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Refeição à base de vegetais sai até 60% mais barata do que com ingredientes de origem animal

Diante da escalada da inflação da carne, pratos mais saudáveis economizam renda familiar, aponta levantamento da Mercy For Animals em capitais

A diferença do custo de preparar pratos tradicionais contendo carne bovina e utilizando apenas vegetais – mantendo as mesmas características nutricionais – pode chegar a até 60%.

MCStudio79/Pixabay

Este é o resultado de um levantamento feito pelo programa Alimentação Consciente Brasil (ACB), promovido pela ONG Mercy for Animals (MFA) no Brasil, com base em comparativos nas capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife.

A pesquisa analisou os valores de uma refeição tradicional que inclui feijão carioca, arroz branco, cenoura com abobrinha, salada de alface, tomate e beterraba, e sobremesa (laranja). A única diferença foi a substituição da carne moída por hambúrguer de feijão.

Na capital pernambucana, por exemplo, uma refeição tradicional com carne moída, que custaria R$ 5,17 para ser preparada, cai para R$ 3,15 se tiver apenas produtos vegetais no seu preparo, numa economia de 39%. Na tabela a seguir, veja a diferença em cada capital:

Para efeito de comparação, a substituição de uma refeição tradicional por um prato à base de produtos 100% vegetais, durante um mês (30 dias), geraria economia total no orçamento individual de R$ 141,30 em Belo Horizonte, R$ 140,10 em São Paulo, R$ 108,30 no Rio de Janeiro e R$ 60,60 no Recife, conforme a pesquisa.

“A substituição da carne bovina por feijão ou outras leguminosas, como lentilha, grão-de-bico, entre outras, é uma saída mais em conta e mais saudável para as pessoas continuarem a ter um consumo de proteína e ferro adequados”, explica Bruna Nascimento, nutricionista e Especialista Sênior em Políticas Alimentares da MFA.

Versatilidade

Segundo Bruna, o feijão é uma ótima fonte desses nutrientes, assim como de fibras. Um pedaço de 100g de carne pode ser substituído, por exemplo, por sete colheres de sopa de feijão ou uma concha grande. Ela acrescenta que o feijão pode ser preparado cozido ou em outros formatos, como hambúrguer, almôndega e patê.

“Ao fazer essa substituição, também vale a pena atentar ao consumo de algum alimento rico em vitamina C junto ou logo após as refeições. Isso ajuda a aumentar a absorção do ferro presente nos feijões”, alerta a nutricionista, citando o consumo de frutas e suco natural.

Alimentação consciente

Foto: Pablo Merchan Montes/Unsplash

O programa Alimentação Consciente Brasil (ACB) tem o objetivo de incentivar o aumento do consumo de alimentos de origem vegetal, como frutas, legumes, verduras e grãos, que devem ser a base de uma alimentação saudável e sustentável, de acordo com as principais autoridades mundiais relacionadas à saúde e ao meio ambiente.

Em seus cinco anos de existência, o programa já contribuiu para que mais de 15 milhões de refeições à base de vegetais fossem servidas em instituições parceiras do poder público, oferecendo uma consultoria inteiramente gratuita para adaptação de cardápio, treinamentos teóricos em educação nutricional e ambiental para nutricionistas e equipes pedagógicas e treinamentos práticos em cozinha vegetal para equipes de cozinha.

“Fazendo essa inclusão no cardápio de instituições que servem refeições em larga escala, como escolas e restaurantes populares, conseguimos contribuir significativamente para uma mudança sistêmica na cultura alimentar. Apesar de não ser um objetivo do programa, a otimização de recursos em instituições do poder público é uma consequência que possibilita um reinvestimento em uma maior diversidade de alimentos de origem vegetal nos cardápios ou até no fomento de formas mais justas de produção, como a agricultura familiar”, diz Alice Martins, Gerente Sênior de Políticas Alimentares do ACB.

Fonte: Mercy For Animals

Como evitar a deficiência nutricional em dietas veganas

Com mudança na alimentação, os níveis de ferro, B12 e cálcio podem diminuir

Os veganos não consomem nenhum produto de origem animal, como carne, leite e derivados. Com a falta de determinadas comidas na sua dieta, eles precisam procurar outras fontes que compensem o valor nutricional perdido nessa mudança. É o caso do ferro e cálcio, por exemplo. Ambos são extremamente importantes para o funcionamento do organismo. Portanto, o ideal é procurar um nutricionista para receber as melhores orientações em relação à nova alimentação.

André Nascimento, nutricionista e professor de Nutrição da Uninassau Recife, explica que o ferro é o responsável pela produção de hemoglobinas e energia muscular. Ou seja, não pode faltar de maneira alguma no corpo. Sem ele, o sistema imunológico enfraquecerá. “Algumas opções para essas pessoas são brócolis, couve, leguminosas, aveia, quinoa e castanha de caju, por exemplo. Porém, a absorção do nutriente por meio desses alimentos é um processo lento. O ideal é completar a refeição com frutas e vegetais ricos em vitamina C”, explica.

Em relação ao cálcio, o nutricionista comenta que tem um importante papel no desenvolvimento e manutenção dos ossos. A deficiência pode causar fraturas e o surgimento da osteoporose. “Como os veganos não ingerem o leite de vaca, fonte rica em cálcio, eles podem trocá-lo pelo de nozes ou soja. Para manter o nível do nutriente mais alto, há o tofu, as sementes, os legumes e os cereais para o café da manhã”, afirma. A vitamina B12 e o iodo também precisam ser observados. Enquanto a falta do primeiro pode afetar o sistema nervoso, o segundo tem relação com o hipotireoidismo.

Nascimento reforça que nosso corpo não consegue produzir uma grande quantidade de nutrientes. É por isso que o cardápio deve ser formado por diversos alimentos. No caso da deficiência, sintomas indicarão que sua alimentação não está balanceada. Eles podem ser fadiga, problemas de memória, dor de cabeça, unhas fracas, pele ressecada, entre outros.

Para evitar problemas de saúde, é importante realizar a mudança no cardápio com a ajuda de um profissional. Ele vai indicar os alimentos necessários para manter uma vida saudável, planejar suas refeições e fazer acompanhamentos para avaliar a dieta com o passar do tempo.

Fonte: Uninassau Recife

12 Burger and Beer muda cardápio para atender vegetarianos

Com o “monte o seu vegetariano” é possível substituir as 8 (oito) opções de Burguers de carne da casa pelo hambúrguer de abóbora

Com o objetivo de reunir para uma refeição todas as tribos e famílias independentemente de suas preferências gastronômicas, o 12 Burger and Beer acaba de colocar em seu cardápio mais essa novidade. Trata-se do hambúrguer vegetariano à base de abóbora, que pode substituir o hambúrguer de carne em qualquer lanche do restaurante. De acordo com Giovanni Avilla, sócio proprietário, a novidade abre um leque de sabores e opções para os frequentadores da casa. O hambúrguer vegetariano servido no o 12 Burger and Beer é composto por 120 gramas de burguer de abóbora, lascas de queijo parmesão, agrião, cebola roxa, chutney de tomate e maionese.

“Resolvemos substituir a carne bovina por um hambúrguer de abóbora para atender famílias e grupos de amigos, que têm entre os membros pessoas vegetarianas. As 8 (oito) opções de Burguers do cardápio podem ser substituídas pelo delicioso hambúrguer de abóbora. Esta novidade chama-se ‘monte o seu vegetariano’ ”, explica Giovanni.

Além dos hambúrgueres, o 12 Burguer and Beer também oferece entradas sofisticadas como a coxinha de rabada servidas com molho de agrião, o bolovo (ícone da comida de boteco) com maionese de curry, entre outras delícias. A casa tem ainda o chope Pilsen e as cervejas IPA nas versões tradicional e com notas de Maracujá, todos artesanais, ou drinques como o Cranberry Vodka, feito com suco de cranbery, limão siciliano, laranja e vodca.

O restaurante serve ainda sobremesas como a Mousse de Chocolate com Crocante de Macadâmia e o Pudim da Vovó (pudim de pão com creme inglês, sorvete de baunilha, açúcar, canela e laranja), que juntamente com uma xícara de café, podem fechar todas as refeições.

Foto: Gianluca Avilla

O 12 Burger and Beer fica entre os bairros de Pinheiros e Vila Madalena e recebe famílias e grupos de amigos de quarta-feira a domingo para o almoço, happy hour e jantar. A casa também é dog friendly e tem espaço bike friendly.

12 Burger and Beer: Rua Simão Álvares, 1018 – Pinheiros – São Paulo. Horário de atendimento: quarta e quinta-feira, das 12h às 21h, sexta-feira e sábado, das 12h às 23h; aos domingos, das 12h às 22h.

Campanha no metrô: “Ser vegano é uma delícia” desmistifica os sabores da comida vegana

Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) lança movimento para mostrar que existe muito sabor e possibilidades em uma alimentação à base de vegetais

Se você não é familiarizado com a variedade de opções veganas, já deve ter ficado na dúvida se existe bolo, chocolate, pizza, sorvete, hambúrguer e até sobremesas como cheesecake em versões sem leite, ovos e carnes. Pois saiba que tem. E são muito saborosas.

É com essa intenção que a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) lançou na terça-feira (26), a campanha “Ser vegano é uma delícia” que visa aproximar quem não experimentou alimentos veganos e está aberto a aprender – e conhecer – o mundo de sabores inigualáveis que a alimentação vegetal oferece.

A mensagem da campanha está, em um túnel adesivado, ao longo de mais de 25 metros, da Estação Paulista, acesso da Av. Angélica do metrô e em diversos edifícios comerciais, nas redes sociais da SVB e no site da ação, com e-books de receitas disponíveis para quem quer não só provar, mas também preparar as delícias.

“Cada vez mais as pessoas estão descobrindo os sabores e as infinitas possibilidades das comidas veganas, seja em um prato mais natural, ou em novas versões lançadas quase que diariamente por restaurantes, lanchonetes e a indústria”, comenta o presidente da SVB, Ricardo Laurino.

Para ele, um complemento incomparável às opções veganas é o benefício às comidas gostosas é o benefício de saber que estará se nutrindo de um alimento que respeita os animais, o meio ambiente e cuida da saúde.

Além disso, ser vegano hoje é muito mais fácil. As prateleiras dos supermercados oferecem, cada vez mais, uma ampla variedade de produtos prontos para o consumo, como maionese, hambúrguer, queijos e carnes 100% vegetais. São opções que auxiliam, especialmente, a transição para a nova alimentação.

Por isso a SVB facilita a vida de todo vegano – ou de quem deseja experimentar uma das tantas delícias 100% vegetais – com o mapa “Onde tem opção vegana”. Nele, estão cadastrados mais de 3,5 mil estabelecimentos de todo Brasil.

Conforme o levantamento realizado pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) em 2021 e encomendado pela SVB, 32% dos entrevistados disseram escolher uma opção vegana quando essa informação é destacada pelo restaurante ou estabelecimento. Uma prova de que, no Brasil, tem demanda para as comidas deliciosas e sem ingredientes de origem animal.

Informações: SVB

“O veganismo é inevitável”, diz presidente da SVB em audiência no Senado Federal

Ao falar sobre alimentação plant-based, Ricardo Laurino ressaltou os impactos positivos dessa escolha não só para os animais, mas também à saúde da população e do planeta

Uma audiência pública da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, realizada na quarta-feira (27), serviu de aviso aos políticos e à sociedade sobre a urgência de informar as pessoas a respeito dos benefícios de uma alimentação sem carne, ovos e leite, e a necessidade de criar políticas públicas que abordem o tema.

Conforme pesquisa de 2018 do Ibope, 14% da população brasileira se considera vegetariana, escolha que, para o presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), Ricardo Laurino, é cada vez mais inevitável.

“Se temos a possibilidade de consumir produtos que evitam a morte e a exploração de bilhões de animais, que contribuem com uma menor pegada ambiental, tema importantíssimo atualmente, que podem facilitar a uma transição para uma alimentação mais saudável e reduz os riscos de pandemias, estamos sim lidando com um tema inevitável para a realidade atual”, explicou Laurino.

Realizada a pedido do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), a audiência contou com especialistas em saúde e representantes de organizações da causa animal e ambiental. A nutricionista Shila Minari informou que as dietas vegetarianas são nutricionalmente adequadas e podem reduzir em até 74% as chances de ter diabetes.

Para embasar as falas, foram citadas pesquisas, que também mostraram que a alimentação plant-based ainda reduz os riscos de hipertensão, depressão e doenças mentais.

Outra contribuição importante da alimentação sem produtos de origem animal é o menor impacto ambiental em relação à pecuária. Tema extremamente urgente, pois conforme documento publicado em abril por cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas Globais (IPCC), a última década teve o maior crescimento de emissões de gases do efeito estufa da história e os países têm só até 2025 para reduzi-las drasticamente para que a temperatura do planeta suba entre 1,5°C e 2°C.

“Em relação aos impactos ambientais, eles não se limitam às emissões de gases do efeito estufa. Vão desde o consumo de água, passando pelo uso excessivo de terras e a ineficiência na produção de comida. Ao colocar um alimento de origem animal no prato, muitas pessoas não entendem que, a cada 10 calorias que aquele alimento traz, em torno de 100 calorias foram utilizadas para produzir aquele bife. Quanto mais nós incentivamos a produção de origem vegetal, maior é a nossa eficiência na produção de alimentos”, alertou Laurino.

Para o presidente da SVB, os aspectos envolvendo a saúde do planeta e das pessoas se somam à questão ética, afinal, é difícil lidar com a realidade de que mais de 70 bilhões de animais terrestres são mortos anualmente para o consumo humano.

Por tantos motivos relevantes, Laurino acredita que a escolha por uma alimentação sem produtos de origem animal faz parte de um processo natural de desenvolvimento da sociedade humana que, diante de novos questionamentos, deverá renovar diversas posturas.

Fonte: Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB)

Carne vegetal: será modismo ou tendência portadora de futuro?

É amplamente conhecida a ocorrência na sociedade de grupos denominados vegetarianos ou veganos. De forma simplificada, pode-se dizer que os primeiros são os que excluem qualquer tipo de carne (incluindo peixes e frutos do mar) de sua alimentação; os veganos vão além, evitando qualquer produto animal, como manteiga, leite, ovos ou mel, além de não usar roupas e acessórios de couro, pele, lã, seda e cosméticos testados em animais. Em 2018, a Sociedade Vegetariana Brasileira realizou um levantamento, com o apoio do Ibope, constatando que 14% da população brasileira se declara vegetariana o que, provavelmente, inclui veganos.

Mas quem desenvolve ou comercializa a carne vegetal, conhecida nos Estados Unidos pela sigla PBM (plant based meat) não busca atingir apenas os adeptos do veganismo ou os vegetarianos. Os produtos PBM, que imitam o sabor e a textura da carne bovina, focam especialmente nos consumidores que gostam de carne, mas que acreditam que a diminuição de seu consumo pode ter impactos econômicos, ambientais e de bem-estar animal significativos e positivos, por reduzirem a produção pecuária.

Como é feita a carne vegetal?

A carne é composta, fundamentalmente, de tecido muscular dos animais. As plantas não têm músculos. Então, como as plantas se tornam um pedaço de carne que parece, cheira, tem gosto e cozinha como carne?

Para responder, precisamos aprofundar a análise. A carne é composta de proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e água. Embora as plantas não tenham músculos, elas também contêm proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e água. Então, o processo se baseia na semelhança bioquímica entre plantas e animais para obter um produto vegetal que imita a carne. Para cada proteína, lipídio ou composto funcional encontrado na carne existe um análogo ou substituto no reino vegetal. Se um substituto não existir na natureza, podemos tentar obtê-lo por meio de tratamento mecânico, químico ou biológico de um ingrediente vegetal. Ou introduzir em vegetais um gene responsável pelo composto ausente, que esteja presente em animais, utilizando técnicas de transgenia.

O arranjo espacial das proteínas no tecido muscular cria a textura típica da carne. Quando moída, a carne tem uma textura mais simples e é mais fácil de replicar do que pedaços maiores como a picanha, o filé, o peito de frango ou costeletas de porco, feitas de tecido muscular intacto. Facilita a produção de hambúrgueres, mas há desafios técnicos a serem superados para imitar a textura dos cortes inteiros de carne, utilizando ingredientes vegetais.
O processo genérico para produzir carne à base de plantas envolve três etapas principais. A primeira é a seleção e o cultivo das plantas que produzirão as matérias-primas. A seguir ocorre o seu processamento para separar as proteínas, gorduras, fibras e outros ingredientes necessários à produção da PBM. Finalmente ocorre a mistura dos ingredientes, nas proporções adequadas para criar a textura, o aspecto e o sabor tão próximos quanto possíveis da carne.

Qual o foco mercadológico da carne vegetal?

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O conceito de carne à base de plantas vem sendo trabalhado há tempos. No entanto, os primeiros produtos à base de plantas, que imitavam carne, tinham em mente atingir consumidores vegetarianos, e não tentaram replicar a carne convencional.
O impulso recente tem como pano de fundo temas como sustentabilidade, segurança alimentar e os impactos ambientais e de saúde pública que seriam provenientes da pecuária industrial. No caso, buscam atrair os consumidores em geral, em vez de nichos de mercado. Isso levou a uma série de inovações durante a última década. Atualmente, as opções de carne à base de vegetais atraem o segmento de consumidores em rápido crescimento, que vem sendo denominados pelos estudiosos de “flexitarianos”, em livre tradução do termo inglês “flexitarian”.

Os consumidores “flexitarianos” buscam opções de alimentos à base de plantas que criem a mesma experiência sensorial da carne de origem animal. Digamos que esses consumidores reduzem o consumo de carne, mas não desistem completamente da experiência sensorial dos produtos de origem animal. Essa decisão de comer mais vegetais geralmente se deve a preocupações com a saúde, o meio ambiente ou a proteção dos animais. Também pode ser, simplesmente, uma forma de obter novidade e variedade com refeições saborosas e acessíveis. O aumento do flexitarianismo está na base do crescimento do mercado de alimentos à base de plantas.

Qual o futuro previsível da carne vegetal?

Apesar do crescimento recente do mercado, a carne à base de plantas representa, atualmente, apenas 1% do mercado de carnes no varejo dos EUA. Tudo indica que o mercado deverá crescer se o produto agradar em cheio os consumidores, desligando-se do fundamento inicial da menor emissão de gases do efeito estufa (GEE). Chamamos a atenção para esse aspecto, porque o argumento pode ser falacioso pois, segundo um artigo publicado pelo Prof. Jayson Lusk (Purdue University), para cada 10% de redução no preço de PBM, estima-se que o decremento nas emissões equivale a 0,34% das emissões dos EUA devidas à produção de carne bovina e 1,14% se incluída a redução das emissões devidas às mudanças no uso da terra.
Assim, é improvável que mesmo reduções substanciais nos preços das alternativas de PBM tenham impactos ponderáveis sobre as emissões da pecuária nos EUA. O artigo do Prof. Lusk e colaboradores pode ser acessado aqui.

Considerando que os sistemas de produção pecuária no Brasil são menos intensivos em emissões de GEE que os americanos, o mesmo poderia ser afirmado para o Brasil. Apoiando esse fato está um sistema de produção bovino desenvolvido pela Embrapa, denominado Carne Carbono Neutro, que garante que os animais que deram origem ao produto tiveram as emissões de metano entérico compensadas durante o processo de produção, pelo crescimento de árvores no sistema (ver mais aqui).

Isto posto, desapareceria o argumento de menor emissão de GEE com a redução do consumo de carne. Assim, entendemos que o futuro do mercado será modulado por quatro fatores principais:
a) a adesão dos consumidores aos produtos BPM, em especial dos jovens recém ingressos no mercado, sem hábitos de consumo arraigados e dispostos a novas experiências, atribuíveis a um diversificado conjunto de razões que inclui desde modismo, sensações organolépticas favoráveis e crença em maior sustentabilidade;
b) o avanço da tecnologia de produção, que será tanto mais bem-sucedida quanto mais a textura e o sabor de um produto BPM se aproximar da carne;
c) o custo dos produtos BPM comparativamente aos produtos cárneos;
d) a agressividade dos lobbies comerciais e o sucesso do marketing dos produtos BPM.

*Por Décio Luiz Gazzoni, engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja e membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS)

Dia Mundial Sem Carne: lives da SVB ensinam receitas acessíveis e deliciosas

Chefs vão preparar pratos sem ingredientes de origem animal e dar dicas sobre a alimentação à base de vegetais pelo Instagram, no domingo (20)

Para a SVB, é de extrema importância reforçar à população que é possível ter uma alimentação sem carne e que ela pode ser fácil e prática. Montar um prato sem ingredientes de origem animal é, além de tudo, saudável e sustentável.

Durante as lives, conteúdos sobre nutrição serão disponibilizados para ajudar as pessoas que querem fazer a transição para o veganismo. No guia Descubra Novos Sabores, por exemplo, há um passo a passo para reduzir o consumo de alimentos de origem animal até retirá-la completamente das refeições, com novas opções, muito mais saudáveis.

Criado em 1985 nos Estados Unidos, com a ONG Farm, o Dia Mundial Sem Carne é uma data consagrada no calendário do movimento vegano. Em todo mundo, grupos fazem ações de conscientização sobre os impactos que o consumo de carne traz e os diversos benefícios de uma alimentação baseada em vegetais.

Seja pelo planeta, animais ou saúde, as pessoas estão buscando cada vez mais reduzir o consumo de carne. De acordo com uma pesquisa realizada pela SVB em parceria com o Ipec, em 2018, o Brasil já tem 30 milhões de vegetarianos e cerca de 7 milhões de veganos.

Programe-se:
Lives SVB Dia Mundial Sem Carne
No domingo (20), pelo perfil do Instagram @sociedadevegetariana

Padoca Vegan – Opções Veganas para o Café da Manhã e Lanche da Tarde
Horário: 11h

Restaurante Jaca Verde – Torta Vegana
Horário: 12h

Fonte: Sociedade Vegetariana Brasileira

N.OVO lança linha de frangos plant based

Com cinco opções inovadoras para variar o cardápio, a empresa mira na expansão das ofertas e se tornar uma linha completa de alimentos 100% à base de vegetais

A N.OVO, startup que produz alimentos à base de plantas, acaba de lançar sua linha de frangos com cinco novas alternativas para a substituição da carne de origem animal. Pioneira no Brasil ao produzir e oferecer um substituto para ovos, a foodtech tem a missão de promover novos hábitos e mudanças positivas no planeta com produtos inclusivos e sustentáveis, por isso se dedica à criação de novas opções inovadoras, nutritivas e deliciosas, visando tornar-se uma linha completa com produtos feitos 100% à base de vegetais e mudar a maneira das pessoas se alimentarem. Para comemorar o lançamento e esse passo tão importante para a empresa, a N.OVO promoveu um evento na La Fruteria no Rio de Janeiro, com a presença de diversos influenciadores e degustação em primeira mão da novidade.

A novidade conta com versões empanadas de filé de peito, empanadinhos (iguais aos ‘nuggets’) e coxinha, e outras duas para grelhar de filé de peito de frango em cubinhos. Todos são feitos a base de proteínas vegetais e ingredientes criteriosamente selecionados para serem únicos na categoria. “Os frangos da N.OVO são uma versão evoluída das carnes à base de plantas já presentes no mercado. Utilizamos tecnologia distinta para a obtenção de texturas que mimetizam realmente as fibras, cor e sabor similares ao peito de frango. Nosso foco é criar produtos nutritivos, que sejam também prazerosos de comer, proporcionando um impacto positivo na vida das pessoas e seus hábitos alimentares”, explica Amanda Pinto, fundadora da N.OVO.

O lançamento faz parte da estratégia da empresa de ampliar sua oferta de alimentos. A N.OVO, que nasceu dentro da Mantiqueira, hoje é uma spin off do grupo e possui em seu portfólio com uma linha de substitutos vegetais para ovos em receitas e preparações como omelete e ovos mexidos, e também versões de maioneses à base de plantas, que tradicionalmente levam ovos na sua composição. “Com autonomia em nossa operação, temos agora uma maior abertura para focar no crescimento e desenvolvimento do negócio. E essa novidade é só o começo do que estamos planejando oferecer ao consumidor. Queremos criar uma linha completa de alimentos mais saudáveis, inclusivos, sustentáveis e deliciosos contribuindo para que essa mudança tão necessária seja mais rápida, prazerosa e efetiva”, comenta Amanda.

A cadeia produtiva de proteína animal é responsável pelo uso exacerbado de água, terras e altas emissões de gases de efeito estufa relacionados ao aquecimento global. Reduzir o consumo desses alimentos, substituindo-os por vegetais, ou trocando totalmente, é uma das formas mais efetivas de mitigar efeitos negativos nos hábitos de consumo ao meio ambiente. Segundo dados da Campanha Segunda Sem Carne, o impacto gerado, ao trocar produtos de origem animal em apenas um dia, chega a reduzir a emissão de CO2 em 14 quilos, equivalente a 100 km rodados em um carro, e 3.400 litros de água, cerca de 26 banhos de 15 minutos.

Além do impacto positivo no planeta, uma alimentação centrada em vegetais favorece a prevenção de doenças crônicas e degenerativas, pois reduz o consumo de gorduras saturadas e colesterol, consequentemente diminuindo o risco de diabetes, infartos e/ou outras doenças cardiovasculares, e até alguns tipos de câncer.

Neste primeiro momento, apenas as três versões empanadas já estão disponíveis e poderão ser encontradas, no valor a partir de 25 reais, nas lojas físicas da Casa Santa Luzia, em São Paulo, e nas unidades da La Fruteria, no Rio de Janeiro. As versões para grelhado de filé de peito e cubinhos, chegam em breve nas gôndolas dos mercados. E ainda, no começo de 2022, chegará às grandes redes varejistas como, por exemplo, o Pão de Açúcar.

Sobre a N.OVO

A N.OVO, startup que produz alimentos à base de plantas, é pioneira no Brasil ao produzir e oferecer um substituto para ovos em receitas e em preparações como omelete e ovos mexidos. A empresa nasceu com o intuito de mudar o jeito que as pessoas se alimentam e gerar menos impacto no planeta. Visando ser uma linha completa de alimentos 100% à base de vegetais, a foodtech se dedica à criação de produtos inovadores, inclusivos, sustentáveis e que mimetizam os alimentos de origem animal. Hoje já possui alternativas para ovos, maioneses e carne de frango e pretende lançar outras novidades durante 2022.

Informações: N.OVO

ONG internacional lança ebook gratuito com receitas veganas para festas de fim de ano

Sinergia Animal oferece livro de receitas veganas para ajudar consumidores interessados por alimentação consciente

A organização internacional de proteção animal Sinergia Animal, que opera no Brasil e em outros países da América Latina e do Sudeste Asiático, lançou um novo livro de receitas veganas para as festas de fim de ano. O ebook está disponível para download gratuito pelo site da organização e contém 9 receitas vegetais e dicas para veganos, para quem for recebê-los em casa ou para aqueles que desejam experimentar pela primeira vez uma celebração de fim de ano livre de crueldade e mais saudável.

A ONG realizou parceria com influenciadores e blogueiros como Olives For Dinner, Healthy Little Vittles, Danza de Fogones, Mira Weiner e Maca Bites para elaborar dicas sobre como montar a melhor tábua de aperitivos veganos, entradas, acompanhamentos e pratos principais como seitan bourguignon, nhoque de abóbora e sobremesas como panacota com coulis de morango.

“Sabemos que a construção de um mundo mais justo com os animais, os humanos e o meio ambiente é crucial e, por isso, criamos este livro com receitas veganas deliciosas que impressionará qualquer convidado com seus novos sabores”, conta Aline Baroni, Diretora de Comunicação da Sinergia Animal. “Mas é muito mais do que só comida saborosa. É uma ferramenta poderosa para inspirar nossa sociedade a se comprometer com o verdadeiro espírito de Natal e Ano Novo”.

No mundo inteiro, a alimentação vegetal tem crescido conforme mais pessoas se conscientizam sobre os impactos ambientais, a crueldade animal e a própria saúde. Estudos indicam que a alimentação vegana, em oposição à dieta com produtos de origem animal, é a maneira mais eficaz de reduzir o impacto individual sobre o meio ambiente.  

“A crise climática é iminente e nós precisamos parar de consumir produtos de origem animal, que são, de longe, os alimentos que mais poluem e desperdiçam recursos. Se não fizermos o melhor que podemos agora, especialistas temem que possa ser tarde demais”, explica Baroni.

Um estudo sobre veganismo publicado em 2018 descobriu que eliminar produtos de origem animal da dieta reduz drasticamente o impacto individual nas emissões de gases de efeito estufa, na acidificação dos oceanos e no uso de terras e água. O relatório indica que 83% das terras agricultáveis são utilizadas para a pecuária, que produz apenas 18% das calorias alimentares e 37% das proteínas consumidas globalmente.

Para produzir produtos de origem animal, a indústria agropecuária utiliza 50% de toda a terra habitável do planeta. Isso não só possui um impacto enorme sobre o meio ambiente, como uma imensidão de hectares de terra são frequentemente devastados e populações indígenas são expulsas para abrir espaço para a pecuária intensiva.

“Manter uma alimentação vegetal é também um compromisso com a justiça pelos povos indígenas e do campo que têm sido, em muitos países, profundamente ameaçados pelos avanços de grandes corporações exportadoras de carne e soja para alimentar animais da pecuária”, afirma Baroni.

Seja por interesse pelo estilo de vida vegano, por querer impressionar suas visitas com novas receitas ou porque receberá convidados veganos nos eventos de fim de ano, para te ajudar, este ebook está disponível para download gratuito clicando aqui.

Sobre a Sinergia Animal

A Sinergia Animal é uma organização internacional de proteção animal que trabalha em países do Sul Global para reduzir o sofrimento dos animais na pecuária e promover escolhas alimentares mais compassivas. Somos reconhecidos como uma das ONGs de proteção animal mais efetivas do mundo pela Animal Charity Evaluators (ACE).

Restrição alimentar: como seguir uma dieta equilibrada sem perder nutrientes

A lista de tipos de dietas existentes é enorme. Muitos estão em busca de uma nova alimentação por estilo de vida, como é o caso do vegetarianismo ou veganismo, por exemplo, que vem ganhando adeptos nos últimos tempos. Também há dietas mais restritivas para tratar algumas doenças, como celíacos e os intolerantes à lactose. Em todas elas, é importante ficar atento aos cuidados para poder manter uma alimentação equilibrada e sem perder nutrientes.

Intolerância ao glúten e à lactose

Nos últimos anos foi possível notar um crescimento nos diagnósticos de alergia e intolerância ao glúten e a lactose. No dr. consulta, por exemplo, o número de pacientes com intolerância à lactose aumentou desde 2018. Considerando os dados cadastrados entre janeiro e agosto ano a ano, foram 490 diagnósticos em 2018, 512 em 2019, 524 em 2020, e 658 em 2021.

No caso da intolerância ou alergia à lactose, tem basicamente aqueles indivíduos que são desde o nascimento e aqueles que se tornam ao longo da vida, por problemas absortivos decorrentes de algumas condições patológicas ou alterações da microbiota ou, caso mais frequente, por um decréscimo na produção da lactase, a enzima que digere a lactose. Com isso, esse açúcar natural de alguns alimentos deixa de ser bem digerido e pode começar a provocar sintomas como dores abdominais, gases, diarreia.

O tratamento da intolerância à lactose consiste na exclusão da lactose da dieta ou sua significativa redução, dependendo do caso. Quando não bem planejada, pode acarretar deficiência de cálcio e vitamina D na dieta. Para obter o diagnóstico correto é indicado procurar um gastroenterologista que irá avaliar o caso e a conduta mais adequada.

No caso da intolerância ao glúten, a doença celíaca, é uma doença autoimune, que se desenvolve em indivíduos com predisposição, caracterizada pela permanente sensibilidade ao glúten, uma proteína do trigo e de outros cereais (centeio, malte, cevada, por exemplo). A ingestão pode resultar em sintomas gastrointestinais e em inflamação no intestino.

Foto: Shutterstock

Entre os nutrientes associados às deficiências em pacientes celíacos não tratados, destacam-se as vitaminas do complexo B, D, E e os minerais cálcio, zinco, ferro e magnésio. O único tratamento para os indivíduos é uma dieta rigorosa, isenta de glúten, que implica em abolir produtos como, por exemplo, macarrão, pães, bolos, bolachas, cervejas, entre outros. Apenas a eliminação do glúten da alimentação permite que o intestino se regenere por completo da lesão e o organismo se recupere. Contudo, se houver reintrodução do glúten, as inflamações regressam e os sintomas reaparecem.

Vegetarianismo e veganismo

De acordo com uma pesquisa do The Good Food Institute (GFI) Brasil realizada em parceria com o Ibope, 49% dos brasileiros teriam reduzido o consumo de carne, sendo que 39% declararam já consumir alternativas vegetais pelo menos três vezes por semana e 59%, ao menos uma vez por semana. No entanto, a ausência da proteína de origem animal na dieta pode trazer algumas consequências caso não tenha uma orientação adequada para alimentos que possam substituir possíveis carências

Segundo Mariana Maciel, nutricionista referência do dr. consulta, principalmente os mais jovens vêm adotando o vegetarianismo e o veganismo, mas nessa faixa etária é importante ter uma alimentação adequada, já que o corpo ainda está em fase de desenvolvimento.

“Uma pessoa que decide retirar a carne, ou mesmo qualquer tipo de alimento de origem animal, deve procurar uma orientação profissional adequada para evitar possíveis problemas desbalanceamentos da dieta que poderiam levar a deficiência de ferro, cálcio, gorduras do tipo ômega, proteína, além das vitaminas D e B12, que podem ocasionar anemia, queda de cabelo, fraqueza e até problemas de memória”, alerta Mariana.

Reposição de nutrientes

É possível encontrar nos alimentos de origem vegetal a maioria dos nutrientes. A proteína e o ferro, por exemplo, podem ser encontrados na quinoa, soja e seus derivados (tofu, leite de soja), as leguminosas (feijões, lentilha, grão-de-bico, ervilha), os cogumelos, a chia e a linhaça. Aliás, a chia e a linhaça também são algumas das melhores provedoras de ômega-3 entre os vegetais – só é importante que elas sejam batidas para que a liberação da gordura seja mais eficiente.

Embora o leite seja o mais conhecido como principal fonte de cálcio, vegetais também podem conter a vitamina: couve, rúcula, quiabo e brócolis. As bebidas vegetais fortificadas com cálcio também são boas escolhas. E para quem tem intolerância, já existe opções de leite especialmente desenvolvidos sem a lactose.

Já as dietas sem glúten podem implicar na redução do consumo de vitaminas do complexo B e podem ser deficientes em ferro, devido a maioria das farinhas de trigo serem enriquecidas com o mineral. É recomendado incluir hortaliças e alimentos ricos em fibras na alimentação. Quem tem intolerância deve estar sempre atento aos rótulos, os fabricantes precisam informar se há presença ou não de glúten

A maior parte de vitamina D necessária para o organismo é produzida por meio da exposição da pele aos raios de sol, por cerca de 15 minutos diariamente. Além disso, ela é encontrada na gema do ovo, leite enriquecido, nata, manteiga e peixes com alto teor de gordura, como salmão e sardinha. Já a vitamina B12 é majoritariamente encontrada em alimentos de origem animal, como carnes, leites e ovos. “Por isso, é importante buscar orientação profissional para que seja possível avaliar a melhor forma de obter esse nutriente”, pontua a nutricionista do dr. consulta.

Fonte: dr. consulta