Casa, localizada no bairro mais boêmio da cidade, faz referências à cidade, em cardápio com comida afetiva, coquetéis e boa música, com destaque para samba de raiz
Aumentou a movimentação na esquina das ruas Mourato Coelho com a Wisard, na Vila Madalena. No ponto privilegiado, grandes portas envidraçadas separam a calçada de um novo bar, que remete à descontração de uma praça: o Pátio SP, recém-inaugurado no bairro.
A casa convida à conversa jogada fora, ao bem-estar, ao culto à música de qualidade. Retrata o perfil do paulistano na recente ocupação dos espaços públicos, na preocupação com o verde e com a sustentabilidade. Tem bancos feitos a partir de paletes, garrafas recicladas penduradas, grafites nas paredes e um grande jardim vertical.
No cardápio vemos o resgate de itens como sanduíche de carne louca, batatinha vinagrete, pavê de chocolate e gelatina colorida. Quem nunca comeu esses quitutes em festas de família?
“Pra Petiscar”, “Pra Curtir” e “Pra Lamber os beiços”
A proposta da cozinha é simples: uma comida caseira que desperte boas lembranças. Uma revisita a clássicos da memória afetiva que vão da carne louca ao pudim de leite. O cardápio enxuto abriga o melhor em petiscos e têm descrições que aguçam a curiosidade e o paladar dos clientes, como por exemplo: sandubinha de carne louca (R$ 7,00 2 minipães), coalho com melado (R$ 18,20, 8 miniespetos), Hamburguinho no capricho (R$ 42,80 – 8 unidades), Três Pasteis (carne, queijo, pupunha / 9 unidades) (R$ 28,90); batatinha vinagrete (R$ 9,90); Costela de porco com batata rústica (R$ 45,80); Bolinho de bacalhau de Mirandela (8 unidades) – receita exclusiva do nosso chef (R$ 39); Frango a passarinho (R$ 37,25). Para finalizar, o Pudim clássico com baunilha de verdade (R$ 12,50), Queijadinha com cocada (R$ 16,50), Pavê de chocolate da Vó Aurora (R$ 26,00) e Gelatina colorida da Tia Nica (R$ 18,00). As duas últimas são servidas em porções maiores para serem compartilhadas.


A feijoada não poderia faltar e será servida apenas aos sábados (R$ 49,90 por pessoa, bufê à vontade), quando também haverá música ao vivo, com samba de raiz com artistas consagrados e novos talentos.
Bar, técnicas de infusão e envelhecimento
À frente do bar, o Pátio SP conta com o bartender João Vieira, que está entre drinques, copos e bebidas desde 1999. De lá para cá, além de consultorias, já comandou bares de casas como churrascaria Montana, Eñe e La Maison Est Tombée. Agora a ideia é oferecer bebidas e drinques que passeiam entre os clássicos, autorais e especialidades do Pátio SP; uma seleção inspirada em pontos turísticos da cidade, como Viaduto do Chá, por exemplo, e em brasilidades, como a rapadura.
“Temos um menu atualizado, com bebidas de primeira linha e processos que prolongam a qualidade e a boa experiência do cliente”, afirma Vieira, também gerente de Alimentos&Bebidas da casa. Uma das propostas é ter bebidas artesanais feitas no local. É o caso da vodca infusionada com amora – que aparece no drinque Pátio do Colégio (vodca com infusão de amoras, purê de morangos, lichia, aipo e bitter de laranja, a R$ 24,00) e a cachaça envelhecida com chá mate, usada para fazer o Viaduto do Chá (cachaça com infusão de chá mate, limão, maracujá e xarope de gengibre, por R$ 24,00).
O cardápio de bebidas inclui a caipirinha Morena, com destaque para o ingrediente bem brasileiro: a rapadura. Ela é feita com cachaça envelhecida em umburana, limão taiti, suco de limão siciliano e rapadura (R$ 22,00). Entre os tônicos, vale experimentar o Mourato Coelho – Gim Bulldog, licor Frangélico, perfume de absinto, anis estrelado, laranja e água tônica (R$ 27,00); nele, o absinto dentro de um charmoso borrifador é colocado na bebida, na frente do cliente.

Também tem lugar para um chope claro (R$ 7,10), Black (R$ 8,10) e Colorado (R$ 12,00); cervejas na garrafa: Original 600 ml (R$ 12,90) e Stella Artois 550 ml (R$ 10,00) e cervejas artesanais como: Júpiter Tanger Witber 4% teor (300 ml – R$ 18,00), Coruja Viva Lager 4% teor (1 litro – R$ 42,00) e Way Cream Porter 5,6% teor (310 ml – R$ 20,00). Quem não curte bebidas alcoólicas ou é o motorista da vez, a sugestão é o refrescante mojito, que tem o apelido de Mó Suave – hortelã, limão, água com gás e açúcar (R$ 18,00).
Ambiente
Materiais simples, que são comuns a áreas externas, criaram um espaço interno diferente, em que as pessoas se sentem integradas com o exterior. “A ideia é brincar com a sensação dos clientes, o que fortalece o conceito de pátio: perceber o entardecer, sentir a brisa e enxergar as árvores”, explica Thiago Passos da YBYPY Arquitetura, que, com Débora Cunha, assinou o projeto.
A cor crua das madeiras de paletes em mesas, cadeiras, bancos corrimão e palco domina o ambiente. O cimento queimado no chão e no bar completa o ar rústico. Mais de 300 garrafas recicladas transparentes organizadas e penduradas no teto conferem certo movimento.
Na valorização do contato com a natureza, acima do balcão do bar uma “parede verde” de 95 m² e com vários tipos de plantas, como samambaia, mescladas a paletes de madeira dão um charme especial. A maior parte da iluminação do balcão feita com mais de 150 garrafas de vidro vermelhas penduradas por fios também vermelhos, completa de maneira harmoniosa o visual.
Acima do palco, um mural com grafite colorido com 85 m² contrasta com as mesas e cadeiras. A sensação é de se estar sentado em uma praça observando as casas ao entardecer. Os artistas Clóvis Davino da Silva, o Chumbo, e Claudemir Silva, conhecido como Fera, conseguiram traduzir muita descontração com outro grafite bem colorido, que exalta o rosto de uma mulher.
No alto do salão, um teto retrátil de 50 m² por onde se pode ver a copa de algumas árvores ajuda a se sentir em uma praça. Nas noites de céu aberto, a dica é apreciar as estrelas enquanto bate papo com os amigos.

Pátio SP Bar: Rua Mourato Coelho, 1.272, Vila Madalena, São Paulo – Horário de funcionamento: terça à quinta das 17h a 1h; sexta das 17h as 2h; sábado das 12h as 2h e domingo das 12h as 23h