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Dia Mundial da Fisioterapia: 5 exercícios para quem sofre de desvios posturais

Hoje (8) é celebrado o Dia Mundial da Fisioterapia. Por conta disso, Bernardo Sampaio, fisioterapeuta e diretor clinico do ITC, Guarulhos, traz dicas para aliviar os desvios na coluna

O Dia Mundial da Fisioterapia é celebrado anualmente, desde 1996, em 8 de setembro, data que corresponde à fundação da World Confederation of Physical Therapy (WCPT), no ano de 1951. O dia assinala a união e a solidariedade da comunidade global de Fisioterapia e é uma excelente oportunidade para os fisioterapeutas de todo o mundo demonstrarem o valor da profissão na manutenção e/ou melhoria da mobilidade e independência funcional.

Muitas pessoa, em algum momento da vida, recorrem à fisioterapia. Quando sofremos uma lesão ou estamos com algum problema muscular, o médico pode sugerir o acompanhamento de um fisioterapeuta para complementar a ação de medicamentos e acelerar a recuperação. É a ciência que estuda, diagnostica, previne e recupera pacientes com distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano. Trabalha com doenças geradas por alterações genéticas, traumas ou enfermidades adquiridas. Um desses tratamentos que possui grande procura das pessoas é referente a coluna.

A coluna vertebral é uma parte muito importante do nosso corpo, pois é ela que sustenta, protege e auxilia a nossa locomoção. Portanto, qualquer alteração nesta parte, que também está intimamente ligada com os nossos órgãos e nervos, pode trazer consequências futuras graves em nosso sistema nervoso central. De acordo com o fisioterapeuta Bernardo Sampaio, nossa coluna possui algumas curvaturas que são fisiológicas, ou seja, naturais.

E essas curvas são denominadas como cifose ou lordose e quando ocorrem alterações nessas curvas damos o nome de hiperlordose ou hipercifose, que é quando ocorre um desvio geralmente na região torácica e lombar do corpo. “Outro desvio bastante conhecido é a escoliose, que é um desvio lateral das vértebras. Esse desvio pode acontecer tanto na parte superior quanto na inferior (escoliose em C) ou em ambas (escoliose em S)” – explica Sampaio, que também é diretor clínico do Instituto Trata e do ITC Vertebral, unidades de Guarulhos.

O fisioterapeuta diz ainda que, que as causas para esses desvios variam desde condições genéticas ou posturais, passando até por causas idiopáticas (de origem desconhecida). Mas poucos são os casos genéticos. “Por esse motivo, ter bons hábitos e praticar exercícios regularmente podem ser boas ferramentas não só para tratar, como também para prevenir esses desvios”, alerta.

Dessa forma, qualquer alteração na condição normal da coluna deve ser tratada e corrigida o mais rápido possível, pois os desvios posturais podem levar a uma série de consequências que alteram diretamente na qualidade de vida do paciente. Pensando nisso, Sampaio separou alguns exercícios e alongamentos para quem sofre com os desvios na coluna e que podem ser feitos em casa.

“Mas antes de se aventurar nestes exercícios, é importante lembrar os tratamentos devem ser prescritos por um profissional, e de forma individual, pois devem ser levados em consideração fatores como graus dos desvios, idade, tipo de curvatura, gravidade e sintomas apresentados, para decidir qual o melhor tratamento”, lembra o fisioterapeuta.

Inclinações pélvicas
A inclinação pélvica ajudará a alongar os músculos tensos dos quadris e da parte inferior das costas. Para fazer uma inclinação pélvica:
-Deite-se de costas com os pés apoiados no chão e os joelhos dobrados;
-Contraia os músculos do estômago enquanto ajusta as costas em direção ao chão;
-Segure por 5 segundos, respirando normalmente;
-Depois descanse. Faça duas séries de 10.

Elevação de braço e perna
É possível fortalecer a região lombar com elevações de braços e pernas. Para fazer os movimentos:
-Deite-se de frente com a testa em direção ao chão;
-Estenda os braços sobre a cabeça, com as palmas das mãos posicionadas no chão. Mantenha as pernas retas;
-Levante um braço do chão;
-Segure por uma ou duas respirações completas e abaixe o braço de volta;
-Repita com cada braço e cada perna. Faça 15 repetições em cada membro.

Postura do gato e da vaca
Essa é uma postura muito popular no yoga e ajuda a manter a coluna flexível e sem dor. Veja como fazer a postura do gato e da vaca:
-Comece com as mãos e os joelhos apoiados no chão, em uma postura de quatro apoios, garantindo que suas costas estejam niveladas e que sua cabeça e pescoço estejam confortáveis;
-Respire profundamente e leve suas costas e cabeça em direção ao teto;
-Ao expirar solte os ombros e leve as costas em direção ao chão. Faça duas séries de 10.

Super-homem
Esse é outro exercício inspirado no yoga e excelente para a coluna. Veja como fazer:
-Comece com as mãos e os joelhos no chão e com as costas retas;
-Estenda um braço para frente e para fora enquanto estende a perna oposta para trás;
-Respire normalmente e segure por 5 segundos;
-Repita com o braço e perna opostos. Faça de 10 a 15 repetições de cada lado.

Alongamento do músculo grande dorsal
É possível alongar o grande dorsal – o maior músculo da parte superior do corpo – com esse alongamento. Ele é excelente para a escoliose torácica, que afeta diretamente esse músculo e também para a escoliose lombar que pode causar tensão nas costas e se estende até o grande dorsal. Aprenda:
-Fique de pé com boa postura em uma posição neutra;
-Mantenha os pés afastados na largura dos ombros e os joelhos levemente dobrados;
-Leve as mãos acima da cabeça e segure o pulso direito com a mão esquerda;
-Curve-se levemente para o lado direito até sentir um alongamento no lado esquerdo do corpo;
-Segure por uma ou duas respirações e, em seguida, volte a posição inicial;
-Repita no lado oposto. Faça de 5 a 10 repetições de cada lado.

Para saber mais sobre dores, alongamentos e exercícios e muito mais, acesse: Instituto Trata e ITC Vertebral.

Junho Verde lembra que é preciso dar atenção à escoliose

Condição atinge principalmente meninas a partir dos 11 anos

Entre as condições da coluna sobre a qual mais ouvimos falar está a escoliose. Porém, nem sempre sabemos ao certo o que é a condição e o que há causa. Ainda, há dúvidas sobre formas de identificar o problema e de tratamento. Por isso, junho foi determinado como o mês de conscientização sobre a escoliose, para que seja disseminado conhecimento sobre esse mal da coluna.

A escoliose é caracterizada por uma curvatura anormal da coluna, determinada pela rotação das vértebras. Dessa forma, a coluna vertebral, em vez de reta, fica com uma aparência de “C” ou de “S”. Existem três principais tipos de escoliose, como explica o ortopedista José Thiago Portela Kruppa, especialista em deformidades da coluna vertebral da Clínica SO.U:

Idiopática: responsável por cerca de 80% dos casos, não tem causa definida. Afeta principalmente crianças e adolescentes e, majoritariamente, meninas jovens, entre 10 e 15 anos.

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Neuromuscular: um efeito colateral de condições que debilitam os músculos de forma que esses não consigam sustentar a espinha.

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Congênita: é o tipo menos comum e causada por uma falha na formação da coluna vertebral ainda no desenvolvimento antes do nascimento.

Estima-se que mais de 6 milhões de brasileiros tenham escoliose idiopática e que cerca de 2% a 4% da população mundial tenha a condição diagnosticada. Alguns desses desvios podem ser assintomáticos, porém, os sintomas mais comuns incluem:

Ombros desiguais/ desnivelados
Cabeça não centrada diretamente acima da pélvis
Um lado do quadril, ou ambos, mais alto
Costela mais saliente
Linha da cintura desigual
Textura ou aparência da pele sobre a espinha com alterações
Corpo pendente para um lado

“Ainda, devido às alterações no tamanho e formato do tórax, é possível haver complicações respiratórias. Também é possível em casos mais severos haver danos nos nervos das pernas e/ou causar desconfortos na bexiga ou intestino”, diz o médico.

A escoliose pode ser tratada e em casos de crianças, o diagnóstico prematuro é essencial. O tratamento varia de acordo com a gravidade da condição, que varia de leve a severa, dependendo do ângulo da curvatura da coluna. “Em casos mais brandos, podem ser indicados, a princípio, apenas a observação do desenvolvimento do quadro, o uso de colete e fisioterapia para fortalecimento dos músculos da região. Ainda, pode ser recomendada cirurgia, para situações nas quais é observado o progresso da curvatura, principalmente em crianças, e, para adultos, quando o grau da curvatura for superior a 50°”, explica Dr. José Thiago.

É importante que, ao suspeitar da possibilidade de escoliose, um médico seja procurado para realização dos exames necessários para diagnóstico, como raio-x, tomografia ou ressonância. Se constada, é importante o início de tratamento e monitoramento especializado, para que problemas futuros sejam evitados.

Fonte: Clínica SO.U

Como sua coluna pode “sobreviver” à era dos smartphones? Gislaine Milena Marton*

O smartphone faz parte do cotidiano das pessoas de praticamente todas as idades. E, na mesma proporção que são úteis para a vida, esses aparelhos podem prejudicar a postura. Há, inclusive, em trâmite no Senado Federal, um projeto de lei (PLS 55/2018) que obriga fabricantes de equipamentos eletrônicos a avisarem seus consumidores sobre os efeitos nocivos que o uso contínuo de celulares pode ter na coluna cervical.

jovem mulher usando celular pexels

A proposta já foi aprovada pela Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC), agora será analisada pelo Plenário do Senado e, se aprovada, segue para a Câmara dos Deputados.

Achou exagero? Saiba que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 37% dos brasileiros convivem com dores ou danos na coluna cervical devido à má postura ao manusear aparelhos como smartphones, tablets e laptops.

Mas se não há como viver sem esses aparelhos tão úteis, é imprescindível ajustar essa convivência entre a tecnologia e a saúde da coluna. Para começar, sempre que for olhar o Instagram, Facebook ou enviar mensagem no WhatsApp mantenha o pescoço reto, apoie os cotovelos no tronco e flexione os braços de maneira que o celular fique na altura dos olhos. Se estiver sentado, a dica é colocar um travesseiro ou outro objeto em cima as pernas, como se fosse uma mesinha, para apoiar os cotovelos, ou apoiá-los diretamente em uma mesa mesmo.

Com essa simples reeducação postural, é possível aliviar a carga sobre os ombros, evitando que o peso da cabeça, que tem por volta de 6 kg, fique inclinada para frente, prejudicando toda a coluna e causando dores no pescoço, de cabeça, na cervical e nas costas. Esse hábito ruim ainda pode desencadear quadros de protusões discais, hérnias de disco, hipercifose (a famosa “corcunda’’), escoliose (quando a coluna forma um “S”), além de parestesias (“formigamentos”) nos braços e contrataturas musculares.

Por isso, é importante que se tenha um cuidado especial também com crianças e adolescentes nesse quesito. O fato de ficar “curvado” para lidar com o celular prejudica, e muito, a postura e o alinhamento da coluna da criança e do adolescente. Como eles estão em fase de crescimento, o momento é o ideal para corrigir esses erros posturais e afastar de uma vez os riscos de doenças da coluna mais graves que possam surgir. Por isso, pais, mães e responsáveis, fiquem atentos. A prevenção é o melhor remédio!

mulher celular cama

E, seja para adultos, pessoas mais jovens e crianças, o método da Reeducação Postural Global (RPG) é muito indicado e é ideal para prevenir alterações e possíveis deformidades decorrentes da má postura. Mas, é importante sempre lembrar de que alongamento e fortalecimento são os melhores amigos de uma coluna saudável, porque esses exercícios mantém a flexibilidade e amplitude dos movimentos e fortalecem a musculatura e as estruturas do pescoço, colaborando com uma boa postura. Por isso, é sempre importante investir em atividades que proporcionem tais resultados.

Então, de hoje em diante, sempre que for curtir uma foto nas redes sociais, pense: postura correta! Sua coluna agradecerá.

*Gislaine Milena Marton é fisioterapeuta e proprietária da clínica Quality Fisio & Pilates

Sem provocar dores, escoliose pode causar graves problemas

A coluna vertebral é a parte estrutural mais importante do nosso corpo, por isso qualquer questão relacionada a ela e que não tenha a devida atenção pode causar uma lesão de maior gravidade. Umas dessas condições, que a princípio parece inofensiva é a Escoliose, uma deformação morfológica da coluna e que em casos mais delicados, pode até prejudicar o bom funcionamento de órgãos vitais.

Há dois tipos comuns de escoliose, a congênita (que é causada por malformação das vértebras da coluna) e a idiopática (não possui causa comprovada cientificamente), porém a mais comum na população. Uma das explicações se dá pelas modificações que o corpo passa ao longo da vida, sendo mais comum em jovens em fase de crescimento, embora não seja o fator determinante. “O corpo vai fazendo ajustes por conta da nossa postura, do peso que carregamos nos ombros, na maneira como sentamos, mas nenhum deles é responsável 100% pelo desenvolvimento da escoliose”, explica o fisioterapeuta Bernardo Sampaio do ITC Vertebral de Guarulhos.

De acordo com a última PeNSE – Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, feita pelo IBGE, os dados da pesquisa indicam que casos de escoliose com fatores não genéticos podem ser influenciadas pelo sedentarismo. Afinal, 65,5% dos estudantes do 9º ano do ensino fundamental não realizam se quer 300 minutos de atividade física na semana, sendo que o recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria é de pelos menos 420 minutos.

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A escoliose não causa dores, mas pode ser perigosa, por isso é importante detectá-la logo no início. Em casa é possível fazer um teste simples. O fisioterapeuta sugere que a pessoa dobre o tronco para frente como se fosse para encostar as mãos no chão e mantenha essa posição por alguns segundos. Assim, é possível observar se há algum lado mais alto do que o outro, ao longo das costas. “Caso tenha uma discrepância grande é preciso procurar um especialista para uma avaliação mais adequada e possivelmente a indicação de tratamento, que não necessariamente será cirúrgico”, pontua Sampaio.

Intervenções cirúrgicas são indicadas apenas em casos mais graves; assim como muitos problemas de coluna, quadril e joelho. A cirurgia é sempre a última opção. Em graus menores, são sempre tratadas com exercícios e posturas. “Nem sempre as alterações da curvatura da coluna estão relacionadas com dores crônicas, por isso é sempre importante consultar um especialista para se ter o devido diagnóstico”, finaliza.

Fonte: Bernardo Sampaio é fisioterapeuta responsável pela Unidade de Guarulhos do ITC Vertebral e do Instituto Trata, o especialista é também diretor regional da Associação Brasileira de reabilitação de coluna – ABR Coluna. Graduado pela PUC- Campinas e com formação em osteopatia clínica pela Académie de Thérapie Manuelle Et Sportive (Bélgica). O profissional também possui especialização em fisioterapia músculo esquelética, aprimoramento em membro superior e oncologia ortopédica pela Santa Casa de São Paulo.