Nova pesquisa apresentada no começo de março no Simpósio da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia destaca que a dermatite das mãos cresce e já atinge duas em cada 3 pessoas
O impacto dermatológico do Covid-19 é um tema que vem sendo estudado mundialmente e uma nova pesquisa apresentada no começo de março no Simpósio da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia destacou que a higiene rigorosa das mãos durante a pandemia fez aumentar os casos de dermatite, secura e irritação no local.
“Tanto os profissionais de saúde quanto o público em geral neste estudo afirmaram que a irritação e ressecamento da pele eram a principal barreira para a prática consistente de higiene das mãos”, destaca Letícia Bortolini, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “A pele das mãos é naturalmente mais espessa, mas possui menos glândulas sebáceas, sendo assim a alta concentração de álcool na fórmula desse produto pode facilmente desidratar o tecido cutâneo da região, contribuindo também para o envelhecimento acelerado da pele dessa região”, afirma.
Pesquisadores do Father Muller Medical College, da Índia, analisaram a perda de água transepidérmica (TEWL – um parâmetro essencial para medir a função de barreira da pele) de 582 pessoas (291 profissionais de saúde e 291 indivíduos saudáveis da população em geral). Os resultados indicaram que a dermatite das mãos estava agora presente entre 92,6% dos profissionais de saúde e 68,7% da população em geral, apesar de apenas 3% dos profissionais e 2,4% do público em geral no estudo ter relatado um histórico prévio de dermatite das mãos.
“Foi observada também uma maior média de pele mais seca em mulheres e profissionais de terapia intensiva, que foi associada à alta frequência de lavagem das mãos e uso de gel para as mãos à base de álcool”, explica a dermatologista.
Segundo a médica, esta pesquisa demonstra verdadeiramente o impacto do aumento da lavagem das mãos e do consumo de produtos à base de álcool na saúde da pele das mãos dos profissionais de saúde e do público em geral. “Além disso, agora sabemos que é necessário alertar a população sobre os meios de prevenção do eczema das mãos”, explica Letícia.
Após o uso do álcool em gel, é recomendável, segundo a médica, que se aplique um cosmético específico para as mãos, que deve ser formulado com ativos de alta propriedade hidratante, como ureia e ácido hialurônico. “O mesmo vale para a higienização das mãos com água e sabão, já que quando realizada com frequência, o que é necessário nesse momento, também pode favorecer o ressecamento da região”, alerta.
“Por isso, além de também utilizar um hidratante para as mãos após lavar a região, vale a pena apostar no uso de sabonetes menos agressivos, dando preferência a fórmulas mais hidratantes”, finaliza.
Fonte: Letícia Bortoloni é dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. À frente da clínica Enlapy, em Cuiabá, a médica é formada em Medicina pela Universidade de Cuiabá, com especialização em Dermatologia pela Fundação Souza Marques (São Paulo/SP) e em Clínica Médica pelo Hospital Guilherme Álvaro (Santos/SP).
Umestudo feito por pesquisadores brasileiros, publicado no final de 2020, apontou que os esmaltes usados para pintar as unhas são responsáveis por cerca de 30% dos casos de dermatite alérgica de contato. Em relação ao local da alergia, a região facial é a mais afetada em 26% dos casos, especialmente área das pálpebras.
Segundo a oftalmologista Tatiana Nahas, especialista em cirurgia plástica ocular e doenças das pálpebras, a pesquisa corrobora o que acontece na prática clínica. “É muito comum receber pacientes, na maioria das vezes mulheres, com reações alérgicas importantes na região das pálpebras. Quase sempre, essa alergia é desencadeada por produtos cosméticos, em especial esmaltes, tinturas de cabelo e cremes para o rosto”.
Outro dado levantado pela pesquisa é que, em média, as mulheres usam 12 produtos cosméticos por dia, colocando cerca de 168 diferentes componentes químicos em contato com a pele. No ranking do estudo, logo após o esmalte de unha, os produtos que mais causam alergia são as tinturas para cabelo, perfumes e fragrâncias, shampoos e cremes para o corpo.
Investimento na face
O mercado de produtos de higiene pessoal e cosméticos é um dos que mais crescem no Brasil. Mesmo em um ano de pandemia, com queda de renda e perda de empregos, o setor cresceu 5,8% em 2020, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
Os produtos para a pele tiveram um crescimento ainda mais robusto: 21,8%. E se você acha que é muito, prepare-se: máscaras e tratamentos faciais cresceram 91% em 2020.
O fator de risco mais importante para desenvolver a dermatite de contato é justamente o aumento do uso de cosméticos. As mulheres, entre 20 e 55 anos, são as mais afetadas.
Sinais e sintomas
Healthline
Tatiana explica que há duas formas da dermatite de contato: a irritativa e a alérgica. “A forma irritativa costuma ocorrer no primeiro contato com a substância. As lesões ficam restritas a área em que o produto foi aplicado, causando muita ardência, queimação ou coceira”.
Já a dermatite de contato alérgica, em geral, aparece após o uso frequente e prolongado de um produto. “Pode demorar anos para aparecer. Surgem erupções na pele, especialmente onde houve contato com a substância. Essas lesões podem inchar, ficar vermelhas, formar bolhas ou crostas e dar a sensação de rubor (calor)”, explica a especialista.
Procure seu médico
A principal recomendação ao perceber que houve uma reação alérgica é lavar com água, de forma abundante. Caso não melhore, o ideal é procurar o médico.
“Quando a pessoa identifica qual foi o produto, fica mais fácil evitar recorrência do problema. Isso para os casos das dermatites irritantes. Entretanto, as dermatites alérgicas podem demandar uma investigação mais apurada para descobrir qual ou quais produtos têm causado a alergia”
De olho na validade
A oftalmologista alerta: é preciso controlar a data de validade dos produtos. “Em geral, as mulheres não se preocupam muito com o vencimento das maquiagens. E produtos fora do prazo de duração têm um potencial maior para causar alergias. Isso vale para qualquer cosmético”, reforça Tatiana.
Alergia ocular
A reação alérgica pode afetar tanto a pele das pálpebras quanto o globo ocular. Nesses casos, a atitude é a mesma: lavar com água de forma abundante e procurar o oftalmologista, se não houver melhora. Não use nenhum tipo de colírio ou outra substância.
Por fim, a médica faz um alerta: “Nos últimos anos, o uso dos óleos essenciais se tornou mais frequente no Brasil. Entretanto, esses produtos são bastante concentrados. Assim, deve-se evitar o uso desses óleos na região facial, especialmente em volta e nas pálpebras”, finaliza a medica.
Existem condições dermatológicas causadas, associadas ou agravadas pelo tabagismo. “No contexto da saúde da pele, parar de fumar é fundamental para desacelerar o envelhecimento, minimizar complicações cirúrgicas e dermatológicas relacionadas ao tabagismo e melhorar as condições de saúde como um tudo, o que impacta diretamente no tecido cutâneo”, explica a dermatologista Paola Pomerantezeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Abaixo, a médica destaca as principais manifestações cutâneas do cigarro:
Dificuldade na cicatrização de feridas: o tabagismo demonstrou repetidamente ter efeitos deletérios na cicatrização de feridas cutâneas. “O cigarro tem sido associado a inúmeras complicações pós-operatórias, incluindo infecções de feridas. Quando são usados retalhos ou enxertos, os fumantes têm maior risco de necrose. Isso ocorre basicamente por três motivos: vasoconstrição, efeito pró-trombóticos e inflamação”, explica a médica. No caso da vasoconstrição, o fluxo sanguíneo periférico diminui em 30-40% em poucos minutos após a inalação da fumaça, comprometendo a oxigenação dos tecidos e a cicatrização de feridas. “A nicotina aumenta a adesividade das plaquetas ao inibir a prostaciclina, levando à oclusão microvascular e isquemia do tecido. O tabaco também inibe a função das células endoteliais e dos fibroblastos, a atividade do óxido nítrico, a produção do fator de crescimento endotelial vascular e a síntese de colágeno, tudo isso com impacto direto na cicatrização”, destaca.
Aparecimento de rugas e aceleração do envelhecimento da pele: a associação entre tabagismo e rugas foi estabelecida há muito tempo. “As características clínicas de um ‘rosto de fumante’ foram descritas em estudos e incluem: rugas faciais proeminentes, proeminência dos contornos ósseos subjacentes, pele seca e vermelha. As mulheres, segundo estudos, parecem ser mais suscetíveis aos efeitos de enrugamento causado pelo fumo do que os homens. O tabagismo é um fator de risco independente para as rugas, entretanto, a exposição ao sol tem um efeito sinérgico que potencializa o envelhecimento da pele”, explica Paola. “Os mecanismos de influência do cigarro nas rugas incluem a degradação da elastina da pele (mesmo quando não exposta ao sol), o aumento de espécies reativas de oxigênio, que estão implicadas no envelhecimento acelerado da pele, e também de metaloproteinases da matriz, que são enzimas que levam à degradação do colágeno, fibras elásticas e proteoglicanos”, explica a médica.
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Distúrbios orais e mucocutâneos: o tabaco tem se mostrado um fator de risco independente para o carcinoma epidermoide oral, o câncer que se desenvolve na boca. Fumar está associado à melanose do fumante, hiperpigmentação gengival devido ao aumento da melanina na camada basal da epiderme, além de gengivite, periodontite e erosões palatinas dolorosas. “O hábito de fumar também contribui para as rugas labiais, na medida em que ajuda a quebrar a fibra de sustentação e o colágeno da pele, ocasionando o aparecimento do código de barras.”
Doenças de unhas e cabelos: fumar tem sido associado a vários distúrbios do cabelo e das unhas, como alopecia androgenética, cabelo grisalho prematuro, unhas de fumante e pelos faciais descoloridos. “O cigarro basicamente prejudica a circulação sanguínea e, consequentemente, a oxigenação e aporte de nutrientes de tecidos periféricos, incluindo a pele, unhas e cabelo. As substâncias tóxicas do cigarro também levam a um quadro altamente inflamatório, sensibilizando a região que pode sofrer com irritação, dermatite seborreica, afinamento, quebra dos fios e queda capilar”, explica.
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Hidradenite supurativa: conhecida como acne inversa, essa condição de pele ocorre com mais frequência em fumantes. “Geralmente confundida com furúnculos ou espinhas grandes, a hidradenite supurativa é uma inflamação crônica da pele que se caracteriza pelo surgimento de inchaços e cistos profundos em regiões como axilas, mamas, virilha, genitais e glúteos, que liberam secreção purulenta e causam desconforto e dor”, explica a Dra. Paola Pomerantzeff. “O mecanismo dessa associação ainda não está claro, mas foi sugerido que a nicotina altera a função das células imunológicas e hiperplasia epidérmica, levando à oclusão e ruptura dos folículos pilosos”, explica.
Psoríase: fumantes apresentam risco aumentado de desenvolver psoríase e apresentam taxas mais baixas de melhora clínica com o tratamento. “Nessa doença autoimune comum, o corpo reconhece uma proteína normal da pele como anormal e tenta se livrar dela fazendo a pele descamar. Isso resulta em placas grandes, espessas e escamosas que racham e sangram, e podem ser dolorosas e apresentar coceira”, diz a dermatologista. As áreas de impacto podem variar, mas algumas das mais sensíveis são o couro cabeludo, rosto, genitais e unhas. “Pacientes que fumam têm maior probabilidade de apresentar maior gravidade da doença. A pustulose palmoplantar, uma variante da psoríase, demonstrou ter uma associação mais forte com o tabagismo”, explica.
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Lúpus: o desenvolvimento de lúpus eritematoso sistêmico, bem como o aumento da gravidade da doença, tem sido associado ao tabagismo. “Além disso, o cigarro prejudica demais o tratamento da doença, interferindo diretamente na efetividade dos medicamentos”, afirma.
Desordens vasculares: Doença de Buerger (tromboangeíte obliterante), uma doença oclusiva segmentar não aterosclerótica que afeta várias extremidades, está fortemente associada ao tabagismo. “Nessa doença, os sintomas são os mesmos da redução do fluxo de sangue nas extremidades: sensação de frio, dormência, formigamento ou ardor. É mais comumente visto em homens com idade entre 20 e 40 anos que fumam muito”, diz Paola.
Dermatite: o tabagismo demonstrou ter uma associação significativa com eczema ativo nas mãos. Os cigarros são um fator de risco conhecido para dermatite de contato alérgica. “Vários alérgenos potenciais de cigarros podem ser encontrados em filtros, papel e tabaco. Vários relatórios documentaram dermatite de contato irritante e alérgica ao adesivo de nicotina em alguns pacientes que tentaram parar de fumar.”
Câncer de pele: apesar da presença de vários carcinógenos na fumaça do tabaco, a relação entre o tabagismo e o câncer de pele permanece controversa. “Parece haver uma correlação entre maços por dia e anos de tabagismo com o desenvolvimento de carcinoma de células escamosas, principalmente em mulheres. Mas, mais estudos precisam ser realizados para avaliar o papel do tabagismo no desenvolvimento do câncer de pele. O que se sabe é que a falta de nutrição das células da pele pode prejudicar sua imunidade, o que a deixa mais suscetível aos danos ambientais do sol”, explica a médica. Não existe evidência conclusiva que associe o tabagismo a um risco aumentado de melanoma. “De qualquer maneira, parar de fumar ajudará e melhorar diversas condições de pele”, finaliza a médica.
Cigarro provoca rugas precoces e fumantes aparentam ter dois anos a mais
Cigarro acelera envelhecimento da pele e nicotina estimula o estresse oxidativo, libera mensageiros pró-inflamatórios, que prejudicam a função de barreira da pele, e compromete a hidratação
O cigarro figura entre os principais vilões de nossa saúde e com relação à pele não é diferente. “Ao fumarmos um cigarro ocorre, por exemplo, a vasoconstrição periférica, o que diminui o fluxo sanguíneo que é responsável por nutrir o tecido cutâneo. Como consequência desta diminuição de oxigenação e nutrição, nossa pele perde a luminosidade e torna-se amarelada e mais flácida com o passar do tempo”, explica Roberta Padovan, médica pós-graduada em Dermatologia e Medicina Estética.
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“O fumo também causa uma série de manifestações cutâneas de forma que fumantes aparentam ter dois anos a mais do que suas idades reais, segundo pesquisa”, completa a médica. “O consumo de cigarro induz ao envelhecimento, já que as substâncias tóxicas presentes estão associadas à vasoconstrição periférica por um período de dez minutos, o que diminui o fluxo sanguíneo para o tecido cutâneo e cabelos. Isso traz consequências na perda da viço e luminosidade da pele além de favorecer o amarelamento do tecido; também há uma perda de firmeza por conta da oxigenação e nutrição diminuídas”, afirma Letícia Bortolini, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
De acordo com a especialista, o tabagismo é associado ao comprometimento da permeabilidade epidermal, ou seja, da primeira camada da pele. “E isso contribui para um aumento da prevalência de desordens cutâneas, uma vez que a nicotina – que é somente uma das substâncias tóxicas presentes no cigarro – estimula o estresse oxidativo e libera mensageiros que vão causar inflamação na pele e prejudicar a função da barreira. Isso compromete a hidratação e favorece o aparecimento de rugas e flacidez”, conta Roberta. Os efeitos do fumo no envelhecimento foram avaliados no norte da Finlândia, onde os danos cumulativos da exposição solar são baixos.
O cigarro também é responsável por causar a deterioração acelerada das fibras de colágeno e elastina responsáveis por conferir sustentação à pele, visto que a nicotina, princípio ativo do tabaco que compõe o cigarro, percorre pelo sangue até a parte interna do tecido cutâneo, lesando estas fibras elásticas da pele. “Dessa forma, a pele adquire um aspecto acinzentado, sem brilho, com a presença de rugas e vincos na região dos olhos e numerosas linhas de expressão na bochecha e mandíbula. Além disso, há a perda do contorno facial, o que culmina em olheiras profundas, sulcos mais proeminentes, mandíbula sem definição e maçãs do rosto caídas”, alerta Roberta Padovan.
A influência do tabaco sobre a saúde de nossa pele é tamanha que, segundo pesquisa realizada Santa Casa de São Paulo, as rugas em fumantes são 38% mais evidentes do que em não fumantes, sendo então o cigarro tão ou mais prejudicial para a pele do que a exposição solar prolongada sem proteção. “Além dos aspectos estéticos, o cigarro também é um fator de risco para certos tipos de câncer de pele, visto que provoca mutações no DNA das células que compõem o tecido cutâneo”, acrescenta a médica.
Roberta sugere que fumantes, além de buscar reduzir o consumo do cigarro, devem procurar um médico para reforçar os cuidados com a pele, a fim de diminuir os danos causados pelo cigarro. “Existem diversos tratamentos para recuperar o contorno facial, como preenchimentos injetáveis, além de lasers e radiofrequência microagulhada para melhorar a qualidade da pele”, diz.
Um dos tratamentos mais indicados para rejuvenescer a pele de fumante é o Pico Ultra 300, no modo de tratamento ultrafracionado. Segundo Letícia, diferente dos outros lasers de picossegundos, é possível com o comprimento de onda 532nm eliminar os sinais de fotodano e envelhecimento: “Além das hiperpigmentação, o envelhecimento ocorre pela desnaturação e redução de fibras elásticas e colágenas, então Pico Ultra 300 promove uma reorganização dessas fibras, além de aumento da produção dessas proteínas de sustentação da pele”.
A grande vantagem, segundo a médica, é o rejuvenescimento sem downtime ou com mínimo incômodo por pouco tempo. “Hoje as pessoas não querem e não tem tempo para ficar vermelhas ou descamando em casa. Além disso, o tratamento não dói, mas ainda é possível aplicar anestésico tópico antes para pessoas mais sensíveis”, conta. No geral, são feitas três sessões, sendo uma a cada 30 dias, mas podem ser feitas mais vezes, dependendo da indicação.
Outra opção para renovar o colágeno da pele, consumido pelos anos de vício, é o ultrassom microfocado, capaz de combater a flacidez e devolver firmeza à pele. “As ondas de ultrassom fazem micropontos de coagulação sob a pele para tonificar o tecido cutâneo, estimular a produção de colágeno e conferir efeito lifting, o que dá fim à flacidez presente na área tratada”, explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Isaps (International Society of Aesthetic Plastic Surgery).
“As sessões são rápidas, com o tempo de duração variando de acordo com o local de aplicação e a quantidade de áreas tratadas. No geral, cada sessão facial dura entre 15 e 40 minutos”, afirma a cirurgiã plástica. Já é possível ver melhora significativa após a primeira sessão e os resultados continuam a aparecer durante os três meses seguintes.
Estação de menor exposição solar contribui para a exacerbação da doença
Doença crônica, a dermatite atópica é uma inflamação na pele que costuma surgir na infância, podendo persistir na idade adulta, e apresenta sintomas que costumam aumentar em determinadas épocas do ano, como o outono — estação de transição entre o verão e o inverno. Segundo a doutora Bethânia Cavalli, dermatologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), os principais sintomas da doença são pele seca, coceira constante e intensa, vermelhidão, crostas e secreção.
Segundo a médica, em alguns casos, a dermatite atópica pode aparecer associada a outros distúrbios alérgicos, como bronquite, rinite e alergia alimentar. Em quadros mais graves da doença os sintomas refletem ainda no comportamento do paciente provocando ansiedade e depressão.
A chegada do outono exige que os pacientes portadores da doença tomem certos cuidados, pois as temperaturas baixas e o tempo seco da estação reduzem o nível de hidratação da pele causando irritação, ressecamento e até transpiração em excesso devido ao volume de roupas usadas no período.
“Quando nos referimos a esse tipo de doença, é preciso se atentar a características importantes do clima em questão, como a temperatura, a umidade, o vento e a radiação ultravioleta. Esses são elementos importantes e impactam, positivamente ou não, a evolução do quadro clínico da doença”, complementa a dermatologista.
Outro fator que merece atenção nesta época do ano é a poluição atmosférica. No outono costuma ocorrer o que especialistas chamam de inversão térmica – fenômeno meteorológico que bloqueia a circulação natural dos ventos. Esse bloqueio impede a dispersão dos poluentes, causando danos significativos à saúde da pele, principalmente se o ar estiver carregado de substâncias tóxicas, como tabaco, resíduos de materiais industriais ou de construção, fumaças e a presença de ácaros.
“Vários estudos associam a poluição com a exacerbação da dermatite atópica, pois as substâncias nocivas podem penetrar a pele pelos poros e pelos, induzindo uma resposta inflamatória e a alteração da barreira cutânea que agrava mais ainda a inflamação da pele”, complementa Bethânia.
Veja alguns cuidados que ajudam a evitar o agravamento da dermatite atópica no outono:
Engin Akyurt/Pixabay
=Prefira roupas de algodão e evite aquelas de materiais que provocam irritações
Foto: Yogini/Karine Basílio
=Utilize roupas leves e claras. Roupas muito apertadas e quentes podem causar sudorese
=Opte por lavar roupas com sabão de coco ou sabão neutro em vez de amaciantes, detergentes ou branqueadores
Foto: Emily Beeson/Morguefile
=Mantenha a temperatura do ambiente estável, arejando os cômodos da casa com a ventilação adequada evitando o uso excessivo de aquecedor
=Prefira carpetes, tapetes e brinquedos de materiais plástico, sintéticos ou madeira em vez de tecido de pelúcia
A médica recomenda ainda que os pacientes, ao menor sinal de inflamação na pele, “procure um médico especialista para que juntos planejem o tratamento mais adequado a fim de melhorar a coceira e as erupções, bem como evitar recorrências”, finaliza.
Fonte: Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe)
Eloisa Pinho também dá dicas para prevenir e identificar as principais causas do surgimento de coceira, ardor e secreção na vagina
Quando há algo de errado com o nosso organismo, nosso corpo apresenta uma série de sinais de alerta. Por exemplo, quando a saúde da pele é prejudicada, um dos primeiros sintomas a surgir é um processo irritativo da região afetada. Mas, engana-se quem acredita que a irritação é um sintoma de alerta que se restringe à pele, já que também pode atingir outros locais do corpo que estão sofrendo com algum tipo de alteração ou desequilíbrio, incluindo a vagina.
“Caracterizada pela presença de coceira, queimação e secreção na vagina e na vulva, a irritação vaginal é geralmente causada por fatores como alterações hormonais, que ocorrem durante o período menstrual e a menopausa. Isso acontece porque a vagina contém uma série de bactérias responsáveis por protegê-la de agressores externos e qualquer desequilibro hormonal pode causar uma alteração nessa composição, favorecendo o surgimento de irritação. Mas, nesses casos, o problema surge em breves episódios e, geralmente, resolve-se sem tratamento. Porém, quanto torna-se intensa, recorrente e persiste por longos períodos, a irritação pode ser sinal de uma condição mais séria e que pode representar riscos à saúde”, explica Eloisa Pinho, ginecologista e obstetra da Clínica GRU. Então, para ajudar aqueles que sofrem com o problema, a especialista listou as principais causas da irritação vaginal. Confira:
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Vaginose bacteriana: de acordo com a médica, a vaginose bacteriana figura entre as razões mais comuns para a irritação vaginal, ocorrendo devido a uma mudança no pH da vagina com consequente desequilíbrio na microflora bacteriana local. “Além da irritação, a vaginose bacteriana também é caracterizada pela presença de corrimento amarelado, bolhoso e de odor fétido, o que muitas pessoas chamam de ‘cheiro de peixe podre’”, completa.
Infecção fúngica: “Similar à vaginose bacteriana, a infecção fúngica também é causada por um desequilíbrio do pH vaginal, além de fatores como estresse, uso de antibióticos, práticas sexuais e mudanças na dieta, sendo que mulheres diabéticas são um dos grupos com maior predisposição a sofrerem com o problema”, afirma a ginecologista. “Também causando irritação, a condição pode ser diferenciada da vaginose pela aparência do corrimento, que é mais espesso e esbranquiçado.”
Vaginite atrófica: a vaginite atrófica, ou atrofia vaginal, é caracterizada pelo ressecamento e inflamação da vagina devido à diminuição da produção de estrogênio. “Ocorrendo geralmente na menopausa, mas podendo se desenvolver também durante a amamentação ou devido a condições que afetam a produção natural de estrogênio, a vaginite atrófica pode ser identificada pela presença de irritação e corrimento na região intima, além de ressecamento vaginal, dor ao urinar, necessidade constante de ir ao banheiro, incontinência urinária, infecções do trato urinário e desconforto e sangramento durante relações sexuais”, diz a médica.
Alergias e dermatites: certos produtos que entram em contato com a região íntima podem causar hipersensibilidade com consequente surgimento de irritação vaginal. “Os principais culpados são os produtos que contam com fragrâncias, incluindo preservativos, sabonetes, espermicidas e lubrificantes. Absorventes e roupas intimas de tecidos sintéticos também favorecem o surgimento de irritação na região. Nesses casos, o problema fica ainda pior caso a região seja repetidamente exposta ao produto que causou a irritação”, destaca Eloisa.
ISTs: muitas infecções sexualmente transmissíveis apresentam irritação como sintoma. Porém, entre elas, a tricomoníase é uma das principais causadoras do problema. “É uma infecção sexualmente transmissível muito comum causada por um protozoário que afeta principalmente a vagina, a vulva e o colo do útero. Geralmente, o quadro da tricomoníase é assintomático, mas podem surgir sintomas como corrimento amarelo-esverdeado, irritação e odor fétido, sendo assim sintomaticamente muito parecida à vaginose, diferenciando-se pela coloração do corrimento, que, como dito, é mais esverdeado. E, se não tratada, a condição pode evoluir para uma doença inflamatória pélvica e até mesmo causar infertilidade”, alerta a especialista.
A boa notícia é que grande parte das causas da irritação vaginal pode ser prevenida por meio de cuidados básicos, como higienizar a região íntima diariamente e enxugar bem a área para evitar que fique úmida, o que a torna um ambiente propicio para a proliferação de fungos e bactérias.
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“Na hora da higienização, opte por produtos hipoalergênicos e que sejam formulados especialmente para a região íntima. Além disso, cuidado com o uso de sabonetes bactericidas e duchas vaginais, que causam alterações na microbiota responsável pela proteção da região”, aconselha a médica. “Evite ainda utilizar roupas íntimas sintéticas, dando preferência para aquelas que são feitas de tecidos que permitam a respiração adequada da região íntima, como o algodão. E sempre use preservativo para ter relações sexuais.”
No entanto, caso você apresente irritação vaginal persistente, o mais importante é consultar um médico, já que apenas ele poderá diagnosticar o problema corretamente e recomendar o melhor tratamento para cada caso, que pode variar dependendo da causa da irritação. “Por exemplo, enquanto alterações hormonais podem ser tratadas através de cremes hormonais tópicos ou a substituição da pílula anticoncepcional, alergias e dermatites são solucionadas apenas com a interrupção da utilização do agente causador do problema. Por fim, infecções bacterianas e fúngicas, assim como IST’s, podem ser resolvidas por meio do uso de antibióticos tópicos e orais”, finaliza a médica.
Fonte: Eloisa Pinho é ginecologista e obstetra, pós-graduada em ultrassonografia ginecológica e obstétrica pela Cetrus. Parte do corpo clínico da clínica GRU Saúde, a médica é formada pela Universidade de Ribeirão Preto, realiza atendimentos ambulatoriais e procedimentos nos hospitais Cruz Azul e São Cristovão, além de também fazer parte do corpo clínico dos hospitais São Luiz, Pró Matre, Santa Joana e Santa Maria.
Aquecimento global contribui para aumento de problemas de saúde que podem levar à morte
Os principais gases do efeito estufa, que provocam a mudança climática, registraram recorde de concentração em 2018 e não há indícios de desaceleração no horizonte. A informação foi divulgada este ano pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Em novembro de 2018, um relatório publicado pela revista científica britânica The Lancet já chamava a atenção para as graves consequências das ondas de calor para a saúde do ser humano. O relatório constatou que, em 2017, aproximadamente 157 milhões de pessoas em todo o mundo estiveram em situação de vulnerabilidade por conta das altas temperaturas.
O verão brasileiro começou, oficialmente, em 21 de dezembro, embora temperaturas elevadíssimas já haviam sido registradas antes da data. O alerta serve para todos, governantes, indústrias e a população em geral. A saúde corre riscos e o impacto das mudanças climáticas já é um desafio de saúde pública em países como os Estados Unidos, por exemplo, onde anualmente morrem mais de 600 pessoas em decorrência do calor.
De acordo com Maria Camila Lunardi, médica e conselheira do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), é preciso atenção redobrada nesta época do ano, principalmente nos extremos de idade, crianças e idosos; pois geralmente é a temporada de férias e as pessoas ficam também mais flexíveis em relação à dieta alimentar.
“Nos dias mais quentes é preciso cuidar da hidratação, proteção contra os raios solares e evitar exposição demasiada não só ao sol, como também às altas temperaturas. Uma dieta leve, rica em frutas e verduras frescas, também ajuda na prevenção de problemas causados pelo excesso de calor. Além dos cuidados com vestimentas, evitando excesso de roupas nas crianças e tecidos sintéticos que prejudicam a transpiração”, explica a médica.
Saiba quais são algumas das doenças associadas ao verão e o que fazer para evitá-las:
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Doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, zika, chikungunha e febre amarela, entre outras, têm maiores chances de ocorrência no verão devido ao aumento do número de vetores;
Problemas vasculares que vão desde edema nas pernas, pés e mãos, passando por retenção de líquidos, a câimbras;
Insolação e desidratação, que provocam mal-estar, dores de cabeça, vômitos e diarreias;
Problemas de pele, como micoses e dermatites, além de problemas tardios como o câncer de pele.
A prevenção contra os males do verão é simples e, de maneira geral, inclui o uso de protetor solar e repelente, alimentação leve, higienização correta dos alimentos, hidratação, redução do esforço físico e exposição ao sol e aos lugares abafados, uso de roupas leves e a preferência às atividades físicas no início da manhã e no final da tarde, sempre em locais arejados e à sombra.
Pesquisa apresentada na Reunião Anual da Associação Britânica de Dermatologistas mostrou que alguns produtos cosméticos usados em animais de estimação podem causar alergia na pele humana
Muitos produtos para animais de estimação são uma fonte oculta de alérgenos em potencial, de acordo com a pesquisa apresentada na Reunião Anual da Associação Britânica de Dermatologistas, em Liverpool, que ocorrem de 2 a 4 de julho de 2019.
“Produtos como xampus e sprays desodorizantes podem expor os animais de estimação e seus donos a ingredientes que seriam banidos em produtos equivalentes para pessoas. Isso levou a preocupações de que esses produtos tenham o potencial de causar novas alergias ou desencadear novas alergias”, diz a dermatologista Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.
Os pesquisadores do Royal United Hospital pesquisaram 62 produtos cosméticos destinados a cães, dos quais 27 foram classificados como “leave-on”, o que significa que eles não são lavados após o uso, e 35 foram classificados como “enxágue”, o que significa que eles são lavados após o uso. Dos produtos sem enxágue, 26% continham os conservantes metilisotiazolinona (MI) e/ou metilcloroisotiazolinona (MCI), enquanto os ingredientes apareciam em 51% dos produtos de enxágue.
As regulamentações da União Europeia proíbem a utilização desses ingredientes em produtos que não são descartados e limitam seu uso no enxágue, já que são bem conhecidos alérgenos, mas essa proibição não se estende a cosméticos destinados a animais. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ainda inclui esses conservantes na lista dos aprovados para uso.
Além disso, a alergia à fragrância, que é mais comum, representa um perigo nesse tipo de cosmético destinado aos pets, já que mais da metade dos produtos sem enxágue (56%) e 83% dos com enxágue continham alérgenos de fragrância conhecidos. “No momento da aplicação desses produtos, os donos entram em contato com essas substâncias que podem causar uma dermatite de contato, reação inflamatória que ocorre na pele e pode causar erupção cutânea, irritação, coceira, vermelhidão e descamação”, afirma a dermatologista.
“Da mesma forma que devemos buscar produtos isentos de parabenos e outros alérgenos para nossa pele, toda forma de exposição a esse tipo de produto deve ser diminuída. Isso inclui produtos de higiene pessoal, como pastas de dente por exemplo, e também cosméticos que aplicamos em pets”, afirma a médica. “No caso dos donos, a parte do corpo mais comumente irritada são as mãos, mas o problema potencialmente pode aparecer em qualquer parte do corpo que tenha entrado em contato com as mãos, incluindo as pálpebras, face, pescoço e região genital”, afirma.
“Se você é dono de um animal de estimação e sofre de eczema nas mãos, é possível que seus produtos para animais de estimação sejam a fonte desse problema. Se você fizer exames, então é algo que vale a pena mencionar ao seu médico.”
Em caso de qualquer alteração a médica lembra que é fundamental procurar ajuda de um dermatologista, que orientará a melhor conduta para investigar a causa do problema e tratar a dermatite.
Fonte: Claudia Marçal é médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy Of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). É speaker Internacional da Lumenis, maior fabricante de equipamentos médicos a laser do mundo; e palestrante da Dermatologic Aesthetic Surgery International League (DASIL). Possui especialização pela AMB e Continuing Medical Education na Harvard Medical School. É proprietária do Espaço Cariz, em Campinas – SP.
Alergias acontecem por meio do contato com o níquel e cromo, dois componentes presentes em quase todo o celular
Passamos muito tempo de nossas vidas conectados a smartphones, de forma que substituímos o livro físico, a agenda de contatos, a câmera fotográfica e até mesmo a comunicação com as pessoas, pelos celulares. Toda essa exposição e uso excessivo dos dispositivos móveis tem aumentado a frequência de alguns problemas de pele, como rugas no pescoço (pela posição de olhar o celular), acne (pelo dispositivo carregar um alto número de bactérias e sujidades), manchas (pelo estímulo da produção de melanina pela luz visível do dispositivo) e, também, as alergias.
“O cromo e o níquel são dois componentes presentes nos celulares que estão relacionados com o aumento do número de alergias na pele”, afirma a médica Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Segundo especialistas, essa reação alérgica já vem sendo chamada de “dermatite do celular”.
Segundo a Associação Britânica de Dermatologistas, a alergia a níquel afeta 30% da população no Reino Unido e figura entre as dermatites de contato mais comuns. “E pior que o níquel está em quase todo o celular: na bateria de lítio (que traz níquel na composição) até o fio de ligação de cada chip (que é revestido com ele), passando pelo microfone, eletrônica e revestimentos decorativos”, afirma a médica.
O contato prolongado com esses componentes é o que pode trazer alergia, com sintomas como irritações e vermelhidão na pele. “As regiões mais acometidas são: bochecha, orelha e nos dedos. Geralmente pacientes que usam o celular mais para ligações têm problema na face, enquanto os que usam mais para mensagens de texto ou aplicativos sofrem com a dermatite nos dedos”, afirma a médica.
Além do níquel, a dermatologista diz que outras substâncias, como a borracha e a pintura do celular, também estão envolvidas no processo alérgico, que pode provocar a irritação da pele. “Com toque contínuo, por horas e dias seguidos, esses componentes poderiam causar manchas vermelhas, placas na pele e coceira insistente”, diz.
Para se proteger, a médica diz que é necessário usar case e película no celular para evitar o contato direto com a substância. “Além disso, é recomendável bom senso no uso do celular, pois quanto menor o tempo de exposição, melhor será para sua pele. E, claro, percebendo qualquer alteração na pele, é necessário procurar um dermatologista para a indicação do melhor tratamento”, afirma a médica.
O tratamento pode ser feito por meio de cremes tópicos para alívio da vermelhidão e coceira. “Em casos mais graves, o médico pode avaliar e prescrever medicamentos orais para combater a inflamação ou aliviar a coceira, que pode ser intensa”, finaliza a dermatologista.
Fonte: Paola Pomerantzeff é dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em Dermatologia Clínica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, a médica é especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, e participa periodicamente de Congressos, Jornadas e Simpósios nacionais e internacionais.
Chuva, calor e insetos aumentam riscos de problemas mais recorrentes nesta época, como hipertermia, leptospirose, otite e dermatite; veterinária orienta a prevenção
Durante o verão, os pets costumam sair mais para passear, ter mais contato com outros bichos, ficar mais expostos ao sol, à chuva e à ação de insetos. Como algumas doenças são mais recorrentes nesta época, a prevenção e os cuidados com a saúde tornam-se fundamentais, alerta a veterinária Karina Mussolino, gerente técnica de clínicas do Centro Veterinário Seres, do grupo Petz.
Os pets são mais propensos a doenças de pele nessa época, principalmente aqueles que ficam muito tempo expostos ao sol. Os que vão à praia e à piscina ou pegam chuva, caso não tenham uma secagem adequada, podem ter dermatite úmida aguda e até otites.
A hipertermia, quando a temperatura corporal sobe excessivamente, e a desidratação também são uma grande preocupação, assim como as doenças gastrointestinais que podem ocorrer devido a altas temperaturas.
É preciso tomar muito cuidado com ectoparasitas, como pulga e carrapato, que se reproduzem intensamente nesta época. Com as chuvas, aumenta a incidência de leptospirose, assim como a ação de insetos que transmitem leishmaniose e dirofilariose, em determinadas áreas. “O importante é manter a visita ao veterinário e a carteira de vacinação em dia. A imunização e os cuidados são uma forma de proteger também a saúde de todos que convivem com os pets dentro de casa”, explica a veterinária.
Como evitar esses problemas
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Hipertermia – aumento brusco da temperatura corporal, que ultrapassa a capacidade compensatória do organismo. Nesses casos, o animal se mostra cansado, apresenta língua roxa (cianose), tem dificuldade para andar, respiração ofegante, vômitos e diarreias, chegando a convulsões e perda de consciência. Para prevenir, evite passeios nos horários de muito calor, como das 10 às 16 horas; aumente a oferta de água limpa e fresca; borrife o líquido no corpo do pet para refrescá-lo e deixo-o em ambientes frescos, protegidos do sol e com piso gelado.
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Leptospirose – doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira presente na urina de ratos, transmitida principalmente nas enchentes. É uma zoonose que pode passar dos bichinhos de estimação ao homem. Além da vacina que deve ser realizada todos os anos, é necessário ter atenção nos passeios, manter a casa dedetizada e uma boa higienização no local onde os pets costumam ficar.
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Dirofilariose – conhecida como a doença do “verme do coração”, é transmitida por picada de mosquito por parasita que se aloja no coração de cães e gatos, provocando lesões e até insuficiência cardíaca. A incidência é maior em regiões litorâneas. A prevenção deve ser feita com aplicação mensal de vermífugos ou com uma dose anual da vacina contra o parasita Dirofilaria immitis.
Dermatite – inflamação ou infecção da pele muito comum em cães e gatos. A dermatite alérgica é provocada por picadas de insetos e a dermatite úmida está associada a proliferação de bactérias e fungos. As pessoas devem ficar atentas para secar bem os pets após chuva, banho de mar ou piscina. E também ao uso de repelentes e manutenção da limpeza nos ambientes que os bichinhos costumam ficar.
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Otite – surge a partir de uma inflamação no ouvido que se prolifera, causando incômodos e até mesmo dores. A enfermidade pode ocorrer na região externa, interna ou no meio do canal auditivo, e até mesmo em apenas uma orelha. A otite pode ser causada por diversos fatores, como proliferação de bactérias, fungos, presença de parasitas no corpo, sarna, produção de cera em excesso e muitos outros. Por isso, é importante proteger as orelhas dos pets durante o banho e mantê-las limpas e secas.
Pulgas e carrapatos – as temperaturas altas representam ambiente ideal para a proliferação de pulgas e carrapatos. A maioria desses parasitas está no ambiente. É importante saber que a hipersensibilidade à picada de insetos é a causa mais comum das alergias em cães. A pulga, além de provocar os processos alérgicos, transmite verminose para cães e gatos. Nos bichanos, especialmente, transmite o Mycoplasma. Em grandes infestações, as pulgas causam anemia. Já a Erlichiose e a Babesiose, que são popularmente conhecidas como a “doença do carrapato”, causam a destruição de células sanguíneas. O ideal é manter os pets com medicamentos repelentes ou comprimidos orais próprios contra esses ectoparasitas.
Doenças gastrointestinais – vômito, diarreia e mal-estar são sinais do problema que pode ocorrer devido a altas temperaturas. Uma forma de evitar é não mudar a dieta do animal nesse período e reforçar a oferta de água.
Leishmaniose – doença infectocontagiosa transmitida pelo mosquito palha ou birigui, com a alta incidência nesse época, em regiões com situação sanitária precária. É uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida ao homem. A vacinação combinada ao uso de repelentes é a melhor fora de prevenção. Além disso, os repelentes também ajudam a afastar outros insetos como as moscas, responsáveis pela transmissão de doenças como berne e miíase.
Câncer de pele – animais que ficam expostos por muito tempo no sol podem desenvolver câncer de pele. Um dos sintomas iniciais é uma vermelhidão na pele e úlceras que não cicatrizam (dermatites solares). As regiões mais afetadas pela radiação solar constituem o focinho e as extremidades das orelhas. Animais mais claros são as principais vítimas, como gatos brancos ou albinos e cães das raças Whippet, Staffordshire Terrier Americano, Boxer branco, entre outros. É importante de o uso do filtro solar específico para pets e também oferecer ambientes com sombra e frescos.
O compartilhamento de pincéis e o uso de maquiagem vencida também favorecem o desenvolvimento de bactérias e fungos. Dermatologista Thais Pepe dá dicas para evitar o problema
No nécessaire de grande parte das mulheres a maquiagem é o item número um para camuflar imperfeições e embelezar o rosto. Porém, para evitar que as maquiagens acabem piorando a situação da pele, alguns cuidados são necessários.
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“A higienização dos pincéis e das esponjas que auxiliam na aplicação da maquiagem é fundamental para a saúde da pele, pois estas ferramentas acumulam resíduos ao longo do tempo, como restos dos produtos e poeira”, explica a dermatologista Thais Pepe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.
“Estes instrumentos contaminados, além de influenciarem no acabamento, textura e até na cor de sua maquiagem, podem causar alergias, irritações ou dermatites na pele, chegando até a contribuírem para a formação de cravos e espinhas”, acrescenta.
Para evitar este problema, o ideal é sempre limpar os pincéis e esponjas após o uso ou, pelo menos, a cada duas semanas, esfregando as cerdas de trás para frente com delicadeza, para não embaraçar os fios, e deixando os utensílios, de cabeça para baixo, para secar ao sol. Para isso, você pode usar produtos específicos ou água morna e xampu neutro, e, em caso de pincéis de cerdas naturais, pode utilizar também condicionador.
“Além disso, na hora de se maquiar, opte pelos pincéis, pois as esponjas acumulam mais bactérias. Também é necessário armazenar seus produtos em ambientes limpos, evitando contato com itens que tornam a contaminação mais fácil, como dinheiro e documentos”, completa a médica.
Outro cuidado importante a ser tomado é evitar o uso de maquiagens e pincéis de outras pessoas, pois este hábito aumenta o risco de transmissão de doenças como conjuntivite, herpes e foliculite.
“Quando seu uso não é estritamente individual, as maquiagens que têm proximidade com mucosas ou olhos são as mais perigosas. Nos batons, por exemplo, há o risco de transmissão do vírus do herpes. Já as maquiagens para os olhos, como rímel e delineador, podem transmitir conjuntivite, terçol e até tracoma”, afirma a especialista. “Se você vai se maquiar no salão e não confia nos produtos que serão utilizados, o ideal é que você leve seus pincéis ou até mesmo suas próprias maquiagens.”
De acordo com Thais, o risco de contaminação é ainda maior se o cosmético estiver fora do prazo de validade, pois as substâncias presentes na maquiagem que evitam a proliferação de bactérias e fungos perdem a sua eficácia quando o produto vence. Geralmente, além da data de validade, um símbolo de pote aberto com um número seguido pela letra M indica a validade do produto em meses após aberto. “Caso note alguma alteração em sua pele devido ao uso da maquiagem, procure imediatamente um dermatologista”, finaliza.
Fonte: Thais Pepe é dermatologista especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, membro da Sociedade de Cirurgia Dermatológica e da Academia Americana de Dermatologia. Diretora técnica da clínica Thais Pepe, tem publicações em revistas científicas e livros, além de ser palestrante nos principais Congressos de Dermatologia.