espontaneamente, por isso dá a falsa impressão de cura.

A lesão inicial geralmente é única, indolor, limpa de bordas duras (cancro duro) e acompanhada de íngua na virilha. Algumas semanas depois surgem manchas na pele (abdome, tronco, palmas das mãos e plantas dos pés). Se não tratada, a infecção pode causar lesões no cérebro, no coração e nos ossos futuramente.

“Conhecida como ‘o camaleão da medicina’, a sífilis é uma doença que engana muito a gente. Se você abrir a página de um livro de clínica médica verá que ela entra em diversos diagnósticos: queda de cabelo, queda de sobrancelha, unha deformada, problema mental de neurossífilis, manchas no corpo, hepatite, pancreatite, aneurisma de aorta e doença cardiovascular entre muitos outros. O resultado positivo para sífilis não é necessariamente igual a ter a doença, porque se a pessoa já teve e tratou, pode haver uma cicatriz sorológica, o que possibilita que o exame dê positivo. Ao mesmo tempo, se a pessoa está no primeiro estágio da doença, no início, o exame pode dar negativo”, explica Mauro Romero, presidente da SBDST.

Em 2015, o número de indivíduos notificados com sífilis adquirida foi de 65.878, além de 33.365 gestantes com a doença no mesmo período no país. Os casos de sífilis congênita, transmitidas de mãe para filho, chegaram a 19.228, dos quais 687 resultaram em abortos e 661 em natimortos, sem contar os 221 óbitos pós-nascimento, um total que ultrapassa inclusive o número de mortes provocadas pelo zika vírus.

Aumento

Assessor do Programa Estadual e Municipal de DST/Aids de São Paulo, o obstetra e ginecologista Valdir Monteiro Pinto chama a atenção para os dados do Ministério da Saúde, que indicam que a sífilis adquirida vem crescendo em todas as faixas etárias no Brasil. De 2010 a 2015, os casos notificados subiram de 1.249 para 65.878, ou seja, 52 vezes. Os maiores aumentos ocorreram entre os jovens de 13 a 19 anos (61 vezes), seguido de pessoas entre 20 e 29 anos (59 vezes) e acima de 50 anos (55 vezes).

“As mulheres se encontram em situação de maior vulnerabilidade para aquisição das ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) em geral e da sífilis em particular, principalmente pela dificuldade de negociação para o uso de preservativo em razão da desigualdade de gênero. Por outro lado, os homens, apesar de mais vulneráveis às doenças crônicas e de morrerem mais precocemente, não buscam os serviços de saúde de atenção básica, o que dificulta o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno das ISTs, incluindo a sífilis”, reflete Valdir Monteiro Pinto.

Com o objetivo de oferecer informações técnicas atualizadas sobre a transmissão vertical do HIV, sífilis e hepatites virais, o Programa Municipal de DST/AIDS de São Paulo desenvolveu o aplicativo TV-SP. O app é direcionado especialmente para os profissionais da atenção primária e maternidades, de forma a subsidiá-los na tomada de decisão do pré-natal ao puerpério, contribuindo para melhoria da qualidade do serviço de saúde ofertado à população.

Grávidas

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Foto: Luciana Ferraz/Pixabay

“Mulheres que engravidam com a infecção, sem diagnóstico nem tratamento devido transmitem a bactéria pela placenta para o feto, causando abortamento ou infecção no recém-nascido, que deverá apresentar várias sequelas graves como deformações dentárias, nos ossos, surdez, perda da visão, deficiência mental e até morte”, adverte Paulo Giraldo, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp). Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que 25% das grávidas que têm sífilis sofrem aborto espontâneo ou dão à luz bebês natimortos.

“A meta era a erradicação da doença até os anos 2000, mas, infelizmente, foi o contrário. Houve um aumento crescente dos casos notificados de sífilis adquirida e de sífilis congênita, doenças que podem ser claramente curadas com o tratamento adequado. A realização da terapêutica indicada, quando do diagnóstico em gestantes, impede que haja a transmissão do agente para a criança. A gestante deve fazer o pré-natal para que haja o diagnóstico e o tratamento correto, durante a gravidez, impedindo a transmissão do treponema para o seu bebê”, aponta Claudio Barsanti, presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

A transmissão vertical da sífilis ainda se mantém em taxas elevadas, apesar de possuir protocolo clínico bem conhecido, com triagem sorológica disponível e de baixo custo. A prevenção é feita com o uso de preservativo em todas as relações sexuais (vaginal, anal ou oral). Na gravidez é mandatório o exame de sangue para diagnóstico e tratamento precoce e a parceria sexual deve ser investigada.

“O aumento da oferta de acesso a exames e a informações prestadas pela equipe de saúde, em um ambiente de envolvimento e comprometimento, com maior adesão aos tratamentos prescritos e à prevenção, podem reduzir os indicadores de morbidade na população geral, de morbimortalidade materno-infantil e redução dos índices de sífilis congênita”, enfatiza o assessor dos programas de DST/Aids de São Paulo.

Mais informação

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Ilustração: Treponema pallidum – Science Source

“A melhor forma de se diminuir o número de casos é a informação à sociedade e, principalmente, às futuras mães sobre o tratamento e a realização adequada do pré-natal”, concorda o presidente da SPSP.

“A união das especialidades médicas afins no combate à sífilis, tanto adquirida quanto congênita, deve ser cada vez mais intensa, com um fluxo de informações eficiente para que os médicos tenham dimensão do tamanho do problema e passem isso para os seus pacientes”, reforça o presidente da Sogesp.

Os postos de saúde oferecem testes rápidos para diagnosticar a doença, e o resultado deveria sair na hora, porém, segundo a SBDST, em alguns locais chega a demorar mais de 30 dias. “O exame de sífilis, VDRL, é feito a mais de 100 anos e conta com inúmeras publicações e campanhas para o combate da doença, mas, infelizmente, ainda temos um enorme problema pela frente. Precisamos aproveitar a oportunidade do Dia Nacional de Combate à Sífilis e construir a necessidade de unir diversos grupos para acabar com a doença”, destaca Mauro Romero.

O tratamento da doença é feito gratuitamente por meio do serviço público, entretanto, a penicilina, medicamento utilizado para administrar o tratamento, segundo Mauro, há anos conta com problemas de abastecimento.

Fontes: SBDST / Sogesp / SPSP

Saúde promove testagem de sífilis no Terminal Jabaquara

Testes gratuitos, preservativos e sachês de gel lubrificante serão ofertados hoje, entre as 9 e 16 horas; ação visa incentivar a prevenção contra sífilis adquirida e congênita

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo oferece nesta terça-feira, 27 de julho, a partir das 9 horas, testes gratuitos de sífilis para os frequentadores do Terminal Jabaquara. A finalidade da ação é orientar a população quanto à importância de se prevenir contra a sífilis adquirida e congênita no estado de São Paulo.

A testagem ocorre na plataforma A do Terminal Jabaquara e é realizada pelo Centro de Referência e Treinamento DST/ Aids, em parceria com a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU). Serão ofertados 500 testes e haverá distribuição de 7 mil preservativos masculinos, 3 mil preservativos femininos e 5 mil sachês de gel lubrificante.

Nos últimos anos, verifica-se o crescimento no número de casos de sífilis adquirida, ou seja, sexualmente transmitida. Em 2015, foram 25.987 casos em SP, contra 2.685 em 2007. Em todo o período, foram notificados 113.004 casos. A maior parte dos casos foi do sexto masculino (61,3%). A adoção de comportamentos preventivos e a importância do tratamento é fundamental para combater a doença.

Embora também seja prevenível, a sífilis congênita tem aumentado. Foram notificados 28.121 casos de sífilis congênita doença entre 1986 e junho de 2016. O cuidado no pré-natal, bem como o diagnóstico e o tratamento precoces, são essenciais para evitar a propagação da sífilis.

“Cada etapa do processo na linha de cuidado da gestante, especialmente na atenção pré-natal, deve ser rigorosamente cumprida. É fundamental a ampla cobertura na oferta de testes para sífilis e retorno dos resultados em tempo hábil, tratamento adequado para gestante e parceiro sexual, orientação para prática sexual segura e planejamento reprodutivo”, afirma Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual DST/ Aids-SP.

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Para obter mais informações sobre sífilis e os serviços especializados disponíveis pelo SUS (Sistema Único de Saúde), basta acessar o site ou ligar para Disque DST/Aids, pelo número 0800-16- 2550, de segunda à sexta-feira, das 8 às 18 horas.

Médicos invadem Praia do Gonzaga para orientar mulheres sobre contracepção, DST e Zika

SOGESP e APM promovem atividade educativa e ações junto à comunidade sobre diversos temas de saúde feminina em 28 e 29 de janeiro, das 9h às 14h

A Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP), em parceria com a Associação Paulista de Medicina (APM), promove um mutirão para orientar as mulheres sobre importantes temas de saúde feminina, na praia do Gonzaga, Santos, nos dias 28 e 29 de janeiro, das 9 às 14 horas.

Médicos especialistas e estudantes esclarecerão as dúvidas de participantes. Também haverá distribuição de camisinhas, folders explicativos, panfletos, brindes, água, suco, além de sorteio de livros, música ao vivo e zumba.

Batizada de Verão Mulher SOGESP, a ação receberá o público na tradicional barraca da APM, localizada próxima ao Canal 3. Haverá, de maneira gratuita e acessível a todos os banhistas, palestras curtas, com duração de dez a quinze minutos, que abordarão relação de zika, dengue e gravidez; higiene genital feminina; sífilis adquirida e congênita; gravidez não planejada; e mortalidade materna e infantil.

A Associação de Obstetrícia e Ginecologia tem preocupação permanente com a saúde da mulher brasileira. É fundamental para nós a aproximação com a comunidade, a fim de tornarmo-nos ponto de referência para quem busca informação de qualidade.

Atividades como essa são idealizadas exclusivamente em prol do cidadão, daí a importância dessa união da APM com a SOGESP, pois transmitiremos conhecimento de excelência à saúde da mulher, em particular para a prevenção de doenças e cuidados pré-natal.

DST

O número de infecções sexualmente transmissíveis não para de crescer. Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que no Brasil há, por ano, 937 mil novos casos de sífilis, 1,5 milhão de gonorreia, 1,97 milhão de clamídia, 640 mil de herpes genital e 685 de HPV. Relatório emitido pelo Ministério da Saúde, em 2009, calcula que cerca de 10 milhões de brasileiros já apresentaram sintomas de alguma DST. “As pessoas acreditam que são imunes às doenças sexualmente transmissíveis e praticam sexo desprotegido. A sociedade construiu um preconceito perigoso ao redor das DST, acreditando que só acometem determinadas classes sociais, faixas etárias e orientação sexual. Isso não é verdade: todos podem ser infectados”, alerta Rose Luce Amaral, médica do Hospital da Mulher CAISM, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), responsável por palestra sobre o tema no Verão Mulher SOGESP.

camisinhas

Sífilis Congênita

Dados da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, divulgados em 2015, afirmam que, em seis anos, a sífilis congênita teve aumento de 135%; já em gestantes, o percentual chegou a 1.407%. Encarada como epidemia pelo Ministério da Saúde, é uma doença silenciosa, capaz de acarretar problemas sérios, como aborto, má formação do feto ou morte no nascituro.
Diante deste cenário preocupante, João Carlos Francez, especialista em Doenças Sexualmente Transmissíveis pela Sociedade Brasileira de DST, abordará a incidência, as formas de transmissão, os sintomas, o tratamento e, principalmente, a prevenção.
“Devido ao expressivo crescimento do número de infectados, é fundamental informar a comunidade a respeito da sífilis, tanto a adquirida quanto a congênita”, reforça.

Mortalidade materna

Levantamento da Secretaria Estadual de Saúde, desta vez conjunto à Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), aponta que a Baixada Santista apresenta a maior taxa de mortalidade materna e infantil de São Paulo – os índices estão 36,4% acima da média. Este tópico será discutido em apresentação do professor do Centro Universitário Lusíada e diretor da Regional de Santos da SOGESP, Francisco Lázaro Pereira de Souza.
Segundo Souza, “os indicadores apontam as condições de saúde de uma população e o compromisso que a sociedade tem com o direito das mulheres. Estima-se que 90% dos óbitos de mulheres grávidas poderiam ser evitadas com atendimento adequado. A morte materna tem nome e história, não é apenas um número”.

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Contracepção

Jarbas Magalhães, vice-presidente da SOGESP, tratará dos principais métodos de contracepção. “No mundo, a taxa média de gravidez é de 133 a cada dez mil mulheres entre 15 e 44 anos. Destas, 40% não foi planejada. Em países em desenvolvimento, mais de 200 milhões desejam evitar a gestação, mas não fazem uso de contraceptivos”, informa.
Segundo Magalhães, o cenário é agravado pela falta e uso incorreto desses mecanismos. “Por isso, vamos desmitificar as opções de longa duração, como DIU e implante, que reduzem significativamente a ocorrência de gravidez não planejada”.

Zika

A falta de políticas públicas para saúde reprodutiva voltou a preocupar a população geral após a descoberta da relação da infecção por zika com a microcefalia. Estudo da Universidade de Brasília identifica que 50% das mães em potencial preferem evitar engravidar por medo do vírus. Sergio Floriano Toledo, diretor científico da Regional de Santos da SOGESP e professor mestre da Faculdade de Ciências Médicas de Santos, orientará sobre os perigos às gestantes ocasionados pela dengue e zika. “Também abordarei a proliferação de larvas do Aedes aegypti, que podem ficar em latência por até um ano. Repassarei dicas sobre proteção contra os mosquitos, com uso de repelentes e de roupas claras que cubram as pernas e braços – áreas mais suscetíveis às picadas. Não somente, grávidas devem sempre usar camisinha nas relações sexuais com os parceiros, uma vez que
a doença geralmente pode ser assintomática nos homens”, anuncia.

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Higiene íntima

Aliada à prevenção de doenças, a manutenção do microbioma feminino auxilia na preservação da saúde da mulher. Paulo Girado, presidente da SOGESP, apresentará aula referente à higiene íntima, destacando a utilização de produtos adequados, como absorventes, depilação e lingerie. “Manifestações consequentes à higienização incorreta podem ser confundidas com doenças como candidíase. O ideal é adotar uma limpeza que não peca por falta nem excesso e que remove a maior parte do material orgânico acumulado, além da aplicação de produtos que não agridam a pele e a mucosa vulvar”, diz. “Logo, dedicarei meu tempo para esclarecer mitos e verdades presentes no senso comum”.

Verão Mulher SOGESP

O evento Verão Mulher SOGESP faz parte de um amplo projeto da SOGESP para todo estado com atividades mensais, cujo objetivo é aproximar a instituição da população, priorizando assuntos pertinentes à saúde das mulheres.

Programação 28/01

Horário Atividades
09h00 – 10h00 Abertura do evento
Atividades física integrada Profª Camila Geanoni
10h00 – 10h40 Mortalidade materna e infantil – Dr. Francisco Lázaro Pereira de Sousa
10h40 – 11h20 Sífilis Adquirida / Congênita – Dr. João Carlos Francez
11h20 – 12h00 DST – Dra. Rose Luce Gomes do Amaral
12h00 – 12h40 Zika / Dengue e gestação – Dr. Sérgio Floriano de Toledo
13h00 – 14h00 Apresentação da bateria (Estudantes de Medicina do Centro Univers. Lusíada)

Programação 29/01

Horário Atividades
09h00 – 10h00 Abertura do evento
Atividades física integrada Profª Camila Geanoni
10h20 – 10h40 Higiene Genital Feminina – Dr. Paulo Cesar Giraldo
10h20 – 10h40 Gravidez não planejada – Dr. Jarbas Magalhães
10h40 – 11h00 DST – Dra. Rose Luce Gomes do Amaral
11h00 – 12h00 Sorteio de Brindes e Livros
12h00 – 12h20 Zika / Dengue e gestação – Dr. Sérgio Floriano de Toledo
12h20 – 12h40 Sífilis Adquirida / Congênita – Dr. João Carlos Francez
12h40 – 13h00 Mortalidade materna e infantil – Dr. Francisco Lázaro Pereira de Sousa
13h00 – 14h00 Apresentação Dr. Ronaldo/Encerramento

Dia Internacional do Preservativo, AHF Brasil diz: “Envolva seu Amor!”

Prevenção das DST, HIV e sexo seguro com o uso do preservativo é o principal foco da AHF em mais de 130 eventos em 31 países – além de mais de 30 mobilizações nos Estados Unidos. De maneira humorada, a AHF pretende promover o uso do preservativo nas relações sexuais.

AIDS Healthcare Foundation (AHF), a maior organização de HIV em todo o mundo, operando em 35 países, celebra mais uma vez o Dia Internacional do Preservativo – International Condom Day (ICD). A celebração acontece hoje, dia 13 de fevereiro, para promover a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST), HIV e gravidez não planejada com a distribuição gratuita de preservativos e a realização de eventos sobre sexo seguro em mais de 31 países ao redor do mundo, incluindo os Estados Unidos. AHF pretende realizar mais de 160 eventos em todo planeta.

“Estamos preocupados porque, em todo o mundo, o incentivo público para a importância do uso de preservativos para salvar vidas, está caindo no esquecimento. Manter esse compromisso é necessário e vital por parte dos governos, escolas e organizações de saúde para promover o acesso aos preservativos, que tem acontecido de maneira oscilante e por pouco tempo”, disse Terri Ford, chefe de Política Global e Advocacia da AHF.

“Em alguns países, como a Índia, a escassez de preservativos tem deixado a população mais vulnerável exposta a riscos desnecessários, como as DST e a gravidez indesejada. Este ano nós estamos atraindo a atenção internacional para a importância do sexo seguro e também buscando passar uma mensagem positiva aos jovens sexualmente ativos, para que usem o preservativo cotidianamente, que é fundamental”, completa.

AHF chegou ao Brasil em 2013. A nova sede brasileira da AHF será consolidada em fevereiro deste ano, na cidade de São Paulo. O principal objetivo da AHF Brasil é ampliar o acesso a testagem rápida para o HIV para população em geral e também às populações mais vulneráveis – jovens, gays, homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis, transexuais, profissionais do sexo e pessoas que usam drogas.

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A AHF assinou, em 2014, um acordo com a Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Osvaldo Cruz, para o desenvolvimento de ações de testagem móvel e pesquisas relativas a testagem e comportamento que beneficiarão as ações desenvolvidas pelo Programa Estadual de DST e Aids do Rio de Janeiro. Ainda em 2014, AHF Brasil expandiu-se para a Região Amazônica a partir da parceria do Departamento Nacional de Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde do Brasil.

Com organizações da Sociedade Civil local, a AHF colabora com as ações da Interfederativa do Amazonas – uma ação do Governo Federal em conjunto com o Governo do Amazonas, para o desenvolvimento de programas de acesso da população à testagem e tratamento necessário ao HIV e Aids. Além disso, é uma das premissas da AHF Brasil ampliar suas ações de prevenção, utilizando inúmeras estratégias de comunicação como forma de mobilização para a adoção de práticas seguras, com o objetivo de evitar a infecção pelo HIV.

“Nós, da AHF Brasil, estamos otimistas em obter parcerias aqui no país que colaborem com a divulgação do Dia Internacional do Preservativo com o tema Envolva seu Amor!, compartilhando ou publicando a arte da campanha criada para o dia 13 de fevereiro. A ideia é atingir o maior número de brasileiros, principalmente os jovens, sobre a importância do uso do preservativo, e assim consolidar o Dia Internacional do Preservativo no Brasil”, acrescentou Cristina Raposo, coordenadora da AHF Brasil.

Atualmente, cerca de 734 mil pessoas vivem com o vírus HIV no Brasil. Destas, 145 mil não sabem que tem o vírus. Os jovens entre 15 e 24 anos formam um dos grupos que mais preocupa as autoridades e profissionais de saúde envolvidos com o combate à aids no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, em oito anos foram registrados mais de 30 mil casos da doença nesse grupo da população.

Para saber mais sobre as ações e eventos, clique aqui.

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Curta o Carnaval e não descuide da saúde!

Foliões devem ter cuidado redobrado com as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) durante a festa

De acordo com o Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, as DST são um dos problemas de saúde pública mais comuns em todo o mundo. Em ambos os sexos, elas tornam o organismo mais vulnerável a outras doenças, inclusive a Aids.

No Brasil, segundo as estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), ocorrem mais de 5 milhões de novos casos de infecções de transmissão sexual como sífilis, gonorreia, clamídia, herpes genital e HPV a cada ano. Durante o carnaval, em meio aos blocos, diversão, fantasias, bebidas alcoólicas e muita música, há quem acabe se descuidando da proteção durante a relação sexual, o que pode favorecer a aquisição de certos tipos de agentes infecciosos. O infectologista do Fleury Medicina e Saúde, Celso Granato, tira algumas dúvidas sobre as DST mais comuns. Confira:

beijo blindanimal
Foto: Blindanimal/MorgueFile

É possível contrair uma DST pelo beijo?
Há inúmeros relatos de infecção pelo Treponema pallidum (sífilis) e pelo herpes simples pelo beijo.

Há risco de transmissão com a prática de sexo oral?
Sim, há. Novamente, há inúmeros relatos de transmissão de sífilis pelo sexo oral, além de herpes simples e do HPV. Mais raramente, mas não menos importante, pode haver infecção pelo HIV.

É possível pegar Aids ou doenças venéreas ao sentar em sanitários públicos, dividindo o mesmo copo, abraçando ou beijando?
Embora esse seja um dos maiores mitos da história das doenças sexualmente transmissíveis (DST), não se transmite sífilis, gonorreia, clamídia ou ainda herpes simples dessa forma; entretanto, no caso do HPV existe a possibilidade de transmitir o vírus pelo contato sexual de forma mais genérica, ainda que o ato sexual não seja completo. “Brincadeiras sexuais” que não envolvam o coito propriamente dito podem permitir a infecção pelo HPV (e não pelos outros agentes) ainda que de forma menos eficiente.

HPV-Infection vírus
Imagem: Agência Aids

O que é o HPV?
Da família papillomaviridae, a espécie papilomavírus humano abrange mais de 200 subtipos. Boa parte produz apenas verrugas, e cerca de 20 a 30 tipos alojam-se na área genital. Dois deles, o HPV-16 e o HPV-18, estão fortemente relacionados ao câncer de colo uterino. A forma mais comum de transmissão é a sexual. Mas os vírus também podem ser encontrados vivos em roupas íntimas, sabonetes, objetos, instrumentos médicos e até nas mãos, o que explica a possibilidade de contrair a doença mesmo em relações sexuais com preservativo. A infecção causa coceira e irritação, na fase inicial, e produz verrugas genitais, que podem trazer desconforto e sangrar. A infecção persistente determina alterações nas células da região, que podem evoluir para lesões que predispõem ao câncer. Existe tratamento para todos os tipos de lesão, que, entretanto, não elimina a presença do vírus. Por outro lado, nem sempre a infecção traz sintomas, por isso é importante manter o acompanhamento ginecológico e urológico periódico.

Sexo anal amplia o risco de contrair DST?
Sim, devido ao trauma. Como nessas situações a lubrificação é muito menor (e mesmo que haja, no sexo vaginal há outros mecanismos de proteção), o risco de transmissão aumenta.

Herpes só passa quando um dos parceiros está com feridas?
Infelizmente, não. O vírus herpes simples pode ser eliminado na fase entre as crises com feridas (período intercrítico). Por essa razão, o cuidado tem de ser contínuo, ainda que o paciente-fonte não tenha lesões naquele momento.

Uso de preservativo diminui em 100% o risco de contaminação dessas doenças?
Não, mas reduz substancialmente. O uso deve ser fortemente estimulado.

Saiba mais sobre a vacina contra o HPV
A vacina quadrivalente contra o HPV, comercializada no Brasil sob licenciamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é indicada para a população feminina e masculina de 9 a 26 anos, preferencialmente antes do início da vida sexual, porém pode ser feita a qualquer momento nessa faixa etária. Se for prescrita por um médico, pode ser aplicada também em pessoas com mais de 26 anos. O esquema recomendado é composto por três doses. A segunda dose deve ser administrada dois meses após a primeira, e a terceira dose administrada quatro meses após a segunda. Como eventos adversos, podem ser relatados febre e dor, eritema ou edema no local da aplicação, segundo o infectologista. Mais informações podem ser obtidas na entrevista em vídeo do médico Celso Granato.
Fonte: Fleury