Quanto tempo você passa diariamente no celular? Para muitos, este dispositivo é essencial para diversas atividades do cotidiano, tornando-se mais do que apenas um hábito de diversão. Mas, por mais praticidade e lazer que traga, muito vem sendo associado sobre a relação de seu uso com a piora de dores cervicais, gerando uma ideia que deve ser desmistificada o quanto antes para a compreensão das verdadeiras causas destes incômodos.
Em uma pesquisa conduzida pela plataforma AppAnnie, foi identificado que os brasileiros se tornaram a população que mais passa tempo nos celulares, registrando a média diária de 5,4 horas. A cada ano, essa quantidade vem aumentando gradativamente, sendo utilizada como argumento para a piora das dores cervicais devido à maior flexão do pescoço observada nos indivíduos durante o envio de mensagens – tecnicamente conhecida como text neck.
Apesar de existirem diversos questionamentos sobre a influência desta postura inadequada com a crescente prevalência destas dores, não há, de fato, nenhuma comprovação científica deste impacto. É claro que a ciência evolui constantemente e novas provas surgem a todo o momento. Entretanto, não podemos, até o momento, afirmar que a inclinação do pescoço está diretamente associada ao aumento das dores cervicais, principalmente diante de tantas outras razões que, comprovadamente, são muito mais responsáveis por desencadear estes problemas.
No geral, existem diversas causas das dores cervicais que podem ser desencadeadas a partir de inúmeros comportamentos muito presentes no cotidiano da população. Deles, um dos mais frequentes vistos nos ambientes de trabalhos, como exemplo, diz respeito à má postura dos profissionais ao longo de seu expediente. Aqueles que passam muitas horas sentados – especialmente no home office – certamente têm maior probabilidade de sentirem desconfortos e outros problemas semelhantes quando não se posicionam corretamente em seus assentos.
Paralelamente, a falta de exercícios físicos também é um fator altamente prejudicial à dor cervical. Segundo um estudo feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 47% dos brasileiros não se exercitam regularmente. Somos uma das nações com o maior índice de sedentarismo no mundo, o que resulta em problemas sérios para a saúde, inclusive da coluna.
Além disso, também tem sido cada vez mais compreendida a influência do estresse como gatilho para este problema. Afinal, em meio a situações preocupantes do dia a dia, tendemos a tencionar e contrair estes músculos, o que muito provavelmente poderá desencadear dores na região e em outras partes do corpo, assim como outros desconfortos incômodos para a manutenção da qualidade de vida. O problema é tão sério que estimativas da OMS mostram que cerca de 90% da população mundial sofre com este problema, sendo o Brasil o segundo país do mundo com maior índice de estresse, de acordo com a Associação Internacional do Controle do Estresse (Isma).
Contudo, não podemos ignorar que existem diversas outras causas e tipologias de dores cervicais que acometem pessoas de todas as idades – inclusive, desde a gestação, o que ressalta a importância de um diagnóstico precoce a fim de identificar o melhor tratamento conforme cada caso. No geral, é extremamente recomendado buscar a manutenção de exercícios físicos regularmente e, se necessário, sessões de fisioterapia como auxiliadoras – ambos, orientados por profissionais qualificados para evitar lesões ainda piores.
Seja qual for a dor enfrentada, um diagnóstico correto e precoce, alinhado a um tratamento adequado, sempre surtirá o melhor resultado possível, podendo, inclusive, evitar a necessidade de cirurgias corretivas para o paciente. É relativamente simples obter este diagnóstico e, quanto mais cedo se realizar consultas com especialistas, menores serão os riscos de evolução para problemas mais graves.
*Carlos Eduardo Barsotti é cirurgião ortopedista especialista em cirurgias de coluna, e um dos poucos profissionais a realizar intervenções de alta complexidade, atuando na correção de escolioses de grau elevado, lordoses, cifoses e demais deformidades que afetam a coluna.
A endometriose se desenvolve quando o tecido da camada interna do útero, o endométrio, cresce em outros lugares, como ovário, trompas e órgãos pélvicos, fazendo com que a mulher tenha cólicas intensas e desconforto durante o período menstrual. Em casos mais graves pode ocasionar infertilidade, comprometimento intestinal e aumento do risco de câncer de ovário.
Segundo levantamento da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), a endometriose afeta 6,5 milhões de mulheres no Brasil e 176 milhões no mundo. Como março é o mês de conscientização da endometriose, a cirurgiã ginecológica, médica assistente da Faculdade de Medicina da USP do Setor de Uroginecologia, Débora Oriá, esclarece algumas dúvidas sobre o tema.
Sintomas
A endometriose pode ser assintomática, e nesse caso só é descoberta por meio de exames. Quando apresenta sintomas, são: cólicas fortes, fluxo menstrual intenso, dor na hora da relação sexual e dor e sangramentos intestinais e urinários durante a menstruação. Se as fortes cólicas no período menstrual vierem acompanhadas desses sintomas, procure um médico.
Diagnóstico
O diagnóstico de endometriose é confirmado após a realização de exame físico, marcadores laboratoriais (CA125) e exames de imagem, como ressonância e ultrassom com preparo intestinal. A doença é classificada em leve, moderada ou grave.
Tratamento
Após a confirmação de endometriose, o médico irá avaliar o caso, o histórico de saúde da paciente e escolher o melhor tratamento. O uso de medicamentos com hormônios que bloqueiam o endométrio, como os anticoncepcionais orais, são formas de tratamento, já em muitos casos há necessidade de cirurgia. Fisioterapia e acupuntura podem ser indicadas para ajudar no controle da dor. A endometriose não tem cura, mas pode ser controlada!
Alimentação
Manter uma alimentação equilibrada é importante para a saúde e pode ajudar a evitar e aliviar os sintomas da endometriose. Inclua no cardápio alimentos ricos em ômega 3, como peixes e folhas verde-escuras, como couve, brócolis e espinafre. Eles atuam como anti-inflamatório, amenizando os focos de endometriose. Se alimente também de fibras, vitaminas B e C. Além de manter uma alimentação saudável, evite café, frituras, carne vermelha e alimentos processados.
Atividade física
A atividade física pode ajudar na prevenção e no tratamento da endometriose, pois libera endorfinas, que têm efeito vasodilatador e analgésico.
Lembre-se que o diagnóstico precoce e correto é fundamental. Visite seu ginecologista pelo menos uma vez ao ano, e ao sentir os primeiros sintomas da doença, procure um especialista.
Conheça três importantes exames para diagnosticar a endometriose
Ainda muito desconhecida por milhares de pessoas, a doença ganhou destaque nos noticiários de todo o Brasil após a cantora Anitta compartilhar seu diagnóstico de endometriose, em julho de 2022. Após a grande repercussão, o termo “endometriose Anitta” teve um aumento de mais de 4.000% nas buscas do Google, segundo informações do Google Trends.
“Embora a endometriose não apresente ainda causas claras, o histórico familiar, a menarca precoce e fluxos menstruais abundantes, de longa duração ou de maior frequência, são considerados fatores de risco para o seu desenvolvimento”, relata Marcos Tcherniakovsky, ginecologista e Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE).
Conheça a seguir os três exames mais importantes para o correto diagnóstico
-Exame físico: quando há suspeita da doença, o médico realiza um exame físico de toque vaginal, com o objetivo de verificar se o útero está fixo, se houve aumento dos ovários e possíveis alterações que confirmem a suspeita. Antes, o médico avalia a história clínica da paciente, ouvindo com cuidado todos os sintomas e queixas e sem pressa, também para tranquilizá-la. -Ressonância magnética da pelve: é solicitada com preparo intestinal e é feita por um profissional que conheça muito bem a doença. O exame possibilita uma avaliação completa da pelve em múltiplos planos, com excelente resolução anatômica e espacial. –Ultrassom endovaginal: também é solicitado com preparo intestinal e é feito por profissionais com alto conhecimento em endometriose. O exame consegue identificar a presença da doença em qualquer local da região da pélvica, como ovários, tubas, bexiga e intestino.
Esses exames são excelentes para diagnosticar a presença de endometriose profunda, aquela que tem mais de 5 mm de profundidade e costuma dar mais sintomas, como dores abdominais e/ou pélvicas.
Por meio deles podemos determinar a necessidade de trabalharmos de forma multidisciplinar. Quando existe o diagnóstico de endometriose intestinal, sempre solicitamos uma avaliação com o proctologista ou cirurgião geral. O mesmo ocorre quando temos um provável acometimento da bexiga e encaminhamos para o urologista, para que acompanhe em conjunto com o ginecologista.
“Uma dica fundamental para o início do tratamento é incentivar que a paciente busque algo que lhe traga relaxamento. Se necessário, o acompanhamento psicológico também é recomendado. Assim, ela terá suporte para lidar com toda a carga emocional que a endometriose gera na vida de uma mulher”, finaliza Tcherniakovsky.
Profissional de educação física da TotalPass dá dicas de técnicas para aliviar a coluna
Alguns hábitos da rotina, como se sentar com a postura incorreta e passar muito tempo em frente ao computador, podem acabar desencadeando desconforto nas costas e algumas lesões. Segundo Ana Carolina Matos Correia, profissional de Educação Física da TotalPass, uma das principais soluções de saúde integrada do Brasil no âmbito corporativo, antes de praticar alguns exercícios, é preciso entender as principais causas da dor nas costas.
“Geralmente, quando esse desconforto vem à tona, pode estar associado aos hábitos ruins da rotina que, geralmente, pensamos ser inofensivos, mas podem ser prejudiciais às costas”, explica. “Alguns desses hábitos incluem postura inadequada, obesidade ou sobrepeso, muito tempo em frente ao computador, colchão antigo, sedentarismo, excesso e prática errada de algum exercício físico, mochilas pesadas, entre outras razões”, pontua.
Para a especialista, seja ao acordar ou durante as tarefas da rotina, o alongamento tem inúmeros benefícios à saúde, tanto física quanto mental. Pensando nisso, para ajudar quem não tem o hábito de se alongar com frequência, a profissional separou algumas técnicas para diminuir os sintomas de dor nas costas e promover o relaxamento da região.
Pirâmide com a mão no chão Em cima de um tapete, manter as pernas afastadas; Depois, abrir os braços horizontalmente; Em seguida, inclinar o corpo para frente, jamais dobrando a coluna, e tentando mantê-la ereta; Apoiar uma mão no chão (no centro); Elevar a outra para cima, rotacionando levemente o corpo para o lado; Voltar à posição inicial e repetir o processo com o outro braço.
Joelho no peito Colocar um tapete de yoga ou um colchonete no chão; Em seguida, deitar-se de costas no chão e dobrar os joelhos; Ao dobrar os joelhos, com a ajuda das mãos, aproximá-los ao peito; Lembrar-se de manter os ombros relaxados e a cabeça sempre no chão; Depois, contrair o abdômen e levar a cabeça em direção ao joelho, alongando a parte superior das costas; Voltar à posição inicial.
Alongamento sentada para frente Sentar-se no chão com as pernas esticadas para frente; De maneira suave, dobrar os quadris para frente; Tentar mover a barriga até as coxas; Em seguida, esticar os braços e tentar alcançar os calcanhares; Ficar nesta posição durante 30 segundos e voltar à posição inicial.
Sentar nos calcanhares Em cima de um tapete ou colchonete, ficar de joelhos; Em seguida, encostar o bumbum em cima dos calcanhares; Depois, elevar o tronco para frente até o chão; Lembrar-se de manter as mãos sempre esticadas para frente; Ficar por 30 segundos e voltar à posição inicial.
Esticar o pescoço Com a postura reta, inclinar a cabeça para o lado e manter a posição pressionando ela com a mão; Em seguida, forçar a cabeça para alongar, sempre devagar e respeitando o limite; Retornar a cabeça devagar para a posição central; Fazer o mesmo para o outro lado e voltar à posição inicial.
Dobrar o corpo para frente Ficar em pé e juntar as pernas; Em seguida, dobrar o corpo para frente; Depois, relaxar os ombros e esticar os braços, tentando chegar o mais próximo do chão; Lembrar-se de manter os joelhos sempre esticados; Voltar devagar à posição inicial.
Médicos compartilham dicas de como não sobrecarregar as pernas, evitando lesões durante a folia, além de proteger bem a pele contra queimaduras e danos solares
O Carnaval chegou e para encarar a maratona dos bloquinhos com a temperatura lá em cima, enfrentando exposição solar, cansaço e até alguns inconvenientes como sede e fome, alguns médicos dão dicas do que fazer antes, durante e depois dos dias da folia para evitar muitos problemas comuns sentidos no corpo:
Descanse bem na véspera: uma boa noite de sono confere muito mais disposição ao organismo, então é essencial que você descanse antes da folia. Tome cuidado com a alimentação, evitando comidas mais gordurosas, mas ao mesmo tempo evitando dietas mais restritivas. Lembre-se que o seu corpo precisa de nutrientes para enfrentar as horas que ficará em pé. “Antes de pular carnaval, preferencialmente não pular nenhuma das grandes refeições, pois isso faz com que a rotina se perca. Um café da manhã reforçado, com frutas, ovos ou iogurte, cereais, aveia etc., vai ajudar a aguentar o dia”, explica a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).
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Prepare-se antes: geralmente, os bloquinhos ocorrem em grandes espaços abertos e percorrem grandes distâncias, o que exige que o visitante passe o dia inteiro pulando. “E como nem todos estão com preparo físico adequado para essa maratona, problemas como câimbras e dores musculares, principalmente nas pernas e nos pés, são comuns nesses casos. Dessa forma, é importante que você escolha sapatos adequados e confortáveis para encarar o dia e não se esqueça de realizar um bom alongamento antes de sair de casa”, destaca a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e do American College of LifeStyle Medicine. Na alimentação, não esqueça de consumir bons carboidratos, de preferência os integrais, pois seu corpo precisará de muita energia.
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Leve apenas o essencial: você vai passar horas em pé, não vai? A sobrecarga na coluna e nas articulações vai piorar ainda mais a sua situação. “Use carteiras de cintura ou mochilas que distribuam o peso de forma igual pelas costas, evitando assim dores e desconfortos”, diz Aline. Na mochila, lembre-se de levar os alimentos leves: “O segredo é se programar antes e comprar snacks saudáveis, barrinhas proteicas, castanhas, frutas frescas ou secas e lanches naturais para levar durante o percurso, garantindo lanches leves e saudáveis, com o bônus de gastar menos dinheiro”, afirma Marcella.
Hidrate-se e evite a bebedeira: durante o dia, é fundamental que você tome cuidado com a desidratação e consuma bastante água. “Isso por que o calor intenso e o consumo de bebidas alcoólicas em excesso podem aumentar a incidência de câimbras, dores musculares e a retenção de líquidos”, alerta Aline. O álcool ainda pode ser um fator de risco para dores articulares. “O álcool pode causar o aumento do Ácido Úrico no sangue, condição esta chamada de hiperuricemia, que leva a inflamação das articulações e quando não tratada pode ocasionar lesões da cartilagem articular que evoluem para a artrose”, explica Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
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Lembre-se de levar frutas como maçã, pera e melão, pois elas ajudam na hidratação do corpo. E tome muito cuidado com o consumo excessivo de álcool: “Além da desidratação, outro fator importante causado pelo álcool é a sobrecarga do rim. O etanol atrapalha a função do hormônio antidiurético, que garante que o corpo não perca muita água, fazendo com que o rim deixe de concentrar a urina, perdendo mais água que o habitual. Como a bebida leva o corpo a fazer um esforço muito grande para colocar a substância para fora, é preciso diluir em água e eliminar na forma de urina, causando a desidratação”, explica a médica nefrologista Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira.
Proteja sua pele: é muito comum que as pessoas se esqueçam de proteger a pele contra a radiação solar durante o carnaval. Porém, devemos lembrar que a exposição à luz solar durante esses eventos tende a ser prolongada e intensa. “Nós brasileiros acreditamos que ter o corpo bronzeado é bom, mas na verdade o bronzeamento acontece para proteger as nossas células da pele da agressão causada pela radiação solar. Os raios ultravioleta A e B (UVA e UVB) modificam o DNA das nossas células, provocando lesões benignas e malignas. Para que os raios não cheguem até o DNA, as células produzem melanina, o pigmento responsável por dar cor a nossa pele, na intenção de fazer uma capa de proteção sobre o DNA celular. Por isso, ficamos bronzeados. Use protetores com fator de proteção (FPS) no mínimo 30. Procure protetores próprios para o seu tipo de pele. O dermatologista é o profissional capacitado para avaliar suas necessidades e seu tipo de pele para poder indicar o melhor protetor solar para você”, explica a dermatologista Cintia Guedes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
“Como os raios UVA, UVB, luz visível e calor estão ligados à inflamação, ao dano oxidativo e à produção de enzimas que degradam colágeno, resultando em uma pele mais flácida, com rugas e manchas, é necessário apostar em ativos antioxidantes que reforcem a proteção da pele”, diz a médica Valéria Campos, professora convidada do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí e Pós-Graduada em Laser e Dermatologia pela Harvard Medical School.
Use a moda a seu favor: outra maneira de curtir a folia sem precisar se preocupar com os danos do sol na pele é por meio da utilização de barreiras físicas, como óculos de sol, que devem ter lentes com proteção UVB para evitar danos aos melanócitos oculares e região das pálpebras, e chapéus e roupas, que, preferencialmente, devem ser feitos de tecidos que contam com substâncias capazes de proteger contra os raios solares, principalmente contra a radiação UVB. “É importante também utilizar roupas, chapéus, bonés, óculos escuros, sombrinhas e guarda-sóis. Toda medida que evite a exposição solar da região acometida deve ser estimulada”, explica a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
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Cuide da pele imediatamente ao chegar em casa: os cuidados não param após o fim do dia de folia. Ao chegar em casa, é importante que você invista em uma poderosa rotina skincare capaz de remover sujidades acumuladas na pele (e o fotoprotetor) e tratar os danos que o tecido pode ter sofrido durante o dia. É fundamental, por exemplo, fazer uso de um sabonete facial ou espuma de limpeza com fórmula cremosa e suave que seja capaz de remover a oleosidade e sujidade da pele sem agredi-la. Em seguida, Paola recomenda que você faça uso de máscaras faciais hidratantes e calmantes.
“A hidratação tópica da pele após a exposição solar intensa é muito importante, pois, à medida que tomamos sol, nossa pele tende a desidratar-se, o que prejudica a renovação celular e consequentemente, a textura da pele”, alerta a especialista. Para evitar este problema, escolha máscaras faciais que contenham ativos como aloe vera, que possui propriedades hidratantes e calmantes ao mesmo tempo.
Além dessas dicas, permita-se também descansar entre os dias de folia, com uma boa noite de sono para que seu corpo possa recuperar energia e suas pernas tenham o descanso adequado. “O sono é essencial para que haja reparo e regeneração celular. Mas alterações no ciclo circadiano podem afetar a produção de hormônios, comprometer nossa defesa antioxidante natural, afetando a imunidade também da pele”, diz Valéria.
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Segundo Aline, como durante esses eventos nós dormimos tarde e permanecemos muitas horas em pé, existe uma tendência à retenção de líquidos e inchaço, principalmente para pessoas com problemas de circulação, obesos, gestantes e portadores de pressão alta. “É importante lembrar que, se o inchaço permanecer por um longo período, a incidência de erisipelas, flebite e até trombose aumenta”, explica a médica. Se possível, marque uma massagem relaxante para um dia após a folia. Assim, você estará preparado para a próxima.
Médico ortopedista da Instituição destaca que usar um calçado inadequado ou sobrecarregar o joelho pode gerar lesões de diferentes níveis
Com o término das fases agudas da pandemia, a volta dos grandes bloquinhos de carnaval pode ocasionar outra preocupação com a saúde da população: o cuidado com o joelho. Segundo observações de médicos ortopedistas, após o período de festas, é comum haver um aumento de pessoas nos consultórios e hospitais com queixas de dores, inflamações ou lesões nas articulações do joelho.
Rodrigo Zuccon, médico ortopedista da AACD, comenta que, além do desgaste de ficar muito tempo em pé, desde o deslocamento até o desenrolar da festa, outros fatores podem ocasionar lesões: “A alteração sensorial causada pela bebida alcoólica e/ou outro tipo de entorpecente e o tipo de calçado que se usa, além do peso das fantasias, são fatores que podem levar ao comprometimento do joelho, em virtude de poder causar quedas, torções e desgastes.”
Ainda de acordo com o especialista, os tipos de lesões mais comuns, que podem acontecer durante o carnaval, envolvem quadros de inflamação nos tendões, as tendinites, que podem resultar em dores. Porém, Zuccon alerta para casos mais graves em que o desequilíbrio muscular, causado pela combinação entre álcool e outros tipos de excessos com calçado inadequado e piso desnivelado, podem resultar em entorses. “Situações mais graves podem, inclusive, gerar a necessidade de cirurgia”, comenta.
Existem algumas prevenções para evitar o risco de se ter uma lesão no joelho, como a prática de atividades físicas. Segundo o médico ortopedista, realizar caminhadas ou musculação de duas a três vezes por semana, em um período de, pelo menos, seis a oito semanas antes das datas festivas, seria o ideal. “Ainda que não haja tempo hábil, qualquer preparo é melhor do que nenhum. É importante que a pessoa treine o corpo o mínimo possível para passar por situações de desgaste maior do joelho, como no carnaval.”
Como tratar as dores no joelho?
O principal ponto é ouvir o próprio corpo. Se a pessoa sentir fadiga ao praticar uma atividade física ou durante as festividades é o momento de parar um pouco, encontrar algum lugar para sentar e descansar. “Em casos de lesões articulares com quadro inflamatório, na fase aguda é indicado repouso, bolsa de gelo e uso de analgésico. É importante não ingerir anti-inflamatório sem diagnóstico e buscar um profissional médico para avaliação”, finaliza o especialista da AACD.
Bernardo Sampaio, especialista e diretor do ITC Vertebral de Guarulhos, tira algumas das dúvidas sobre dores nas costas
Pesquisas mostram que pelo menos 80% da população, em algum momento da vida terá algum tipo de dor lombar, então se neste momento, você estiver sentindo algum desconforto nas costas, fique “tranquilo”, você não está sozinho! “Mas antes que você se desespere porque faz parte desta estatística, quero dizer que em sua grande maioria, a dor lombar não está relacionada a nenhuma patologia, na verdade, ela é somente um sintoma de causa multifatorial, e por isso, pode afetar qualquer pessoa, em qualquer fase da vida” – garante o fisioterapeuta e diretor clínico da Unidade de Guarulhos do ITC Vertebral, Bernardo Sampaio.
Mal administrada e incompreendida, a dor lombar é uma grande fonte de sofrimento para muitas pessoas. Mesmo sendo uma das causas mais comuns de dores, incapacidade e afastamento do trabalho, a lombalgia, na maioria das vezes, é mal gerenciada. E se você já foi diagnosticado com dores lombares, fique tranquilo, a maioria dos casos responde bem aos tratamentos convencionais, sem uso de medicamentos ou de cirurgias. Aliada a exercícios de fortalecimento e alongamento, a fisioterapia manual é um excelente recurso para ser utilizado, essa técnica é uma boa pedida para potencializar o tratamento.
A realidade é que ainda existem várias dúvidas sobre as dores nas costas, por isso, abaixo o diretor da Unidade de Guarulhos do ITC Vertebral, mostra os principais mitos e verdades sobre o assunto. Confira:
Estar acima do peso, ajuda a ter dores nas costas Verdade. As dores nas costas são bastante comuns em indivíduos que estão “fora de forma”, ao mesmo tempo nãp podemos culpar somente o peso, mas estar acima do peso pode remeter ao sedentarismo e falta de mobilidade do corpo, o que pode influenciar na coluna vertebral
As dores nas costas pioram com a idade Mito. As dores nas costas são comuns em todas as idades e vários fatores podem contribuir ou agravar as dores, mas o fator idade não é mandatório.
Atividades físicas podem lesionar e provocar dores na coluna Mito. Se há dores nas costas após alguma atividade física, é porque você está praticando o exercício de forma errada, ou com intensidade inadequada. O auxílio de um profissional na área é fundamental para que isso não aconteça.
Sentar de forma errada causa dores nas costas Verdade. Curvar-se pode ser ruim para as costas. Mas o oposto também não é mentira, sentar-se reto por muito tempo também pode causar tensão. Se você trabalha em um escritório, fique de olho na cadeira, na altura em que os joelhos estão, os pés podem descansar no chão e se você tem um apoio lombar adequado.
No momento da dor, é preciso se manter imóvel Mito. O grande problema é mantermos o imobilismo e a falta de atividade física, já que a principal maneira de prevenir doenças ou condições músculo esqueléticas (ortopédicas) é acabando com o sedentarismo. Gosto muito da frase “o corpo foi feito para movimentar” e devemos utilizá-la para a vida toda, em todas as fases, sempre respeitando a dor do paciente.
Toda dor nas costas deve ser tratada com cirurgia Depende. Principalmente os idosos, se sentem muito desconfortáveis, com medo de ir ao ortopedista com dor nas costas e ele indicar a cirurgia. Na maioria dos casos e dependendo do paciente, esse procedimento não recomendado, e sim o tratamento com um fisioterapeuta. Por isso, ressalto mais uma vez, a importância de se consultar com um especialista.
Fontes: Bernardo Sampaio é fisioterapeuta pela PUC-Campinas, diretor clínico do ITC Vertebral e do Instituto Trata, unidades de Guarulhos, Bernardo Sampaio é também professor do curso de pós graduação em fisioterapia traumato-ortopédica do Instituto Imparare e do curso de fisioterapia do Centro Universitário ENIAC (Guarulhos) e também leciona como convidado nos cursos de pós-graduação na Santa Casa de São Paulo.
Cuidar da postura não é apenas uma questão estética, é estar atento à qualidade de vida que esse cuidado proporciona no decorrer da vida. A má postura pode gerar diversos quadros de dor, incluindo doenças ósseas e articulares e, com o passar do tempo, começa a causar limitações na realização de tarefas simples, como pegar um objeto no chão, tirar malas do avião, pegar uma bolsa no banco de trás do carro. Pode parecer algo bobo, ou até mesmo que não tenha ligação alguma, mas a má postura causa impacto não só na coluna, como também nos ombros e quadril. Além das dificuldades diárias, essas alterações podem impactar nas práticas esportivas, ou seja, no seu lazer.
Além do impacto na qualidade de vida, a postura pode influenciar a forma como os outros nos veem. Por exemplo, uma postura arqueada pode ser vista como uma pessoa desleixada e até representar falta de confiança para quem te observa. Para aqueles que estão preocupados com a estética, a má postura pode favorecer um abdômen distendido, ou seja, aquela barriguinha mais saliente e indesejada por todos.
Boa postura no dia a dia
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É importante adaptar os ambientes em que passamos mais tempo. Se você trabalha em frente a um computador, vale a pena elevar a tela até a linha do seu olhar para evitar o arqueamento da coluna e a projeção da sua cervical para a frente.
Passamos entre seis a oito horas dormindo, por isso é importante ficar atento à posição na qual se deita. Esse cuidado pode ajudar na melhora postural e na redução de quadros de dor. Deixar o ambiente confortável com a utilização de travesseiros, pode ser um bom começo. Se você dorme de lado utilize um travesseiro entre as pernas, se dorme de abdômen para cima utilize o acessório abaixo dos joelhos, e para ambas as posições fique atento à altura do travesseiro para que sua cervical fique sempre bem acomodada, preservando um bom alinhamento.
É importante evitar permanecer por longos períodos sentado, faça pequenas pausas para beber água ou se proponha a ficar de pé sempre que utilizar o celular, revezar as posições também pode ajudar. Além dessas recomendações é muito importante lembrar que a prática de exercício físico, principalmente os que envolvem fortalecimento muscular contribuem muito para a manutenção postural de uma maneira mais fácil e natural.
Problemas acarretados pela má postura
Os principais problemas causados pela má postura são: encurtamentos, fraquezas e desequilíbrios musculares. Os desequilíbrios sobrecarregam a coluna, cintura escapular e pélvica e podem ocasionar o aparecimento de hérnia de disco, tendinites, bursites, artrose, restrição de movimento e, consequentemente, muita dor.
No topo dos inimigos da postura estão: longos períodos na mesma posição, falta de exercício físico e o tempo excessivo em frente às telas. Para amenizar as dores e auxiliar na correção da postura é essencial investir em exercícios de alongamento e mobilidade. Eles ajudam a amenizar a tensão gerada pelo desequilíbrio muscular, na hidratação e nutrição das articulações e principalmente no resgate dos movimentos. Qualquer tipo de restrição causa compensação e a compensação gera sobrecarga, causando dor.
Mitos e verdades
Usar cinta pode corrigir a postura Mito. O uso de cinta pode contribuir para o enfraquecimento muscular, uma vez que o suporte postural está relacionado ao seu uso. Os músculos precisam estar em uso para exercerem a sua função.
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Fazer exercícios abdominais fortalece o core e melhora a postura Mito. Os exercícios abdominais tradicionais, de modo geral, enfatizam a flexão de tronco, ou seja, é uma postura de arqueamento, adotada quando estamos sentados olhando para telas baixas. Para melhorar a compreensão da região do core que compõe o centro de gravidade do corpo, onde todos os movimentos são iniciados, muitos autores englobam tronco, quadril e ombros como core também. Os músculos dessa parte do corpo são essenciais na função e no controle de todas essas regiões, possuindo uma importante participação na estabilização da coluna. A maneira mais comum de exercitar a parede abdominal, seja no solo ou com uso de equipamentos, é por meio de flexões da coluna. No entanto, dificilmente o músculo abdominal é utilizado dessa forma em atividades esportivas ou no dia a dia. A grande função dessa zona do corpo é estabilizar a coluna e não atuar como flexora, como é comumente nos depararmos nas academias. Procure realizar exercícios isométricos e de estabilização para obter melhor resultado, e para conseguir ficar mais próximo da principal função do core.
O posicionamento dos pés pode contribuir muito para a melhora postural Verdade. Experimente sentar-se em uma cadeira e deixar os pés soltos no chão. Agora, apoie os mesmos de maneira firme com a sola toda, perceba como sua coluna reage de maneira diferente.
Um jeito fácil de corrigir a postura é lançar os ombros para trás, forçando a musculatura das costas Mito. Corrigir a postura dessa forma pode causar maior tensão na região, levando a quadros de dor e desequilíbrio. Para um ajuste mais confortável, faça um giro dos seus ombros, levando os para a frente, para cima e posicionando-os para trás. Dessa forma, suas escápulas ficarão acomodadas no local certo e você não fará força para manter uma boa postura.
*Stephanie Iara Heidorn é bacharel em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Mobilidade Articular e Movimento, criadora do programa Destrava, idealizadora do projeto Mobility Training. Atua na Bodytech ministrando aulas de mobilidade.
Sonho de consumo de muitas mulheres e sinônimo de elegância, o salto alto também já foi traduzido como símbolo de resistência e emancipação feminina. Acessório indispensável em eventos sociais e em situações de trabalho que exigem mais formalidade, o salto alto pode ocasionar problemas à saúde da coluna e deve ser utilizado com moderação.
Ainda há controvérsias científicas em relação o uso do salto alto – se pode ou não alterar as curvaturas da coluna, no entanto, diferentes tipos de problemas, dentre eles, dor cervical, dor lombar e dor nos joelhos podem estar associados ao uso do calçado.” Parece que as mulheres se adaptam à mudança do centro de gravidade provocada pelo salto alto de formas diferentes. Algumas tendem a realizar esses ajustes através das extremidades inferiores e outras utilizam a curvatura cervical para essa adaptação”, explica Marcelo Amato, médico neurocirurgião, especialista em coluna e cirurgia minimamente invasiva da coluna.
Mas, quais os principais problemas que o uso diário de salto alto pode acarretar?
Além das dores cervicais, lombares e nos joelhos, como o salto altera a pisada natural, fazendo com que o peso seja concentrado nos dedos, pode causar dor nos pés e, também, o encurtamento dos músculos da panturrilha, fazendo com que a circulação de sangue nesta área seja limitada. “Exercícios para a panturrilha no decorrer do dia podem ajudar a ativar a circulação, evitar o encurtamento e dores nessa região”, afirma o Dr. Amato.
Outra alteração causada pelo salto alto é a posição do corpo: com os ombros para trás e a cabeça para frente, o que pode trazer desconforto nos ombros e parte superior das costas. Exercícios de alongamento e relaxamento dessa região podem prevenir tais problemas. Para as mulheres que costumam apresentar dor lombar, exercícios específicos de fortalecimento de core e alongamento de cadeia posterior podem ajudar no controle das dores. Mas é sempre importante pensar no corpo como um todo, pois ajustes articulares na coluna cervical podem estar vindo por uma adaptação incorreta dos joelhos ou dos quadris.
Além do salto alto, as rasteirinhas e as sapatilhas também podem ocasionar problemas à saúde da coluna e não são a melhor indicação para uso. Os calçados sem salto, não proporcionam apoio aos calcanhares, forçam os joelhos e podem desencadear dor lombar, tendinite e fascite plantar. “Tanto o salto alto quanto as sandálias e rasteirinhas aumentam a possibilidade do surgimento de entorses nos tornozelos”, revela o especialista.
Calçados com saltos baixos e médios, tais como o modelo plataforma e meia pata, são os mais indicados e seguros para quem sofre de dores articulares. Além disso, também podem ser uma alternativa viável para quem deseja aumento de estatura com um pouco mais de estabilidade.
O uso frequente de salto alto requer a prática de exercícios físicos, sem esquecer de alongamento e relaxamento nos grupos musculares mais impactados durante as caminhadas. Nestes casos, é indicado utilizar sapato mais baixo em situações que exijam mais esforços ou até mesmo andar em superfícies irregulares.
O recomendável para quem precisa ficar muito tempo com salto alto é fazer períodos de descanso durante o trabalho ou atividade de lazer.
Fonte: Marcelo Amato é graduado pela USP Ribeirão Preto, doutor pela USP, especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva de crânio e coluna. Doutor em neurocirurgia pela Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Especialista em neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). Neurocirurgião referência do Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP) desde 2010.
A inclinação da cabeça durante o uso pode lesionar a cervical e piorar dores já existentes
Celular é lazer, trabalho, estudo e até paquera. O que muitos esquecem é que celular também pode ser nocivo para a coluna cervical. O modo como inclinamos a cabeça para olhar para o aparelho causa a síndrome text neck, que em português significa, literalmente, síndrome do pescoço texto. De acordo com o médico neurocirurgião Marcelo Amato, essa posição incorreta pode causar alterações irreversíveis na curvatura da coluna.
Por causa de uma projeção que mal percebemos da nossa cabeça ao olhar o celular constantemente, desenvolvemos dor cervical crônica, torcicolos recorrentes, hérnia de disco cervical, bicos de papagaio etc. “Fletir a cabeça para a frente e, consequentemente, a coluna cervical traz mais pressão à parte anterior dos discos intervertebrais, o que pode gerar dano a essas estruturas. Nossa coluna não é reta, existem curvaturas fisiológicas que facilitam o seu bom funcionamento. Ao fletir a cabeça, perdemos a lordose fisiológica, podendo ficar retificada e mesmo com inversão da curvatura, ou seja, uma cifose cervical”, explica Amato.
Mas é importante lembrar que a má postura cervical acompanha o ser humano antes dos celulares. A postura adotada para leitura ou estudo em mesa plana por estudantes por tempo prolongado, por exemplo, sempre trouxe prejuízo à coluna cervical. Com o boom dos celulares, a queixa aumentou. Dr. Amato conta que todas as faixas etárias estão sofrendo com essa questão. Estão cada vez mais presentes no consultório queixas de adolescentes e crianças com dores na coluna cervical. “Situação nitidamente associada à hábitos ruins como sedentarismo, tempo prolongado em jogos eletrônicos e postura inadequada para estudo ou lazer”, enfatiza o neurocirurgião.
Dica
De acordo com o médico, a regra principal é manter o pescoço neutro, ou seja, os braços devem levar o celular ou tablet para a frente dos olhos. Essa posição pode levar à fadiga dos braços e, consequente, tensão cervical, portanto, sempre que possível deve-se apoiar os braços ou cotovelos, o que é mais fácil na posição sentada.
E se a pessoa já possui algum problema na coluna, deve ter atenção redobrada ao usar o celular e, ainda, praticar atividade física orientada para prevenir lesões na cervical, como indica Amato.
Fonte: Marcelo Amato é graduado e doutor pela USP Ribeirão Preto, especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva de crânio e coluna. Doutor em neurocirurgia pela Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Especialista em neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e pela Associação Médica Brasileira (AMB), e em cirurgia de coluna pela Sociedade Brasileira de Coluna (SBC). Diretor do Hospital Dia Amato, centro especializado em cirurgias minimamente invasivas da coluna.
Os principais vícios de postura, ou os mais conhecidos, são aquelas posições em que as pessoas se sentam ao usar o computador ou o celular. Mas, há vários tipos de posturas erradas que podem ocasionar lesões e traumas no sistema musculoesquelético.
Segundo a fisioterapeuta Walkiria Brunetti, especialista em RPG e Pilates, ao longo da vida adotamos posturas que são mais confortáveis para determinados movimentos. Entretanto, o conforto pode ser inimigo da saúde musculoesquelética. “Quanto mais confortável a postura, maior é risco de ser um vício postural”, alerta a especialista.
A maior parte da população sabe que se sentar projetando o corpo para frente aumenta o risco de ter cifose, a famosa “corcunda”. “Porém, desconhece os demais vícios posturais que podem prejudicar outras partes do sistema musculoesquelético. O sinal vermelho só acende quando a dor surge, como um sintoma de uma tendinite, bursite, lombalgia, cervicalgia e até de uma hérnia de disco”, reforça Walkíria.
Por isso, a especialista lista com os 9 principais vícios de postura e indica como você pode se livrar deles. Confira:
Abaixar o pescoço para usar o celular: o celular se tornou tão popular que hoje quase todo mundo tem um aparelho nas mãos. Nas ruas, restaurantes, shoppings, academias, enfim, em todos os lugares há sempre alguém digitando mensagens ou navegando nas redes sociais. E a posição mais comum para fazer isso é abaixar o pescoço. Porém, essa postura é extremamente prejudicial para a coluna cervical e a região dos ombros. O principal resultado pode ser o desenvolvimento da cervicalgia ou até mesmo de uma hérnia de disco. Postura adequada: a principal dica é levar o celular na altura dos olhos. Se for um uso mais demorado, o ideal é se sentar apoiando os cotovelos em uma poltrona ou cadeira, para não sobrecarregar os ombros e aliviar a tensão nos braços.
Curvar-se e levar o tronco para frente ao usar o computador: para quem trabalha usando o computador, o principal vício de postura é projetar o tronco para frente, inclusive abaixando o pescoço junto. Quando isso se prolonga, pode gerar uma cifose (corcunda), além de provocar dores no pescoço, ombros e coluna lombar. Postura adequada: a dica é apoiar a lombar no encosto da cadeira, sentindo o quadril se encaixar em equilíbrio dos dois lados do corpo. Os pés precisam estar encostados no chão, com as pernas formando um ângulo de 90 graus. O computador precisa estar na altura dos olhos para evitar que a pessoa abaixe a cabeça. É importante apoiar os cotovelos e antebraços na mesa para aliviar a tensão na cervical.
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Dormir de bruços: até na hora de dormir podemos adquirir vícios de postura. Um dos principais é dormir de barriga para baixo, com a cabeça virada para o lado. Isso prejudica muito a coluna vertebral como um todo. Além disso, devido à posição do pescoço, pode causar torcicolo e dores na região dos ombros. Postura adequada: a posição ideal para dormir é de lado, com as pernas semiflexionadas e com um travesseiro entre elas. Claro que é preciso também usar um colchão adequado para o peso e um travesseiro que dê boa sustentação para pescoço e ombros. Porém, algumas pessoas só conseguem dormir de bruços. A dica, nesses casos, é dormir sem nenhum travesseiro para deixar a coluna mais reta possível.
Sentar-se em cima da perna: esse é um dos piores vícios de postura para a saúde da coluna. Essa posição causa alterações na base da coluna que impactam em todo o eixo vertebral. Além de afetar os músculos, sobrecarrega todas as articulações da coluna. Também afeta o alinhamento do quadril. Postura adequada: não há, porque é contraindicado sentar-se nessa postura.
Dormir com o antebraço embaixo da cabeça: dormir com os braços embaixo do rosto ou da cabeça prejudica o alinhamento da coluna, além de comprimir veias e nervos. Uma das consequências dessa postura pode ser a síndrome do túnel do carpo, que pode ser agravada ou desencadeada por esse vício postural. Postura adequada: os braços devem ficar alinhados com os ombros e relaxados, seja de lado ou com a barriga para cima. Um braço pode ficar relaxado na altura do quadril e o outro ao lado do travesseiro. O importante é evitar ao máximo colocar os braços e mãos sob o travesseiro e a cabeça.
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Andar curvado projetando a barriga para fora: sabe aquela barriguinha saliente que você não perde nem fazendo dieta e exercícios? Essa saliência no abdômen pode ser resultado de uma postura curvada para frente que projeta a barriga para fora. Além da barriga, esse vício postural pode levar à cifose (corcunda), cervicalgia, encurtamento muscular e dor lombar. Postura adequada: ao caminhar, mantenha a coluna ereta, com os braços alinhados ao lado do corpo. Preste atenção ainda ao pescoço, que não deve estar projetado para frente ou para trás, mas sim encaixado no centro do corpo.
Cruzar as pernas: pode ser quase irresistível ao longo do dia. É um vício postural muito comum e igualmente perigoso. Quem passa muitas horas com as pernas cruzadas tende a se curvar para frente e forçar mais os ombros. Problemas na cervical e na lombar podem ocorrer por um desequilíbrio na pélvis e pelo aumento da pressão sobre a coluna vertebral. Postura adequada: a primeira dica é não passar muito tempo com as pernas cruzadas. O ideal é sentar-se em uma posição ereta e trocar de lado para igualar o esforço muscular. Se puder evitar, melhor ainda. Evite também inclinar-se para frente e abaixar o pescoço quando estiver com as pernas cruzadas.
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Levantar peso sem dobrar os joelhos: o agachamento é um movimento muito perigoso para a coluna, caso seja feito em uma postura incorreta. É comum a pessoa abaixar-se sem dobrar os joelhos. Postura adequada: para esse movimento de pegar algo no chão ou mesmo levantar algo que seja pesado, é preciso agachar, dobrando os joelhos lentamente, com os pés afastados e a coluna reta. Ao levantar-se, o objeto deve ser carregado próximo do corpo.
Varrer ou passar pano no chão com as costas curvadas: aspirar, varrer e passar pano. Atividades comuns no dia a dia doméstico podem ser vilãs da saúde da coluna. Normalmente, a tendência é abaixar-se, jogando o tronco para frente. Porém, essa curvatura pode gerar dores lombares e na cervical, pois sobrecarrega as articulações da coluna. Postura adequada: opte por cabos de vassoura ou rodo mais altos e mantenha a coluna ereta. Como nem sempre os aspiradores contam com cabos longos, procure flexionar um pouco os joelhos ao curvar-se.