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Dor no braço e rigidez no pescoço podem indicar problema na coluna

Conheça as características do problema e aprenda a prevenir

Sintomas como os citados acima podem ser facilmente confundidos com estresse, cansaço ou até mesmo noites mal dormidas. Porém, quando a dor é recorrente, o problema pode estar relacionado a lesões na coluna cervical e, por isso, exige atenção aos sintomas e cuidados para evitar que o quadro piore.

Foto: Healthline

Cervicobraquialgia é a dor que começa na parte de trás do pescoço, pode irradiar para um dos ombros e chegar ao braço, onde pode apresentar formigamento e perda de força. No pescoço, pode causar certa rigidez e a dor piora com a tosse. Ela decorre de uma compressão dos nervos localizados na região superior da coluna vertebral, entre as vértebras C1 e C8, responsáveis pela sustentação e movimentos da cabeça e membros superiores.

André Evaristo, ortopedista, especialista em cirurgia da coluna no Hospital Sírio-Libanês, explica que “uma coluna saudável tem movimentação harmônica, mas quando sofre lesão as vértebras e discos podem ser desgastados e ter sua calcificação aumentada. Essa alteração provoca rigidez na estrutura e comprime os nervos do local afetado”.

A compressão pode decorrer de uma série de fatores, como má postura, excesso de carga, estresse, trauma físico, hérnia de disco e doenças degenerativas que comprometem a saúde da coluna. Como há o risco de formigamento, os sintomas são confundidos com infarto do miocárdio.

“Para identificar corretamente a causa do problema, são necessárias avaliações físicas e exames de imagem, como ressonância magnética, que auxiliam o médico na condução do tratamento mais adequado”, revela o médico.

A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 37% da população brasileira terá lesões na coluna cervical, somente pela má postura no uso do aparelho celular, com a cabeça abaixada.

“O excesso de tempo nessa posição é prejudicial, pois exige um esforço maior da coluna para sustentar o peso da cabeça em inclinação. Quando está em posição reta, é exercido um peso de cerca de 5 quilos sobre a coluna. Com a inclinação, esse número aumenta em até 6 vezes”, revela Evaristo.

Como se prevenir

-Melhorar a postura: é a primeira das opções, a coluna deve ficar reta e a cabeça alinhada, seja nas tarefas do dia a dia, sentado ou em pé.
-Visitar o médico ortopedista regularmente, para avaliar possíveis desgastes nas estruturas da coluna.
-Fortalecimento muscular: os músculos protegem a coluna, quando estão fortalecidos essa proteção é aumentada e minimiza as chances de lesões.
-Fazer alongamento, ao menos uma vez ao dia: um profissional de educação física ou fisioterapeuta pode auxiliar na condução da atividade.

Uma das opções de alongamento é a rotação da cabeça, com repetições em três séries de seis movimentos:

-Sente-se em uma cadeira ou fique em pé com o peso distribuído igualmente em ambas as pernas
-Suavemente, traga o queixo em direção ao peito. Segure a posição por 5 segundos
-Suavemente, leve a cabeça para trás. Segure a posição por 5 segundos
-Deite a cabeça em direção ao ombro direito. Segure a posição por 5 segundos
-Deite a cabeça em direção ao ombro esquerdo. Segure a posição por 5 segundos
-Rode a cabeça sentido horário. Realize três voltas completas
-Rode a cabeça sentido anti-horário. Realize três voltas completas.

Fonte: André Evaristo Marcondes é ortopedista especializado em coluna; Mestre em Saúde Pública pela University of Limerick (Irlanda). Especialista em Cirurgia de Coluna, em Ortopedia e Traumatologia e graduação em Medicina pela Universidade de Marília. Membro da North American Spine Society (NASS), Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Residência médica em Ortopedia e Traumatologia no Hospital do Servidor Público Municipal (SP). Atualmente, atende no Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, AACD e Neuro Ortho Spine Center (N.O.S.). Instagram: @dr.andrecoluna

Dia Mundial da Fisioterapia: 5 exercícios para quem sofre de desvios posturais

Hoje (8) é celebrado o Dia Mundial da Fisioterapia. Por conta disso, Bernardo Sampaio, fisioterapeuta e diretor clinico do ITC, Guarulhos, traz dicas para aliviar os desvios na coluna

O Dia Mundial da Fisioterapia é celebrado anualmente, desde 1996, em 8 de setembro, data que corresponde à fundação da World Confederation of Physical Therapy (WCPT), no ano de 1951. O dia assinala a união e a solidariedade da comunidade global de Fisioterapia e é uma excelente oportunidade para os fisioterapeutas de todo o mundo demonstrarem o valor da profissão na manutenção e/ou melhoria da mobilidade e independência funcional.

Muitas pessoa, em algum momento da vida, recorrem à fisioterapia. Quando sofremos uma lesão ou estamos com algum problema muscular, o médico pode sugerir o acompanhamento de um fisioterapeuta para complementar a ação de medicamentos e acelerar a recuperação. É a ciência que estuda, diagnostica, previne e recupera pacientes com distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano. Trabalha com doenças geradas por alterações genéticas, traumas ou enfermidades adquiridas. Um desses tratamentos que possui grande procura das pessoas é referente a coluna.

A coluna vertebral é uma parte muito importante do nosso corpo, pois é ela que sustenta, protege e auxilia a nossa locomoção. Portanto, qualquer alteração nesta parte, que também está intimamente ligada com os nossos órgãos e nervos, pode trazer consequências futuras graves em nosso sistema nervoso central. De acordo com o fisioterapeuta Bernardo Sampaio, nossa coluna possui algumas curvaturas que são fisiológicas, ou seja, naturais.

E essas curvas são denominadas como cifose ou lordose e quando ocorrem alterações nessas curvas damos o nome de hiperlordose ou hipercifose, que é quando ocorre um desvio geralmente na região torácica e lombar do corpo. “Outro desvio bastante conhecido é a escoliose, que é um desvio lateral das vértebras. Esse desvio pode acontecer tanto na parte superior quanto na inferior (escoliose em C) ou em ambas (escoliose em S)” – explica Sampaio, que também é diretor clínico do Instituto Trata e do ITC Vertebral, unidades de Guarulhos.

O fisioterapeuta diz ainda que, que as causas para esses desvios variam desde condições genéticas ou posturais, passando até por causas idiopáticas (de origem desconhecida). Mas poucos são os casos genéticos. “Por esse motivo, ter bons hábitos e praticar exercícios regularmente podem ser boas ferramentas não só para tratar, como também para prevenir esses desvios”, alerta.

Dessa forma, qualquer alteração na condição normal da coluna deve ser tratada e corrigida o mais rápido possível, pois os desvios posturais podem levar a uma série de consequências que alteram diretamente na qualidade de vida do paciente. Pensando nisso, Sampaio separou alguns exercícios e alongamentos para quem sofre com os desvios na coluna e que podem ser feitos em casa.

“Mas antes de se aventurar nestes exercícios, é importante lembrar os tratamentos devem ser prescritos por um profissional, e de forma individual, pois devem ser levados em consideração fatores como graus dos desvios, idade, tipo de curvatura, gravidade e sintomas apresentados, para decidir qual o melhor tratamento”, lembra o fisioterapeuta.

Inclinações pélvicas
A inclinação pélvica ajudará a alongar os músculos tensos dos quadris e da parte inferior das costas. Para fazer uma inclinação pélvica:
-Deite-se de costas com os pés apoiados no chão e os joelhos dobrados;
-Contraia os músculos do estômago enquanto ajusta as costas em direção ao chão;
-Segure por 5 segundos, respirando normalmente;
-Depois descanse. Faça duas séries de 10.

Elevação de braço e perna
É possível fortalecer a região lombar com elevações de braços e pernas. Para fazer os movimentos:
-Deite-se de frente com a testa em direção ao chão;
-Estenda os braços sobre a cabeça, com as palmas das mãos posicionadas no chão. Mantenha as pernas retas;
-Levante um braço do chão;
-Segure por uma ou duas respirações completas e abaixe o braço de volta;
-Repita com cada braço e cada perna. Faça 15 repetições em cada membro.

Postura do gato e da vaca
Essa é uma postura muito popular no yoga e ajuda a manter a coluna flexível e sem dor. Veja como fazer a postura do gato e da vaca:
-Comece com as mãos e os joelhos apoiados no chão, em uma postura de quatro apoios, garantindo que suas costas estejam niveladas e que sua cabeça e pescoço estejam confortáveis;
-Respire profundamente e leve suas costas e cabeça em direção ao teto;
-Ao expirar solte os ombros e leve as costas em direção ao chão. Faça duas séries de 10.

Super-homem
Esse é outro exercício inspirado no yoga e excelente para a coluna. Veja como fazer:
-Comece com as mãos e os joelhos no chão e com as costas retas;
-Estenda um braço para frente e para fora enquanto estende a perna oposta para trás;
-Respire normalmente e segure por 5 segundos;
-Repita com o braço e perna opostos. Faça de 10 a 15 repetições de cada lado.

Alongamento do músculo grande dorsal
É possível alongar o grande dorsal – o maior músculo da parte superior do corpo – com esse alongamento. Ele é excelente para a escoliose torácica, que afeta diretamente esse músculo e também para a escoliose lombar que pode causar tensão nas costas e se estende até o grande dorsal. Aprenda:
-Fique de pé com boa postura em uma posição neutra;
-Mantenha os pés afastados na largura dos ombros e os joelhos levemente dobrados;
-Leve as mãos acima da cabeça e segure o pulso direito com a mão esquerda;
-Curve-se levemente para o lado direito até sentir um alongamento no lado esquerdo do corpo;
-Segure por uma ou duas respirações e, em seguida, volte a posição inicial;
-Repita no lado oposto. Faça de 5 a 10 repetições de cada lado.

Para saber mais sobre dores, alongamentos e exercícios e muito mais, acesse: Instituto Trata e ITC Vertebral.

Postura corporal: como está a sua? – por Stephanie Iara Heidorn* da Bodytech

Cuidar da postura não é apenas uma questão estética, é estar atento à qualidade de vida que esse cuidado proporciona no decorrer da vida. A má postura pode gerar diversos quadros de dor, incluindo doenças ósseas e articulares e, com o passar do tempo, começa a causar limitações na realização de tarefas simples, como pegar um objeto no chão, tirar malas do avião, pegar uma bolsa no banco de trás do carro. Pode parecer algo bobo, ou até mesmo que não tenha ligação alguma, mas a má postura causa impacto não só na coluna, como também nos ombros e quadril. Além das dificuldades diárias, essas alterações podem impactar nas práticas esportivas, ou seja, no seu lazer.

Além do impacto na qualidade de vida, a postura pode influenciar a forma como os outros nos veem. Por exemplo, uma postura arqueada pode ser vista como uma pessoa desleixada e até representar falta de confiança para quem te observa. Para aqueles que estão preocupados com a estética, a má postura pode favorecer um abdômen distendido, ou seja, aquela barriguinha mais saliente e indesejada por todos.

Boa postura no dia a dia

Pixabay

É importante adaptar os ambientes em que passamos mais tempo. Se você trabalha em frente a um computador, vale a pena elevar a tela até a linha do seu olhar para evitar o arqueamento da coluna e a projeção da sua cervical para a frente.

Passamos entre seis a oito horas dormindo, por isso é importante ficar atento à posição na qual se deita. Esse cuidado pode ajudar na melhora postural e na redução de quadros de dor. Deixar o ambiente confortável com a utilização de travesseiros, pode ser um bom começo. Se você dorme de lado utilize um travesseiro entre as pernas, se dorme de abdômen para cima utilize o acessório abaixo dos joelhos, e para ambas as posições fique atento à altura do travesseiro para que sua cervical fique sempre bem acomodada, preservando um bom alinhamento.

É importante evitar permanecer por longos períodos sentado, faça pequenas pausas para beber água ou se proponha a ficar de pé sempre que utilizar o celular, revezar as posições também pode ajudar. Além dessas recomendações é muito importante lembrar que a prática de exercício físico, principalmente os que envolvem fortalecimento muscular contribuem muito para a manutenção postural de uma maneira mais fácil e natural.

Problemas acarretados pela má postura

Os principais problemas causados pela má postura são: encurtamentos, fraquezas e desequilíbrios musculares. Os desequilíbrios sobrecarregam a coluna, cintura escapular e pélvica e podem ocasionar o aparecimento de hérnia de disco, tendinites, bursites, artrose, restrição de movimento e, consequentemente, muita dor.

No topo dos inimigos da postura estão: longos períodos na mesma posição, falta de exercício físico e o tempo excessivo em frente às telas. Para amenizar as dores e auxiliar na correção da postura é essencial investir em exercícios de alongamento e mobilidade. Eles ajudam a amenizar a tensão gerada pelo desequilíbrio muscular, na hidratação e nutrição das articulações e principalmente no resgate dos movimentos. Qualquer tipo de restrição causa compensação e a compensação gera sobrecarga, causando dor.

Mitos e verdades

Usar cinta pode corrigir a postura
Mito.
O uso de cinta pode contribuir para o enfraquecimento muscular, uma vez que o suporte postural está relacionado ao seu uso. Os músculos precisam estar em uso para exercerem a sua função.

Foto: Wiki How

Fazer exercícios abdominais fortalece o core e melhora a postura
Mito.
Os exercícios abdominais tradicionais, de modo geral, enfatizam a flexão de tronco, ou seja, é uma postura de arqueamento, adotada quando estamos sentados olhando para telas baixas. Para melhorar a compreensão da região do core que compõe o centro de gravidade do corpo, onde todos os movimentos são iniciados, muitos autores englobam tronco, quadril e ombros como core também. Os músculos dessa parte do corpo são essenciais na função e no controle de todas essas regiões, possuindo uma importante participação na estabilização da coluna. A maneira mais comum de exercitar a parede abdominal, seja no solo ou com uso de equipamentos, é por meio de flexões da coluna. No entanto, dificilmente o músculo abdominal é utilizado dessa forma em atividades esportivas ou no dia a dia. A grande função dessa zona do corpo é estabilizar a coluna e não atuar como flexora, como é comumente nos depararmos nas academias. Procure realizar exercícios isométricos e de estabilização para obter melhor resultado, e para conseguir ficar mais próximo da principal função do core.

O posicionamento dos pés pode contribuir muito para a melhora postural
Verdade.
Experimente sentar-se em uma cadeira e deixar os pés soltos no chão. Agora, apoie os mesmos de maneira firme com a sola toda, perceba como sua coluna reage de maneira diferente.

Um jeito fácil de corrigir a postura é lançar os ombros para trás, forçando a musculatura das costas
Mito.
Corrigir a postura dessa forma pode causar maior tensão na região, levando a quadros de dor e desequilíbrio. Para um ajuste mais confortável, faça um giro dos seus ombros, levando os para a frente, para cima e posicionando-os para trás. Dessa forma, suas escápulas ficarão acomodadas no local certo e você não fará força para manter uma boa postura.

*Stephanie Iara Heidorn é bacharel em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Mobilidade Articular e Movimento, criadora do programa Destrava, idealizadora do projeto Mobility Training. Atua na Bodytech ministrando aulas de mobilidade.

Salto alto pode causar riscos à coluna?

Sonho de consumo de muitas mulheres e sinônimo de elegância, o salto alto também já foi traduzido como símbolo de resistência e emancipação feminina. Acessório indispensável em eventos sociais e em situações de trabalho que exigem mais formalidade, o salto alto pode ocasionar problemas à saúde da coluna e deve ser utilizado com moderação.

Ainda há controvérsias científicas em relação o uso do salto alto – se pode ou não alterar as curvaturas da coluna, no entanto, diferentes tipos de problemas, dentre eles, dor cervical, dor lombar e dor nos joelhos podem estar associados ao uso do calçado.” Parece que as mulheres se adaptam à mudança do centro de gravidade provocada pelo salto alto de formas diferentes. Algumas tendem a realizar esses ajustes através das extremidades inferiores e outras utilizam a curvatura cervical para essa adaptação”, explica Marcelo Amato, médico neurocirurgião, especialista em coluna e cirurgia minimamente invasiva da coluna.

Mas, quais os principais problemas que o uso diário de salto alto pode acarretar?

Além das dores cervicais, lombares e nos joelhos, como o salto altera a pisada natural, fazendo com que o peso seja concentrado nos dedos, pode causar dor nos pés e, também, o encurtamento dos músculos da panturrilha, fazendo com que a circulação de sangue nesta área seja limitada. “Exercícios para a panturrilha no decorrer do dia podem ajudar a ativar a circulação, evitar o encurtamento e dores nessa região”, afirma o Dr. Amato.

Outra alteração causada pelo salto alto é a posição do corpo: com os ombros para trás e a cabeça para frente, o que pode trazer desconforto nos ombros e parte superior das costas. Exercícios de alongamento e relaxamento dessa região podem prevenir tais problemas. Para as mulheres que costumam apresentar dor lombar, exercícios específicos de fortalecimento de core e alongamento de cadeia posterior podem ajudar no controle das dores. Mas é sempre importante pensar no corpo como um todo, pois ajustes articulares na coluna cervical podem estar vindo por uma adaptação incorreta dos joelhos ou dos quadris.

Além do salto alto, as rasteirinhas e as sapatilhas também podem ocasionar problemas à saúde da coluna e não são a melhor indicação para uso. Os calçados sem salto, não proporcionam apoio aos calcanhares, forçam os joelhos e podem desencadear dor lombar, tendinite e fascite plantar. “Tanto o salto alto quanto as sandálias e rasteirinhas aumentam a possibilidade do surgimento de entorses nos tornozelos”, revela o especialista.

Calçados com saltos baixos e médios, tais como o modelo plataforma e meia pata, são os mais indicados e seguros para quem sofre de dores articulares. Além disso, também podem ser uma alternativa viável para quem deseja aumento de estatura com um pouco mais de estabilidade.

O uso frequente de salto alto requer a prática de exercícios físicos, sem esquecer de alongamento e relaxamento nos grupos musculares mais impactados durante as caminhadas. Nestes casos, é indicado utilizar sapato mais baixo em situações que exijam mais esforços ou até mesmo andar em superfícies irregulares.

O recomendável para quem precisa ficar muito tempo com salto alto é fazer períodos de descanso durante o trabalho ou atividade de lazer.

Fonte: Marcelo Amato é graduado pela USP Ribeirão Preto, doutor pela USP, especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva de crânio e coluna. Doutor em neurocirurgia pela Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Especialista em neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). Neurocirurgião referência do Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP) desde 2010.

Queda de temperatura aumenta as dores, mas é possível fugir delas

Os dias de extremo frio e a queda brusca de temperatura aumenta as dores articulares e musculares e na coluna lombar. Mas, é possível minimiza-las com algumas dicas simples do fisioterapeuta Cadu Ramos

“Quando a temperatura cai é inevitável sentir incômodo ou mal-estar que tende a enrijecer os músculos e ficar mais encolhido para tentar diminuir a sensação dos dias mais frios. Isso pode gerar tensão muscular, contraturas, má circulação ou mal-estar”, explica Cadu.

“Quando acontece a postura de contração dos músculos dos braços, há um aumento da curvatura fisiológica da coluna dorsal (corcunda) e anteriorização da coluna, desta forma fica mais fácil manter o corpo aquecido”, esclarece. Mas, essa contração muscular involuntária deixa as articulações e músculos mais rígidos, facilitando as inflamações de músculos e nervos. Além disso, a circulação sanguínea diminui nesses dias mais frios, para que o organismo consiga preservar a temperatura por volta de 36,5 graus centígrados. “Em consequência, há também uma diminuição na circulação dos músculos, piorando as dores de origem muscular, pois eles permanecem em estado contrátil por mais tempo”, relata.

A temperatura que cai em um espaço muito curto de tempo também têm impacto sobre as articulações, já que o esfriamento do corpo torna o líquido sinuvial mais espesso, que pode prejudicar movimentos e gerar incômodos.

E ainda temos um agravante: com a temperatura mais baixa, as pessoas tendem a ficar paradas e abandonar as atividades físicas, e se esquecem que esse é o principal ponto para não sentir dores nesta época do ano. Isso porque, os exercícios ajudam a diminuir a sensibilidade à dor.

A seguir, o fisioterapeuta lista algumas dicas para encarar esse tempo maluco sem dor e com mais disposição:

Agasalhe-se corretamente. Manter o corpo aquecido é fundamental. Para sentir-se aquecido, o ideal é cobrir as extremidades do corpo: pés, punhos, mãos, pescoço e cabeça;
Espreguiçar-se quando acorda, é uma forma de despertar o corpo e alongar-se para evitar as dores e a contração dos músculos e para ajudar as articulações a se manterem lubrificadas não pule essa etapa do dia;
Quem tem fraturas antigas que voltam a doer com a temperatura mais baixa ou doenças ósseas degenerativas pode recorrer a sessões de fisioterapia como estratégia para aliviar os incômodos;
Faça massagens, elas ajudam a estimular a circulação e a destravar a musculatura enrijecida, aliviando as dores;


Bolsas de água quente podem trazer alívio imediato para dores musculares, sequelas de fraturas ou desconfortos provocados por artrose, artrite e fibromialgia. A aplicação local de calor estimula a circulação e relaxa os músculos. Nas dores crônicas e sem edema, use compressas quentes. Já nas dores agudas com edema se deve fazer uma compressa fria ou aliar a fria e quente. Faça isso entre 20 e 30 minutos.

Fonte: Cadu Ramos é fisioterapeuta clínico. Especialista em Fisioterapia e Traumatologia, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Escola Paulista de Medicina (EPM), em Aparelho Respiratório Ventilação Mecânica Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Escola Paulista de Medicina (EPM) e em Fisioterapia em Geriatria. Graduado em Fisioterapia pela Universidade Bandeirante de São Paulo.

5 dicas para evitar a incômoda dor na coluna

Problema afeta 41% dos brasileiros e o problema pode ser causado por má postura, estresse, problemas do home office

O estudo da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realizado em 2020, mostrou que a dor na coluna entre os brasileiros aumentou 41% durante a pandemia do novo coronavírus. Antes o percentual era bem menor, de 18,5%. De acordo com a pesquisa, o sedentarismo, a redução das atividades físicas e o estresse são os principais fatores para a piora. A dor na coluna na maioria das vezes não é grave, mas gera muito desconforto no dia a dia.

O trabalho remoto é outro fator que também pode ter contribuído para este aumento, justamente pela má postura provocada pela ausência de um ambiente ergonômico. Ou seja, local e equipamentos, como mesa e cadeiras adequados para a realização do trabalho.

Os fisioterapeutas e sócios da Clínica Forgas & Monteiro, Carlos Forgas e Cláudio Monteiro, afirmam que as principais causas da dor são a má postura, muito tempo na mesma posição e retrações e fraquezas musculares. Dependendo do caso, podem provocar danos à saúde, como lesões musculares, discopatias (desgaste do disco intervertebral), artrose, artrite e compressões nervosas. Além disso, a diminuição da mobilidade de tronco e membros, perda da sensibilidade e dores irradiadas pelo corpo.

Forgas e Monteiro elencam 5 dicas para evitar dor na coluna, que são:

-Sentar na posição correta, mantendo a coluna ereta e os pés apoiados.
-Levantar da cadeira a cada 30 ou 40 minutos.
-Fazer caminhadas.
-Realizar mobilizações de todas as articulações.
-Praticar alongamentos dos membros inferiores e superiores e do tronco.

Para as pessoas que trabalham a maior parte do tempo sentadas é importante que os equipamentos utilizados contribuam para manter a postura, como utilizar uma cadeira não muito macia, com apoio total dos pés no chão, o encosto deve “encaixar” no quadril e manter a coluna ereta. A altura da mesa deve permitir que fique com a coluna ereta (tronco), cotovelos a 90° e mãos e punhos em posição neutra.

Carlos ressalta que se o problema for muscular, os relaxamentos e alongamentos da musculatura envolvida contribuem para a melhora. Posteriormente, fortalecer com exercícios físicos para adquirir maior resistência muscular. Com uma intervenção precoce de um especialista é possível obter alívio imediato.

Na clínica Forgas & Monteiro, em São Paulo, um dos métodos utilizados para aliviar as dores é o Método DolorClast, que é um tratamento por ondas de choque (não é choque elétrico) com tecnologia avançada da EMS (Electro Medical Systems). Cláudio relata que este processo estimula, de forma rápida e intensa, de modo que o próprio corpo soluciona (repara e regenera) as lesões musculares ou articulares. “Na nossa opinião os resultados têm sido muito satisfatórios, principalmente quando associados à fisioterapia”, afirmam os sócios.

O procedimento com o Método DolorClast é suave e eficaz, o resultado é o alívio imediato e duradouro da dor, melhora da função e promove a cura da lesão. É possível aliviar a dor em mais de 80% com apenas três sessões, assim evitando cirurgia, inclusive nos casos em que parece ser a única opção para combater a dor e a mobilidade limitada.

Fonte: Clínica Forgas & Monteiro

Junho Verde lembra que é preciso dar atenção à escoliose

Condição atinge principalmente meninas a partir dos 11 anos

Entre as condições da coluna sobre a qual mais ouvimos falar está a escoliose. Porém, nem sempre sabemos ao certo o que é a condição e o que há causa. Ainda, há dúvidas sobre formas de identificar o problema e de tratamento. Por isso, junho foi determinado como o mês de conscientização sobre a escoliose, para que seja disseminado conhecimento sobre esse mal da coluna.

A escoliose é caracterizada por uma curvatura anormal da coluna, determinada pela rotação das vértebras. Dessa forma, a coluna vertebral, em vez de reta, fica com uma aparência de “C” ou de “S”. Existem três principais tipos de escoliose, como explica o ortopedista José Thiago Portela Kruppa, especialista em deformidades da coluna vertebral da Clínica SO.U:

Idiopática: responsável por cerca de 80% dos casos, não tem causa definida. Afeta principalmente crianças e adolescentes e, majoritariamente, meninas jovens, entre 10 e 15 anos.

Orthoinfo


Neuromuscular: um efeito colateral de condições que debilitam os músculos de forma que esses não consigam sustentar a espinha.

Orthopedic

Congênita: é o tipo menos comum e causada por uma falha na formação da coluna vertebral ainda no desenvolvimento antes do nascimento.

Estima-se que mais de 6 milhões de brasileiros tenham escoliose idiopática e que cerca de 2% a 4% da população mundial tenha a condição diagnosticada. Alguns desses desvios podem ser assintomáticos, porém, os sintomas mais comuns incluem:

Ombros desiguais/ desnivelados
Cabeça não centrada diretamente acima da pélvis
Um lado do quadril, ou ambos, mais alto
Costela mais saliente
Linha da cintura desigual
Textura ou aparência da pele sobre a espinha com alterações
Corpo pendente para um lado

“Ainda, devido às alterações no tamanho e formato do tórax, é possível haver complicações respiratórias. Também é possível em casos mais severos haver danos nos nervos das pernas e/ou causar desconfortos na bexiga ou intestino”, diz o médico.

A escoliose pode ser tratada e em casos de crianças, o diagnóstico prematuro é essencial. O tratamento varia de acordo com a gravidade da condição, que varia de leve a severa, dependendo do ângulo da curvatura da coluna. “Em casos mais brandos, podem ser indicados, a princípio, apenas a observação do desenvolvimento do quadro, o uso de colete e fisioterapia para fortalecimento dos músculos da região. Ainda, pode ser recomendada cirurgia, para situações nas quais é observado o progresso da curvatura, principalmente em crianças, e, para adultos, quando o grau da curvatura for superior a 50°”, explica Dr. José Thiago.

É importante que, ao suspeitar da possibilidade de escoliose, um médico seja procurado para realização dos exames necessários para diagnóstico, como raio-x, tomografia ou ressonância. Se constada, é importante o início de tratamento e monitoramento especializado, para que problemas futuros sejam evitados.

Fonte: Clínica SO.U

Cirurgia de coluna: conheça mitos e verdades sobre o tema

A cirurgia de coluna não é indicada em todos os casos, mas quando o paciente está em mãos de um especialista experiente, pode ser a solução ideal para problemas crônicos, que causam incômodos persistentes e a longo prazo. Para esclarecer algumas questões, Marcelo Valadares, médico neurocirurgião da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein elencou alguns mitos e verdades sobre o tema.

Cirurgia de coluna não é para todos, mas pode ser eficiente em boas mãos.
Verdade:
o organismo é naturalmente perfeito e capaz de, muitas vezes, se regenerar sozinho. Porém, a dor intensa não controlável, a incapacidade a ponto de causar prejuízo às atividades diárias, doenças prolongadas, causando meses de dor, e outros riscos à saúde, precisam de atenção. Valadares reforça que não existe uma verdade que seja absoluta para todos: “Nem sempre algo é bom para todos. Não existe uma técnica melhor do que a outra. Cada caso é um caso. Um cirurgião experiente domina todas as técnicas deve saber escolher o melhor para aquele paciente”, pontua.

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As novas tecnologias podem tornar as cirurgias de coluna mais promissoras.
Parcialmente verdade:
segundo o médico, novas tecnologias aumentam a segurança em uma cirurgia e diminuem o risco, mas se mostram revolucionárias apenas no começo, para depois encontrarem suas aplicações ideais. “Geralmente, este tipo de cirurgia é pouco acessível e cara. Cuidado com inovações muito promissoras, especialmente em casos de implantes”, alerta o neurocirurgião.

A cirurgia de coluna sempre é um procedimento invasivo.
Mito:
de acordo com o médico, procedimentos na coluna podem ser pouco invasivos e realizados, até mesmo, com pequenas agulhas – às vezes muito finas – ou ainda com cânulas, tubos que podem ser tão pequenos quanto um canudo, por exemplo. Procedimentos assim, em geral, são realizados com auxílio de uma câmera ou um aparelho de raio-x, que guiam o cirurgião durante o procedimento.

Para tratar uma hérnia de disco, o paciente necessariamente precisa fazer uma cirurgia.
Mito:
não é verdade que todo paciente com hérnia de disco precisa de uma cirurgia de coluna. Segundo o especialista, cerca de 9 a cada 10 pacientes com dores causada por hérnias de disco não precisam de cirurgia. “O bom cirurgião sempre leva a intensidade da dor do paciente em conta, há quanto tempo ele está sofrendo com o problema e, também, como a dor interfere em suas atividades diárias”, explica o médico. “Se os sintomas forem leves e tiverem curta duração, o tratamento jamais será cirúrgico. O organismo é sábio e capaz de corrigir alterações sozinho, ou com um pequeno auxílio de tratamentos, como fisioterapia”, complementa.

O paciente pode perder os movimentos após uma cirurgia de coluna.
Mito:
nenhuma cirurgia de coluna feita atualmente, que siga os protocolos de segurança e técnicas corretas, prevê perda de movimentos como resultado aceitável. Se houver risco real, o procedimento não deve ser indicado. “Existem sim riscos de complicações devido a variações anatômicas que não podemos prever e podem levar a situações como déficits neurológicos pós-operatórios. Mas estas são extremamente raras”, afirma o neurocirurgião. Ele explica que, especialmente no caso de pessoas com tumores na medula, o paciente pode apresentar uma fraqueza no pós-operatório, que normalmente se recupera em alguns dias.

Dores após a cirurgia podem acontecer.
Verdade:
dor após cirurgia pode acontecer, especialmente em procedimentos maiores. Porém, hoje existem medicamentos de diversos tipos para controlar eventuais dores. O esperado é que, após cirurgias de coluna, o paciente não sinta dores que o incomodem. Se sentir, é comum que elas sejam controladas com medicação e persistam por um curto período.

A cirurgia de coluna precisa ser feita somente por um neurocirurgião.
Mito:
no Brasil, todos os neurocirurgiões são habilitados para realizar cirurgias de coluna, e alguns ortopedistas que, após realizarem sua especialização em Ortopedia, buscam especialização, também, em cirurgias de coluna.

São necessários vários meses de recuperação após qualquer cirurgia na coluna.
Mito:
apenas as grandes cirurgias de coluna para deformidades, como as escolioses ou as fraturas causadas por acidentes, precisam de recuperações prolongadas hoje em dia, às vezes ultrapassando um mês. O normal é que o paciente saia andando do hospital, muitas vezes no mesmo dia da cirurgia. Parte significativa dos pacientes pode voltar a trabalhar dentro de uma ou duas semanas, e muitos deles podem praticar esportes em apenas um mês.

Cirurgia na coluna é sempre a última opção.
Mito:
uma cirurgia de coluna bem feita e na hora certa é um excelente tratamento e que, dependendo do problema, pode curar o paciente. A cirurgia de coluna, como explica o Dr. Valadares, não é a primeira opção quando a doença do paciente é benigna e deve se resolver sozinha, como as hérnias de disco que causam dores mais amenas. Existem, ainda, procedimentos mais simples e também capazes de curar a doença do paciente, como fortalecimento muscular para alguns casos de dor lombar. “Incorreto é o paciente passar meses – às vezes anos – realizando tratamentos com pouco eficiência para determinado problema apenas por medo ou falta de informações sobre o seu caso”, reitera.

Exercícios em academia podem ser feitos após uma cirurgia de coluna.
Verdade:
em geral, a atividade física em academia ou ao ar livre faz, até mesmo, parte da recuperação de quem operou a coluna. É preciso cuidado com o tempo certo para início das atividades e saber quais exercícios o paciente poderá fazer no início. O neurocirurgião da Unicamp alerta: apenas o médico por trás de cada caso poderá opinar especificamente sobre o paciente e suas necessidades.

Fonte: Marcelo Valadares é médico neurocirurgião da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein

Home office improvisado pode causar danos à coluna

Especialista alerta sobre doenças da coluna que podem ser causadas pela má postura

As medidas de isolamento adotadas para conter o avanço do novo coronavírus no Brasil fizeram com que grande parte dos trabalhadores tivesse que se adaptar ao trabalho remoto. Sem mesa, cadeira e iluminação adequada, o primeiro impacto do home office improvisado foi na coluna, já que o termo “dor nas costas” bateu recorde de buscas no Google Trends no início da quarentena.

Para Cezar de Oliveira, neurocirurgião especialista em coluna do Hospital Sírio-Libanês, assim como outros problemas de saúde, os impactos da quarentena na coluna podem estar começando a surgir agora. “A má postura, quando persistente, pode causar graves lesões na coluna vertebral, principalmente nas regiões cervical e lombar”, comenta o especialista.

Além de dores, muitas vezes até incapacitante, a má postura pode causar curvaturas anormais na estrutura da coluna e desgastes dos discos intervertebrais. “Ficar diariamente em uma posição ruim pode acabar provocando a cifose da coluna, caracterizada quando há uma projeção arredondada das costas para a frente, ou até mesmo a famosa hérnia de disco em casos mais graves”, alerta o neurocirurgião.

Como cuidar da coluna no home office

E se a sua mesa não tem a altura ideal ou sua cadeira não é ajustável, é possível usar a criatividade, com almofadas e objetos para deixar o computador mais alto (de preferência na altura dos olhos). O importante é manter as costas e o pescoço em linha reta, braços relaxados ao lado do corpo, antebraços paralelos ao chão e pés apoiados no solo.

Outro ponto importante é sobre manter as atividades físicas, mesmo que esteja trabalhando de casa. “Os exercícios físicos regulares são tão importantes quanto a mobília adequada, já que ajudam no fortalecimento dos músculos da região. Além disso, lembre-se de se manter hidratado durante o dia e de fazer pequenas pausas para se alongar”, recomenda o médico.

Quando procurar ajuda

Embora ainda não tenhamos chegado ao fim da pandemia, o ideal é buscar um check-up geral da saúde assim que possível. Com medo da contaminação, muitas pessoas deixaram de realizar seus exames periódicos e, somado com os meses que passamos isolados, a saúde geral deve ser uma prioridade.

“E quando a dor na coluna não vai embora em poucos dias e começa a atrapalhar as atividades do cotidiano, o recomendado é buscar ajuda especializada. Assim como a maioria dos problemas de saúde, as patologias da coluna possuem melhor tratamento com o diagnóstico precoce”, finaliza o cirurgião.

Fonte: Cezar Augusto Alves de Oliveira é neurocirurgião, especialista em coluna, chefe das equipes da neurocirurgia nos hospitais Sírio-Libanês, AACD, Hcor, Rede São Luiz, Edmundo Vasconcelos e Santa Catarina. Possui especialização pela Harvard Medical School, com Prof. Chief Peter M. Black; fez residência médica, com especialização em cirurgia da coluna, no Centro Médico da Universidade de Nova York, no Departamento de Neurocirurgia, com o Prof. Dr. Paul Cooper. É Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.

Três problemas na coluna que comprimem o nervo

Dependendo do local e da forma que ocorre a compressão, pacientes podem apresentar sintomas distintos

Quando falamos em compressão de nervos, a primeira patologia da coluna que pensamos é na hérnia de disco. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente esta doença atinge cerca de 5,4 milhões de brasileiros. Entretanto, este é apenas um dos problemas na coluna que podem resultar em um nervo comprimido.

“Existem várias doenças que podem acometer um corpo vertebral e resultar na compressão de raízes nervosas, como no caso da hérnia de disco. Nesta doença, o núcleo gelatinoso de um dos discos intervertebrais se desloca, podendo pinçar um dos nervos da coluna”, comenta Cezar de Oliveira, neurocirurgião, especialista em coluna do Hospital Sírio-Libanês.

Quando há o diagnóstico de um nervo comprimido, o paciente pode apresentar sintomas, como dores nas costas, formigamentos, fraqueza muscular, dor irradiada para os membros, perda do controle da bexiga ou do intestino, dificuldade para caminhar ou para permanecer por muito tempo em uma mesma posição, sensação de queimada e fisgada ou choque na coluna, glúteos, pernas ou planta do pé.

Conheça outros três problemas na coluna que podem causar a compressão de um nervo:

Artrose Facetária

As articulações facetárias, responsáveis por proporcionar estabilidade, mobilidade e suporte para a coluna, podem se degenerar por um trauma, envelhecimento natural ou até mesmo outra patologia da coluna, como espondilolistese. Essa degeneração pode resultar em uma pressão nos nervos da coluna.

“Quando é feito este diagnóstico, o paciente costuma sentir dores na parte inferior da coluna ou na região do pescoço, além de espasmos musculares e até a diminuição da flexibilidade da coluna”, explica o especialista

Osteofitose, o famoso “bico de papagaio”

A osteofitose é caracterizada quando alterações ósseas surgem nas vértebras por causa da desidratação do disco intervertebral. Quando há uma sobrecarga na articulação doente, o organismo provoca uma expansão óssea na tentativa de estabilizar e absorver a sobrecarga daquele segmento, favorecendo a aproximação das vértebras e tornando possível a compressão das raízes nervosas. O nome ‘bico de papagaio’ se refere a semelhança dos osteófitos na coluna, já que sua curvatura lembra do bico da ave. Essa doença tem várias causas, como o tabagismo, estresse, alcoolismo e até a má postura. Há casos em que a osteofitose aparece como uma resposta do organismo à artrose”, conta o médico.

Estenose espinhal

Outra condição que ocorre devido ao envelhecimento é a estenose espinhal, que é caracterizada pelo estreitamento do canal vertebral. Com o passar dos anos, o crescimento excessivo do osso ou de tecidos adjacentes podem estreitar a abertura dos ossos da coluna vertebral que acomodam fibras nervosas, que se ramificam a partir da medula espinhal, resultando na compressão do nervo. “Quando a dor na coluna é frequente, uma investigação médica é necessária. O diagnóstico correto e precoce pode fazer toda a diferença no tratamento. Sentir dor não é normal, por isso, procure atendimento especializado”, finaliza o cirurgião.

Fonte: Cezar Augusto Alves de Oliveira é neurocirurgião, especialista em coluna, chefe das equipes da Neurocirurgia nos hospitais: Sírio-Libanês, AACD, Hcor, Rede São Luiz, Edmundo Vasconcelos e Santa Catarina. Possui especialização pela Harvard Medical School, com Prof. Chief Peter M. Black; fez residência médica, com especialização em cirurgia da coluna, no Centro Médico da Universidade de Nova Iorque, no Departamento de Neurocirurgia, com o Prof. Dr. Paul Cooper. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, graduado pela Faculdade de Medicina de Campos (RJ) e cursou o Internato Eletivo em Neurocirurgia, no Instituto de Neurocirurgia da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Instagram: @drcezardeoliveira