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3 doenças que afetam a saúde feminina e os principais tratamentos

Diagnóstico precoce, estilo de vida saudável e opções terapêuticas assertivas garantem mais qualidade de vida às pacientes

Para reduzir a incidência e a evolução de doenças que afetam a saúde feminina, é fundamental implementar ações preventivas, reforçar a importância do diagnóstico precoce e escolher o tratamento ideal para que as pacientes tenham mais qualidade vida e as chances de cura aumentem.

Veja três doenças comuns entre as mulheres e os respectivos diagnósticos e tratamentos.

Câncer de Mama

O câncer de mama é a neoplasia com maior incidência, exceto o câncer de pele não melanoma, entre as mulheres. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2022 o número de novos casos de câncer de mama representaram 30% do total de tumores malignos acometidos no público feminino.

Segundo levantamento da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (Fidi), gestora de serviços de diagnóstico por imagem, o número de exames de mamografia realizados nas unidades onde a instituição atua, em São Paulo e Goiás, apresentou aumento de 30,5% em 2022.

Além do estilo de vida saudável, com dieta balanceada e atividade física, redução do consumo de álcool e reposição hormonal sem acompanhamento médico, os exames de rastreamento são fundamentais para a redução do agravamento da doença. Para Vivian Milani, médica radiologista da Fidi, especialista em saúde da mulher, além do autoexame, é muito importante que os exames periódicos sejam sempre realizados porque nem sempre o nódulo é o único sintoma do câncer de mama. “Existem alguns nódulos e calcificações não palpáveis que só podem ser detectados por meio da mamografia”, alerta.

O diagnóstico precoce vai contribuir para um tratamento mais assertivo e para aumentar as chances de cura. “O uso de biossimilares, em terapias conjugadas com quimioterapia, tem combatido, de forma bastante eficaz, o câncer de mama, bem como contribui para a ampliação do acesso a tratamentos oncológicos”, comenta Maria Cristina Figueroa Magalhães, oncologista parceira da Biomm, pioneira em biomedicamentos no país.

De acordo com a especialista, o tratamento com trastuzumabe apresentam resultados muito positivos para casos de câncer de mama em estágio inicial bem como metastáticos, independentemente da fase da doença. A terapia pode ser aplicada antes ou após a cirurgia e ser associada à quimioterapia, hormonioterapia ou a outro anticorpo.

Endometriose

Dados da Associação Brasileira de Endometriose apontam que de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) correm risco de desenvolver endometriose, apresentando 30% de chance de terem dificuldade de engravidar.

Esta doença é caracterizada pelo funcionamento anormal do organismo, fazendo com que as células do tecido que reveste o útero (endométrio), em vez de serem expulsas durante a menstruação, migrem para os ovários ou cavidade abdominal. Os sintomas mais comuns são cólica, dor pélvica crônica, dor na relação sexual, infertilidade e alteração nos tratos intestinal e urinário.

O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos, laboratoriais e de imagem. “O ultrassom e a ressonância magnética são amplamente utilizados para confirmar a endometriose, já que permite a visualização das lesões”, esclarece Melissa Kuriki, diretora da área médica da Fujifilm.

O tratamento se baseia em analgésicos e anti-inflamatórios para amenizar os episódios de dor. Há casos que precisam de bloqueio hormonal ou intervenção cirúrgica.

Síndrome dos ovários policísticos (SOP)

A síndrome dos ovários policísticos é uma doença causada por disfunção hormonal e pode ocasionar irregularidade menstrual, aumento anormal dos níveis de hormônios masculinos no corpo da mulher (clinicamente conhecido como hiperandrogenismo), microcistos nos ovários e, em casos mais graves, infertilidade.

O diagnóstico é feito por meio de ultrassom transvaginal e exames laboratoriais para identificar a dosagem de hormônios. Embora não tenha cura, há tratamentos bastante eficazes para garantir a melhoria da qualidade de vida, como uso de medicamentos para controle da produção de hormônios masculinos, do ciclo menstrual e da fertilidade.

“A tecnologia tem permitido que os exames de imagem apresentem cada vez mais acurácia nos diagnósticos e o ultrassom transvaginal analisa com precisão a saúde dos ovários e do útero, permitindo que os médicos definam o melhor tratamento de acordo com os perfis das pacientes”, finaliza Melissa.

Dia Nacional da Mamografia: Brasil precisa mudar diretrizes e ampliar acesso ao exame

Número de mamografias feitas no SUS, que limita acesso a maiores de 50 anos, voltou a subir em 2022 depois de forte queda no período mais intenso da pandemia, mas segue baixo. Entidades médicas, incluindo a Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (SPR) recomendam que o exame esteja disponível a partir dos 40 anos, com repetição anual – ou antes – em caso de história pessoal ou familiar

Ontem, 5 de fevereiro, foi comemorado o Dia Nacional da Mamografia. “A data é uma oportunidade para desmistificar o exame e encorajar as mulheres brasileiras a fazê-lo, pois é um direito e salva vidas”, diz a médica radiologista Camila Guatelli, membro da Sociedade Paulista de Diagnóstico por Imagem (SPR) e titular do A. C. Camargo Cancer Center na área de radiologia e imagens da mama.

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, precedido apenas pelos tumores de pele não-melanoma. Para o triênio 2023-2025, são esperados cerca de 74 mil novos casos/ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), ligado ao Ministério da Saúde. No país, cerca de 60% desses tumores ainda são descobertos em estadiamento avançado, exigindo tratamento mais agressivo.

A mamografia é o primeiro exame a ser feito para detectar a doença, principalmente por seu potencial de identificar lesões ainda não palpáveis. “Os tumores malignos de mama se apresentam na forma de nódulos ou de microcalcificações. A mamografia é o único método diagnóstico existente que é capaz de identificar a presença dessas microcalcificações e nódulos que podem estar associados ao câncer. Ela é a nossa bússola e norteia a realização de exames complementares”, diz a médica.

A conduta padronizada no país é fazer a mamografia seguida por uma ultrassonografia das mamas. “A ultrassonografia das mamas é importante para melhorar a detecção de nódulos, principalmente em mamas mais densas ou glandulares, que são o tipo mais comum nos dias atuais”, diz a radiologista. Segundo a médica, muita gente não sabe que a mamografia consiste em uma radiografia da mama. Durante o exame, cada seio é acomodado e comprimido entre duas placas acrílicas em um equipamento chamado mamógrafo. “Quando o seio está na posição certa, o mamógrafo emite um feixe de Raios X que atravessa o tecido mamário”, descreve a radiologista Camila. A compressão é fundamental para radiografar a mama em toda a sua extensão e garantir a qualidade da imagem, mas pode causar desconforto.

“A intensidade dessa sensação dolorosa, que dura aproximadamente quatro segundos, varia a cada pessoa. E não importa o tamanho da mama: há mulheres que não sentem nada ou têm desconforto leve, enquanto outras relatam grande mal-estar”, diz a médica. Se não houver urgência, a orientação é evitar a realização do exame no período pré-menstrual ou em fases de maior sensibilidade física e emocional. Até o momento, não foram desenvolvidos aparelhos com a mesma finalidade que descartem a compressão da mama durante o exame.

A cobertura mamográfica no Brasil é considerada muito baixa. Apesar da carência e da variação de dados sobre o número total de mamografias feitas na rede pública e suplementar no país, as informações disponíveis mostram que ainda estamos distantes do padrão recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade preconiza que ao menos 70% das mulheres com idade entre 40 e 69 anos sejam inseridas em programas de rastreamento.

Os números de mamografia no Brasil – Em 2022, o SUS realizou 3.246.960 de mamografias (Siscan/Datasus). O volume foi maior do que no ano anterior, quando foram feitas 2.680.472 mamografias (1), e do que em 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19, quando apenas 1.868.352 mulheres se submeteram ao exame na rede pública. Todos os exames realizados no ano passado na rede pública corresponderam a uma cobertura de cerca de 28% da população feminina com idade entre 50 e 69 anos, estimada em cerca de 11,4 milhões (10,49%) pelo IBGE para 2022 (108,7 milhões ou 51,1% do total de 212,7 milhões de habitantes).

Por uma determinação do Ministério da Saúde, o SUS só oferece a mamografia de rotina (quando não há sinais ou sintomas relacionados ao câncer de mama) a mulheres com idade entre 50 e 69 anos e a pacientes de risco elevado, como mostra a tabela abaixo.

Brasil 2022

População brasileira estimada em 2022 (IBGE): 212,7 milhões

Mulheres (toda as idades)
108,7 milhões (51,1%)
População-alvo da mamografia de rastreamento entre 40 e 69 anos
19.359.470 (17,81%)
População entre 50 – 69 anos
11,4 milhões (10,49%)

Mulheres
40 a 44 anos – 3,88%
45 a 49 anos – 3,44%
Total – 7,32%

50 a 54 anos – 3,12%
55 a 59 anos – 2,87%
60 a 64 anos – 2,49%
65 a 69 anos – 2,01%
Total 10,49%
Fonte: Projeção IBGE

A opção das brasileiras que têm menos de 40 anos sem sinais ou sintomas associados à doença ou fatores de risco é buscar o exame na rede privada ou suplementar. As sociedades médicas, como a SPR, divergem dessa orientação e recomendam a primeira mamografia, para fazer um mapeamento das mamas, a partir dos 40 anos. Segundo a radiologista Camila, é consenso entre os profissionais da saúde que o Ministério da Saúde precisa atualizar suas diretrizes. A expectativa é de que a ministra da Saúde recém-empossada, Nísia Trindade, reveja essa orientação.

“As evidências científicas apontam que 25% das mulheres brasileiras que terão câncer de mama estão na faixa etária entre 40 e 49 anos de idade”, diz a especialista. Quando há casos de câncer de mama ou ovário em parentes próximas, o rastreamento deve começar aos 30 anos.

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Diversos fatores contribuem para que a mamografia siga menos acessível do que deveria. Além das limitações do SUS, há as filas de espera por consultas e exames (o que se agravou com a covid-19), o alto custo do exame na rede privada para quem não tem plano de saúde e a desigualdade na distribuição dos equipamentos de mamografia no país, mais concentrados nas grandes cidades e nas regiões Sul e Sudeste.

Referência
Fonte: Siscan– Mamografia – Por Local de Residência – Brasil/ Exames por Tipo Mamo rast segundo Ano competência 2018-2022. Acessado em 24/01/2023.

Fonte: SPR (Sociedade Paulista de Diagnóstico)

Outubro Rosa: 43% das brasileiras não sabem fazer o autoexame das mamas, diz estudo

Especialmente na faixa etária que compreende dos 18 aos 24 anos, com 57% das entrevistadas

Já conhecido pela campanha Outubro Rosa, o mês de outubro está acabando, mas o que não pode acabar mesmo é a conscientização sobre o câncer de mama. A doença é caracterizada pelo crescimento de células cancerígenas nessa região e, conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é o segundo tumor mais comum entre as mulheres, atrás apenas do câncer de pele, e o primeiro em letalidade.

Nesse contexto, algo fundamental é conhecer o próprio corpo para notar possíveis mudanças que indiquem que algo está errado. Todavia, segundo constatou o mais recente estudo da Famivita, 43% das mulheres não sabem fazer o autoexame das mamas, ou seja, proceder com a observação em frente ao espelho, palpando, de pé, a mama e repetindo, deitada, a palpação. Isso acontece especialmente quando se fala das mulheres na faixa etária que vai dos 18 aos 24 anos, com 57% respondendo negativamente.

O estudo revelou, também, que 28% das mulheres desconhecem a referida orientação do Inca. Além disso, 28% delas não sabem identificar nenhum sintoma de câncer de mama. Ainda de acordo com o estudo, entre as mulheres que estão tentando engravidar, pelo menos 36% não têm ciência sobre como se realiza o autoexame.

Os dados por estado demonstraram que no Amapá é onde a maioria das entrevistadas sabe fazer o exame das mamas e que as mulheres devem proceder com a mamografia a partir dos 50 anos, a cada dois anos, conforme preconizado pelo Inca. No Distrito Federal e em São Paulo, 61% e 62% das participantes, respectivamente, sabem efetuar o autoexame das mamas. Já no Rio de Janeiro e em Alagoas, 70% e 69%, respectivamente, afirmaram ter ciência que a mamografia precisa ser feita a partir dos 50 anos, como exame de rotina.

Vamos falar sobre câncer?

Um artigo científico publicado em setembro na revista Public Health in Pratice, intitulado Does Pink October Really Impact Breast Cancer Screening? (“O Outubro Rosa realmente causa impacto nas mamografias?” – em tradução livre), apontou os resultados da campanha de prevenção do câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS). O trabalho revelou que o número de mamografias aumenta em 33% em outubro – e permanece em alta nos meses seguintes (39% em novembro e 22% em dezembro), corroborando que as campanhas deveriam ser mais constantes, especialmente em nosso país, onde 40% dos casos só são diagnosticados em fase já avançada.

É, de fato, muito importante falar sobre o câncer, especialmente se lembrarmos que no Brasil de 20 anos atrás, por exemplo, muita gente nem pronunciava essa palavra, tal era o medo que existia ao redor da doença. Por todo preconceito que envolve a enfermidade, mesmo nos dias atuais, ainda há quem prefira esconder que tem, o que pode atrapalhar bastante o tratamento. Assim, iniciativas como o Outubro Rosa vêm ajudar, trazendo informações de qualidade para desmistificar a doença, afinal a taxa de cura chega a 95% se descoberto em estágio inicial.

Fonte: Famivita

Câncer de mama responde por 1 entre 4 tumores malignos em mulheres

Morrem anualmente por câncer de mama mais de 600 mil mulheres no mundo, incluindo 17 mil brasileiras. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê um aumento superior a 40% na incidência e mortalidade pela doença até 2040. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica recomenda a prevenção, diagnóstico precoce e assertivo, com acesso à medicina de precisão para diminuir o número de casos avançados e olhar especial também para as mulheres com câncer de mama metastático, para aumentar as chances de cura e qualidade de vida das pacientes

Com mais de 2 milhões de novos casos anuais, o câncer de mama é, depois dos tumores malignos de pele não-melanoma, o câncer mais comum entre as mulheres e a quinta maior causa de morte no mundo entre todos os tipos de câncer. São registrados 626 mil óbitos/ano, segundo o IARC, braço de pesquisa do câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o cenário é semelhante. A estimativa para 2022 é de 66 mil novos casos de câncer de mama no país, representando 29% de todos os tumores malignos no sexo feminino. É um número de casos superior à soma da incidência entre as mulheres de câncer de pulmão, colo do útero, colorretal e tireoide.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, em alusão ao Outubro Rosa – mês de conscientização mundial sobre câncer de mama – chama a atenção da população para a importância do diagnóstico precoce e assertivo de cada subtipo desta doença, que poderá ter um aumento exponencial de novos casos nos próximos anos por conta de casos represados durante a pandemia de Covid-19. Uma ferramenta do IARC/OMS, que leva em conta mudanças demográficas e perfil da doença para avaliar a incidência de câncer e carga de mortalidade em todo o mundo, prevê que no ano de 2040 a incidência de novos casos/ano de câncer de mama ultrapasse a marca de 3 milhões e o número de mortes salte dos cerca de 600 mil para quase 1 milhão.

Embora o câncer de mama não seja uma exclusividade do sexo feminino – ocorre 1 caso em homens para cada 100 em mulheres4 – o maior risco para desenvolver câncer de mama, portanto, é ser mulher. Uma análise da American Cancer Society mostra que as mulheres têm um risco médio de 12% de receber o diagnóstico da doença ao longo da vida.

COMO SURGIU O OUTUBRO ROSA?

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A história do Outubro Rosa remete ao ano de 1980, quando Nancy G. Brinker prometeu à sua irmã Susan Komen, então diagnosticada com câncer de mama, que se dedicaria integralmente a promover a conscientização da sociedade sobre os temas relacionados à doença. Em 1982, Brinker lançou a Susan G. Komen, organização que, em 1990, promoveria a Corrida pela Cura, evento que se tornou o marco que deu início ao Outubro Rosa. No Brasil, a campanha Outubro Rosa teve uma primeira sinalização em 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, foi iluminado de cor de rosa. Seis anos depois, o movimento se fortaleceu no país, atingindo diferentes cidades brasileiras, com múltiplas ações.

CIRURGIA EM CÂNCER DE MAMA

A indicação de cirurgia do câncer de mama depende do estágio em que a doença foi detectada. De maneira geral, a maioria das mulheres diagnosticadas passam por esse procedimento, ainda que com objetivos distintos. Essa definição com relação ao procedimento mais indicado fica a cargo do cirurgião oncológico e de sua equipe, que avaliam cuidadosamente a extensão da doença e quais as medidas de tratamento a serem adotadas. É importante contar com o acompanhamento de profissionais qualificados, em centros oncológicos de referência para o tratamento do câncer de mama.

Viviane Rezende de Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) na Regional Brasília, explica que há diferentes tipos de cirurgia do câncer de mama. A definição ocorre de acordo com o objetivo do procedimento e com as condições — tanto da paciente quanto do tumor —, haverá uma cirurgia mais adequada.

Cirurgia conservadora da mama: este procedimento é conhecido como mastectomia parcial ou segmentar, mas também é chamada de lumpectomia ou quadrantectomia. A quantidade de tecido mamário removido varia de acordo com o tamanho e localização do tumor, além de outros fatores, como a probabilidade de dissipação de células tumorais. Na prática, se dá pela retirada do segmento ou o setor da mama onde está localizado o tumor. Neste caso, o cirurgião oncológico deve extrair o tumor com uma porção de tecido saudável adjacente, como margem de segurança.

Mastectomia: neste procedimento é feita a retirada completa da mama, incluindo todo o tecido mamário. No caso da chamada mastectomia radical, podem ser removidos outros tecidos próximos como os músculos que se localizam abaixo da mama com os gânglios axilares – geralmente indicada para grandes tumores em que já há ínguas comprometidas ou o risco de disseminação é elevado.

Há, ainda, a chamada Mastectomia Total com utilização da pesquisa de linfonodo sentinela (a íngua que inicialmente drena estes tumores). Este procedimento é indicado, muitas vezes, para poupar a paciente de tratamentos complementares como a Radioterapia. O objetivo é minimizar os efeitos colaterais do tratamento oncológico.

Mastectomia preventiva

Esse procedimento, chamado de mastectomia profilática, ganhou mais visibilidade na última década, depois de adotada por algumas celebridades. O procedimento cirúrgico é indicado basicamente em duas situações:
Alto risco de câncer de mama: mulheres com predisposição hereditária ao câncer de mama (alterações nos genes BRCA1 e BRCA2) podem fazer a remoção profilática para evitar ou minimizar os riscos de desenvolvimento de tumores.
Pacientes já diagnosticadas: mulheres com diagnóstico de câncer em uma das mamas —com tumores específicos que apresentem risco de bilateralidade, como o carcinoma lobular — podem optar, caso haja concordância médica, pela remoção dupla para reduzir as chances de ser acometida pela doença.

É importante ter em mente que, para pessoas sem histórico familiar de câncer nem mutação genética, detectada por rastreamento, ainda não existem estudos conclusivos sobre o benefício da mastectomia preventiva. Antes de passar pelo procedimento, é fundamental ser avaliada por um especialista em cirurgia oncológica e, ainda, estar ciente dos efeitos colaterais dessa intervenção.

Como são os cuidados antes e depois da cirurgia? O tratamento do câncer de mama não se restringe à cirurgia e envolve aspectos emocionais muito fortes, com abalo significativo da autoestima. Por esse motivo, a atenção em todos os momentos do processo de cura é realizada por uma equipe multidisciplinar.
Antes da cirurgia: é importante realizar todos os exames solicitados e conversar com os profissionais envolvidos no tratamento (de enfermeiros a psicólogos) sobre suas apreensões e dúvidas. Essa fase de esclarecimentos é essencial para passar pelo procedimento com mais tranquilidade.
Pós-cirúrgico: a recuperação da cirurgia de câncer de mama segue o padrão de boa parte dos pós-operatórios. Quando o procedimento transcorre normalmente, é comum que a paciente já possa retomar suas atividades normais no prazo de duas semanas.
Dependendo de cada caso, podem ser iniciadas terapias complementares, como radioterapia e/ou quimioterapia.

OS DIFERENTES TIPOS DE CÂNCER DE MAMA

O câncer de mama não é único. Existem diferentes tipos da doença e são as características específicas de cada um, juntamente com o perfil de cada paciente, que determinam o tipo de tratamento mais adequado e a provável evolução em cada caso. O carcinoma de mama é dividido em “in situ” e invasivo. O carcinoma “in situ” tem origem dentro do ducto/lóbulo mamário e não ultrapassa a sua parede, não invadindo o estroma da mama e, por isso, não tem a capacidade de disseminar para outros órgãos e estruturas (não origina metástases). São categorizados em carcinoma ductal in situ (mais comum) e carcinoma lobular in situ, com taxa de cura em torno de 95%.

Outro grupo é o dos carcinomas invasivos, que também se originam nos ductos/lóbulos. Porém, esses invadem o estroma mamário e podem se disseminar para outros órgãos (metástases). A grande maioria dos casos de carcinomas invasivos da mama são representados pelo carcinoma invasivo tipo não-especial (também denominado carcinoma ductal invasivo), seguido pelo carcinoma lobular invasivo. Além desses, existem alguns outros tipos histológicos de carcinomas que são menos comuns: carcinoma tubular, carcinoma cribriforme, carcinoma metaplásico, carcinoma micropapilar, carcinoma adenoide cístico, entre outros. Cada um desses tipos de câncer de mama apresenta aspectos clínicos, morfológicos, moleculares e evolutivos distintos, impactando na decisão terapêutica.

POR QUE A QUESTÃO HORMONAL É IMPORTANTE?

As mamas são glândulas que se desenvolvem de forma mais proeminente na adolescência (puberdade). São altamente sensíveis ao estímulo hormonal, principalmente do estrógeno, um hormônio que, embora presente nos homens, tem uma produção que se dá principalmente pelos ovários, sendo assim predominantemente feminino. O fato de 99% dos tumores de mama acometer as mulheres aponta que estes hormônios atuam no processo de desenvolvimento da doença.

Os fatores endócrinos e história reprodutiva estão associados sobretudo ao estímulo estrogênico, endógeno ou exógeno, com aumento do risco quanto maior for a exposição. Tanto o estrógeno quanto a progesterona atuam no parênquima mamário, ligando-se a moléculas situadas nas células, conhecidas como receptores. Esses receptores têm o papel de controlar a multiplicação celular, mas, com a interferência hormonal, além de outros fatores, podem gerar uma multiplicação desordenada. Além dos tumores que são positivos para receptores de estrógeno e progesterona, há também os casos HER2-positivos e os triplo-negativos (que são negativos para receptor de estrógeno, receptor de progesterona e HER-2).

Dentre os subtipos de carcinomas invasivos da mama há, portanto, uma subdivisão relacionada ao perfil molecular do tumor, ou seja, baseada na expressão de genes e proteínas pela neoplasia. Os principais grupos moleculares de câncer de mama são: luminal A, luminal B, superexpressor de HER2 e triplo-negativo. A identificação de cada subtipo molecular pode ser determinada pela expressão de quatro marcadores: receptor de estrógeno, receptor de progesterona, HER2 e o Ki-67, um marcador de proliferação celular. Tal estudo é realizado através da imuno-histoquímica, técnica aplicada no tecido da mama. Enquanto pacientes com tumores luminais A e B são tratadas com hormonioterapia, aquelas com carcinomas superexpressores de HER2 receberão drogas bloqueadoras direcionadas especificamente contra essa molécula (terapia anti-HER2).

MEDICINA DE PRECISÃO

O melhor entendimento dos diferentes perfis moleculares de câncer de mama faz parte do contexto do que chamamos de “medicina de precisão”, que tem o potencial de oferecer tratamentos mais específicos, menos invasivos e de menor toxidade. Desta forma, auxilia na redução das taxas de mortalidade e melhora a qualidade de vida das pacientes. Saber sobre qual tumor se está falando, em cada caso, é primordial para se oferecer a melhor forma de tratamento. Além disso, é essencial haver acesso a estas terapias, tanto no SUS quanto na Saúde Suplementar. As principais modalidades terapêuticas preconizadas para câncer de mama, cuja indicação é feita caso a caso, são cirurgia, radioterapia, incluindo a radioterapia intraoperatória e tratamento sistêmico (hormonioterapia, quimioterapia, terapias-alvo e imunoterapia).

COMO PREVENIR O CÂNCER DE MAMA

Quando o assunto é prevenção do câncer de mama vale diferenciar entre fatores modificáveis e não-modificáveis. Identificar cada um deles é importante para conduzir as pacientes para a prevenção primária e secundária8.

PREVENÇÃO PRIMÁRIA

A prevenção primária consiste em intervir nos fatores modificáveis, capazes de reduzir o risco da doença se desenvolver:

  • Praticar atividade física. Mulheres sedentárias têm maior risco.
  • Ter níveis de IMC dentro da normalidade (peso/altura). Estar acima do peso ou obesa após a menopausa aumenta o risco em relação às mulheres com peso adequado. É recomendável seguir uma dieta equilibrada, que inclua frutas e hortaliças.
  • Não fazer terapia hormonal sem indicação médica. Algumas formas de terapia de reposição hormonal – TRH (aquelas que incluem estrogênio e progesterona) tomadas durante a menopausa podem aumentar o risco de câncer de mama quando feitas por mais de cinco anos. Já o uso de pílulas anticoncepcionais também aumenta o risco de câncer de mama em relação as mulheres que nunca usaram, porém este risco é menor quando comparado ao da TRH, e tal risco volta ao normal após a interrupção do uso dos contraceptivos.
  • Ao ter filhos, amamentar. As mulheres que já tiveram filhos, principalmente com a primeira gravidez antes dos 30 anos, têm menor risco quando comparado as mulheres nulíparas (que não tiveram filhos). Ao gerar um filho, é recomendável amamentar, pois o aleitamento também é redutor de risco de câncer de mama.
  • Não beber em excesso. O risco de uma mulher desenvolver câncer de mama aumenta conforme a quantidade de bebida alcoólica que ela ingere.
  • Não fumar. Embora o cigarro e outras formas de tabagismo sejam a principal causa de câncer, principalmente de pulmão, não há evidência de sua ligação com o desenvolvimento de câncer de mama.

PREVENÇÃO SECUNDÁRIA

O exame mais indicado para prevenção secundária (diagnóstico precoce) do câncer de mama, é a mamografia, que, segundo as Sociedades Brasileira de Cirurgia Oncológica e Sociedade Brasileira de Mastologia, deve ser feita anualmente a partir dos 40 anos em todas as mulheres. Ao contrário do exame físico e do autoexame, a mamografia é capaz de detectar lesões ainda não palpáveis.

Como alguns fatores de risco não são modificáveis, é importante que se promova a prevenção secundária. Esses fatores, segundo o CDC, são:
Envelhecimento – o risco de câncer de mama aumenta com a idade. A maioria dos cânceres de mama é diagnosticada após os 50 anos.
História pessoal de câncer de mama – Mulheres que tiveram câncer de mama são mais propensas a ter câncer de mama pela segunda vez (recidiva). Algumas doenças pré-malignas da mama, como as hiperplasias atípicas, também estão associadas a um maior risco de câncer de mama.
História familiar e Hereditariedade – cerca de 30% das pacientes com câncer de mama tem história familiar de um ou mais parentes de primeiro grau com a mesma neoplasia. Todo câncer é genético (células que se multiplicam de forma desordenada), mas em 5% a 10% dos casos o carcinoma mamário está associado com alterações genéticas que foram herdadas (mutações germinativas), como as encontradas em genes como o BRCA1 e BRCA2. Mulheres com vários casos de câncer de mama ou de ovário na família, particularmente em idade jovem e sobretudo na mãe, irmãs, filhas ou homens, podem ter predisposição genética ao câncer de mama e serem portadoras da Síndrome de Câncer de Mama e Ovário Hereditário, entre outras.
História reprodutiva – a menarca precoce (menstruação antes dos 12 anos), primeira gravidez após os 30 anos, nuliparidade e menopausa tardia (fim do ciclo de menstruação após os 55 anos) expõem as mulheres a hormônios por mais tempo, aumentando o risco de ter câncer de mama.
Mamas densas – algumas mulheres têm nas mamas mais parênquima glandular e tecido conjuntivo do que tecido adiposo, o que às vezes dificulta a visualização de tumores em uma mamografia. É recomendável associar outros exames, como a ressonância magnética e o ultrassom.
Radioterapia prévia – mulheres que receberam radioterapia no tórax (como no tratamento do linfoma de Hodgkin) antes dos 30 anos de idade têm um risco maior de desenvolver câncer de mama ao longo da vida.

ATENÇÃO AOS SINTOMAS

Os sintomas do câncer de mama variam de pessoa para pessoa, porém a manifestação mais comum é o achado de um “caroço” (nódulo ou massa) no local. Além disso, muitos carcinomas mamários são encontrados através da mamografia antes que qualquer sintoma apareça ou seja palpável. Outros sinais menos frequentes incluem alterações da pele da mama (áreas de retração, vermelhidão, feridas ou inchaço) e do mamilo (inversão, erosão, ulceração, secreção). Por isso, é recomendado que a mulher se familiarize com suas mamas para que saiba como é a aparência e a sensação “normais”. Se notar alguma modificação, é importante procurar o médico. Os principais sintomas do câncer de mama são11:

  • Nódulo único endurecido.
  • Irritação ou abaulamento de uma parte da mama.
  • Inchaço de toda ou parte de uma mama (mesmo que não se sinta um nódulo).
  • Edema (inchaço) da pele.
  • Eritema (vermelhidão) na pele.
  • Inversão do mamilo.
  • Sensação de massa ou nódulo em uma das mamas.
  • Sensação de nódulo aumentado na axila.
  • Espessamento ou retração da pele ou do mamilo.
  • Secreção sanguinolenta ou serosa pelos mamilos.
  • Inchaço do braço.
  • Dor na mama ou mamilo

Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica

Outubro Rosa: Ikesaki promove maratona de cortes de cabelo

Ação Fios de Solidariedade, promovida pela varejista em parceria com o Instituto Amor em Mechas, oferece cortes realizados gratuitamente por profissionais em todas as lojas da rede, além de coleta de cabelo no EBC Atacado de Beleza

Para espelhar o amor e conscientizar a população sobre o câncer de mama, a Ikesaki Cosméticos desenvolveu nesse mês de “Outubro Rosa” a ação Fios de Solidariedade, que oferece gratuitamente cortes de cabelo feitos por profissionais nas nove hiperlojas da rede localizadas em diferentes regiões de São Paulo, Campinas, Osasco e Santo André.

A maratona de cortes desenvolvida em parceria com o Instituto Amor em Mechas tem como objetivo a arrecadação de mechas de cabelo, que serão coletadas e armazenadas em urnas, transformadas em perucas pelo instituto e, posteriormente, enviadas de forma totalmente gratuita para mulheres em tratamento quimioterápico ou que convivem com alopecia.

A ação ocorre nos dias 17, 24 e 31 de outubro, durante todo o horário de funcionamento das lojas. “Para quem quer renovar o visual, essa é uma ótima oportunidade de cortar o cabelo com um de nossos profissionais parceiros e fazer o bem ao próximo, participando desta campanha do Outubro Rosa e ajudando a elevar a autoestima e a qualidade de vidas das mulheres”, afirma Edilaine Godoi, Head de Marketing da Ikesaki.

Doação solidária

Também é possível participar da campanha levando doação de cabelo para as urnas do Instituto Amor em Mechas, disponíveis nas 9 hiperlojas Ikesaki participantes, ou para a unidade do EBC Atacado de Beleza durante todo o mês de outubro. Para doar, é simples: os cabelos precisam estar secos e lavados; a mecha cortada deve atingir pelo menos 15 cm; para o corte, basta amarrar firme com um elástico e cortar acima, deixando 1 cm entre o elástico e o corte. Por fim, basta colocar a doação em um saco plástico e entregar em um dos postos de coleta Ikesaki.

Ações parceiras

Em parceria com os Shoppings Metrô Tucuruvi e Metrô Tatuapé, a Ikesaki convida os clientes para participarem da doação de mechas de cabelo e também para a campanha de arrecadação de lenços para mulheres que enfrentam o câncer de mama. Além do corte profissional oferecido gratuitamente nos dias 22 de outubro, no Shopping Tucuruvi, e em 28 de outubro, no Shopping Tatuapé, os participantes poderão doar adereços (lenços) na caixa personalizada disponível nas lojas Ikesaki.

Corte de cabelo e doação:

Ikesaki Liberdade: Rua Galvão Bueno, 37 – São Paulo
Ikesaki Praça Japão Liberdade: Av. Liberdade, 146 – São Paulo – SP
lkesaki Santo Amaro: Praça Floriano Peixoto, 112 – São Paulo – SP
Ikesaki São Miguel: Av. Marechal Tito, 1.015 – São Paulo – SP
Ikesaki Tucuruvi: Avenida Doutor Antônio Maria Laet. 566
Ikesaki Tatuapé: Rua Domingos Agostim, 91 – Shopping Metrô Tatuapé, Piso Tatuapé
Ikesaki Campinas: Rodovia D. Pedro I, km 137 – loja L 109/11/12/13 – Campinas – SP
Ikesaki Osasco: Rua Antônio Agú, 800 – Osasco – SP
Ikesaki Santo André: R. Luís Pinto Fláquer, 521 – Santo André – SP

Apenas doação:

lkesaki Atacado EBC: Av. Morvan Dias de Fiqueiredo. 2875, Vila Maria – São Paulo – SP

Para consultar os horários de funcionamento, acesse aqui.

Atrium Shopping recebe doações de lenços e cabelos em ação do Outubro Rosa

Salão de cabeleireiros do empreendimento dá escova para quem cortar para doação

Outubro Rosa é marcado pela união em prol do cuidado com a saúde da mulher e o alerta para a prevenção do câncer de mama e de colo do útero. O Atrium Shopping, em parceria com a Casa Ronald McDonald ABC, entra nesta campanha com a arrecadação de lenços e cabelos, com no mínimo 10cm, para confecção de perucas, as quais serão repassadas às mulheres em tratamento.

Para ajudar também, neste mês, o Hair Salon, localizado no Piso 1, adere à campanha e oferece – a quem cortar com eles as madeixas para doação – a finalização com uma escova, para sair ainda mais radiante depois de contribuir com uma causa tão importante.

“O empreendimento está com a iluminação externa toda rosa para lembrar ao público a importância dos exames periódicos para detecção precoce do câncer de mama e de colo do útero. O cuidado com as mulheres deve ser o ano todo e o Outubro Rosa está aí para lembrar a todos disso”, comenta Kalime Matos, coordenadora de marketing do empreendimento.

“A parceria é sempre muito bem-vinda. Distribuímos os lenços para os hóspedes, tanto para a criança/adolescente como para a acompanhante. As mechas de cabelos, temos uma parceria com a confecção das perucas e, tanto aqui na Casa, como para quem precisa, doamos as perucas feitas”, conta Rosemeiri Silva, supervisora da Casa Ronald ABC.

Foto: TLC Direct

Atrium Shopping: Rua Giovanni Battista Pirelli, 155 – Vila Homero Thon, Santo André
Telefone e WhatsApp: (11) 3135-4500

Outubro Rosa: 6 exames para prevenir e detectar o câncer de mama

Em 2022, estima-se que ocorrerão 66.280 casos novos de câncer de mama

O movimento internacional de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama, Outubro Rosa, foi criado no início da década de 1990, em Nova York, Estados Unidos. Desde então, o período é celebrado no Brasil e no exterior com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre o câncer de mama, a fim de contribuir para a redução da incidência e da mortalidade pela doença.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres. É também a causa mais frequente de morte por câncer nessa população, com 684.996 óbitos estimados para esse ano.

No Brasil, o câncer de mama é também o tipo de câncer mais incidente em mulheres de todas as regiões, após o câncer de pele não melanoma. As taxas são mais elevadas nas regiões mais desenvolvidas (Sul e Sudeste) e a menor é observada na região Norte. Em 2022, estima-se que ocorrerão 66.280 casos novos da doença.

Estudos da Associação Americana de Câncer mostram que, se descoberto no início, o câncer de mama tem chances de cura de até 95%. Esse índice cai para até 50% se a neoplasia estiver em um estágio mais avançado.

“Por isso, é fundamental que as mulheres tenham o devido esclarecimento sobre a importância da avaliação periódica e dos exames preventivos”, reforça Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP, Membro da Febrasgo e Especialista em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, e em Infertilidade e Ultrassom em Ginecologia e Obstetrícia pela Febrasgo, e médico nos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Pro Matre.

Sinais e fatores de risco

Segundo Carlos Moraes, os principais sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas).

Os principais fatores são:

Comportamentais/ambientais: obesidade e sobrepeso, após a menopausa; atividade física insuficiente (menos de 150 minutos de atividade física moderada por semana); consumo excessivo de bebida alcoólica; história de tratamento prévio com radioterapia no tórax.

Aspectos da vida reprodutiva/hormonais: primeira menstruação (menarca) antes de 12 anos; não ter filhos; primeira gravidez após os 30 anos; parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos; uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona); ter feito terapia de reposição hormonal (estrogênio-progesterona) por mais de cinco anos.

Hereditários/genéticos: histórico familiar de câncer de ovário, de câncer de mama em mulheres, principalmente antes dos 50 anos, e caso de câncer de mama em homem; alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.

Quais são os principais exames e quando se deve fazer

1-Mamografia
Segundo o ginecologista Carlos Moraes, o exame de rastreio por imagem tem como finalidade estudar o tecido mamário, podendo detectar um nódulo, mesmo que este ainda não seja palpável. O INCA indica que a mamografia deva ser feita a cada dois anos, a partir dos 50 anos, caso não seja encontrada nenhuma alteração. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) defende que as mamografias comecem a partir dos 40 anos.

2-Ultrassom das mamas
Atuando com ondas sonoras de alta frequência, o exame proporciona imagens da estrutura interna para caracterizar alterações palpáveis ou detectadas à mamografia (geralmente nódulos e assimetrias), assim como para o rastreamento complementar à mamografia em mulheres com mamas densas. Também possibilita distinguir lesões que não podem ser palpadas, como lesões sólidas e císticas, que exigirão uma biópsia percutânea.

3-Ressonância magnética
Diferente do raio-X, a ressonância magnética não utiliza radiação e pode ser utilizada como exame complementar. As imagens tridimensionais, muitas vezes, ajudam no diagnóstico da neoplasia. Para realizar a ressonância, pode ser preciso injetar um contraste e, para isso, estar com os rins sem complicações.

4-Exame de sangue
Quando o corpo desenvolve algum tipo de câncer, é comum que algumas proteínas como a CA 125, a CA 19.9, a CEA, e outras aumentem sua concentração no sangue. Por isso, o exame sanguíneo pode ser importante para detectar a presença de marcadores tumorais e para avaliar a evolução do tratamento.

5-Exame genético
Estima-se que 10% dos casos de câncer de mama possuem origem hereditária. Mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 são responsáveis por grande parte dos casos de cânceres de mama hereditários (tanto que eles possuem esse nome por serem abreviaturas de “BReast CAncer” – câncer de mama, em inglês). “A análise genética, feita com amostras de sangue e usando técnicas de sequenciamento de próxima geração (NGS) ou Amplificação Multiplex de Sondas Dependente de Ligação (MLPA), é capaz de detectar alterações genéticas patogênicas nesses dois genes, indicando uma pré-disposição ao surgimento tanto do câncer de mama como de ovário”, explica Carlos Moraes.

6-Autoexame das mamas
O método é realizado pela própria mulher, através da palpação dos seios, que pode ser feito em frente ao espelho, em pé e deitada. O autoexame ajuda na prevenção e na identificação de tumores palpáveis. Entretanto, ele jamais substitui os demais exames, já que o objetivo atual da detecção do câncer de mama é justamente fazer o diagnóstico precoce e evitar a evolução de um possível tumor em estágio inicial.

“Embora os exames devam ser realizados rotineiramente, com o objetivo de preservar a saúde da mulher, muitas pacientes só marcam consulta quando já estão com os sintomas, correndo o risco desnecessário de não tratar a doença logo no início”, finaliza Moraes.

Outubro Rosa: conheça 7 mitos e verdades sobre o câncer de mama

Em tempos de fake news, Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica aproveita o mês de conscientização sobre o câncer de mama para esclarecer dúvidas sobre a doença

Criada nos anos 1990, o Outubro Rosa se tornou uma das campanhas mais conhecidas para a conscientização sobre o câncer de mama. Com o intuito de difundir informações e adotar medidas de prevenção para esse tipo de tumor, o movimento busca fomentar o diagnóstico precoce, que significa maior chance de sucesso no tratamento e na cura. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), este é o segundo câncer que mais acomete mulheres no Brasil, e até o fim de 2022 são esperados mais de 66 mil novos casos.

Por isso, no mês do movimento mundial para a conscientização e combate deste tumor, as oncologistas Daniela Rosa e Laura Testa, membros do Comitê de Tumores Mamários da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), esclarecem uma série de mitos e verdades para elucidar alguns conceitos sobre o câncer de mama e chamar atenção para o rastreamento e a prevenção dessa doença tão frequente no país.

1-Desodorante pode causar câncer de mama
Mito.
Estudos demonstram que a axila pode absorver os componentes dos antitranspirantes, como o alumínio, que se alojam nas mamas. No entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que não existe comprovação científica de que a formulação contribua para o desenvolvimento do câncer de mama.

2-Atividades físicas ajudam na prevenção do câncer de mama
Verdade.
Segundo o INCA, a obesidade e o sedentarismo estão ligados ao risco de desenvolvimento da doença. Por isso, a prática regular de atividades físicas, sendo no mínimo 150 minutos por semana, pode diminuir o risco do câncer de mama.

3-Câncer de mama só aparece em quem tem histórico familiar
Mito.
As estatísticas mostram que apenas 10% dos casos têm origem hereditária, de acordo com dados do INCA. Ou seja, as medidas preventivas são essenciais para qualquer pessoa. “Apesar disso, o histórico familiar influencia quando o parentesco é de primeiro grau, ou seja, se a mãe, a irmã ou a filha foram diagnosticadas. E ainda mais quando o tumor apareceu antes dos 40 anos. Nesse caso, a mulher deve redobrar a atenção e procurar o médico para a orientação da conduta adequada” afirma Daniela.

4-Mulheres mais velhas têm maior chance de desenvolver o câncer de mama
Verdade.
Segundo a organização americana Breast Cancer, dois em cada três casos de câncer de mama ocorrem em mulheres acima dos 55 anos de idade. Ou seja, há uma relação direta entre a idade e o desenvolvimento da doença. Porém, o rastreamento e a prevenção da doença devem ser feitos antes dessa idade.

5-Quem faz autoexame não precisa fazer a mamografia
Mito.
Embora o autoexame seja um aliado, nem sempre o nódulo é palpável, pois depende da sua localização e extensão. Ademais, o chamado “caroço no seio” não é o único sinal do câncer de mama. Por isso, mesmo que seja desconfortável, a mamografia é fundamental para o diagnóstico precoce. “O exame analisa microcalcificações, nódulos menores e irregularidades no entorno da mama. Além disso, é ideal que todas as mulheres, sobretudo as de 40 anos ou mais, façam o exame anualmente. No Brasil, há uma lei federal que garante esse direito” explica Daniela Rosa.

Foto: Alfonso Cerezo/Pixabay

6-Amamentar diminui o risco de câncer de mama
Verdade.
Laura explica que durante a produção de leite as células mamárias se multiplicam em menor quantidade, reduzindo o risco da doença. “Fora isso, a amamentação diminui o número de ciclos menstruais e, por consequência, diminui a exposição da mulher a certos hormônios que podem estar ligados a tumores, como o estrogênio”.

7-Todo caroço na mama é início de um câncer
Mito. Os nódulos mamários são comuns e a maioria é benigno, ou seja, não se desenvolvem em câncer. Ainda assim, se notar o surgimento de um nódulo novo, este deve ser avaliados em consulta.

Fonte: SBOC – Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica

West Plaza faz cortes de cabelo gratuitos em prol do Outubro Rosa

West Plaza lança uma campanha com programação especial em parceria com o Instituto Amor em Mechas. Durante todo o mês haverá oficinas e rodas de conversa

O West Plaza deu início no dia 1º de outubro à campanha de conscientização sobre a prevenção dodiagnóstico precoce do câncer de mama, doença que atinge milhares de mulheres em todo o mundo e é abordada mais enfaticamente através de ações no Outubro Rosa.

O shopping firmou parceria com o Instituto Amor em Mechas para realizar diversas atividades programadas e totalmente gratuita durante todo o mês,em uma loja temporária e exclusiva. Serão oferecidos cortes de cabelo para arrecadação de mechas que podem compor perucas e rodas de conversas com especialistas de diversas áreas. Além de oficinas de brincos e artesanatos, lançamento de livros, e outras atividades. A ideia é promover a interação entre pacientes de quimioterapia e doadoras de mechas durante o evento, bem como conscientizar sobre a importância do checkup para prevenção do diagnóstico da doença.

Ao longo do mês, em dias determinados, os cabeleireiros estarão à disposição para realizar os cortes gratuitos em diferentes horários. No espaço também serão feitas entregas dos kits do amor e um bazar do Instituto Amor em Mechas para arrecadação de fundos que ajudam a manter a gratuidade dos kits e a atuação da ONG.

“Preparamos um ambiente com muito carinho e nos estamos nos dedicando a essa campanha para atingirmos o máximo possível de visitantes, tanto aqueles que possam ser beneficiados com informação e cuidado, quanto pessoas que consigam beneficiar compartilhando o que for possível. É um momento de união extremamente marcante em todo o mundo e, mais do que iluminar e tematizar, nosso objetivo é envolver e acolher, confortar mulheres que estejam em tratamento contra um câncer”, comenta Silvia Alencar, gerente de marketing do West Plaza.

A agenda de atividades gratuitas, com horários das rodas de conversa, cortes de cabelo e oficinas será disponibilizada nos canais de comunicação do shopping:site e redes sociais.

Outubro Rosa no West Plaza
Quando: até 31 de outubro
Loja social: 2º Piso – Bloco B
Endereço: Avenida Francisco Matarazzo, s/nº – Água Branca, São Paulo – SP

Smart Fit e Instituto Protea promovem ação de conscientização ao câncer de mama

O evento, que acontecerá no dia 24 de outubro, será realizado em todas as unidades dos studios em território nacional

No dia 24 de outubro, os studios Race Bootcamp, Vidya, Jab House e Tonus Gym, da rede de studios do Grupo Smart Fit, unem-se ao Instituto Protea para promover uma série de ações em apoio ao Outubro Rosa, mês de conscientização e prevenção ao Câncer de Mama. Atualmente, de acordo com dados do Inca, a doença é a segunda causa de todas as mortes de mulheres no Brasil, ficando atrás somente de doenças do sistema circulatório. Entretanto, se diagnosticado de forma precoce e receber o tratamento correto, as chances de cura são de 95%.

As ações acontecerão de forma simultânea em todos os studios e, terão a distribuição de laços rosas, que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e, um totem de comunicação com QR Code para que os visitantes possam fazer doações diretamente para o Instituto Protea, que tem como missão levar, de maneira rápida e com qualidade, tratamento contra a patologia para mulheres de baixa renda. Especialmente nas unidades do Jardins e Vila Nova Conceição, acontecerá um plantão de dúvidas do Protea sobre a prevenção e demais cuidados que podem ser adotados.

“Nossa missão é promover um evento de conscientização para levar até as mulheres mais informações sobre a importância do autoexame e do diagnóstico precoce. Os dois juntos são fundamentais para um tratamento menos invasivo e para uma maior chance de cura”, exalta Ana Carolina Corona, head da rede de studios de microgyms do grupo Smart Fit.

No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo que mais acomete as mulheres no país. Os principais fatores para redução da mortalidade são possíveis por meio de exames de rotina, auto exame e diagnóstico precoce. Por isso, a prevenção e a conscientização sobre o assunto são de extrema importância na vida de todas as mulheres.

Outubro Rosa
Data: 24 de outubro de 2021
Local: Unidades dos Studios em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Cuiabá.
Horário: 9h às 13h
*Excepcionalmente, nas Unidades Jardins e Vila Nova Conceição em São Paulo, acontecerá um plantão de dúvidas.

Freepik

Endereço das unidades de microgyms:

Unidade Goiabeiras (Cuiabá)
Endereço: Av. José Monteiro de Figueiredo, 1909 – Duque de Caxias – Cuiabá/MT (Trevo do Santa Rosa)

Unidade Pátio Batel (Curitiba)
Endereço: Av. do Batel, 1868 – Batel – Curitiba/PR

Unidade Rio Design Leblon (Rio de Janeiro)
Endereço: Av. Ataulfo de Paiva, 270 – Leblon – Rio de Janeiro – RJ
Shopping Rio Design Leblon – Piso 3

Unidade Campo Belo (São Paulo)
Endereço: Rua Vieira de Morais, 963 – Campo Belo – São Paulo – SP

Unidade Jardins (São Paulo)
Endereço: Alameda Lorena, 1834 – Jardim Paulista – São Paulo – SP

Unidade Vila Nova Conceição (São Paulo)
Endereço: Rua Lourenço de Almeida, 805 – Vila Nova Conceição – São Paulo/SP

Unidade Vila Nova Conceição 2 (São Paulo)
Endereço: Rua Afonso Braz, 511 – Vila Nova Conceição – São Paulo – SP

Fonte: Smart Fit