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5 dicas de saúde bucal para celebrar o Dia dos Namorados com muitos beijos

Para comemorar o amor entre os casais com muitos beijos, o ideal é prestar muita atenção à saúde bucal, à higienização da boca e ao cuidado com os dentes

12 de junho é um dia dedicado aos apaixonados. A data é especial para comemorar o amor entre os casais com muitos beijos. E, como nada pode dar errado, o ideal é prestar muita atenção à saúde bucal, à higienização da boca e ao cuidado com os dentes.

Confira as dicas:

Capriche na higiene bucal – na hora do namoro, ninguém quer saber de mau hálito. A higiene bucal é um dos principais fatores que contribuem para a manutenção da saúde da boca, além de evitar situações e sensações desagradáveis como a halitose, presença de resíduos alimentares entre os dentes e gengivas e compartilhamento de gostos que podem, definitivamente, “azedar” o beijo.

De acordo com a cirurgiã-dentista Sofia Takeda Uemura, mestre em Odontologia e doutora em Ensino de Ciências, a halitose ou mau hálito pode ter várias causas, como doenças da cavidade bucal, problemas otorrinolaringológicos e respiratórios, doenças gastrointestinais, diabetes e insuficiência renal. “Na maioria das vezes a halitose está relacionada a problemas na cavidade bucal, como cárie, doenças gengivais, próteses porosas ou mal adaptadas, impacção alimentar (quando o alimento colide repetidamente contra a gengiva durante a mastigação por falta de contato entre os dentes), saburra lingual, focos de infecção, restaurações mal adaptadas e diminuição de fluxo salivar”.

Sofia explica, ainda, que a cárie não é transmitida pelo beijo, como se pensava antigamente. “A cárie não é uma doença transmissível, mas é um dos fatores que levam a alterações no hálito ou halitose. A presença da halitose pode indicar a existência de doenças que requerem diagnóstico e tratamento”. Assim, segundo ela, é importante a consulta ao cirurgião-dentista para verificar se há problemas. Vale lembrar que a higiene bucal proporciona um hálito fresco e agradável, que deixa o beijo ainda melhor. Então, capriche na escovação e no uso do fio dental. Estratégias como uso de enxaguantes bucais, balas e chicletes podem ajudar a dar aquele refresh, além de tornar o beijo mais saboroso. No entanto, existem restrições quanto ao uso.

Use enxaguantes bucais sob orientação – é um recurso muitas vezes utilizado por fumantes ou mesmo por pessoas que querem reforçar os cuidados com higiene bucal e com o hálito. No entanto, o enxaguante bucal é um recurso coadjuvante da higiene bucal em algumas situações, como pacientes com dificuldades motoras para a realização da escovação ou que se submeteram a algum procedimento cirúrgico. De qualquer modo, ele não substitui a escovação. “O enxaguante não promove a remoção da placa bacteriana. Eles têm diferentes tipos de antissépticos que podem levar a alterações no paladar e manchamento dos dentes com o uso contínuo. Devem ser utilizados sob prescrição do cirurgião-dentista, que indicará o tipo apropriado e o tempo de utilização”, alerta Sofia.

Consuma balas e chicletes com moderação – o sabor ou refrescância encontrado em balas e chicletes também é utilizado como artifício para um hálito mais agradável na hora do beijo. No entanto, a cirurgiã–dentista faz algumas observações. Segundo ela, o que é prejudicial aos dentes é o açúcar contido nas balas e chicletes. No caso dessas guloseimas, há o agravante de que elas permanecem durante um tempo maior na cavidade bucal, o que torna o ataque ácido aos dentes maior. “O que poderia amenizar o problema seria optar pelo ‘zero açúcar’. A mastigação de um chiclete sem açúcar pode aumentar o fluxo salivar, o que favorece a autolimpeza, porém é importante lembrar que também promove a liberação de ácidos estomacais e, como não há alimento ingerido, pode levar a problemas gástricos”.

Consulte sempre um cirurgião dentista – as consultas regulares ao cirurgião-dentista são indispensáveis para o bem-estar geral, afinal, a saúde da boca desempenha um papel determinante no organismo e isso se reflete na qualidade de vida – e, claro, no sorriso saudável e envolvente. Além de prevenir doenças como a cárie e periodontite, as visitas ao cirurgião-dentista são uma ótima oportunidade para esclarecer dúvidas e se informar sobre os riscos de transmissão de doenças odontológicas e sexualmente transmissíveis (DST) como a herpes bucal e a mononucleose infecciosa (doença do beijo, infecção causada pelo vírus Epstein-Barr), transmitidas pelo beijo.

Cultive bons hábitos – o Dia dos Namorados está chegando, mas esperar pela aproximação da data para caprichar não vale. Os cuidados devem ser constantes para garantir “aquele beijo”. Alimentar-se de maneira saudável, evitar o tabagismo e beber moderadamente são costumes que também vão contribuir para o seu bem-estar geral.

Fonte: Crosp

Hoje é o Dia Mundial da Esclerose Múltipla

Saiba por que o conhecimento sobre a doença é fundamental, inclusive para a saúde bucal do paciente

O Dia Mundial da Esclerose Múltipla é em 30 de maio, data escolhida para a divulgação de informações sobre a doença, que atinge atualmente cerca de 2,3 milhões de pessoas no mundo. O conhecimento acerca da esclerose múltipla é fundamental, inclusive na Odontologia, uma vez que a condição ocasiona limitações que prejudicam até mesmo o processo de higienização bucal.

Saber mais sobre a esclerose múltipla também é importante para avaliar e definir o melhor tratamento e quais as orientações adequadas para cada fase da doença. Mas, afinal, o que é esclerose múltipla?

A doença e os sintomas mais comuns

A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune, neurodegenerativa, que acomete o sistema nervoso central levando à incapacidade progressiva, problemas pessoais, familiares, sociais e profissionais, de origem desconhecida. Afeta em geral adultos na faixa de 18 a 55 anos de idade, sendo observada no Brasil uma taxa de prevalência de aproximadamente 15 casos por 100 mil habitantes.

A doença apresenta quadros de agravo e remissão, caracterizados por surtos ou ataques agudos da atividade. Os sintomas mais comuns são a neurite óptica, paresia ou parestesia de membros, disfunções da coordenação e equilíbrio, mielites, disfunções esfincterianas, alterações cognitivas e comportamentais, espasticidade, ataxia, tremor, fadiga, fraqueza muscular, depressão, levando à deficiência progressiva e dependência de cuidados.

A cirurgiã-dentista Juliana Franco, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Hospital Auxiliar de Suzano e Instituto Central – HCFMUSP) e Doutora em Patologia Oral e Maxilofacial e Pacientes Especiais pela FOUSP, explica que, em relação à Odontologia, o paciente portador de esclerose múltipla pode apresentar sinais e sintomas pertinentes à região da face e cavidade oral, como neuralgias cranianas, paralisia facial, disfunções temporomandibulares, complicações visuais, disfagia, disartria, espasmos hemifaciais, distonias e dormência em face. “As alterações orofaciais encontradas ou reportadas pelo paciente, juntamente com uma anamnese bem realizada, são importantes e servem de alerta para que o cirurgião-dentista tenha a esclerose múltipla como hipótese diagnóstica auxiliando no diagnóstico precoce pelo médico neurologista, com melhor prognóstico da evolução da doença”.

A esclerose múltipla em suas fases de progressão

A especialista esclarece que a esclerose múltipla apresenta quatro formas de evolução e, de acordo com o tratamento, da resposta ao mesmo e às morbidades apresentadas, é possível encontrar o paciente em diversas situações clínicas. “Atualmente, sabe-se que os tratamentos controlam bem os surtos da doença, melhorando o prognóstico e qualidade de vida do paciente”.

Com relação ao atendimento, Juliana explica que ele será efetuado de acordo com a fase da doença. “Quando no estado inicial, o atendimento será o convencional, realizado no consultório odontológico. Com a evolução da doença, principalmente os pacientes com dificuldade de adesão ao tratamento multidisciplinar/farmacológico ou do tipo de esclerose múltipla, podemos ter um paciente dependendo de cuidados e que necessite do atendimento odontológico domiciliar. Já no caso em que há agravamento, podemos ter um paciente hospitalizado, em que o dentista habilitado em Odontologia Hospitalar realizará o atendimento na internação”.

Neste contexto, a cirurgiã-dentista destaca que a Odontologia, hoje, se apresenta de forma muito mais acessível, possibilitando o atendimento do paciente em qualquer lugar e condição clínica.

Medicações utilizadas no tratamento e seus possíveis efeitos

O tratamento da esclerose múltipla é multidisciplinar, baseado na reabilitação do paciente, associado ao tratamento farmacológico com o uso de corticoides, imunossupressores e imunobiológicos de uso contínuo, ou na forma de pulsoterapia nos momentos de surto da doença. Esses medicamentos, segundo a Dra. Juliana, ocasionam uma modulação do sistema imune, diminuindo a sua atividade, aumentando o risco de infecções, no geral, incluindo as infecções orais. “O cuidado odontológico de rotina é fundamental para o tratamento e prevenção das infecções dentárias, que podem ser agravadas e apresentarem uma rápida evolução por conta da imunossupressão medicamentosa, assim como nos casos do desenvolvimento de infecções oportunistas em cavidade oral, como a candidíase oral e herpes simples”.

A cirurgiã-dentista lembra, também, que nos pacientes com doenças neurodegenerativas pode haver a associação de um quadro de hipossalivação (diminuição da produção de saliva) ocasionado pela polifarmácia e de uma perda progressiva e gradual da força muscular e coordenação motora. Segundo ela, a simples diminuição do volume da saliva traz riscos para os dentes (aumento do número de cáries), para as gengivas (progressão da doença periodontal), para as mucosas orais (traumas e infecções oportunistas) e de qualidade de vida do paciente (dificuldade para mastigar, deglutir os alimentos, falar, utilizar próteses dentárias).

A importância da higienização bucal do paciente com esclerose múltipla

A higienização bucal do paciente com esclerose múltipla é um item de extrema importância para a prevenção de doenças bucais. Alguns estudos associam à doença uma maior prevalência de cáries e problemas orais. Com relação a isso, Dra. Juliana explica que a dificuldade de higienização pode ser proveniente da falta de orientação do paciente e do cuidador sobre a importância da higiene bucal ou da melhor técnica para realizá-la, da perda progressiva da força muscular ou do déficit cognitivo que resultarão em uma higiene bucal deficiente, levando a danos cumulativos à saúde bucal do paciente.

“O aumento de cáries e de doenças bucais é devido a uma associação de fatores que deve ser diagnosticada pelo cirurgião-dentista, o qual deve elaborar um plano terapêutico contemplando o tratamento odontológico, consultas de rotina para prevenção e trabalho conjunto com o paciente e cuidador para adequar forma e estratégias para a realização da higiene bucal”.

De acordo com a cirurgiã-dentista, além do treinamento voltado aos cuidadores e familiares com relação à higiene bucal do paciente, existe a possibilidade de recorrer a adaptações das escovas dentárias, à utilização de dispositivos para manter a boca do paciente aberta durante a realização da higiene, às técnicas de escovação mais indicadas para cada paciente e ao uso de escovas elétricas. “A aspiração da cavidade oral durante e após a higiene bucal para evitar a possível broncoaspiração da saliva e espuma da pasta dentária, além do uso de colutórios e outros dispositivos para realizar a higiene oral, como os swabs orais de esponja, estão entre os recursos disponíveis”.

O importante, segundo Dra. Juliana, é deixar que o paciente faça o seu autocuidado e, caso comece a ser observada deficiência para realizá-la, o cuidador/familiar pode completar a higiene oral.

A especialista chama a atenção para a frequência da higienização. “Além da orientação de como realizar a higiene oral, é importante alertar para a frequência e momentos em que a mesma será feita, pois muitos pacientes podem fazer o uso de alimentação por sonda, ou seja, não comem pela boca, o que leva muitos familiares a não realizarem os cuidados orais por não saberem que, independentemente da forma que o paciente se alimenta, é essencial fazer a higiene oral”.

Cuidados gerais

Orientações sobre a dieta também são indispensáveis, especialmente em relação ao açúcar e carboidrato, que aumentam o risco de cárie, assim como o não consumo de dieta não condimentada, ácida ou gaseificada por conta da hipossalivação.

Conforme Dra. Juliana, a Odontologia deve ser baseada em cuidados gerais preventivos e curativos nos pacientes com deficiências. O cirurgião-dentista especialista em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais é o profissional capacitado para entender de forma global o processo de saúde-doença e a sua evolução, devendo adequar o atendimento desde o preventivo, curativo e adaptações de acordo com as fases de doença. “Acolhimento, comunicação, empatia e humanização são fundamentais para a criação de vínculo com o paciente e sua família, possibilitando maior aderência ao tratamento odontológico, às orientações sobre higiene oral, à dieta e aos cuidados orais”.

Fonte: Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp)

5 dicas para aproveitar a Páscoa sem prejudicar a saúde bucal

Este mês é marcado por uma data especial, a Páscoa. Entre os diversos símbolos dessa celebração destaca-se o ovo de Páscoa, delícia de chocolate que atrai crianças e adultos. Nesta época, o consumo do doce aumenta consideravelmente e, por isso, redobrar os cuidados com a saúde bucal é importantíssimo, em especial com a higienização dos dentes.

Mas, afinal, é possível conciliar o prazer das guloseimas sem descuidar dos dentes? De acordo com a cirurgiã-dentista Sofia Takeda Uemura, mestre em Odontologia pelo Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic e doutora em Ensino de Ciências pela Universidade Cruzeiro do Sul, observando-se alguns cuidados e dicas é possível sim conciliar o consumo de doces, especialmente chocolate, com a saúde da boca.

Cuidado com o açúcar

Apesar de o cacau possuir compostos com propriedades antibacterianas, ou seja, anticariogênica, a adição de ingredientes como açúcar facilita o desenvolvimento da cárie. “Por meio da fermentação bacteriana do açúcar ocorre a desmineralização dos tecidos dentais com o surgimento das cavidades que conhecemos como lesões de cárie”, explica Sofia. De acordo com a cirurgiã-dentista, é importante entendermos que a cárie é uma doença e que as desmineralizações dos tecidos dentais e as cavitações são as manifestações da doença. Assim, a inclusão de açúcar na dieta influencia o surgimento da cárie.

Ela esclarece, ainda, que o importante não é necessariamente a quantidade de açúcar ingerida, mas sim quantas vezes esse consumo se repete no dia. “Sempre que o pH bucal torna-se ácido, o dente perde mineral e, depois, ganha quando o pH bucal se restabelece. A alta frequência de ingestão de alimentos açucarados vai manter o pH bucal ácido por mais tempo com o desenvolvimento das lesões de cárie”, explica a cirurgiã-dentista.

O que causa mais estragos: balas, pirulitos ou chocolate?

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A consistência do alimento açucarado está diretamente relacionada à sua aderência aos dentes e permanência no meio bucal. Este raciocínio aplica-se às balas e aos pirulitos, que mesmo não sendo grudentos permanecem por muito tempo na boca. “Pensando desta forma, consumir uma barra de chocolate pode ser melhor do que um pirulito, por exemplo. É importante lembrar que o consumo racional de açúcar é uma questão de saúde como um todo, e não somente de preocupação com a cárie”, observa Sofia.

Dicas para aproveitar a Páscoa de forma saudável

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-Evite o consumo precoce: com relação às crianças, quanto mais tarde se introduzir o açúcar na dieta, melhor. Seu consumo, em especial o da sacarose (típica do açúcar de mesa, por exemplo), deve ser evitado por crianças menores de 2 anos.
-Incentive a escovação: a escovação dentária deve ser iniciada assim que os primeiros dentes irromperem na cavidade bucal, com a utilização de escova e de creme dental fluoretado, controlando-se a quantidade do mesmo. A orientação é que a escovação ocorra após 15 a 20 minutos da ingestão dos alimentos açucarados ou ácidos, para que seja feita a desorganização da placa bacteriana.
-Consuma com disciplina e junto às refeições: para prevenir o problema, é imprescindível que o consumo do açúcar seja disciplinado e, no caso das crianças, sob orientação. Cabe lembrar que mesmo após o segundo ano de vida a ingestão de açúcar deve ser orientada pelo pediatra e pelo dentista, assim como os abusos precisam ser evitados desde cedo. O consumo adequado é junto com as refeições, e não nos intervalos, pois assim os dentes não ficam sem escovação e suscetíveis à formação da cárie. Mas, caso isso não seja possível, o ideal é que a higiene bucal seja feita após o consumo de alimentos, entre as refeições.


-Capriche na higiene bucal: a rotina de higiene bucal adequada também é imprescindível. Isso envolve o uso de fio dental e creme dental com flúor. “O consumo de água é uma questão de saúde, que pode contribuir no restabelecimento do pH bucal, mas o consumo de água não substitui a higiene bucal”, esclarece Sofia.
-Consulte o cirurgião-dentista regularmente: a consulta regular ao cirurgião-dentista, a fim de receber orientações personalizadas e o tratamento correto, é um hábito que precisa ser incorporado aos cuidados com a saúde. É ele que vai orientar sobre a higienização ideal para cada pessoa, respeitando as posições dos dentes na arcada, o risco de cárie e até quais produtos utilizar.

Fonte: Crosp – Conselho Regional de Odontologia de São Paulo

O que você precisa saber antes de usar enxaguantes bucais

Produto é vendido livremente, mas seu uso requer orientação de um cirurgião-dentista

Um sorriso saudável deve ser sempre acompanhado do cuidado com a higiene da boca, que deve ser feita a partir da escovação correta dos dentes e língua, uso de fio dental e escovas interdentais quando necessário. Além desses, pode ser adicionado o enxaguante bucal, produto que se tornou parte da etapa de limpeza oral de muitos brasileiros.

Presente em lojas, farmácias e supermercados – com diversas fórmulas na sua composição e especificações – alguns enxaguantes bucais vão além de refrescar a boca, desempenham também o papel de auxiliar no processo de higienização, ajudando no controle e combate de problemas bucais, tais como: a cárie e gengivite. Porém, ainda há muitas dúvidas sobre seu uso e qual, entre tantos, é o mais recomendado para o dia a dia.

“O enxaguante bucal pode, em alguns casos, ser indicado para quem tem dificuldade de higienização oral. Nos casos de pacientes com doença periodontal ou que possuam risco de desenvolvê-la, o uso do enxaguante está associado ao controle diário do biofilme dental (placa bacteriana)”, diz Roney Veludo Araujo, cirurgião-dentista e membro da Câmara Técnica de Periodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp).

Mesmo auxiliando na limpeza e na prevenção de doenças bucais, os enxaguatórios não eliminam o mau hálito, apenas aliviam momentaneamente o sintoma, já que o incômodo pode ser multifatorial, tendo como causa outras doenças além das bucais, como diabetes e distúrbios gastrointestinais, o que necessita de avaliação de um especialista para o tratamento.

Os enxaguantes devem servir apenas como complemento à limpeza, portanto, não substituem a escovação mecânica e o uso de fio dental, que garantem uma efetiva higiene dos dentes e da boca. “A placa bacteriana que está na superfície dentária só é removida por meio da associação de: fio ou fita dental, escova dental e escovas acessórias, como a interdental”, completa o cirurgião-dentista.

Quais são os enxaguantes disponíveis no mercado?

O cirurgião-dentista Camillo Anauate Netto, integrante da Câmara Técnica de Dentística do Crosp explica que o mercado oferece dois tipos de enxaguantes: os chamados ‘cosméticos’ e os medicamentosos ou terapêuticos.

“Os enxaguatórios cosméticos oferecem a sensação de frescor e de sabor agradável na boca, mas não são efetivos contra os microrganismos que provocam cárie, problemas periodontais, gengivites, periodontites ou até o mau hálito. Já o outro grupo contém propriedades antibacterianas efetivas no combate aos microrganismos presentes no biofilme dental (placa bacteriana), responsáveis pela cárie dental, gengivite e mau hálito”, diz o profissional.

Os enxaguantes bucais contendo flúor são recomendados para prevenção da cárie dental, já que o composto ajuda a fortalecer o esmalte do dente e combate os microrganismos que provocam a cárie presentes na placa bacteriana, com indicação predominante para crianças acima de 6-7 anos de idade. Nessa faixa etária, as crianças já sabem bochechar sem o risco de engolir a solução.

Outro tipo de enxaguante com função terapêutica são os que possuem digluconato de clorexidina a 0,12%. A solução tem indicação para o combate aos microrganismos do biofilme dental responsáveis pela doença periodontal, recomendado também após procedimentos mais invasivos, como cirurgias, raspagem de cálculos supra e subgengivais para remoção de tártaro ou infecções da cavidade oral. Seu uso contínuo, entretanto, deve ser controlado para evitar alguns possíveis efeitos colaterais indesejáveis.

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Alguns enxaguatórios utilizam álcool em sua composição para conservar e também diluir os princípios ativos que estão presentes nesses produtos, porém são vistos com ressalvas já que o álcool, em uso rotineiro, pode causar irritação nas mucosas da boca.

Fonte: Crosp

Entenda como o açúcar em excesso pode arruinar a saúde bucal

Consumo de açúcar, que cresceu durante a pandemia, segundo pesquisa, está associado a problemas de saúde

Comer chocolate, bolo, paçoca e outras guloseimas contendo açúcar, apesar de tentador e prazeroso para muitas pessoas, pode representar um fator de risco aos dentes e também à saúde como um todo, principalmente se não forem tomados os devidos cuidados.

O açúcar é presença constante na dieta de quase todos os brasileiros e seus efeitos sobre a saúde nem sempre são conhecidos, mas ele é o responsável pela cárie dentária e outras complicações que não se restringem à boca, como diabetes, problemas cardiovasculares, hipertensão e obesidade.

“O açúcar é a causa da cárie dentária, que é uma doença que atinge grande parte da população mundial, independentemente da idade, e que pode levar à perda dentária, afetando a saúde geral do indivíduo”, conta a cirurgiã-dentista Sofia Takeda Uemura.

A cárie é um processo de desmineralização dos dentes, que ocorre quando as bactérias que vivem, normalmente, na cavidade bucal se multiplicam pela presença de resíduos alimentares e produzem ácidos que dissolvem o esmalte do dente, causando lesões cavitadas e dor. Nesse processo, o açúcar é fermentado por essas bactérias, produzindo os ácidos que darão origem à cárie.

“Os microrganismos são habitantes comuns na boca de todas as pessoas. Eles vivem entre si em equilíbrio, mas, diante de um consumo frequente de açúcares (especialmente sacarose), ocorre um desequilíbrio na composição dessas bactérias com seleção de microrganismos que têm maior capacidade de produzir ácidos e sobreviver em meio a essas substâncias. Portanto, o grande vilão no processo de desenvolvimento da cárie não é a bactéria; é o açúcar”, explica o Camillo Anauate Netto, membro da Câmara Técnica de Dentística do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp).

Consumo de doces cresce na pandemia

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Durante a pandemia de Covid-19, o hábito de consumo de doces se intensificou entre a população brasileira. É o que revela a pesquisa ConVid, estudo feito entre abril e maio de 2020 pela Fundação Oswaldo Cruz em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

De acordo com o levantamento, quase metade das mulheres está consumindo chocolates e doces em dois ou mais dias da semana, um aumento de 7% em relação ao consumo observado antes da pandemia. Mais da metade dos entrevistados entre 18 e 29 anos (totalizando 63%) também disseram consumir doces duas vezes ou mais por semana. Um dos fatores para esse aumento no consumo de açúcar é que a pandemia de Covid-19 alterou a rotina dessas pessoas, incluindo sua alimentação, pois boa parte delas aderiram ao sistema de trabalho remoto, passando mais tempo em casa.

Reduzir o açúcar e adotar hábitos saudáveis como prevenção

A higienização bucal após as refeições, sobretudo quando se trata de alimentos com açúcar, ajuda a evitar o risco de cárie e outras doenças bucais, mas deve estar alinhada ao controle no consumo de doces. Quanto menor for a quantidade de açúcar na boca, maiores são as chances de removê-lo no processo de higienização.

“Sabemos que o açúcar na forma sólida ou pastosa tem maior adesão sobre os dentes e é mais difícil de ser removido do que o açúcar líquido, por exemplo. Devemos, portanto, orientar que o paciente faça um consumo moderado e que fique atento para a higienização, não só nas superfícies lisas dos dentes mas também nos espaços interdentais, aguardando trinta minutos após a ingestão do doce”, diz Anauate Netto.

Alinhado a isso, é fundamental que sejam adotados hábitos alimentares mais saudáveis, evitando assim complicações tanto para os dentes quanto para a saúde em geral. O primeiro passo começa por substituir alimentos industrializados e processados por alternativas mais naturais. Também é importante ter atenção quanto aos rótulos dos produtos que indicam sua composição.

“Temos uma ideia errada de que a higiene bucal é a principal arma contra a cárie, mas, na realidade, a prevenção é uma associação de medidas e a primeira é disciplinar o consumo de açúcar”, diz Sofia. “Faça uma dieta equilibrada e nutritiva; limite a frequência de lanchinhos entre as refeições e, quando o fizer, selecione alimentos saudáveis; verifique os rótulos dos alimentos para identificar a presença de açúcar; troque refrigerantes ou sucos industrializados por suco natural sem açúcar ou água e faça consultas periódicas de prevenção e controle ao cirurgião-dentista”, completa.

Fonte: Crosp

Dor ou desconforto na mandíbula? Melhor procurar um cirurgião-dentista

Ao digitar mandíbula no Google logo aparecem sugestões de pesquisa com as palavras estalando, travada, doendo, deslocada, torta, para frente ou inflamada. Todos esses termos têm um ou mais problemas em comum, mas não é na internet que serão encontradas as soluções para eles. Sentir dor na mandíbula pode ser sinal de luxação ou trismo. Mas, o que isso quer dizer? O cirurgião-dentista Carlos Alberto Novelli Assef, integrante da Câmara Técnica de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), explica.

Luxação mandibular

“As luxações mandibulares provocam dor intensa e desconforto ao paciente devido à extrema distensão dos músculos envolvidos na abertura da boca, assim como das estruturas internas ligamentares da Articulação Temporomandibular, denominada ATM”, informa o especialista. É mais comum ouvir falar em deslocamento, mas o problema é o mesmo e os sinais não devem ser ignorados, pois as causas podem ser variadas:

=Alterações anatômicas das estruturas da ATM – que é uma das articulações mais complexas do corpo humano, responsável por ligar a mandíbula ao crânio e por dar flexibilidade ao osso, possibilitando a mastigação e a fala;
=Remodelações das cavidades glenóides, das eminências do osso temporal ou do côndilo mandibular, ou seja, mudanças nas estruturas ósseas;
=Degeneração dos tecidos;
=Fragilidades ligamentares da ATM ou dos músculos masseter e pterigóideo medial (músculos da mastigação);
=Traumas.

O tratamento depende do que originou a luxação. “A solução definitiva vai desde fisioterapias isotônicas, visando o fortalecimento e reduzindo a amplitude da elasticidade dos músculos envolvidos, até a indicação de cirurgia nos casos mais graves em que a anamnese (análise clínica) e os diagnósticos de imagem específicas indicarem essa necessidade”, detalha Assef.

Muitos pacientes, por lidarem com os deslocamentos recorrentes, optam por reposicionar a mandíbula por conta própria, o que não é indicado. “Procurar um profissional especialista é sempre o mais recomendado para que a situação seja controlada ou resolvida com um tratamento adequado. Além do mais, a única forma de evitar as luxações recidivantes é buscar a solução definitiva, pois mesmo o autocontrole para limitar a abertura da boca nem sempre é indicado”.

Sem o atendimento especializado, o desconforto pode ser constante, levando ao transtorno psicossocial ocasionado pela insegurança de abrir a boca somente o necessário, e podendo gerar alterações teciduais e acelerar o processo degenerativo dos ossos.

Trismo

Imagem: OralTrismus

Ao contrário do deslocamento, o trismo limita a abertura da boca, causando um travamento da mandíbula. Entre algumas das causas, estão:
=Redução da amplitude ou elasticidade muscular;
=Processo inflamatório;
=Traumas;
=Bruxismo ou travamentos de mordida noturnos;
=Fatores psicossomáticos (estresse/ansiedade).

“O sinal mais frequente é a limitação de abertura da boca ao acordar e que melhora ao longo do dia. Normalmente, quando ocorre um episódio desses, a chance de se tornar frequente é muito grande, pois pode haver o comprometimento das estruturas intra-articulares ou processo inflamatório dos músculos da mastigação”, sugere o cirurgião-dentista. Em casos em que a abertura da boca não volta ao normal, é preciso procurar ajuda profissional o quanto antes.

O tratamento é basicamente clínico, com terapia medicamentosa, fisioterápica e avaliação dos fatores psicossomáticos que desencadearam a doença. Mas, quando crônico e grave, o paciente pode precisar de uma intervenção cirúrgica, assim como nos casos de luxação.

Fonte: CRO-SP

Tabagismo aumenta riscos de câncer de boca e de contaminação e agravamento da Covid 19

Especialista alerta sobre o uso de novos tipos de cigarros de uso compartilhado como o narguilé e o cigarro eletrônico

Os brasileiros passaram a consumir mais cigarro durante a pandemia da Covid-19. De acordo com pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), feita em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade Estadual de Campinas, cerca de 34% dos que se declararam fumantes passaram a consumir mais cigarros por dia durante o período de isolamento social.

Os fumantes também podem ficar ainda mais expostos ao contágio pelo coronavírus, já que o constante manuseio do cigarro com as mãos e o possível contato com a boca, além da necessidade de tirar a máscara para fumar, podem aumentar a possibilidade de contágio pelo vírus. Além disso, o estudo publicado no dia 29 de dezembro pelo periódico Thorax, com mais de 2,4 milhões de participantes no Reino Unido, indica que os fumantes eram 14% mais propensos a terem sintomas clássicos e evidentes da Covid-19 (tosse persistente, falta de ar e febre) do que os não fumantes.

Ely Pineiro/Getty Images

Diante desse número preocupante, campanhas de conscientização sobre os riscos do cigarro e do tabagismo para a saúde, principalmente durante a pandemia, passaram a ganhar mais relevância e devem pautar o Dia Mundial do Combate ao Fumo, celebrado hoje, 31 de maio. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), cerca de 443 pessoas morrem por dia por causa do tabagismo.

A pneumologista Fernanda Miranda, que atende no Órion Complex, alerta que não existe alternativa saudável para a prática do tabagismo. “Os cigarros eletrônicos, que são apresentados como uma alternativa ao fumo, são também compostos por nicotina e causam dependência da mesma maneira. Outro que pode ser tão ou até mais prejudicial para a saúde é o narguilé. Cada sessão deste instrumento corresponde a 100 cigarros fumados”, detalha Fernanda Miranda. Além disso, o compartilhamento de narguilés é um fator muito preocupante pois também pode contribuir para a disseminação do vírus.

A pneumologista alerta que o cigarro pode causar mais de 50 doenças e, do ponto de vista pulmonar, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e o câncer de pulmão são as mais frequentes. Esta última neoplasia teve a terceira maior incidência entre homens em 2020, segundo o INCA, com quase 18 mil ocorrências (7,9% dos novos casos) e foi a quarta com mais incidência entre as mulheres, com mais 12 mil casos (5,6%).

Combate ao tabagismo

De acordo com a pneumologista, apesar das campanhas e das restrições impostas aos fumantes, principalmente em espaços públicos, ainda há pessoas que começam a fumar por curiosidade, principalmente os mais jovens. “Depois disso, muitos fumantes encontram dificuldades em parar de fumar pelo fato de a nicotina ser uma droga com alto poder de levar à dependência química. Ela atua no cérebro e quanto mais se usa, mais difícil é de se deixar o vício”, destaca a especialista.

Ações feitas pelo Ministério da Saúde têm contribuído para o controle em relação ao fumo. Uma delas é o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), por meio do INCA, que busca reduzir a prevalência de fumantes e a mortalidade relacionada ao uso de tabaco por meio de ações educativas e de atenção à saúde. Segundo Miranda, essas ações são importantes para que o país continue sua busca por reduzir ainda mais os números relacionados ao tabagismo.

Ela ainda ressalta que a ajuda multiprofissional formada por médicos e terapeutas pode ser eficaz para o tratamento contra o fumo. “O suporte psicológico, terapia cognitivo comportamental e tratamento medicamentoso são importantes aliados no tratamento do tabagismo”, destaca Miranda.

As ameaças disfarçadas do tabagismo para a sua saúde bucal

70% das pessoas com câncer de boca fumam e o problema não está só no cigarro industrializado

Maio é o mês marcado pela luta contra o fumo, graças ao Dia Mundial sem Tabaco (31/5). Essa é uma das principais datas no calendário da Saúde e da Odontologia, uma vez que o tabagismo aumenta e muito o risco de câncer de boca, um dos tipos mais comuns entre fumantes – 70% das pessoas com câncer de boca fumam, revela o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Diante desse cenário, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp) faz um alerta para os ‘novos cigarros’, opções mais atraentes do que o industrializado, mas que escondem grandes perigos. São os narguilés, os vapes – cigarros eletrônicos – e até as versões disfarçadas de naturais, com camomila, sálvia, jasmim ou essências de sabor, em que o próprio fumante prepara o cigarro.

“Não existe consumo seguro de tabaco. Se tem tabaco, sempre tem o risco, pois são as substâncias que estão nele que prejudicam a saúde bucal e, consequentemente, o corpo em geral. Nicotina, alcatrão, monóxido de carbono e até a fumaça e o calor geram danos à mucosa da boca”, avisa a cirurgiã-dentista Silmara Regina da Silva, integrante da Câmara Técnica de Estomatologia do Crosp.

São poucos os estudos que abordam os diferentes formatos, mas já se sabe, por exemplo, que “uma hora de cigarro eletrônico equivale a 10 cigarros convencionais fumados”, explica o presidente da mesma Câmara Técnica do Crosp, Fábio de Abreu Alves. A comparação é importante, pois as versões eletrônicas chamam a atenção por emitir menos fumaça e pela discrição, já a ameaça está na alta concentração de nicotina, provocando a dependência de forma mais intensa.

Mas, até o surgimento de problemas, existe um caminho: dos menos graves, como manchas nos dentes e doenças periodontais, ou seja, que afetam os tecidos de suporte, levando, muitas vezes, à perda de dentes e ao insucesso dos implantes dentários; até os de maior complexidade, sendo o câncer de boca o mais preocupante. Ainda segundo o Inca, a estimativa é de que 15 mil pessoas tenham desenvolvido a doença em 2020 no Brasil, além das mais de 6,6 mil mortes registradas em 2019.

Esse percurso do tabagismo no corpo é silencioso e aumenta em até oito vezes o risco de uma pessoa desenvolver câncer de boca em relação a quem não fuma. “A doença é mais comum a partir dos 40 anos porque o tempo e a quantidade ingerida são fatores que influenciam. Mas, dependendo da suscetibilidade da pessoa, uma quantidade pequena já pode desencadear o câncer”, afirma Silmara. “Os sinais surgem em feridas que não cicatrizam por mais de 15 dias, manchas vermelhas ou esbranquiçadas e nódulos (caroços) em qualquer região da boca: língua, gengiva, bochecha ou palato (céu da boca), por exemplo. Ao notar um desses sintomas, é preciso procurar imediatamente por um serviço de Saúde”, enfatiza.

Por não existir consumo seguro, também não há meios de prevenir os efeitos do cigarro na cavidade oral. “Nenhum cuidado com higiene bucal pode evitar os riscos trazidos pelo tabaco. Contudo, bons hábitos como a correta higienização, o consumo de frutas e vegetais e a periodicidade das consultas com o cirurgião-dentista são fundamentais para fazer o diagnóstico precoce e tratamento das possíveis alterações”, conta Silmara.

Alves recomenda que as visitas dos fumantes ao consultório sejam de duas a três vezes por ano. “O câncer de boca na fase inicial, em geral, não tem sintomas, por isso é tão importante a avaliação da cavidade oral por exames odontológicos. O diagnóstico precoce oferece 90% de chance de cura. No diagnóstico tardio, essa chance diminui para 50%”.

O enfrentamento à dependência

O tabagismo é uma doença crônica de dependência química da nicotina, presente no tabaco, e faz parte do grupo de transtornos mentais e comportamentais pelo uso de substância psicoativa, conforme a Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10).

“O Brasil é o segundo país no mundo, depois da Turquia, a promover um modelo exitoso de implementação da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (primeiro tratado internacional de saúde pública, assinado e ratificado por 181 países), um conjunto de medidas que permite o enfrentamento ao tabagismo. Isso possibilitou uma queda significativa na prevalência da doença, mas há muito a ser feito”, fala a coordenadora Estadual do Programa Nacional de Controle de Tabagismo de São Paulo, pelo Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), e integrante da Comissão de Políticas Públicas do Crosp, Sandra Marques.

No ano passado, com o desafio da pandemia do novo coronavírus e o agravamento das condições de saúde mental, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou a campanha Comprometa-se a parar de fumar durante a Covid-19 para o Dia Mundial sem Tabaco de 2021. “O cirurgião-dentista tem papel fundamental na estratégia de ampliação das ações de enfrentamento ao tabagismo e integralidade do cuidado. Assumir esse protagonismo perante um grave problema de saúde pública nos remete à concepção do papel que exercemos enquanto profissionais de Saúde. Precisamos desmistificar a dependência química e entendê-la como patologia para tratá-la”, completa.

Clareamento dental caseiro pode trazer riscos

Especialista alerta para os perigos do procedimento sem acompanhamento profissional e com produtos que prometem ser milagrosos

As pesquisas na internet sobre clareamento dental aumentaram no estado de São Paulo neste ano. É o que mostra o Google Trends sobre as buscas dos internautas paulistas. Entre as principais dúvidas há uma novidade: “como realizar o procedimento em casa?”, movimento que pode estar acompanhado de outra tendência que também tem tomado o mundo virtual com a alta procura pelos produtos de clareamento para os dentes.

Apesar de não existirem contraindicações sobre os métodos caseiros, os mesmos devem ser constantemente monitorados pelo cirurgião-dentista para evitar riscos à saúde bucal. Ao se tratar de pastas clareadoras ou outros tipos de produtos, o mais importante é buscar a indicação profissional para não cair em falsas promessas.

Foto: Zahnreinigung/Pixabay

“O clareamento dental pode ser amplamente utilizado, mas não é um procedimento puramente cosmético, lida com produtos químicos, pode causar irritações, queimaduras, sensibilidade durante e pós-tratamento e até problemas mais graves relacionados à vitalidade da polpa dental. Por isso, muitos cuidados devem ser tomados”, alerta o cirurgião-dentista Camillo Anauate Netto, membro da Câmara Técnica de Dentística e conselheiro do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

Os métodos caseiros são seguros. “Apesar de mais lentos, os métodos caseiros são efetivos e permitem o monitoramento a médio prazo, o que dá mais possibilidade para mudanças no protocolo de tratamento em casos de aumento da sensibilidade dos dentes, por exemplo”, explica.

A dica para o tratamento de sucesso, quando necessária maior rapidez e segurança, é o método jump start. “O jump start é a técnica combinada que utiliza produtos mais concentrados na primeira sessão em consultório e, na sequência, o paciente utiliza produtos menos concentrados na técnica caseira, intensificando o clareamento até a obtenção do resultado desejado. Assim, é possível para o cirurgião-dentista proteger as regiões mais sensíveis de risco”, argumenta.

Dados

Fotomontagem: Encinodentalstudio

A análise comparou dados de 2019 e 2020 registrados no Google. No ano passado, “clareamento dental” deixou São Paulo na 14ª posição entre os estados brasileiros onde haviam sido feitas pesquisas sobre esse termo. Este ano, o estado saltou três posições, ocupando a 11ª colocação no ranking.

Quanto à dúvida dos procedimentos caseiros para clareamento, em 2019 as pesquisas não consideravam essa questão entre os internautas. Em 2020, possivelmente por conta da pandemia, ela passou a integrar os 15 temas mais procurados que citam o clareamento dental.

Fonte: CROSP

Mau hálito: saiba as causas e como proceder para diagnosticar e tratar o problema

A halitose traz impactos de ordem social para o indivíduo

No mês de setembro é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Mau Hálito. O mau hálito ou halitose não é uma doença, mas um sinal de que algo não vai bem no organismo. O problema é mais comum do que se imagina, atingindo aproximadamente 40% da população. No entanto, as pessoas que têm mau hálito constante, por fadiga olfatória, não o percebem. Também é muito comum as pessoas próximas ficarem constrangidas em informá-lo ao portador. Portanto, trata-se de um problema com consequências de ordem social.

“As células nasais se acostumam com o cheiro constante de tal forma que fica impossível para a própria pessoa fazer o diagnóstico”, explica Mário Sérgio Giorgi, membro da Câmara Técnica de Dentística do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP). Ela se torna um empecilho quando cria restrição social, provocando alterações de comportamento, insegurança ao se aproximar das pessoas, tristeza profunda, dificuldade em estabelecer relações amorosas, esfriamento do relacionamento entre o casal, timidez, dificuldade para sorrir, ansiedade, baixo desempenho profissional quando requer contato com outras pessoas, entre outros.

A saburra lingual (língua suja), a gengivite (inflamação na gengiva) e a periodontite (doença que compromete as estruturas de suporte dos dentes) são algumas das principais causas de halitose. Outro fator é o estresse. “Por conta do estresse, o indivíduo pode apresentar pouca ou nenhuma produção de saliva e isso aumenta a saburra ou placa bacteriana em cima da língua, provocando um odor desagradável”, acrescenta Giorgi.

A boa notícia é que o problema tem cura, com a correta avaliação do cirurgião-dentista especialmente habilitado em halitose. “A terapia da halitose deve ser determinada de acordo com as necessidades individuais. O cirurgião-dentista habilitado valoriza e compreende a importância do aspecto emocional no que concerne às suas manifestações e interferências no sistema bucal do paciente que apresenta halitose”, destaca Giorgi.

Campanha

A Associação Brasileira de Halitose (ABHA) iniciou a Campanha Nacional de Combate ao Mau Hálito que se estenderá até o dia 25/10, data em que se celebra o Dia Nacional do Cirurgião-dentista. Com o mote “Mau Hálito: quem avisa amigo é”, a iniciativa reforça a importância de avisar ao portador de halitose do problema para que ele possa buscar ajuda.

Fonte: CROSP

Testes glicêmicos e orientações de higiene bucal promovidos na Avenida Paulista

Prevenção do Diabetes e relação da doença com a saúde bucal é tema de evento gratuito à população

Com o objetivo de conscientizar a população sobre a relação entre saúde bucal e diabetes, além da importância das ações de prevenção, a Fiesp, em parceria com os Conselhos Regionais de Odontologia de São Paulo (Crosp) e de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), promove a ação Diabetes na Mira dos Cirurgiões-Dentistas e Farmacêuticos – Prevenir para Controlar.

O evento será aberto e gratuito ao público e serão oferecidas experiências em realidade virtual, orientação de higiene bucal e testes glicêmicos (diabetes) para a população. A ação contará ainda com apoio das empresas odontológicas G.U.M e Curaprox e da Panvel Farmácias.

A iniciativa ocorre na quinta-feira, 14 de novembro, quando é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Diabetes.

O diabetes é uma doença caracterizada pelo desequilíbrio do nível de glicose no sangue pela falta de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas. A doença não tem cura, mas pode e deve ser controlada.

Quando o diabetes não é bem controlado podem surgir graves complicações à saúde como infecções bucais, problemas de visão (glaucoma e catarata), perda da função renal e, nos casos mais graves, podem ocorrer cegueira, amputação de membros inferiores, infarto e AVC (derrame), além de outras complicações.

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Os cirurgiões-dentistas vão orientar a população sobre os problemas bucais causados pela doença, que pode interferir na produção salivar, aumentando o risco de infecções. A gengivite e a periodontite, estágio mais avançado da inflamação na gengiva, inclusive com perdas ósseas, são os problemas bucais mais comuns entre os diabéticos.

Os farmacêuticos realizarão testes de glicemia capilar (diabetes) e orientarão a população sobre a importância do controle de nível de glicose no sangue e o uso correto dos medicamentos para controle da doença.

O evento será realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista nº 1313, das 10h às 16h.

Números

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 12,5 milhões de brasileiros são afetados pelo diabetes. Isso classifica o país na quarta posição entre as nações com maior número de pessoas com a doença no mundo, segundo dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF na sigla em inglês).

A enfermidade também está entre uma das principais causas de morte no mundo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Diabetes na Mira dos Cirurgiões-Dentistas e Farmacêuticos – Prevenir para Controlar
Atividades: experiência de realidade virtual, orientação de higiene bucal, testes glicêmicos e orientações sobre o controle da doença e uso correto de medicamentos.
Data: quinta-feira, 14 de novembro.
Horário: 10h-16h
Local: Fiesp
Endereço: Avenida Paulista, 1313 
Quanto: Gratuito

Fonte: Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp)