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Dermatologista conta como prevenir e cuidar de irritações causadas na pele pelo excesso de atrito

Manter a pele hidratada e seca é fundamental para evitar incômodos

Quem já sofreu com assaduras na região das coxas, virilha e axilas sabe o quão grande pode ser o incômodo. Paula Colpas, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e consultora da TheraSkin, explica que esse problema nada mais é do que uma dermatite friccional, lesão provocada pelo excesso de atrito da pele com algum tecido ou com o próprio corpo.

“Alguns fatores, como o calor e a umidade, também podem facilitar o surgimento dessas irritações, que acabam lesionando a pele”, destaca a médica, que complementa: “a prática de exercícios, como corridas e caminhadas, e atividades que exigem muita repetição, como dançar e pular, podem agravar os sintomas”, acrescenta.

As assaduras podem ocorrer nas regiões de dobras, como virilhas, axilas e coxas, pontos do corpo onde a pele é mais sensível. “Para quem tem as pernas grossas ou muito juntas, por exemplo, a fricção pode acontecer com mais intensidade. Uma dica é manter a pele hidratada, evitando, com isso, futuros incômodos”, conta a dermatologista. Mas, se a pele já estiver lesionada por conta do exercício constante ou excesso de calor, a médica recomenda produtos que tenham ação reparadora e cicatrizante.

Confira três dicas da farmacêutica TheraSkin que podem ajudar na prevenção de assaduras, impedindo seu agravamento.

Opte por tecidos leves e confortáveis
Escolha roupas confortáveis e tecidos que permitam a respiração da pele, impedindo que ela fique ressecada. Dê preferência para as peças em algodão, principalmente nos dias mais quentes. Se for praticar exercícios, use, por exemplo, bermudas mais compridas, que ajudam a reduzir o atrito das pernas.

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Hidrate a pele
A pele seca se machucada é lesionada com mais facilidade. Por isso, mantenha a pele hidratada. Opte por cremes que ajudam a formar uma película protetora, mantendo a sua saúde e evitando possíveis desconfortos.

Mantenha a região seca
O talco líquido multirreparador é uma boa opção para manter a pele mais seca e menos suscetível às assaduras. O produto também ajuda a diminuir o atrito e a evitar a transpiração. Se a região já estiver machucada, ele atua acalmando e suavizando as irritações.

Amilia Talco Líquido, tem ingredientes ativos em sua fórmula com propriedades calmante, cicatrizante e protetora, além de adstringente e secativa, que atuam no alívio da sensação de coceira, vermelhidão e irritações de pele, causado assaduras por atrito. Com toque aveludado e excelente espalhabilidade, não deixa a pele branca como os talcos tradicionais e não tem perfume.

Fontes: Paula Tavares Colpas, médica dermatologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) / TheraSkin

Dermatite, secura e irritação das mãos cresce na pandemia com abuso de higiene e álcool

Nova pesquisa apresentada no começo de março no Simpósio da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia destaca que a dermatite das mãos cresce e já atinge duas em cada 3 pessoas

O impacto dermatológico do Covid-19 é um tema que vem sendo estudado mundialmente e uma nova pesquisa apresentada no começo de março no Simpósio da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia destacou que a higiene rigorosa das mãos durante a pandemia fez aumentar os casos de dermatite, secura e irritação no local.

“Tanto os profissionais de saúde quanto o público em geral neste estudo afirmaram que a irritação e ressecamento da pele eram a principal barreira para a prática consistente de higiene das mãos”, destaca Letícia Bortolini, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “A pele das mãos é naturalmente mais espessa, mas possui menos glândulas sebáceas, sendo assim a alta concentração de álcool na fórmula desse produto pode facilmente desidratar o tecido cutâneo da região, contribuindo também para o envelhecimento acelerado da pele dessa região”, afirma.

Pesquisadores do Father Muller Medical College, da Índia, analisaram a perda de água transepidérmica (TEWL – um parâmetro essencial para medir a função de barreira da pele) de 582 pessoas (291 profissionais de saúde e 291 indivíduos saudáveis da população em geral). Os resultados indicaram que a dermatite das mãos estava agora presente entre 92,6% dos profissionais de saúde e 68,7% da população em geral, apesar de apenas 3% dos profissionais e 2,4% do público em geral no estudo ter relatado um histórico prévio de dermatite das mãos.

“Foi observada também uma maior média de pele mais seca em mulheres e profissionais de terapia intensiva, que foi associada à alta frequência de lavagem das mãos e uso de gel para as mãos à base de álcool”, explica a dermatologista.

Segundo a médica, esta pesquisa demonstra verdadeiramente o impacto do aumento da lavagem das mãos e do consumo de produtos à base de álcool na saúde da pele das mãos dos profissionais de saúde e do público em geral. “Além disso, agora sabemos que é necessário alertar a população sobre os meios de prevenção do eczema das mãos”, explica Letícia.

Após o uso do álcool em gel, é recomendável, segundo a médica, que se aplique um cosmético específico para as mãos, que deve ser formulado com ativos de alta propriedade hidratante, como ureia e ácido hialurônico. “O mesmo vale para a higienização das mãos com água e sabão, já que quando realizada com frequência, o que é necessário nesse momento, também pode favorecer o ressecamento da região”, alerta.

“Por isso, além de também utilizar um hidratante para as mãos após lavar a região, vale a pena apostar no uso de sabonetes menos agressivos, dando preferência a fórmulas mais hidratantes”, finaliza.

Fonte: Letícia Bortoloni é dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. À frente da clínica Enlapy, em Cuiabá, a médica é formada em Medicina pela Universidade de Cuiabá, com especialização em Dermatologia pela Fundação Souza Marques (São Paulo/SP) e em Clínica Médica pelo Hospital Guilherme Álvaro (Santos/SP).

Ácaros, poeira e mofo podem causar alergias oculares; saiba como evitar

Oftalmologista Keila Monteiro de Carvalho ensina como evitar o problema

Eles podem até não ser vistos a “olho nu”, mas estão longe de passar despercebidos pelos olhos. Ácaros, poeiras, pólen, mofo, pelos de animais, produtos de limpeza (os chamados alérgenos), podem levar o sistema imunológico a uma reação exagerada, causando a alergia ocular.

“O problema é mais comum em indivíduos que já possuam algum tipo de alergia, como sinusite, rinite ou asma, mas estima-se que 15% da população mundial sofra este tipo de reação, que pode afetar pálpebras e córnea”, explica a oftalmologista Keila Monteiro de Carvalho, Professora Titular de Oftalmologia da Universidade Estadual de Campinas e Chefe do Departamento de Oftalmologia da FCM/Unicamp.

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A oftalmologista explica que os olhos costumam ser alvo fácil para as alergias porque, ao abri-los, a conjuntiva – a parte branca dos olhos– fica totalmente exposta, podendo, em contato com certos alérgenos, desencadear algum processo alérgico. Com sintomas semelhantes aos diferentes tipos de conjuntivite, como vermelhidão, desconforto ocular, irritação, coceira, lacrimejamento, inchaço e fotofobia (sensibilidade à luz), o que difere o problema é o tempo de duração dos sintomas, que em casos de conjuntivite infecciosa, por exemplo, podem persistir por uma a duas semanas, e na forma alérgica, com administração do anti-histamínico, tendem a aliviar já no segundo dia.

Para evitar o problema, a prevenção é o melhor remédio. “O primeiro passo é identificar e eliminar os alérgenos do ambiente. Isso fará com que os sintomas apresentem uma boa melhora. Também é importante realizar o tratamento com o oftalmologista em conjunto com o alergologista”, comenta Keila.

Mudanças simples em casa também podem contribuir em muito para reduzir a incidência da alergia. Entre as medidas que podem ser tomadas, pode-se manter o ambiente limpo, arejado e com exposição solar, para evitar o acúmulo de ácaros; diminuir a quantidade de travesseiros, roupas de cama, cortinas, bichos de pelúcia e objetos que acumulem poeira; e realizar a higienização do ar-condicionado semanalmente.

Mas, caso ocorra uma crise de alergia ocular, a médica explica que é fundamental evitar esfregar ou coçar os olhos, pois, além de estimular as alergias, isso pode facilitar o surgimento ou desenvolvimento de ceratocone. “Deve-se ainda evitar o uso de soro fisiológico para lavar o local, pois o sal do soro irrita ainda mais os olhos. O ideal é aplicar compressas frias sobre os olhos fechados”, orienta a oftalmologista.

Segundo a especialista, colírios específicos podem ser indicados pelo oftalmologista a fim de amenizar os sintomas. Também pode ser prescrita a imunoterapia (vacina para alergia). “O método consiste em injetar gradualmente um número crescente de alérgenos no indivíduo para estimular a imunidade do paciente às substâncias que causam a alergia”, explica ela.

“É importante ressaltar que, se não tratada corretaente, a alergia ocular pode evoluir, trazendo complicações à visão, como o surgimento de vasos anormais na periferia da córnea e úlceras. Por isso, caso os sintomas surjam, deve-se consultar um oftalmologista”, acrescenta a médica.

Fonte: Keila Monteiro de Carvalho é Professora Titular de Oftalmologia da Universidade Estadual de Campinas e Chefe do Departamento de Oftalmologia da FCM/Unicamp

Frio e uso de máscaras de proteção: como evitar tendência à irritação e alergia na pele

Da mesma forma que o uso constante do álcool gel ou a limpeza da mão com água e sabão se fazem necessário nesse momento para diminuir o risco de contágio pelo novo coronavírus, a máscara também é. O problema é que – assim como a limpeza e desinfecção das mãos – a nossa pele pode sentir os efeitos do uso da máscara – ainda mais nesse frio.

“A utilização constante das máscaras de proteção desencadeia uma alteração da fisiologia da pele, produzindo a nível cutâneo o que denominamos de dermatite de contato – irritativo ou alérgico. E como estamos em uma estação mais fria, essa combinação tende a deixar a nossa pele mais irritada, seca e com inflamação”, explica a dermatologista  Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Em casos de usos mais constantes, é ainda possível observar o aparecimento de secura, vermelhidão, descamação, infecções secundárias e maceração na pele.

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“E isso também pode causar o agravamento de algumas doenças preexistentes, como a dermatite atópica, acne, rosácea, psoríase e dermatite seborreica”, acrescenta a médica.

Além do uso de máscaras e do frio, essa inflamação, que precede a sensibilidade da pele, pode ter fatores emocionais envolvidos e um dos maiores vilões nesse sentido é o estresse – que é cada vez mais comum na quarentena.

“Muitos tipos de células da pele, incluindo as imunológicas e as endoteliais (células das paredes dos vasos sanguíneos), podem ser reguladas por neuropeptídeos e neurotransmissores, que são substâncias químicas liberadas pelas terminações nervosas da pele. O estresse pode liberar um nível maior dessas substâncias e, quando isso ocorre, pode afetar o modo com o qual nosso corpo responde a muitas funções importantes, como sensação e controle do fluxo sanguíneo. Além disso, a liberação desses produtos químicos pode levar à inflamação da pele, que pode ficar mais sensível e irritada”, explica a médica.

Evidentemente, a recomendação para o uso das máscaras ainda continua. “Os estudos mostraram que muitas pessoas são assintomáticas. Mas essas pessoas têm o vírus e o transmitem ao falar, mesmo sem nenhum sintoma. Como não sabemos se somos assintomáticos ou não, ao sair de casa, devemos usar máscara”, afirma a dermatologista. “Mas a primeira recomendação para evitar os ‘efeitos adversos’ da máscara é a de não sair de casa. Até porque esses problemas de sensibilidade na pele geralmente nos fazem levar mais a mão ao rosto, por isso é fundamental evitá-los”, acrescenta.

Mas para quem realmente precisa sair e usar a máscara, é possível ter alguns cuidados para evitar os problemas. Para a dermatologista, torna-se essencial adotar algumas medidas de proteção a fim de manter a função barreira cutânea. No momento da higienização, por exemplo, o melhor é optar por uma lavagem suave, evitando uma fricção acentuada e o uso de sabões perfumados.

Também é necessário ficar atento aos produtos e ingredientes que devemos ou não aplicar na pele sensibilizada. Como explica a dermatologista, é importante evitar a utilização de produtos com fragrâncias e alguns conservantes, bem como a aplicação de cremes com retinol, alfa-hidroxiácidos e esfoliantes na pele sensível da face.

Em alternativa, se a sua pele está mais sensível ou irritada, você pode utilizar antes do hidratante uma máscara (cosmética) com ativos calmantes. “Aloe vera e alfabisabolol são boas opções, pois tem efeito anti-inflamatório e anti-irritante”, diz a médica. Outra boa opção é a nicotinamida (vitamina B3), que reforça a barreira cutânea.

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“Lembre-se que, nesse momento, a hidratação diária da pele é de suma importância a fim de restaurar e manter o equilíbrio fisiológico; use cremes hipoalergénicos (sem perfumes nem conservantes), com uma ação emoliente, hidratante, regeneradora, anti-irritante e anti-inflamatória. E, para finalizar os cuidados durante o dia, mesmo dentro de casa é necessário usar o fotoprotetor”, finaliza a médica.

Fonte: Paola Pomerantzeff é dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em Dermatologia Clínica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, a médica é especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, e participa periodicamente de Congressos, Jornadas e Simpósios nacionais e internacionais.