A cantora Preta Gil anunciou diagnóstico de câncer. Especialista explica como identificar os sintomas ainda no início da doença e dá dicas de hábitos saudáveis para evitar os casos
Na última terça-feira (10), a cantora Preta Gil anunciou em suas redes sociais a confirmação de um câncer no intestino, após dias internada para identificar problemas de saúde. O câncer de intestino é o terceiro tipo mais frequente entre homens e mulheres, ficando atrás apenas dos de mama e próstata. A cor verde do mês de setembro é usada para chamar atenção para prevenção e rastreamento da doença, uma vez que o Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê para os próximos três anos um aumento na taxa de incidência no número casos de câncer de cólon e reto, em 10,19% em homens e 12,64% a mais em mulheres.
O médico oncologista e professor do curso de Medicina da Unic, Marcelo Bumlai, explica que além de detectar a doença ainda em estágio inicial, muitas vezes é possível evitá-la. “Hábitos não saudáveis contribuem para o aumento da incidência. O câncer surge a partir de mutações genéticas, no entanto, pesquisas demonstram que em mais de 70% dos casos de câncer de intestino, essas mutações são ocasionadas por rotinas que não fazem bem a saúde, como no hábito de fumar ou beber, além de dietas desequilibradas com elevados níveis de gordura animal e poucas fibras”, afirma.
Bumlai diz que a população deve ficar atenta aos sinais do corpo, com o intuito de realizar a investigação adequada, conforme orientação médica. Porém ressalta que todas as pessoas, mesmo que não tenham qualquer queixa relacionada ao aparelho digestivo, devem realizar colonoscopia preventiva a partir dos 45 anos de idade. “Esse exame possibilita a identificação de pólipos que geram a maior parte dos casos de câncer colorretal; que devem ser retiradas para evitar o desenvolvimento de um câncer no futuro”, complementa.
Sintomas que parecem simples também merecem atenção, como alterações intestinais (diarreia ou prisão de ventre), dores ou desconforto abdominal, perda de peso sem causa aparente, fraqueza ou anemia e alteração no formato das fezes.
No câncer de intestino o diagnóstico é feito geralmente através do exame histopatológico realizado no material retirado através da biópsia do tumor via exame de colonoscopia. “Após confirmado o diagnóstico procedesse ao chamado estadiamento, quando outros exames serão realizados (tomografias, exames de sangue), e que de acordo com os achados o tratamento será determinado. O tratamento varia de cirurgia a quimioterapia, ou uma associação de ambos”, menciona o médico e destaca ainda que, normalmente, o processo é definido por uma equipe médica composta por vários especialistas, dentre cirurgiões, oncologistas clínicos, patologistas (entre outros). Ele destaca que cada caso é de uma complexidade diferente e caberá ao time de especialistas escolhido definir a melhor programação terapêutica.
Conforme destaca o professor de Medicina da Unic, a prevenção é a peça fundamental. Para que isso aconteça, ele dá algumas dicas de hábitos saudáveis que devem ser adotados no dia a dia. Os dados do Inca indicam que a adoção das práticas pode evitar até 37% dos casos. Confira:
Foto: Emilysimagery/Morguefile
-Evite bebidas alcoólicas; -Tenha uma alimentação rica em vegetais;
-Diminua o consumo de carnes vermelhas; -Busque por um peso corporal saudável; -Mantenha uma vida ativa, executando atividades físicas;
O Projeto de Lei 1.459/2022 revoga a atual Lei de Agrotóxicos (7.802/89) e flexibiliza ainda mais o uso de agrotóxicos no país, negligenciando os pedidos da sociedade civil e científica
A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) aprovou nesta segunda- feira (19) o “Pacote do Veneno” (Projeto de Lei 1.459/2022). O texto proposto pelo relator, senador Acir Gurgacz (PDT/RO), foi aprovado rejeitando todas as manifestações contrárias ao PL por parte da sociedade civil e de órgãos técnicos, como Anvisa, Fiocruz e Instituto Nacional de Câncer (INCA). O projeto ainda não passou por outras comissões do Senado, como a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), Comissão de Meio Ambiente (CMA) e Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), conforme tem sido demandado por organizações, especialistas e parlamentares que acompanham a tramitação.
Marina Lacôrte, porta-voz de Agricultura e Alimentação do Greenpeace Brasil, destaca: “É inaceitável avançar com um projeto de tamanha gravidade para a saúde da sociedade e para a natureza. Precisamos de menos veneno no prato e mais comida de verdade. Se o Pacote do Veneno virar lei, não há qualquer possibilidade do novo governo cumprir com os compromissos que assumiu em relação ao combate à fome e à proteção do meio ambiente, pois o projeto vai na contramão da segurança alimentar, ambiental e climática”, declara.
“Agora esse abacaxi podre e tóxico está nas mãos do presidente do Senado Rodrigo Pacheco, que por enquanto nada fez para ampliar esse debate de forma adequada e democrática, como prometeu. Chegou a hora do Pacheco provar que tem compromisso com a sociedade e direcionar o PL para as comissões do Senado que analisam os riscos socioambientais, como a Comissão de Meio Ambiente (CMA), Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e Comissão de Direitos Humanos (CDU), e evitar que esse projeto avance de forma atropelada, neste fim de feira do governo Bolsonaro”.
Entre as medidas indecorosas presentes no Pacote do Veneno, está a permissão de registro de substâncias comprovadamente cancerígenas. Atualmente ingredientes ativos que causam esses graves danos à saúde (teratogênicos, carcinogênicos, mutagênicos) são totalmente proibidos caso já tenha alguma evidência científica.
Agência Brasil
Com a aprovação da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), sem ter passado por outras comissões, o texto proposto pode seguir a toque de caixa para votação no Plenário do Senado. Nesse momento, está definitivamente nas mãos do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que deve agir de acordo com os interesses coletivos e não avançar nesse momento com mais um projeto que joga contra o país.
Sociedade Norte-americana de Menopausa ratifica que a terapia hormonal é o tratamento mais efetivo para os sintomas da menopausa; 18 de outubro é o Dia da Menopausa
O recente posicionamento da Sociedade Norte-Americana de Menopausa foi atualizado em 2022 (leia aqui), e ratifica que a terapia hormonal é o tratamento mais efetivo para os sintomas vasomotores (os clássicos fogachos e calores noturnos), síndrome genitourinária, além de evitar perda óssea e diminuir o risco de fraturas.
“O tratamento deve avaliar o risco & benefício de cada mulher individualmente, sempre levando em consideração a idade do início do tratamento, tipos dos hormônios, doses, vias de administração e duração do tratamento. A reavaliação desse risco/benefício deve ser realizada periodicamente”, explica Larissa Garcia Gomes, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).
Os riscos de complicações associadas à terapia hormonal são raros, menos de 10 a cada 10.000 mulheres por ano, porém ainda geram muitas dúvidas nas mulheres enfrentando o climatério. O risco associado à terapia combinada (estrógenos e progestógenos) ou terapia de estrógenos isolados (mulheres sem útero) incluem trombose venosa e cálculo de vesícula. Além disso, a terapia combinada também está associada ao aumento de risco de câncer de mama e AVC.
Porém, dados recentes do seguimento por 18 anos do maior estudo avaliando terapia hormonal na menopausa, chamado WHI, demonstram que não houve aumento da mortalidade por câncer ou doença cardiovascular no grupo de mulheres que iniciaram a terapia hormonal entre 50-59 anos e usaram terapia hormonal por 5-7 anos. “Adicionalmente, considerando o grupo terapia combinada, o risco de mortalidade por todas as causas foi reduzido no grupo tratado versus o grupo placebo, e no grupo terapia com estrógenos isolados, o risco de mortalidade por câncer de mama foi reduzido nas mulheres tratadas versus placebo”, conta a endocrinologista.
Logo, nesse grupo de mulheres entre 50-59 anos, apesar do baixo aumento de risco de doenças associadas ao uso da terapia hormonal, essas condições não aumentaram o risco de morte dessas mulheres e novos dados sugerem até proteção de mortalidade, sendo que esses dados precisam ser confirmados e melhor entendidos.
Portanto, de acordo com o posicionamento, nas mulheres jovens com menos de 60 anos ou menos de 10 anos pós-menopausa e que não apresentam contraindicações, a razão risco & benefício favorece o tratamento dos sintomas vasomotores e prevenção de perda óssea. Para os sintomas genitourinários sem indicações de terapia sistêmica, a terapia local vaginal está recomendada.
Fonte: SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo)
Salão de cabeleireiros do empreendimento dá escova para quem cortar para doação
Outubro Rosa é marcado pela união em prol do cuidado com a saúde da mulher e o alerta para a prevenção do câncer de mama e de colo do útero. O Atrium Shopping, em parceria com a Casa Ronald McDonald ABC, entra nesta campanha com a arrecadação de lenços e cabelos, com no mínimo 10cm, para confecção de perucas, as quais serão repassadas às mulheres em tratamento.
Para ajudar também, neste mês, o Hair Salon, localizado no Piso 1, adere à campanha e oferece – a quem cortar com eles as madeixas para doação – a finalização com uma escova, para sair ainda mais radiante depois de contribuir com uma causa tão importante.
“O empreendimento está com a iluminação externa toda rosa para lembrar ao público a importância dos exames periódicos para detecção precoce do câncer de mama e de colo do útero. O cuidado com as mulheres deve ser o ano todo e o Outubro Rosa está aí para lembrar a todos disso”, comenta Kalime Matos, coordenadora de marketing do empreendimento.
“A parceria é sempre muito bem-vinda. Distribuímos os lenços para os hóspedes, tanto para a criança/adolescente como para a acompanhante. As mechas de cabelos, temos uma parceria com a confecção das perucas e, tanto aqui na Casa, como para quem precisa, doamos as perucas feitas”, conta Rosemeiri Silva, supervisora da Casa Ronald ABC.
Foto: TLC Direct
Atrium Shopping: Rua Giovanni Battista Pirelli, 155 – Vila Homero Thon, Santo André Telefone e WhatsApp: (11) 3135-4500
O Programa De Bem com Você, a Beleza contra o câncer, do Instituto Abihpec apresenta programação especial com oficinas de automaquiagem online e presencial para mulheres em tratamento oncológico; a programação também apresentará lives com temas ligados à causa e o lançamento do podcast Se Meu Batom Falasse
O Programa de Bem com Você, a Beleza contra o câncer, coordenado pelo Instituto Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) inicia suas atividades especiais voltadas para as mulheres em tratamento oncológico, no Outubro Rosa. São oficinas de automaquiagem, onde as pacientes aprenderão técnicas de beleza para amenizar os efeitos do tratamento. A programação de 2022 contará com oficinas online e presenciais, lives, além do lançamento do podcast Se o meu batom falasse.
O objetivo desse podcast é trazer as histórias reais de pacientes que conseguiram lidar com o tratamento oncológico e recuperaram a autoestima, tendo o apoio das oficinas de automaquiagem do Programa de Bem com Você, a Beleza contra o câncer. Para Claudio Viggiani, presidente do Instituto Abihpec, o Programa de Bem com Você desenvolve tradicionalmente uma programação especial durante o Outubro Rosa. O intuito é chamar a atenção para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama e de estimular mulheres que já estejam em tratamento oncológico a se cuidarem, aderindo ao tratamento e mantendo sua autoestima elevada.
No ano passado o Programa atendeu mais de 5.300 mulheres. Neste ano, serão 2 mil mulheres atendidas somente no mês de outubro entre oficinas online e presenciais. Até o final do ano serão 7 mil atendimentos, Um destaque deste Outubro Rosa serão as consultorias de visagismo, a arte de criar uma imagem personalizada através da análise do rosto e dos princípios da linguagem visual (harmonia e estética), utilizando a maquiagem, corte, coloração do cabelo, sobrancelha e tudo o que compõe o rosto. As oficinas presenciais acontecerão nos Hospitais e locais parceiros em várias cidades brasileiras.
Programação
04/10/202210h – Valorização da Pele + Os 12 Passos da Maquiagem 16h – Limpeza e Hidratação da Pele + Os 12 Passos da Maquiagem 05/10/202220h – Pele iluminada + Os 12 Passos da Maquiagem 06/10/202216h – Sobrancelhas naturais + Os 12 Passos da Maquiagem 20h – Valorização do olhar com delineado invertido + Os 12 Passos da Maquiagem 11/10/202210h – Pele Opaca + Os 12 Passos da Maquiagem 16h – Maquiagem Colorida com Glitter + Os 12 Passos da Maquiagem 12/10/202220h – Maquiagem para o dia a dia + Os 12 Passos da Maquiagem 13/10/202216h – Cílios Postiços + Os 12 Passos da Maquiagem 20h – Sobrancelhas naturais + Os 12 Passos da Maquiagem 18/10/202210h – Limpeza e Hidratação da Pele + Os 12 Passos da Maquiagem 16h – Valorização da Pele + Os 12 Passos da Maquiagem 19/10/202210h – Os 12 Passos da maquiagem 20/10/202216h – Valorização do Olhar com delineado invertido + Os 12 Passos da Maquiagem 20h – Sobrancelhas naturais + Os 12 Passos da Maquiagem 25/10/202210h – Maquiagem Colorida com Glitter + Os 12 Passos da Maquiagem 16h – Pele Opaca + Os 12 Passos da Maquiagem 26/10/202220h – Maquiagem para Festa + Os 12 Passos da Maquiagem 27/10/202216h – Sobrancelhas naturais + Os 12 Passos da Maquiagem 20h – Cílios Postiços + Os 12 Passos da Maquiagem Para as oficinas online, as inscrições podem ser feitas aqui.
Consultoria de visagismo – feita por uma das nossas voluntárias especializadas na técnica, Samarah Fernanda. Sala online aberta para 5 pacientes que fizeram um pré-cadastro. 03/10/2022 – 16h 10/10/2022 – 16h 17/10/2022 – 16h 24/10/2022 – 16h 31/10/2022 – 16h
Para a consultoria de Visagismo, as inscrições podem ser feitas aqui.
LIVES 11/10/2022 – 15h Sexualidade e o resgate da autoestima durante o tratamento oncológicoVenha bater um papo sobre Sexualidade e o resgate da autoestima durante o tratamento oncológico Vera Bifulco e a Dr. Ana Lucia.Vera é psicóloga clínica integrante da Equipe de Cuidados Paliativos da Unifesp, psico-oncologista, coordenadora do comitê de Cuidados Paliativos da SBPO, coautora de livros sobre o tema, além de coordenadora do curso de extensão cultural de Gerontologia na Contemporaneidade do Instituto sedes Sapientiae. Membro da Slow Medicine Brasil.Dra. Ana Lucia é Médica Psiquiatra, com especialização em Psico-oncologia e Sexologia clínica, formada em Medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes, Residência Médica em Psiquiatria pela Santa Casa de SP, título de especialista em Psiquiatria pela ABP, especialização em Psico-oncologia pela Ciências Médicas de MG e possui especialização em Sexologia pelo IBCMED e IEPOS. Live: YouTube
25/10/2022 Pessoa transgênero, 3° idade e o tratamento oncológico Live: YouTube
Lançamento Podcast 24/10/2022 Aproveitamos o mês de outubro, em que lembramos a importância da prevenção do câncer de mama, para lançar o Podcast Se Meu Batom falasse, com a narração de histórias de como as pacientes conseguiram lidar com o tratamento oncológico e, assim, recuperar a autoestima. Sobre O Programa De Bem com Você – A Beleza contra o Câncer Tem como objetivo oferecer um atendimento humanizado às mulheres que estão em tratamento oncológico, a fim de proporcionar a elevação da autoestima e qualidade de vida durante e pós-tratamento, por meio de oficinas de automaquiagem. Criado em 2012, o Programa DBCV é uma iniciativa do Instituto Abihpec, uma associação civil, autônoma, sem fins lucrativos. O Instituto surgiu de uma iniciativa da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) para canalizar os projetos sociais por ela patrocinados.
Nutricionista explica como esses alimentos desequilibram o funcionamento do organismo e dá dicas saudáveis e econômicas para substituí-los
Se num passado distante a obesidade era associada à fartura de alimentos e à riqueza, nos próximos anos ela terá uma cara bem diferente. A crise financeira está levando o brasileiro a consumir, cada vez mais, alimentos prejudiciais à saúde. Levantamento da Fiocruz durante a pandemia indicou queda de 4,3% no consumo de verduras e legumes e aumentos entre 3,7% e 5,8% no consumo de salgadinhos, chocolates e outros ultraprocessados.
O Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP) constatou que, desde o início da crise econômica, esse aumento ocorreu entre os 60% mais pobres. “O brasileiro está cada vez mais pobre e o consumo de alimentos ricos em nutrientes vem caindo na proporção em que aumenta a de processados. Esses tipos de alimentos não trazem fibras, vitaminas, minerais e fitoquímicos, mas têm alta quantidade de calorias, de açúcares, gorduras e elementos químicos que, ao serem consumidos em excesso, desequilibram o funcionamento do organismo, aumentando o trabalho do sistema imunológico e prejudicando atuação do sistema nervoso central”, explica nutricionista funcional Diogo Cirico, responsável técnico pela Growth Supplements.
Entenda o porquê ultraprocessados fazem tão mal à saúde
Historicamente, a alimentação in natura sempre foi mais barata, mas a diferença de preços em relação aos ultraprocessados vem caindo ao longo dos anos. Estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estima que, em 2026, será mais barato se alimentar de embutidos, macarrão instantâneo e comidas industrializadas congeladas, como nuggets, pizzas e lasanhas. E isso, afirma o nutricionista, é uma péssima notícia para a sua saúde. “Já estamos vivendo uma epidemia de obesidade, doenças metabólicas e cardiovasculares”, a projeção para os próximos 10 anos é ainda pior”. acredita Cirico.
Ele explica que esse tipo de alimento é especialmente perigoso porque contém aditivos químicos conservantes; substâncias potencialmente cancerígenas; gorduras saturadas; elevada quantidade de açúcar e sal, além dos chamados realçadores de sabor, que podem agir estimulando a pessoa a comer mais. “Nosso sistema nervoso central tem mecanismos para regular quando a gente fica com fome e quando fica saciado. Os realçadores de sabor podem desequilibrar esses mecanismos e, ao invés de o indivíduo se sentir saciado e parar de comer, ele continua comendo”, conta.
O nutricionista diz, no entanto, que é possível ter uma alimentação mais nutritiva, mas ainda assim econômica. A seguir, confira as diferenças entre as versões ultraprocessadas e os alimentos mais saudáveis.
-Macarrão Instantâneo X macarrão espaguete – a versão instantânea possui 10 vezes mais gordura e metade dessa gordura é saturada. Isso sem contar o tempero pronto que vem nos macarrões instantâneos, que é rico em sódio e todo tipo de conservantes. -Refrigerante X suco natural de frutas – o suco tem calorias dos carboidratos, possui também vitaminas, fitoquímicos e minerais, e o refrigerante tem apenas as calorias dos carboidratos. Quando um alimento traz apenas calorias, sem nutrientes, tem um comportamento ‘parasita’, ou seja, consome as reservas de nutrientes durante o processo de metabolismo. -Biscoito recheado X biscoito simples – os sem recheios podem ser consumidos mesmo que não sejam de elevado teor nutricional, enquanto os recheados têm açúcar, gordura trans, gordura saturada, sódio e grande quantidade de aditivos sintéticos. O consumo excessivo destes ingredientes leva ao aumento de várias doenças, dentre elas as cardiovasculares. -Nuggets X frango à passarinho – nuggets são uma mistura de carne com farinha, realçador de sabor e gordura hidrogenada, que deve ser evitada a todo custo devido à alta quantidade de malefícios que pode trazer para a saúde. Enquanto o frango à passarinho pode ser preparado apenas com temperos naturais e sem a pele, reduzindo ainda mais o teor de gordura da preparação. -Presunto, salsichas, peito de peru X peito de frango grelhado- embutidos possuem grandes concentrações de gordura saturada e trazem um composto altamente maléfico: os nitritos utilizados para conservação podem ser convertidos em nitrosaminas e seu consumo em excesso está associado ao aumento na incidência de câncer. O peito de frango desfiado e temperado com produtos naturais pode ser uma boa substituição no preparo de sanduíches. Você pode preparar em uma quantidade maior e congelar em porções pequenas para usar durante a semana.
-Pratos prontos congelados (hambúrguer, lasanha, pizza) X pratos feitos em casa – não há nada de mal comer pizza, hambúrguer ou lasanha eventualmente. Os problemas começam quando a dieta toda tem baixa qualidade em nutrientes, quando o consumo calórico total é excessivo e quando estes alimentos são feitos com ingredientes de baixo valor nutricional. Ao preparar hambúrgueres em casa, podemos usar carnes magras, adicionar vegetais como alface, tomate e pepino à vontade. No caso das pizzas, podemos usar farinhas integrais, adicionar temperos naturais, usar queijos magros e proteínas magras. -Sorvetes X sobremesas caseiras como doce de frutas- o grande malefício do sorvete é a presença de gordura trans/saturada (especialmente naqueles produtos de menor qualidade e preço), açúcar e demais aditivos químicos. Quanto mais ingredientes sintéticos tivermos, maiores podem ser os prejuízos. -Molhos prontos X molhos caseiros- existe uma infinidade de receitas com iogurte natural desnatado, azeite, limão e temperos e condimentos naturais. Mesmo que sejam equivalente em calorias, serão mais indicados que os molhos prontos, que contam com a presença dos aditivos alimentares sintéticos. -Tempero instantâneo X tempero natural – além de terem sódio em excesso, alguns temperos prontos possuem realçadores de sabor, que podem levar as pessoas a comerem de forma descontrolada. Substitua por temperos feitos com alho, cebola, salsinha, cebolinha e outras ervas.
-Salgadinhos chips X pipoca natural- salgadinhos possuem corantes, aromatizantes, acidulantes e realçadores de sabor que “adaptam” o paladar. Pipoca quando feita no fogão com óleo é um snack fonte de carboidratos, fibras e fitoquímicos. Atenção: as pipocas de micro-ondas algumas recebem aditivos como o diacetil, um dos mais perigosos.
Câncer de pulmão está entre os mais comuns em homens e mulheres no Brasil
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) alerta que o tabagismo é uma doença crônica e causa outras enfermidades. É responsável por levar à morte 443 brasileiros todos os dias, embora os óbitos decorrentes do ato de consumir tabaco sejam evitáveis, ainda há muitos fumantes. Não fumar ou parar é a principal forma de prevenir o câncer de pulmão, de cavidade oral, na laringe, faringe e esôfago.
O câncer de pulmão está no top três dos mais comuns em homens e mulheres no Brasil. É o primeiro em todo o mundo desde 1985, tanto em incidência quanto em mortalidade. Cerca de 13% de todos os casos novos de câncer são de pulmão. Já o câncer de boca afeta lábios e demais estruturas, como gengivas, bochechas, palato duro, língua (principalmente as bordas) e a região embaixo dela.
Estima-se a ocorrência de 17.760 casos novos de câncer de pulmão entre homens e 12.440 entre mulheres para cada ano do triênio 2020-2022, no Brasil. Em cerca de 85% diagnósticos, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco, sendo o cigarro o mais importante fator de risco para o desenvolvimento da doença.
A médica e professora do curso de Medicina da Faculdade Pitágoras, Thais Carvalho de Sousa, alerta que fumar também é prejudicial à saúde dos expostos à fumaça. “O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão, desenvolvimento de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), aumento do risco cardiovascular e o risco de desenvolvimento de doenças reumatológicas como por exemplo a artrite reumatoide. Além disso, o tabagismo aumenta de risco de outras neoplasias como o câncer de garganta, esôfago e estômago. Os chamados fumantes passivos também podem desenvolver câncer por conta do contato constante da fumaça proveniente do tabaco. Inalar é tão perigoso quanto fumar”, pontua.
Anualmente as mortes evitáveis atribuídas ao tabagismo alcançam 37.686 pessoas por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), 33.179 por doenças cardíacas, 25.683 outros cânceres, 24.443 ao câncer de pulmão, 18.620 ao tabagismo passivo e outras causas, 12.201 à pneumonia e 10.041 ao acidente vascular cerebral.
A especialista adverte ainda que os responsáveis fiquem atentos aos adolescentes, pois segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (2019), a exposição ao tabaco se dá de forma precoce. “O uso de narguilé e cigarro eletrônico virou uma onda entre os mais jovens e esse hábito atinge de igual forma o pulmão”, alerta. Adolescentes em idade escolar que fumaram pela primeira antes dos 14 anos compõem um percentual de 11,1%, para o País, sendo praticamente igual para meninos e meninas de 13 a 17 anos. A diferença entre os sexos é maior na Região Sul, pois 18% dos fumantes são meninas, e 13,5% meninos.
Foto: Ely Pineiro/Getty Images
A fim de informar e colaborar com a saúde da população, a médica lista mudanças que são benéficas para o abandono do vício: –Em 20 minutos, a frequência cardíaca e pressão arterial caem. -De 2 a 12 semanas a circulação sanguínea melhora e a função pulmonar aumenta. -De 1 a 9 meses a tosse e a falta de ar diminuem. -Em 1 ano o risco de doença cardíaca coronariana é cerca de metade do de um fumante. -Em 5 anos, o risco de derrame é reduzido ao de um não fumante. -Em 15 anos, o risco de doença cardíaca coronária é o de um não fumante.
Tabagismo é um problema de saúde coletiva e o Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado hoje, 29 de agosto, tem como objetivo reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais.
Sem a necessidade de encaminhamento das células para o exterior, pesquisa abreviará o tempo de tratamento; essa é a primeira iniciativa em pesquisa nesta área de uma organização acadêmica e hospitalar a ser aprovada pela Agência no Brasil
Na última semana, o Einstein recebeu aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para dar início à aplicação em seres humanos de células CAR-T – grupo de glóbulos brancos (linfócitos) responsáveis pela defesa do organismo contra agentes desconhecidos – produzidas em seu laboratório próprio, sem a necessidade de enviá-las a centros fora do país.
Essa é a primeira iniciativa do tipo de uma organização acadêmica e hospitalar a ser aprovada pela Anvisa no Brasil. O estudo terá como foco o tratamento de pacientes com linfomas de células B e leucemias linfocíticas agudas ou crônicas B, em casos de reaparecimento da doença ou em situações de resistência ao tratamento padrão. A técnica utilizada, células CAR-T, consiste em reprogramar geneticamente células do sistema de defesa do próprio paciente, caso dos linfócitos T, para reconhecer e combater seu tumor.
Atualmente, a Anvisa, seja para tratamento ou pesquisas, permite que pacientes submetidos aos tratamentos com CAR-T realizem uma coleta de sangue e que o material seja encaminhado a um centro de produção nos EUA para que as células sejam modificadas geneticamente, ganhando a habilidade de combater alvos específicos de cada doença.
Em seguida, essas células retornam ao hospital, onde são descongeladas e reinfundidas no paciente, após preparação com quimioterapia imunossupressora. Todo este processo dura cerca de três a quatro meses. Nesse período, o paciente precisa ser submetido ao chamado “tratamento ponte”, ou seja, um tratamento intermediário para aguardar a chegada das células.
A iniciativa acadêmica do Einstein, viabilizada pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), em parceria com Ministério da Saúde, reduz o período de espera do paciente para um médio de 8 a 12 dias, otimizando o tempo de resposta no tratamento e as chances de cura.
Nelson Hamerschlak, hematologista, coordenador do Programa de Hematologia e Transplantes de Medula Óssea do Einstein e líder da iniciativa, explica que este avanço só foi possível graças ao pioneirismo dos estudos da organização, fazendo com que o hospital se tornasse um “point of care” (ponto de cuidado, em tradução literal), ou seja, com capacidade de abarcar as etapas de exames e de processamento do material, com validação de um laboratório de boas práticas que possibilita a realização de todos os processos de modificação das células dentro da unidade Morumbi. Para isso, uma equipe de pesquisadores se dedica, há dois anos, à adequação das exigências de segurança e eficácia dos órgãos regulatórios.
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Outro ponto positivo do projeto é a redução melhoria da relação custo-efetividade do tratamento. “Estamos muito orgulhosos e já podemos comemorar os resultados alcançados até agora. A tecnologia que estamos desenvolvendo deve reduzir significativamente o custo atual do tratamento”, destaca Hamerschlak.
O estudo é conduzido há três anos e contou com a participação de diversas áreas e frentes do Einstein, como a área de Hemoterapia e Terapia Celular, a Unidade de Transplantes de Medula Óssea, o Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa e a Academic Research Organization (ARO), tendo recebido a validação em todas as fases iniciais. O protocolo de pesquisa para a nova fase, com seres humanos, prevê que a tecnologia seja usada em 30 pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), dentro do projeto do Proadi-SUS.
Com conteúdo qualificado nas mídias sociais e site oficial e ações ao longo do ano, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica mapeia os principais estudos do Brasil e do mundo sobre o impacto da pandemia no diagnóstico e tratamento do câncer e, com linguagem acessível e didática, alerta sobre prevenção e necessidade de retomada dos exames de rastreamento para redução dos casos, das descobertas em fase avançada e mortes por câncer
Antes da pandemia, o câncer já gerava preocupação em todo o mundo por conta de gargalos no diagnóstico, com altas taxas de tumores avançados até mesmo para tipos de câncer que possuem exames de rastreamento como mamografia, colonoscopia e Papanicolau. Além da descoberta tardia, que aumenta a complexidade do tratamento e custos e reduz as chances de cura, havia também a perspectiva do exponencial aumento da incidência da doença em duas décadas. Quando Covid-19 ainda não era pauta mundial, a projeção da Organização Mundial da Saúde (OMS) era de 19,3 milhões de casos em 2020 e um salto de 64,1% em 20 anos, ou seja, atingindo a marca de 30 milhões de novos casos em 2040 (1).
Paralelamente, no Brasil eram esperados que entre 2020 e 2022 houvesse cerca de 625 mil novos casos de câncer por ano (2). Considerando uma média de 60% de aumento em duas décadas, chegaríamos à alarmante marca de 1 milhão de novos casos/ano em 2040 no país. Com a chegada da Covid-19, o câncer não deixou de existir. Pior que isso, a doença evoluiu em agressividade, pois houve uma drástica redução de exames e visitas /revisões com médicos e especialistas que poderiam diagnosticá-la precocemente. Diante deste cenário, com a proposta de conscientizar a população sobre a importância do cuidado com a saúde, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) lança a campanha Não dá para esperar. Cuide-se. O câncer não ficou de quarentena.
O cirurgião oncológico e presidente da SBCO, Héber Salvador, explica que a ação será um movimento permanente. “Vamos desenvolver inúmeras ações com o propósito de conscientizar a população a estar atenta aos sinais do corpo, aos exames indicados para sua faixa etária e, aos pacientes oncológicos, que não negligenciem o tratamento. Será um movimento permanente, que irá abraçar as demais campanhas que já são tradicionais ao abordar tipos específicos de câncer, como o Julho Verde, Agosto Branco, Setembro Lilás, Outubro Rosa, Novembro Azul e Dezembro Laranja. Além disso, temos também a tradicional Ação Nacional de Combate ao Câncer da SBCO também em novembro”, detalha Héber Salvador.
O impacto mundial da pandemia no câncer em números – A OMS, que havia projetado um aumento superior a 60% na carga de câncer em todo o mundo até 2040, alertou para o catastrófico impacto da pandemia nos últimos dois anos no diagnóstico de novos casos de câncer. Os dados apontam que durante os meses iniciais da pandemia, o diagnóstico de tumores invasivos caiu 44% na Bélgica; assim como na Itália, os exames colorretais diminuíram 46% entre 2019 e 2020, enquanto na Espanha o número de cânceres diagnosticados em 2020 foi 34% menor do que o esperado (3).
Em sua Pesquisa Global Pulse, a OMS indicou que no último trimestre de 2021 houve uma interrupção no cuidado do câncer (exames de rastreamento e tratamento) de 5% a 50% em todos os países do mundo. Esta situação (embora tenha melhorado desde o primeiro trimestre de 2021 – quando os serviços foram interrompidos em mais de 50% em 44% dos países e entre 5% a 50% no restante) refletirá negativamente por alguns anos. Estudo publicado na revista científica JAMA (Journal of The American Medical Association) evidenciou que a Holanda observou uma queda de até 40% na incidência semanal de câncer e o Reino Unido teve redução de 75% nos encaminhamentos por suspeita de câncer. Estes dados foram obtidos a partir dos registros de janeiro a abril de 2019 comparados com os mesmos meses de 2020 pela Quest Diagnostics, líder mundial em medicina diagnóstica. Foram identificadas quedas significativas nas neoplasias malignas, benignas, in situ e de comportamento não especificado (5).
Outro estudo, assinado por pesquisadores do Sidney Kimmel Cancer Center, da Filadélfia, nos Estados Unidos e do National Health Service (NHS), do Reino Unido, mostra redução de 89,2% no rastreamento de câncer de mama e de 85,5% dos exames de investigação de câncer colorretal. Os dados foram obtidos a partir dos registros de 278 mil pacientes, dentre eles mais de 20 mil do período de covid-19. A pesquisa foi publicada no JCO Clinical Cancer Informatics, revista científica da American Society of Clinical Oncology (ASCO).
Recente
Publicado em abril de 2022 na revista científica The American Surgeon – um estudo de coorte retrospectivo, que investigou o impacto da pandemia na triagem, diagnóstico e taxas de mortalidade das cinco principais causas de morte por câncer (pulmão/brônquios, cólon/reto, pâncreas, mama e próstata) mostra que as triagens diminuíram 24,98% para câncer colorretal e 16,01% para câncer de mama de 2019 a 2020. A mesma revista, também em abril, trouxe um estudo que mostrou redução de mamografias de rastreamento em 44% e de 21% de redução de mamografias de diagnóstico.
Os números do impacto no Brasil
O impacto da Covid-19 no controle do câncer no Brasil começou a ser quantificado já no início da pandemia. Nos primeiros quatro meses (março a junho de 2020) sete entre dez cirurgias oncológicas não foram realizadas, aponta a SBCO. Paralelamente, levantamento da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) mostrou que ao menos 70 mil brasileiros deixaram de receber o diagnóstico de câncer no mesmo período.
Outro levantamento feito pela SBCO, junto ao banco de dados do Datasus, aponta que ao menos 148 mil colonoscopias deixaram de ser realizados no Sistema Único de Saúde nos últimos dois anos. O sistema registra a realização de 347.098 colonoscopias em 2019. Em 2020, quando houve medidas mais restritivas para contenção da disseminação do SarsCov-2, o que incluiu o fechamento de serviços de colonoscopia, foram realizados 241.329 exames (redução de 30,4% no ano passado). Em 2021, foi registrada uma retomada na procura pelo exame, porém, observou-se ainda uma significativa redução (304.004 colonoscopias, um volume 12,4% menor em relação a 2019).
Outros números do país
=Redução de 47% na realização de mamografias no SUS de janeiro a julho de 2020 quando comparado ao mesmo período de 2019 – INCA. =Redução de 46,3% dos diagnósticos de câncer colorretal (intestino grosso e reto) de janeiro a julho de 2020 quando comparado ao mesmo período de 2019 – SBCO e A.C.Camargo Cancer Center. =61% dos serviços de Radioterapia tiveram mais de 20% de redução do movimento, sendo que 15% viram o número cair em mais de 50%. – Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT).
No Brasil, a média de deslocamento para um procedimento de Radioterapia é de 76 quilômetros. Por sua vez, a desigualdade de acesso escancara uma distância média que varia de 33 km no estado de São Paulo a 1605,5 km, que é a distância média que precisa ser percorrida por um paciente que reside em Roraima, estado que não possui qualquer serviço de Radioterapia. No Acre, que também não conta com Radioterapia, a distância ao serviço mais próximo é de 1487,3 km – Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT).
O reflexo na cirurgia oncológica
Até 2040, a demanda por cirurgias relacionadas ao câncer deve aumentar 52%, chegando a 13,8 milhões de procedimentos nos próximos 20 anos. Para dar conta desse cenário, estima-se que quase 200 mil cirurgiões e 87 mil anestesistas adicionais sejam necessários para cumprir o desafio. Além disso, também será preciso melhorar sistemas de saúde para evitar mortes decorrentes de complicações pós-operatórias. Estas previsões foram publicadas na revista científica The Lancet.
O impacto já é percebido na cirurgia oncológica no Brasil, pois os pacientes estão chegando com tumores maiores e mais agressivos, o que exige procedimentos mais extensos e qualificação profissional. Embora o panorama esteja melhorando, por conta da queda dos números da pandemia e avanço da imunização contra Covid-19, é missão da SBCO trabalhar pela retomada dos cuidados e exames periódicos e que a população tenha, em dia, a sua mamografia, toque retal, colonoscopia, dentre outros exames de rastreamento, assim como os meninos e meninas vacinados contra o vírus HPV.
Com a campanha 360º, que envolve conteúdo multimídia e qualificado nas mídias digitais e ações externas com a população, a campanha, além de conscientizar a população, visa engajar os mais de 1400 cirurgiões oncológicos membros da SBCO. Paralelamente, é essencial também a atuação multiprofissional. “Precisamos lutar pela maior oferta do ensino de Oncologia em todas as faculdades de Medicina do país e que esta disciplina também figure na grade curricular de outras áreas de saúde, essenciais para o cuidado multidisciplinar do paciente oncológico, como Fonoaudiologia, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia, Enfermagem, dentre outras. Os médicos e os demais profissionais da saúde precisam aprender a pensar oncologicamente. Com isso, a população será mais bem assistida por eles em todas as etapas, da prevenção à reabilitação pós-tratamento”, vislumbra Héber Salvador.
Objetivo da ação é transformar a vida de pessoas que passaram por tratamentos de câncer ou outras doenças
No dia 14 de maio, o Santana Parque Shopping recebe mais uma vez o Banco de Peruca Móvel da ONG Cabelegria. A ação acontece das 11h às 19h, na entrada principal do empreendimento.
O projeto, que retorna ao shopping a cada dois meses, tem como principal objetivo transformar a doação de cabelos em perucas para serem distribuídas às pessoas que passaram por tratamentos de câncer ou que foram diagnosticadas com outras doenças que causam queda de cabelo.
“É sempre muito gratificante poder ser um ponto de apoio da Cabelegria e ver quantas pessoas se solidarizam com as doações, assim como a alegria no rosto de todas aquelas que recebem uma peruca. Em cada ação esperamos transformar um número maior de vidas”, afirma Rodrigo Rufino, gerente de marketing do Santana Parque Shopping.
Os interessados em abraçar a causa podem realizar cortes de cabelos gratuitamente no local. Não existem restrições para doação, todos os tipos de cabelos com no mínimo 15cm são aceitos, podendo ser natural, com química ou tintura. Além disso, quem doar terá isenção no preço do estacionamento.
Cabelegria no Santana Parque Shopping Quando: Dia 14 de maio Horário: 11h às 19h Local: Entrada principal do Santana Parque Shopping Endereço: Rua Conselheiro Moreira de Barros, 2780 – Santana – SP Mais informações: site ou pelo telefone: (11) 2238-3002 ou WhatsApp: (11) 96588-3226.