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Não adianta passar mel, óleo de coco, abacate e ovo no cabelo se você tem uma alimentação ruim

Receitas caseiras têm poder limitado na atuação tópica para melhora dos fios de cabelo. Seria bem melhor introduzir esses ingredientes na alimentação diária, pois trarão benefícios não só para o cabelo, mas para o corpo todo. Em contrapartida, alimentação rica em açúcar só piora qualidade capilar

Uma busca rápida na Internet e encontramos diversos (e bons) ingredientes alimentares em um mix de receitas para melhorar a hidratação e a nutrição dos fios capilares. Mel, óleo de coco, abacate, ovo, aveia, banana, mamão e abóbora estão entre os alimentos que figuram nas receitas caseiras para salvar os fios.

Mas se você só vai ao mercado comprá-los para passar nos cabelos enquanto tem uma alimentação recheada de açúcar e frituras, o resultado será zero (e é melhor você inverter essa lógica e consumir esses ingredientes nas suas refeições).

“O excesso de açúcar na dieta, que geralmente vem acompanhado de uma ingestão reduzida em proteínas, vitaminas, minerais e antioxidantes (condicionais para manter a saúde do organismo como um todo e ainda sobrar para o adequado aporte à pele, cabelo e unhas), pode comprometer a saúde dos folículos capilares aumentando a possibilidade de eflúvio (queda intensa dos cabelos). Muito açúcar circulando é um dos fatores que propicia um desequilíbrio da microbiota e aumenta o perfil inflamatório do organismo como um todo”, diz a médica nutróloga Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

“Como o cabelo não é um órgão ou tecido vital, seu corpo nunca priorizará suas necessidades nutricionais. Portanto, devido à natureza descartável do cabelo, um desequilíbrio nutricional geralmente afeta primeiro o cabelo, causando fraqueza e queda”, afirma Kédima Nassif, dermatologista e tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Resumindo: você pode caprichar na receita caseira (que tem um efeito tópico mais limitado), mas se sua alimentação for ruim, o resultado será pequeno e quase irrelevante.

De acordo com a tricologista, o cabelo é composto principalmente de proteínas, portanto, incluir quantidades adequadas em sua dieta é vital para o crescimento dos fios. “Alimentos que são boas fontes de proteínas são peixe, frango, carne magra, ovos, feijão, quinoa, tofu e leguminosas. O ovo por exemplo é um velho conhecido quando o assunto é saúde capilar, sendo incluído em receitas caseiras de hidratação dos fios. Sua boa ‘fama’ vem do fato de que o ovo é rico em proteínas, ácidos graxos, aminoácidos essenciais, vitaminas e minerais como zinco, selênio e ferro. Esses micronutrientes são envolvidos nos processos de formação da fibra capilar e de multiplicação das células da raiz do cabelo, facilitando o processo. É por isso que o consumo de ovos contribui para sua saúde capilar”, diz a tricologista Kédima. Melhor que aplicar diretamente nos fios é ingerir o alimento.

“Aproximadamente 85% do cabelo é formado de queratina, que é uma proteína, e por ser um tecido de excreção, é formado de aminoácidos sobressalentes para essa função. Se não houver sobra de proteínas, não há boa síntese de queratina. Além disso, minerais metálicos como ferro e cobre além de vitaminas do complexo B como a biotina participam da manutenção da saúde capilar”, diz Marcella.

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O mel, por exemplo, é muito mais que um açúcar natural e conta com outros componentes como ácidos orgânicos, minerais, antioxidantes e aminoácidos. “O mel possui a maioria dos elementos minerais essenciais para o organismo humano, especialmente o selênio, manganês, zinco, cromo e alumínio. Essas propriedades são altamente benéficas à saúde”, diz a médica nutróloga. “O zinco ajuda na recuperação e reparação dos tecidos e contribui para o fortalecimento do seu cabelo. A sua carência pode levar a um aumento da queda de cabelo e a um couro cabeludo seco e escamoso. Já o selênio cria uma barreira nos fios contra os radicais livres”, afirma Kédima.

Outro oligoelemento importante para o crescimento e fortalecimento do fio de cabelo é o silício, segundo Mika Yamaguchi, farmacêutica e diretora científica da Biotec Dermocosméticos. “Ele é um elemento importante para formação e estrutura do fio, além de ajudar muito nesta melhora da qualidade do cabelo. O ideal, nesse caso, é a suplementação de Exsynutriment, um silício estabilizado em colágeno marinho hidrolisado e que fornece silício biodisponível para o organismo. Associado com cisteína, cistina, bio-arct mais vitaminas pode melhorar a saúde capilar, por esta razão é importante sempre consultar um dermatologista ou tricologista para se ter uma indicação precisa e o melhor resultado no cabelo”, afirma a farmacêutica.

O óleo de coco e o abacate, por sua vez, são fontes de boas gorduras, que ajudam a hidratar e a nutrir os fios. “O abacate, além do magnésio que ajuda a deixar o cabelo mais forte, tem Vitamina E, que além de ajudar na hidratação natural, tem atuação antioxidante interessante contra os danos ambientais”, diz a tricologista. Segundo a farmacêutica Mika Yamaguchi, em alguns casos, a suplementação pode ser bem-vinda. “O In.Cell é um ingrediente funcional preparado a partir da gema do ovo esterilizada rica em DHA. Ele contém aminoácidos essenciais, lipídeos e ácidos graxos mono e poli-insaturados (ômegas 3, 6, 7 e 9) nas proporções adequadas para o consumo humano, garantindo reparação e nutrição celular, ideais para um cabelo sadio e bonito”, diz a farmacêutica.

Segundo Kédima, consumir ferro também ajuda na saúde e beleza dos fios. Os níveis de ferritina (ferro armazenado) são extremamente importantes para o crescimento do cabelo. “Se sua dieta permitir, tente comer carne vermelha magra pelo menos duas vezes por semana. Caso contrário, tente adicionar um suplemento nutricional de ferro à dieta ou invista em folhas verde-escuro como o espinafre, que tem altos níveis, um mineral crucial para a formação do cabelo e para o transporte do oxigênio no sangue, oxigênio esse que chega às raízes capilares favorecendo sua multiplicação e a presença de fios com bom crescimento e espessura”, diz a tricologista.

Foto: Dvir;/Morguefile

Uma dica importante para melhorar a absorção do ferro é, próximo à refeição, apostar na vitamina C. “O ferro de origem vegetal é melhor absorvido se você o ingerir juntamente com a vitamina C. Beba um copo de suco de laranja ou limão espremido na hora ou coma uma de suas frutas e legumes favoritos para ajudar na absorção de ferro”, diz Marcella. O seu cabelo também agradece: a vitamina C é um antioxidante poderoso e cofator na produção de colágeno, essencial para o fortalecimento da pele e do cabelo.

Invista também em fontes de vitamina A, como a cenoura e a abóbora. “Ela vai ajudar na produção normal de sebo. No entanto, cuidado com o excesso desse ingrediente que pode fazer com que o cabelo caia”, afirma Kédima. E antes de investir apenas em receitas caseiras, o ideal é buscar ajuda médica. “Com mudanças no hábito alimentar e a prescrição individualizada de suplementos alimentares, muito do aspecto indesejável do cabelo pode ser minimizado”, finaliza Marcella.

FONTES:
Kédima Nassif é dermatologista e Tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Residência Médica em Dermatologia também pela UFMG; realizou complementação em Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal, transplante capilar pela FMABC e em Cosmiatria e Laser pela FMABC.
Marcella Garcez é médica nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da Abran. Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo.
Mika Yamaguchi é farmacêutica pela faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP – Universidade de São Paulo, é também cosmetóloga e diretora científica da Biotec Dermocosméticos, empresa fornecedora matérias primas para cosméticos. Especialista em prescrições dermo e nutricosméticas.

Pecados capitais de beleza que envelhecem e tornam a pele mais vulnerável

Com a flexibilização da quarentena, tome cuidado com esses descuidos na rotina porque eles podem deixar sua pele mais suscetível aos danos externos (e ambientais), o que leva ao envelhecimento precoce

Muitas pessoas ainda ignoram os cuidados com a pele e, mais cedo ou mais tarde, sofrem as consequências. Mas mesmo quem já tem uma rotina skincare pode enfrentar alguns problemas, por falta de informação (ou indicação adequada), preguiça ou ansiedade em ver resultados rápidos. É necessário ter cuidado e cautela, pois alguns desleixos ou abusos podem ser considerados pecados capitais contra a sua pele: e eles favorecem o envelhecimento precoce. Consultamos os melhores experts em beleza e saúde da pele para listar os pecados que, definitivamente, você deve evitar.

mulher usando protetor solar

Não usar filtro solar no frio, em dias nublados ou chuvosos – pode parecer fora de realidade, mas as queimaduras solares também acontecem em dias nublados, no outono e no inverno. E além disso, menos visível que os danos das queimaduras, há alterações subcutâneas que nem sempre percebemos na hora – apenas quando os anos passam. “Isso ocorre porque as nuvens absorvem por volta de 10% da radiação ultravioleta, ou seja, apesar do dia não estar ensolarado, ele tem praticamente a mesma intensidade de radiação ultravioleta que um dia megaensolarado”, destaca a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A dermatologista lembra que o índice mínimo de filtros solares recomendado é FPS 30. “Mas, para algumas peles muito sensíveis ou com manchas, o ideal é abusar de um FPS mais alto, porque há, sim, diferença de proteção entre FPS. E o protetor deve garantir proteção contra UVA, radiação ultravioleta A, um tipo de radiação que atinge a pele mais profundamente, causa o fotoenvelhecimento, aparecimento das rugas e manchas”, afirma. O fotoprotetor deve ser usado todo dia e repassado após três horas em exposição direta e após quatro horas em ambientes fechados.

mulher cosmetico serum

Abusar do uso de retinoides – nenhum retinoide (retinol ou ácido retinoico) deve ser usado sem que haja a prescrição de um dermatologista! Dito isto, vamos entender por que isso acontece: “Estamos falando de um ácido (vitamina A ácida), que pode provocar irritabilidade, hipersensibilidade, até uma queimadura, quando mal utilizado, em concentração acima do que a pele pode suportar, ou muitas vezes sendo utilizado de uma maneira inadequada, sem orientação médica”, diz a dermatologista Claudia Marçal, professora-fundadora do Dermacademy MB e membro da SBD. Outro problema que pode surgir na pele, com o excesso desse ácido, são os vasinhos: “Quando fazemos peeling ou usamos ácidos, estamos criando um processo inflamatório, ‘queimando a pele’ para ela descamar. Se esse processo for excessivo, abusivo, pode gerar, sim, os vasinhos no rosto”, argumenta Aline Lamaita, angiologista e cirurgiã vascular, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. De acordo com a Dra. Claudia, geralmente os retinoides são prescritos no inverno e não devem ser usados de maneira contínua, pois a pele fica mais fina, avermelhada e delicada, o que a deixa susceptível a agressores ambientais, como mormaço, calor, luz visível, poluição e especialmente o sol. “Seu uso é obrigatoriamente noturno, e o ideal é começar com a aplicação de duas a três vezes por semana, intercalados com nutritivos adequados à pele, como Overnight Repair, Progenitrix, Vitamina C e nutriomega 3, 6, 7 e 9”, diz a dermatologista. E lembre-se: no dia seguinte, é necessário lavar o rosto e usar um filtro solar potente.

mulher usando serum pele

Usar bons produtos na hora errada – quando usamos produtos noturnos durante o dia, corremos o risco de fotossensibilização. Um dos principais erros, nesse sentido, é fazer uso de ácidos de manhã. “Esses produtos podem fazer a pele descamar e deixá-la mais sensível, o que é um perigo tendo em vista que a radiação solar e a poluição podem causar muito mais danos”, explica Isabel Piatti, especialista em Estética e Cosmetologia, conselheira do Comitê Técnico de Inovação da Buona Vita, embaixadora do CIA – Centro e Instituto Internacional de Aprimoramento e Pesquisas Científicas, e Membro do Conselho Científico da Academia Brasileira de Estética Científica – ABEC. Então é importante que esses produtos, quando prescritos pelo dermatologista à noite, ou quando é possível observar no rótulo os posicionamentos “over night”, “creme para noite”, “night cream”, sejam utilizados de fato à noite. “Durante a noite a pele vai experimentar um período de reparação celular, então, os cremes devem ajudar a pele a renovar as células”, afirma Isabel. É o caso do Tenso Active, que é o anti-idade noturno da linha Day & Night da Buona Vita. O creme combate as rugas e minimiza as linhas de expressão e flacidez. Por outro lado, durante o período matutino, a fotoproteção da pele é essencial, então além do filtro solar, devemos apostar em ativos antioxidantes com ações específicas contra poluição e outras agressões ambientais. O Gel Creme Nanocápsulas, creme diurno da linha da Buona Vita, traz Vitamina C para ação antioxidante e FPS 30 para proteger a pele.

cotovelo pele cuidados

Negligenciar as “áreas esquecidas” – na rotina de beleza diária da pele, muitas pessoas concentram-se no rosto, afinal é a região onde surgem rugas e linhas de expressão. “Porém, outras regiões do corpo, como joelhos e cotovelos, também sofrem igualmente, e às vezes até mais (por conta das características da pele da região), com os danos externos que levam ao processo de envelhecimento precoce. Logo, necessitam de cuidados tanto quanto o rosto”, diz a dermatologista Kédima Nassif, membro da SBD. Além disso, não podemos esquecer do pescoço e colo, que também demonstram sinais do envelhecimento. No caso dos joelhos e cotovelos, abuse da vitamina E e óleos naturais. Para o pescoço, colo e a área atrás da orelha, o ideal é estender os cuidados do rosto, com hidratantes associados a antioxidantes com Vitamina C, Alistin e Hyaxel, além da fotoproteção. “Também é necessário usar cremes específicos para área dos olhos e lembre-se de usar um fotoprotetor, já que, nos últimos anos, a incidência de câncer de pele aumentou em 10% nas pálpebras. Vale a pena também apostar nos óculos escuros com proteção UV”, acrescenta Kédima.

envelhecimento pele mulher

Acreditar que a pele é “imutável” – é um erro comum insistir em cosméticos e fórmulas que foram boas e deram resultados 10 anos atrás. Conforme vão mudando as características da pele, os cuidados que devemos ter com ela se modificam também. Como na adolescência, em que a pele tem tendência a ser mais oleosa, na faixa dos 50 anos há cada vez mais um ressecamento cutâneo. Para fugir do básico na hora de hidratar a pele, o ideal é oferecer ao tecido cutâneo algo a mais, como os peptídeos. Existem centenas de diferentes peptídeos, que são feitos a partir de diferentes combinações de aminoácidos. Eles estimulam a comunicação e proliferação celular, no geral. Segundo o farmacêutico Maurizio Pupo, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Ada Tina Italy, os peptídeos agem na pele quase como se fossem medicamentos: “Eles penetram, vão ao encontro do receptor, ligam-se à célula e produzem determinado efeito. Existem peptídeos que estimulam produção de elastina, ácido hialurônico e agem na cicatrização da pele. Eles são realmente muito importantes”, diz o diretor da marca, que tem dois produtos com peptídeos pró-colagênicos, que trabalham fortemente para estimular colágeno: Collagen Peptide e Sustent C Pro-Collagen. Os produtos agem de maneira eficiente no estímulo ao colágeno, deixando a pele mais jovem.

shutterstock botox

Acreditar que procedimentos fazem milagres – é muito comum que as pessoas procurem por procedimentos para rejuvenescer acreditando que sairão do consultório quase que irreconhecíveis. “Porém, não existem procedimentos que rejuvenescerão o rosto em uma única sessão de maneira rápida e simples, pois é impossível reverter de uma única vez todos os danos do envelhecimento causados ao longo de anos”, diz a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). “O ideal então é conversar com seu médico para verificar a possibilidade da combinação de diferentes procedimentos que, realizados em uma determinada sequência e ao longo de um certo tempo, potencializarão os resultados esperados”, recomenda a cirurgiã. Após a cirurgia, também é preciso adequar alguns hábitos, como parar de fumar, diminuir a quantidade de açúcar e sal na alimentação e ter muito cuidado com bebidas alcoólicas.

mulher madura rosto creme olhos grisalha

Pensar que os cremes mais caros serão a salvação da sua pele – para quem fica muito ligado em novidade, é bom saber que nem sempre comprar um produto inovador vai ser a salvação. “Essa paciente precisa ter a orientação de um especialista, de seu dermatologista. Porque muitas vezes esse produto não é adequado para o tipo de pele, época do ano, fototipo e condições naturais genéticas daquela pele”, afirma Claudia. Além disso, os cremes não fazem milagres. “Quando falamos sobre investimento em anti-aging, isso tem de partir da mudança da qualidade de vida dessa pessoa, pois nós sabemos que a genética é importante, mas ela não responde pela maior parte, quando falamos em equilíbrio e longevidade e com qualidade de vida. Então, os tripés de sustentação como alimentação, atividade física e proteção à ação danosa da radiação ultravioleta. Além disso, ter uma vida com menos estresse é fundamental”, diz a médica. “Muitas vezes, essa paciente precisa de nutracêuticos como Exsynutriment, InCell e Bio-Arct para promover, de dentro para fora, um estímulo às proteínas de sustentação da pele. E hoje temos muitas tecnologias em consultório que podem ser indicadas para um tratamento completo e eficaz do paciente”, finaliza a médica.

 

Extremos na dieta: comer demais ou de menos pode arruinar a beleza da pele, cabelo e unhas

Queda acentuada de cabelos, manchas, acne, irritações, rugas, unhas quebradiças e sinais de envelhecimento são algumas das alterações que a alimentação desregulada pode causar. Situação pode ser ainda pior para quem tenta compensar um período de alimentação farta com momentos de escassez

No decorrer da pandemia, apesar das constantes informações sobre a importância de manter a alimentação saudável, muitas pessoas acabaram optando por extremos na dieta – alguns comendo demais, outros de menos. “As alterações emocionais são as principais responsáveis pelos comportamentos alimentares equivocados nesses tempos de pandemias. Muitos buscam o conforto das suas emoções nos alimentos e bebidas, muitas vezes se encaminhando para consumos compulsivos. Outros, por insegurança e desinformação, restringem o consumo de grupos ou quantidades alimentares importantes para a manutenção da saúde no momento atípico”, afirma a médica nutróloga Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

O problema é que esses extremos na alimentação causam alterações físicas e estéticas importantes, impactando agressivamente na beleza da pele. “A pele denuncia rapidamente quando um paciente se alimentou excessivamente de alimentos mais inflamatórios, com alterações como acne, manchas, irritações sinais de desidratação. E quem vai ao outro extremo, de escassez para emagrecer, também nota muitos sinais importantes de carência nutricional, como queda de cabelo, ressecamento, unhas quebradiças, além de rugas e flacidez”, afirma a dermatologista Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e professora-fundadora do Dermacademy MB. Consultamos especialistas para entender por que essas alterações ocorrem:

Extremo 1 – Comer demais

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De acordo com a nutróloga, no caso de quem comeu demais e principalmente abusou de junk foods, alimentos considerados mais inflamatórios (carboidratos de alto índice glicêmico, doces, gorduras trans, aditivos químicos), as consequências podem impactar o organismo como um todo porque a inflamação subclínica, que se instala com o consumo excessivo de açúcares adicionados e gorduras não saudáveis, aumenta o risco de doenças metabólicas, cardiovasculares, inflamatórias, degenerativas, neoplásicas e ainda acelera o envelhecimento cutâneo piorando a qualidade dos anexos como cabelos e unhas.

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MedicalNewsToday

“O aumento da queda dos cabelos e unhas frágeis e quebradiças, descartadas as causas patológicas, podem ser consequência de uma dieta desequilibrada”, diz Marcella.
Segundo a nutróloga, o excesso de açúcares adicionados é um grande vilão, que geralmente vem acompanhado de uma ingestão reduzida em proteínas, vitaminas, minerais e antioxidantes, condicionais para manter a saúde do organismo como um todo e ainda sobrar para o adequado aporte à pele, cabelo e unhas. Segundo a dermatologista e tricologista Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, em um primeiro momento, o excesso de açúcar causa inflamação e liberação de radicais livres.

“Se isso acontece de forma contínua, o excesso de radicais livres pode alterar proteínas, lipídeos e até mesmo o DNA. Na pele, o excesso de radicais livres pode danificar o DNA das células provocando menor atividade celular, menor produção de colágeno e fibras elásticas, menor atividade de células de defesa e menor poder de cicatrização”, diz Kédima. Elastina e colágeno são substâncias responsáveis pela firmeza da pele.

“Elas deixam a pele mais esticada, mais firme. É o que uma pessoa jovem tem em excesso e, a partir dos 25 anos, vamos perdendo. Aliado a essa desestabilização provocada pela glicação destas células, que é a quebra de elastina e colágeno, faz com que a pele perca sua sustentação, como um arcabouço que vai se quebrando. A glicação, portanto, faz com que a pele perca colágeno e elastina, resultando em rugas e flacidez”, explica a dermatologista.

Mas não é só isso: “O processo de glicação age principalmente nas linhas de expressão e flacidez. Mas produz, sim, rugas e pode piorar as manchas pelo processo de oxidação celular”, alerta Kédima. Mas o excesso de açúcar, por potencializar a inflamação, influencia mais rapidamente também no aparecimento e na piora da acne e oleosidade.
Além disso, lembra a médica nutróloga, um perfil inflamatório exacerbado pelo consumo excessivo de açúcares pode fazer desencadear ou agravar doenças inflamatórias na pele como dermatite e psoríase.

“O excesso de açúcar na dieta pode comprometer a saúde dos folículos capilares aumentando a possibilidade de eflúvio (queda de cabelos). Muito açúcar circulando é um dos fatores que propicia um desequilíbrio da microbiota do organismo como um todo e consequentemente maior prevalência de atopias e proliferação de fungos que comumente atingem as unhas”, diz Marcella.

O consumo excessivo de sódio, gorduras não saudáveis como as gorduras trans e interesterificadas, frituras de imersão, além do excesso de corantes e conservantes dos alimentos processados e ultraprocessados também pode impactar a pele e os anexos cutâneos. “Além das consequências metabólicas nas estruturas cutâneas, essas moléculas podem ser responsáveis pelo aumento de reações alérgicas e de aumento da sensibilidade”, diz e nutróloga.

“Lembre-se de controlar a quantidade de sódio nas refeições, pois ele colabora na retenção de líquido e isso acaba piorando a sensação de inchaço facial e corporal. Temos visto que, dentro de casa por conta da pandemia, as pessoas acabam descuidando muito da alimentação e consomem mais produtos enlatados e processados, ricos em sódio. E fique de olho em sucos de caixinha, que também têm muito sódio na composição”, afirma a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Extremo 2 – Comer pouco

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O ideal é que qualquer emagrecimento rápido ou que conte com perda ponderal de mais de 10% do peso corporal tenha acompanhamento médico. “Só assim é possível descartar patologias e carências que agravam os sinais físicos de um emagrecimento não orientado. Como em muitas ocasiões a perda de peso não é monitorada, as intervenções nutrológicas devem ser incorporadas assim que o aspecto de envelhecimento precoce ou acelerado pelo emagrecimento for notado”, diz Marcella.

“Quando pensamos em perda de peso, pensamos sempre na perda de volume e de gordura corporal, num corpo mais esguio, em mais energia e numa autoconfiança perdida que fora agora reconquistada. Até aqui, tudo bem, são efeitos naturais dos quilos perdidos. Mas um processo de perda de peso tem ainda implicações também no rosto, afinal perdemos gordura no corpo inteiro, e isso nem sempre agrada”, afirma o cirurgião plástico Mário Farinazzo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e Chefe do Setor de Rinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

De acordo com o cirurgião plástico, a perda de peso excessiva e sem acompanhamento causa a redução do volume que mantinha a pele mais esticada. “Com essa redução, há uma ‘sobra’ da pele, obviamente se considerarmos uma perda expressiva de gordura”, diz o médico. “Este fenômeno é particularmente mais importante no rosto, sendo mais significativo no terço inferior e no pescoço”, afirma o especialista.

A acentuação da flacidez do rosto e do pescoço parece ser a consequência mais clara, porém, mais rugas, mais olheiras e mudança da expressão facial aparecem também.
Além disso, existe o problema das carências nutricionais. Uma alimentação com déficit calórico muito expressivo (ou seja, quando as calorias ingeridas são extremamente menores que a taxa metabólica) trará resultados para o emagrecimento, mas poderá causar sérios problemas ao corpo.

“Além do déficit calórico, o déficit proteico e a pouca ingestão de água são os fatores alimentares que mais rapidamente impactam negativamente as estruturas da pele, porém nutrientes importantes como vitaminas, minerais e antioxidantes são essenciais para a manutenção da saúde cutânea, portanto não há pele saudável sem alimentação equilibrada”, afirma Marcella.

Trocando em miúdos? Quando você escolhe pela escassez para emagrecer, está deixando seu organismo sem os nutrientes necessários para manter a beleza da sua pele, cabelo e unhas. “Automaticamente, tendemos a ficar com a aparência mais envelhecida, principalmente pela redução do aporte proteico que compromete a síntese de fibras colágenas para manutenção e reposição de estruturas dérmicas”, diz a nutróloga.

Mas o problema não para por aí: as carências de vitaminas, minerais, proteínas, gorduras e carboidratos de boa qualidade também impactam na saúde dos fios e do couro cabeludo. Seu cabelo é composto principalmente de proteínas, portanto, incluir quantidades adequadas em sua dieta é vital para o crescimento do cabelo.

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LuminiIslandWild

“Alimentos que são boas fontes de proteínas são peixe, frango, carne magra, ovos, feijão, quinoa, tofu e leguminosas. O ovo por exemplo é um velho conhecido quando o assunto é saúde capilar, sendo incluído em receitas caseiras de hidratação dos fios. Sua boa ‘fama’ vem do fato de que o ovo é rico em proteínas, ácidos graxos, aminoácidos essenciais, vitaminas e minerais como zinco, selênio e ferro. Esses micronutrientes são envolvidos nos processos de formação da fibra capilar e de multiplicação das células da raiz do cabelo, facilitando o processo. É por isso que o consumo de ovos contribui para sua saúde capilar”, diz Kédima.

Aproximadamente 85% do cabelo é formado de queratina, que é uma proteína, e por ser um tecido de excreção, é formado de aminoácidos sobressalentes para essa função. “Se não houver sobra de aminoácidos, não há boa síntese de queratina. Além disso, minerais metálicos como ferro e cobre além de vitaminas do complexo B como a biotina participam da manutenção da saúde capilar”, diz a nutróloga.

Se você tiver carência desses nutrientes durante o déficit calórico extremo (e provavelmente você tem), seu cabelo irá cair mais num quadro intenso (eflúvio telógeno), a textura dos fios podem mudar, além de ficarem mais fracos e propensos à quebra. “O ferro também é crucial para manter a textura natural dos fios; um baixo nível do nutriente é um dos principais motivos do crescimento de fios curtos e finos, principalmente nas têmporas e laterais”, afirma Kédima.

Segundo Paola, como as unhas também são formadas por queratina, a alimentação deficiente nutricionalmente pode torná-las mais quebradiças e fracas, além do aparecimento de manchas brancas.

Extremo 3 – Comer pouco compensatoriamente após comer demais

fast food or health food
fast food or health food

Quem foi de um extremo ao outro durante a pandemia aproveitou o que há de pior no “8 e 80” da dieta e está mais propenso a continuar desenvolvendo alterações na pele, cabelo e unha, se não buscar ajuda médica nutrológica.

“Tanto as pessoas com restrições alimentares quanto as que estão consumindo compulsivamente determinados alimentos podem ter impactos negativos na pele e muitas vezes precisam de orientação médica. Ir de um extremo ao outro só prolonga o período em que o corpo está sendo mal-nutrido. Sem contar que outro fator com grandes impactos negativos na pele e anexos cutâneos nesses tempos de pandemia é o estresse, que pode ter inúmeras consequências de variadas intensidades, que geralmente precisam de intervenção médica”, afirma a médica nutróloga.

A melhor maneira de começar a pensar em novos hábitos é buscar ajuda médica. Com mudanças no hábito alimentar e a prescrição individualizada de suplementos alimentares, muito do aspecto indesejável que surgiu na pele pode ser minimizado.

“Existem diversos tratamentos para as alterações citadas e o dermatologista e cirurgião plástico podem ser consultados, mas sem esquecer de buscar ajuda de um médico nutrólogo. Muitos tratamentos externos não têm boas respostas sem a associação com orientações alimentares e suplementares de forma individualizada. O objetivo nessa situação é obter as melhores respostas e resultados nos procedimentos estéticos ou cirúrgicos eleitos para corrigir cada alteração”, completa Marcella.

Mas, no geral, a nutróloga afirma que quem percebeu essas alterações na pele, cabelo e unhas, pode investir em uma dieta adequada, equilibrada, variada e colorida, rica em proteínas magras, carboidratos complexos integrais e gorduras boas, além de vegetais folhosos, legumes coloridos, frutas e bom consumo de água.

Uso diário de rabo de cavalo pode danificar fios e até causar alopecia de tração

Rabo de cavalo e coques que causam muita tensão de forma prolongada danificam e favorecem a queda dos fios, além de fragilizar e até causar a temida alopecia de tração

Durante o período atual de maior isolamento, o cabelo preso virou uma solução mais prática e rápida para evitar incômodos ao longo do dia. Ao deixá-lo preso, há uma tendência de que se passe menos a mão nos fios, evitando assim as contaminações cruzadas com o Novo Coronavírus. Mas antes que você se sinta uma Ariana Grande, cantora que de cada 10 aparições públicas 9 são com cabelo preso no estilo rabo de cavalo, é necessário ter cautela.

salma
A atriz Salma Hayek, que costuma usar bastante este penteado

“Muitas pessoas não sabem, mas penteados com muita tração (um rabo de cavalo muito apertado ou um coque por exemplo) em excesso podem comprometer a saúde do couro cabeludo e afetar o crescimento dos fios. A tração se for feita constantemente pode desencadear um quadro conhecido como alopecia cicatricial”, afirma a dermatologista e tricologista Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Associação Brasileira de Restauração Capilar.

Esse é um penteado que tem muita história. Acredita-se que a origem do rabo de cavalo venha do nordeste da China, criado antes do século XVII pelo povo Manchu, que deixava crescer o cabelo no topo da cabeça (e geralmente o entrançava também), enquanto a parte da frente era raspada. Há ainda quem remeta este penteado à Grécia Antiga, em que algumas artes retratam mulheres com rabos de cavalo altos e com cabeio cheio de adornos.

Mais tarde, já no século XX, o penteado voltou com força total na década de 50, graças à primeira Barbie com rabo de cavalo. Na década de 60, esse penteado estava bem alto na cabeça de Brigitte Bardot, que se tornou símbolo de empoderamento feminino ligado à mulher trabalhadora que precisava afastar o cabelo da rosto.

Não há problemas no uso esporádico desse patrimônio mundial dos penteados. No entanto, o uso diário e com muita tensão nos fios pode enfraquecer o cabelo. “Embora não seja um efeito imediato, é provável que tenha sérias consequências para o crescimento capilar, especialmente nas áreas em que o cabelo está mais esticado, como é o caso da zona da testa ou das têmporas. Qualquer penteado demasiado apertado, especialmente se mantido ou repetido com frequência, pode predispor o cabelo à alopecia por tração, um tipo de alopecia cicatricial”, diz a médica.

ariana grande

A própria Ariana Grande (foto) reconheceu publicamente que o penteado afetou seriamente o seu cabelo e couro cabeludo, levando-a a recorrer a tratamentos e a deixar o cabelo solto durante algum tempo.

Segundo a médica, este tipo de alopecia danifica o folículo piloso, onde o cabelo nasce e se instala. “Como consequência desse ângulo não natural, os cabelos tendem a enfraquecer e quebrar, causando a sua queda. À primeira vista, é fácil perceber a área onde o cabelo está em falta. Isto acontece não só devido ao rabo de cavalo, mas também a penteados que puxem demasiadamente os fios, como pode ser o caso de tranças boxer, coques de bailarina, tranças afro ou até extensões. Ninguém está livre deste tipo de alopecia parcial: a predisposição genética ou o estado de saúde não influenciam. É suficiente que estas condições de extrema tensão causem o problema”, diz Kédima.

O primeiro sinal de alerta está na escassez de fios em áreas onde anteriormente eles existiam, formando as chamadas “entradas”. O seu médico tricologista ou dermatologista de confiança poderá aconselhá-la nesta situação e receitar o tratamento mais indicado.

“Este tipo de calvície é reversível, desde que se evite o agente causador, no caso dos penteados com grande tração. Na maioria das vezes, basta recorrer a tônicos ou soros nutritivos para revitalizar o cabelo e conferir mais força ao fio. Se as causas não forem evitadas, é possível que o problema fique muito maior e irreversível, quando evoluir para uma alopecia cicatricial (em casos de lesão maior pode deixar uma cicatriz irreversível no couro cabeludo, impedindo o crescimento de quaisquer cabelos)”, diz a tricologista.

Uma maneira fácil de perceber se o seu cabelo está sob este tipo de estresse é olhando para o espelho. Se ele está mais achatado do que o normal nas raízes sem a ajuda de qualquer produto ou escova, mesmo que pareça ideal, pode ser um sinal de que o seu cabelo está sob muito estresse.

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“Assim sendo, tente alternar entre tranças, um rabo de cavalo mais solto, opte por molas ou elásticos de tecido e em alguns dias tente resistir à tentação de prender o cabelo para conseguir relaxar o couro cabeludo. Se usa perucas ou extensões, considere também fazer pausas, massageando regularmente o couro cabeludo com a ponta dos dedos para ajudar a reativar o fluxo sanguíneo e apaziguar ambos: cabelo e pele. Lembre-se: consulte um médico sempre que perceber qualquer tipo de alteração. Há diversas tecnologias que recuperam o crescimento dos fios. Então procure um especialista e evite chegar ao estágio de alopecia cicatricial”, finaliza a médica.

Fonte: Kédima Nassif é dermatologista e tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Residência Médica em Dermatologia também pela UFMG; realizou complementação em Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal, transplante capilar pela FMABC e em Cosmiatria e Laser pela FMABC. Além disso, atuou como voluntária no ensino de Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo.

Estresse, sono irregular e má alimentação podem prejudicar saúde dos cabelos

Maus hábitos praticados durante o isolamento social podem favorecer o surgimento de caspa, dermatite seborreica, fios brancos e até mesmo queda capilar. Médica tricologista dá dicas para evitar esses problemas

Devido à pandemia do Covid-19, estamos vivendo em isolamento social para evitar a proliferação do vírus. Como resultado, a rotina da maior parte das pessoas sofreu mudanças drásticas e muitos cuidados importantes foram esquecidos, o que pode ser realmente prejudicial à saúde do organismo e, principalmente, dos cabelos.

“Nesse período de quarentena, os nossos hábitos estão desregulados. A alimentação está prejudicada, o sono insuficiente ou de má qualidade e estamos sofrendo com grande quantidade de estresse. Mas é preciso agir para reverter essa situação, pois essa mudança na rotina pode prejudicar a saúde dos cabelos e favorecer o aparecimento de problemas como queda capilar, caspa e o surgimento precoce de fios brancos”, explica a dermatologista e tricologista Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Associação Brasileira de Restauração Capilar.

queda de cabelo

De acordo com a especialista, a alimentação desbalanceada, por exemplo, pode causar o enfraquecimento dos fios e, consequentemente, queda intensa. “A alimentação possui impacto direto sobre o estado dos cabelos, pois é a responsável por fornecer os nutrientes para o crescimento e fortalecimento adequado dos fios. Logo, investir em uma alimentação balanceada durante esse período é fundamental”, afirma.

“Então, para conquistar cabelos bonitos e saudáveis durante a quarentena, evite o consumo de açúcar, carboidratos refinados e alimentos de alto índice glicêmico que, além de favorecerem a inflamação do organismo e o surgimento de dermatite seborreica, causam a liberação de hormônios que inibem a divisão de células da raiz dos fios, contribuindo assim para o afinamento capilar”, recomenda a médica.

No lugar, invista em uma dieta rica em proteínas, como leite, ovos e carne, e antioxidantes naturais, presentes nas frutas e verduras. “Uma ótima opção é o espinafre, já que possui altos níveis de ferro, mineral crucial para a formação do cabelo e para o transporte do oxigênio no sangue para as raízes. Os peixes também são muito importantes, pois são fontes de proteína, ferro, vitamina B12, ômega 3, cálcio e fósforo, micronutrientes que estimulam a formação de cabelos fortes e saudáveis.”

cabelos-danificados

Além da alimentação, é indispensável também que você preste atenção e gerencie os seus níveis de estresse. “Isso porque em momentos de tensão emocional liberamos cortisol, que, a longo prazo, pode favorecer o surgimento de quadros inflamatórios que impedem o crescimento adequado dos fios. Estudos têm apontado também que o estresse propicia o surgimento de fios brancos devido a liberação de noradrenalina, que pode causar danos nas células responsáveis pela produção do pigmento que dá cor aos fios”, alerta a tricologista.

Por isso, nesse período estressante de isolamento social, devemos ficar atentos aos cabelos para identificar um possível aumento na quantidade diária de fios caindo. “A preocupação com a queda deve ser um alerta quando o número de fios caindo é maior que 100, se o volume capilar diminui acentuadamente ou se começarem a surgir falhas”, aconselha Kédima. Além disso, é preciso investir em cuidados que vão ajudar na redução do estresse, como praticar meditação, investir em pequenos descansos ao longo do dia, manter uma rotina regrada e praticar alguma atividade que te dê prazer.

Por fim, é importante também que você durma bem e garanta que seu sono está sendo de qualidade. Segundo Kédima, quando dormimos mal nosso organismo sofre com alterações hormonais que estão relacionadas a piora da queda de cabelo e ao surgimento de lesões inflamatórias, como caspa. Além disso, a falta de sono prejudica o sistema imunológico e, logo, o couro cabeludo torna-se um alvo mais fácil de infecções sebáceas.

mulher dormindo sono

“Por isso, tente dormir de 7 a 8 horas por dia e antes de deitar evite assistir televisão ou ficar no celular, já que a luz azul emitida por esses aparelhos pode prejudicar a qualidade do sono. No lugar, procure tomar um banho, acender uma vela, usar produtos com aromas calmantes, ler e meditar, pois são hábitos que podem te ajudar a dormir melhor, principalmente se realizados próximo ao horário que você dormia antes do isolamento social”, recomenda a médica.

calvicie cabelo queda

Mas caso você note qualquer alteração nos fios durante o período de isolamento social, seja queda, caspa ou surgimento de fios brancos precocemente, o mais importante é que você consulte um médico, mesmo que por atendimento online. “Apenas ele poderá realizar um diagnóstico correto e identificar a verdadeira causa do problema, prescrevendo assim o melhor tratamento para cada caso”, finaliza Kédima.

Fonte: Kédima Nassif é dermatologista e tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Residência Médica em Dermatologia também pela UFMG; realizou complementação em Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal, transplante capilar pela FMABC e em Cosmiatria e Laser pela FMABC. Além disso, atuou como voluntária no ensino de Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo.

Como tirar o máximo proveito dos alimentos para deixar o cabelo mais forte e resistente

Seu cabelo também tem necessidades nutricionais e a dermatologista e tricologista Kédima Nassif separou as melhores dicas para ter um cabelo lindo e saudável

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Você já deve ter ouvido falar que a dieta é importante quando se trata de crescimento capilar, mas você sabe exatamente o porquê disso? “Como o cabelo não é um órgão ou tecido vital, seu corpo nunca priorizará suas necessidades nutricionais. Portanto, devido à natureza descartável do cabelo, um desequilíbrio nutricional geralmente afeta primeiro o cabelo, causando fraqueza e queda”, afirma Kédima Nassif, dermatologista e tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Associação Brasileira de Restauração Capilar.

Tanto as deficiências quanto os excessos de certas coisas em sua dieta podem resultar em perda de cabelo. Por exemplo, é possível ter perda de cabelo causada pela deficiência de ferro e ferritina (ferro armazenado) e também por excesso de vitamina A (encontrada em peixes oleosos, fígado, queijo etc.). A médica lista abaixo 7 cuidados com a dieta para se ter cabelos mais fortes:

mulher meia idade tomando agua

Hidratar o corpo: beba aproximadamente 1,5 a 2 litros de água por dia, dependendo do nível de atividade e do clima. Seu couro cabeludo assim como sua pele podem ficar desidratados, criando um ambiente de crescimento ruim.

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Freepik

Faça lanches saudáveis: “A energia para formar células capilares diminui quatro horas após a refeição. Para manter os níveis de energia dos folículos, faça um lanche entre as refeições com carboidratos complexos e proteínas”, diz a médica.

ovos sanduiche saudavel

Invista forte nas proteínas: seu cabelo é composto principalmente de proteínas, portanto, incluir quantidades adequadas em sua dieta é vital para o crescimento do cabelo. “Alimentos que são boas fontes de proteínas são peixe, frango, carne magra, ovos, feijão, quinoa, tofu, legumes e nozes. O ovo por exemplo é um velho conhecido quando o assunto é saúde capilar, sendo incluído em receitas caseiras de hidratação dos fios. Sua boa “fama” vem do fato de que o ovo é rico em proteínas, ácidos graxos, aminoácidos essenciais, vitaminas e minerais como zinco, selênio e ferro. Esses micronutrientes são envolvidos nos processos de formação da fibra capilar e de multiplicação das células da raiz do cabelo, facilitando o processo. É por isso que o consumo de ovos contribui para sua saúde capilar”, diz a médica.

espinafre

Consuma ferro adequadamente: os níveis de ferritina (ferro armazenado) são extremamente importantes para o crescimento do cabelo. “Se sua dieta permitir, tente comer carne vermelha magra pelo menos duas vezes por semana. Caso contrário, tente adicionar um suplemento nutricional de ferro à dieta ou invista no espinafre, que tem altos níveis, um mineral crucial para a formação do cabelo e para o transporte do oxigênio no sangue, oxigênio esse que chega às raízes capilares favorecendo sua multiplicação e a presença de fios com bom crescimento e espessura”, diz a tricologista.

Smiling mature woman with orange juice at breakfast table outdoors

Cuidado com a falta de Vitamina C: o ferro só pode ser absorvido efetivamente se você o ingerir juntamente com a vitamina C. “Beba um copo de suco de laranja espremido na hora ou coma uma de suas frutas e legumes favoritos para ajudar na absorção de ferro”, diz a médica.

mulher comendo iogurte

Desconfie de laticínios: embora sejam ótima fonte de cálcio, os laticínios não são ideais para quem é propenso à caspa, eczema ou psoríase, pois podem exacerbar a doença. “Tente limitar o consumo de queijo e leite integral.”

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Tenha uma dieta variada: tente não escolher as mesmas refeições ou alimentos todos os dias, muito menos seja restritivo demais ao comer. “Uma dieta variada ajudará a garantir que você esteja recebendo uma ampla variedade de vitaminas e minerais essenciais”, finaliza a médica.

Kédima Nassif é dermatologista e tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Residência Médica em Dermatologia também pela UFMG; realizou complementação em Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal, transplante capilar pela FMABC e em Cosmiatria e Laser pela FMABC.

Dicas para aproveitar quarentena e cuidar do couro cabeludo, tornando fios mais saudáveis

Manter a saúde do couro cabeludo em dia é fundamental para ajudar na beleza, nutrição e crescimento dos fios. Tricologista Kédima Nassif dá dicas de cuidados com o couro cabeludo para realizar durante esse período de reclusão devido ao Covid-19.
Os cabelos são a moldura do rosto. Não é à toa que perdemos tanto tempo cuidando deles para garantir que permaneçam bonitos. Porém, muitas pessoas esquecem que para conquistar madeixas perfeitas é preciso também cuidar do couro cabeludo.

“Os fios nascem do couro cabeludo, e, por consequência, herdam dele tanto as qualidades quanto os defeitos. Se a região estiver com oleosidade em excesso ou constantemente suja, não há como os fios não passarem pelo mesmo problema”, explica Kédima, dermatologista e tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Associação Brasileira de Restauração Capilar.

Por isso, vale a pena aproveitar a quarentena pela qual estamos passando devido à pandemia do Coronavírus para cuidar não só dos cabelos, mas também do couro cabeludo e assim evitar problemas como caspa, descamação, enfraquecimento, queda e retardo no crescimento dos fios. Para ajudar nesse momento, a especialista deu sete dicas para conquistar um couro cabeludo forte e nutrido, que realçará a beleza dos seus fios. Confira:

mulher lavando o cabelo

Escolha o tipo certo de xampu e condicionador: “Cada tipo de cabelo possui suas particularidades e, por isso, precisam de produtos feitos especialmente para suas características. Então, muitas vezes, xampus e condicionadores de qualidade e da mesma linha são uma boa forma de promover excelentes resultados em um curto espaço de tempo.”

mulher banho quente chuveiro

Atenção na hora de lavar: na hora de higienizar o couro cabeludo, fique atento à temperatura da água. “A água muito quente estimula as glândulas sebáceas da região, responsáveis pela produção da oleosidade, que trabalharão mais que o normal, favorecendo o aparecimento de caspa”, afirma Kédima. Além disso, é importante tomar cuidado na hora de aplicar o shampoo e o condicionador. “Enquanto o primeiro deve ser usado apenas no couro cabeludo, deixando que apenas a espuma escorra pelas pontas, que possuem pouca oleosidade natural, o condicionador deve ser aplicado somente no comprimento e nas pontas, pois, quando utilizado no couro cabeludo, o produto pode obstruir a raiz dos fios e causar uma série de danos, como queda e caspa”, explica. A dermatologista ainda ressalta que o couro cabeludo deve ser bem enxaguado, pois o acúmulo de produtos na raiz dos cabelos também pode entupir os folículos pilosos do couro cabeludo, prejudicando a nutrição dos fios.

Woman applying conditioner after the shower

Aposte na hidratação: muita gente sofre com o ressecamento do couro cabeludo, principalmente agora com a chegada das estações mais frias e a queda de temperatura, o que pode causar descamação do couro cabeludo. “Por isso, é importante investir em produtos específicos para hidratar o couro cabeludo sem deixá-lo com aspecto ensebado e nem obstruir os poros do couro cabeludo. Princípios ativos como a ureia e o lactato de amônio, por exemplo, têm alto poder emoliente. Mas tenha cuidado: os produtos que hidratam o couro cabeludo não são os mesmos usados para hidratar os fios”, diz a tricologista.

dormir cabelo molhado

Seque os cabelos antes de dormir: aproveite o tempo sobrando que você tem enquanto está em reclusão para enxugar bem os cabelos após o banho, pois dormir com o cabelo molhado não prejudica apenas a força dos fios, mas também pode levar a uma série de problemas ao couro cabeludo, incluindo caspa, dermatite e infecções fúngicas. “Os cabelos molhados criam um ambiente ideal para a proliferação de fungos. Além disso, pode ocorrer alteração no pH da região, provocando infecções como a dermatite seborreica, cujos sintomas vão desde a caspa até feridas graves no couro cabelo e quedas dos fios”, reforça Kédima.

secador de cabelo

Cuidado ao utilizar o secador e a chapinha: segundo a especialista, embora existam produtos que minimizam o sofrimento dos fios causados pelo calor do secador e da chapinha, não há produto capaz de atenuar o dano sofrido pelo couro cabeludo. Logo, a única solução é ter cuidado ao realizar esses procedimentos. “Mantenha o secador a uma distância mínima de 30 centímetros da raiz e a chapinha a cerca de um centímetro e meio do couro cabeludo. Além disso, a chapinha não deve ser usada com muita frequência, pois é uma forte agressora dos fios e do couro cabeludo”, alerta a médica. Vale a pena aproveitar o período em casa para dar uma pausa no uso da chapinha.

tingir os fios

Atenção aos produtos químicos: qualquer procedimento químico, se não for feito do modo adequado, pode detonar os fios. E o mesmo vale para o couro cabeludo. O ideal então é que os processos sejam feitos com profissionais competentes e que o teste de sensibilidade seja feito antes da aplicação dos produtos. Como no momento a recomendação é que se permaneça em isolamento social, o ideal é não realizar procedimentos químicos nos fios, principalmente em casa.

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Tenha uma boa alimentação: de acordo com a especialista, os fios de cabelo são compostos por substâncias que absorvemos através da alimentação. Por isso, uma dieta adequada é fundamental para que os nutrientes cheguem ao couro cabeludo e constituam um belo fio. “Aminoácidos e proteínas (carne, ovos e leite), por exemplo, estimulam o crescimento e o fortalecimento dos fios. Já o zinco, presente em nozes, frutos do mar e levedo de cerveja, estimula o crescimento e reduzem a oleosidade”, destaca.

Por fim, é importante ressaltar que, caso você note seus cabelos caindo ou extremamente fracos, o ideal é consultar um profissional especializado para não correr o risco de cuidar do couro cabeludo de maneira incorreta, pois nem sempre os problemas são aparentes. “As raízes dos cabelos podem esconder problemas graves, como eczema – uma descamação que começa como uma alergia comum -, psoríase ou até mesmo alopecia areata, que é uma das causas da queda de cabelo”, finaliza Kédima.

Fonte: Kédima Nassif é dermatologista e tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Residência Médica em Dermatologia também pela UFMG; realizou complementação em Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal, transplante capilar pela FMABC e em Cosmiatria e Laser pela FMABC.

Excesso de álcool em gel pode favorecer ressecamento das mãos; saiba como evitar

Se não acompanhado de um hidratante, uso do produto para higiene das mãos pode causar desidratação da pele da região devido à alta concentração de álcool em sua na fórmula. Dermatologista dá dicas para prevenir o ressecamento das mãos e garantir a eficácia do álcool em gel.

Coronavírus, no momento não se fala em outro assunto. Vivemos uma pandemia, ou seja, uma epidemia de escala mundial. No Brasil, o índice de novas infecções confirmadas está aumentando cada vez mais. A boa notícia é que o principal método de prevenção é simples: a higienização frequente das mãos com água e sabão. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 25% das infecções respiratórias, incluindo o contágio por Coronavírus, podem ser evitadas simplesmente com a higiene eficiente das mãos.

O problema é que, no dia a dia, pode ser difícil encontrar uma pia com água e sabão para realizar o processo com frequência. A alternativa então é recorrer ao uso do álcool em gel. Porém, é preciso tomar alguns cuidados na hora de usar o produto, já que, de acordo com a dermatologista e tricologista Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o álcool em gel pode favorecer o ressecamento das mãos.

maos creme

“A pele das mãos é naturalmente mais fina e possui menos glândulas sebáceas, sendo assim a alta concentração de álcool na fórmula desse produto pode facilmente desidratar o tecido cutâneo da região”, afirma.

Por isso, a médica recomenda que, após o uso do álcool em gel, você aplique um cosmético específico para as mãos, que deve ser formulado com ativos de alta propriedade hidratante, como ureia e ácido hialurônico.

“O mesmo vale para a higienização das mãos com água e sabão, já que quando realizada com frequência, o que é necessário nesse momento, também pode favorecer o ressecamento da região”, alerta. “Por isso, além de também utilizar um hidratante para as mãos após lavar a região, vale a pena apostar no uso de sabonetes menos agressivos, dando preferência a fórmulas mais hidratantes.”

Além disso, é importante tomar alguns cuidados para garantir que o álcool em gel está realmente sendo eficaz na eliminação dos microrganismos infecciosos presentes nas mãos, como optar pelo produto adequado e utilizá-lo corretamente.

“Os únicos produtos que são capazes de reduzir a quantidade de germes nas mãos são aqueles que contêm, no mínimo, 70% de álcool em sua composição. Produtos que possuem uma concentração menor de álcool não são realmente eficazes na eliminação dos microrganismos, pois não conseguem desestruturar as proteínas que revestem a parede celular do agente infeccioso”, alerta a dermatologista. Já com relação à aplicação, o primeiro passo, segundo a especialista, é verificar no rótulo a quantidade do produto recomendada pelo fabricante para ser usada.

“O valor exato de álcool em gel necessário para eliminar as bactérias varia de acordo com a concentração de álcool no produto”, destaca a especialista. Em seguida, retire pulseiras, anéis e outros acessórios e esfregue o produto em ambas as mãos, lembrando dos espaços entre os dedos e das costas das mãos. Após a aplicação deixe o produto secar naturalmente.”

Porém, mesmo seguindo as dicas acima, o uso do álcool em gel não é recomendado caso sua mão esteja demasiadamente suja, pois a sujeira interfere no mecanismo de ação do álcool, fazendo com que perca sua eficácia. Além disso, fique atento à data de validade do produto.

“O álcool em gel é um daqueles produtos que tendem a ficar longos períodos dentro da bolsa ou nécessaire, esperando que nós lembremos de usá-lo. Mas de nada adianta utilizar um produto que esteja com a validade expirada, pois, após o prazo descrito no rótulo, seus ingredientes ativos perdem a eficácia. Por isso, ao notar que o álcool em gel se tornou opaco ou passou de sua data de validade, o melhor a se fazer é jogar o produto fora e comprar um novo”, diz a médica.

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Entretanto, Kédima ressalta que o álcool em gel deve ser utilizado apenas como segunda opção, em casos onde não existe a chance de se higienizar as mãos com água e sabão. “Apesar do álcool em gel, quando na concentração correta, ser capaz de reduzir a quantidade de microrganismos infecciosos presentes nas mãos, nada substitui a higienização com água e sabão, que, quando realizada corretamente, elimina de forma eficaz todos os tipos de germes e produtos químicos nas mãos, evitando que você fique doente e espalhe germes para os outros. Mas, para garantir que suas mãos estejam realmente limpas, lembre-se de realizar o processo por, no mínimo, 20 segundos”, finaliza.

Fonte: Kédima Nassif é dermatologista e tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Residência Médica em Dermatologia também pela UFMG; realizou complementação em Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal, transplante capilar pela FMABC e em Cosmiatria e Laser pela FMABC. Além disso, atuou como voluntária no ensino de Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo.

Por que o cabelo muda de textura com o tempo?

O cabelo muda de textura naturalmente algumas vezes ao longo do tempo. Porém, a mudança pode estar relacionada a diversos fatores. Kédima Nassif explica os casos mais frequentes e traz alguns conselhos

O tempo passa para tudo e todos, inclusive para os fios de cabelo. Por isso, com o passar dos anos, é comum notar mulheres que se queixam de que a estrutura do cabelo mudou, tornando-se mais ralo e sem forma.

cabelos longos mulher jovem

“O cabelo possui diversas fases. Quando nascemos, nossos primeiros fios são muito finos e sem pigmento. Ao longo do nosso crescimento, nossos fios geralmente passam a ter pigmentação e o nosso cabelo adquire maior volume. A partir dos 50 e 55 anos iniciam um processo de afinamento e após os 60 o cabelo retorna a sua origem, tornando-se cada vez mais ralo e sem volume”, explica Kédima Nassif, Dermatologista e Tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar.

Como sabemos, além do envelhecimento natural, as mudanças hormonais também influenciam na mudança das características dos fios; como exemplos, temos a puberdade e a menopausa.

“Na puberdade, devido ao estímulo dos andrógenos sobre as glândulas sebáceas, o couro cabeludo adquire maior oleosidade do que em qualquer outra fase da vida. Isso faz com que os cuidados com os cabelos nesse período tenham suas peculiaridades, dependendo do tipo, do estilo de vida e do estilo do cabelo. Já a menopausa é marcada pela redução da produção do hormônio estrogênio, o qual contribui para o crescimento do fio do cabelo e ajuda na hidratação e no brilho dos fios. Por isso, é comum nessa fase ficar com os fios mais finos, menos hidratados e, por consequência, quebradiços e mais opacos”, destaca Kédima.

mulher meia idade grisalho

Porém, além dessas mudanças inevitáveis, o estilo de vida também influencia. A mudança de textura das madeixas pode ser causada por motivos como calor, dieta e maus cuidados. “O calor excessivo aumenta a oleosidade e a exposição solar intensa pode fazer com que os fios pareçam mais secos e se tornem mais frágeis. Por isso, o ideal é, sobretudo nesse período do ano, hidratar o cabelo com frequência, evitar o uso contínuo de bonés e chapéus em lugares fechados, além de utilizar um protetor capilar”, afirma.

A dieta também pode desempenhar um papel na textura do cabelo, como explica a dermatologista e tricologista: “Como o cabelo é composto principalmente de proteínas e os aminoácidos são os blocos de construção de seus fios, não ingerir proteína suficiente pode causar temporariamente o crescimento de fios fracos e quebradiços. O ferro também é crucial para manter sua textura natural; um baixo nível do nutriente é um dos principais motivos do crescimento de fios curtos e finos, principalmente nas têmporas e laterais.”

Outro fator que agride os fios é o excesso de tratamentos químicos, como descolorações e alisamentos. “Esses procedimentos, feitos da forma incorreta, também podem alterar a estrutura dos cabelos de um modo negativo, causando ressecamento, quebra e opacidade a longo prazo. Além disso, a densidade dos fios também pode diminuir, fazendo com que os cabelos fiquem sem balanço ou movimento”, alerta.

Por fim, Kédima recomenda: “Ao lidar com qualquer problema de cabelo, lembre-se do essencial: cada cabelo possui suas particularidades. Para evitar um tratamento ineficiente ou que agrave os problemas dos fios, o ideal é buscar auxilio com um profissional capacitado. Ele saberá qual o tratamento ideal para o seu cabelo”, finaliza.

Fonte: Kédima Nassif é dermatologista e tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Residência Médica em Dermatologia também pela UFMG; realizou complementação em Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal, transplante capilar pela FMABC e em Cosmiatria e Laser pela FMABC. 

Cremes anti-idade realmente funcionam? O que esperar? Quais ativos devem conter?

Os principais sinais do envelhecimento da pele são vistos por meio das manchas, rugas e flacidez. Por esse motivo, a indústria dermocosmética despeja no mercado muitos lançamentos anti-idade, a fim de reverter, pausar ou ao menos desacelerar o processo de envelhecimento cutâneo.

“O Brasil é o terceiro mercado global em lançamentos de produtos por ano no setor skincare, segundo a empresa de pesquisas Mintel. Surgem a todo momento novidades contra as rugas, flacidez e todo tipo de cuidado com a pele”, afirma o farmacêutico Lucas Portilho, consultor e pesquisador em Cosmetologia. Mas será que tudo que chega nas prateleiras realmente funciona? O que podemos esperar de um tratamento cosmético anti-idade?

Funcionam, sim!

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De acordo com o dermatologista Jardis Volpe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy of Dermatology (AAD), os cremes anti-idade funcionam desde que orientados pelo dermatologista, que avaliará a necessidade da pele do paciente, prescrevendo a formulação de um cosmético adequado às alterações. É claro que a atuação de um dermocosmético é limitada, uma vez que ele pode até estimular o colágeno e elastina, fibras de sustentação da pele, mas não terá um efeito de um equipamento a laser, um ultrassom ou uma cirurgia mais invasiva.

“Nós sempre falamos ao paciente, que independentemente da idade, seja aos 40 ou 80, eles podem ter rugas naturalmente, mas precisam ter uma pele tratada, bonita, viçosa, luminosa, tonificada e hidratada. Por exemplo, uma senhora de 80 anos deve ter naturalmente sulcos e marcas, mas essa paciente pode e precisa ter uma pele luminosa, com um quadro de tonicidade e uma pele reconhecida como bem cuidada”, diz a dermatologista Claudia Marçal, também membro da SBD e da AAD.

Mas precisam agir profundamente

protetor solar creme rosto mulher

A médica conta que as formulações atualmente estão cada vez mais avançadas, com o uso de tecnologias e cosméticos cujas formulações apresentam bio e nanotecnologia, ou seja, vetorização dos ingredientes, o que permite fazer com que esses princípios ativos atinjam realmente o local desejado.

“Antigamente as formulações dificilmente passavam da primeira camada da pele. Hoje, já temos ciência — e caracteristicamente por fruto de pesquisa, estudo e microscopia eletrônica — que aqueles ativos que devem agir, por exemplo, na junção dermoepidérmica (produzindo colágeno 7, que tem função de ancoragem e sustentação mantendo a firmeza) são eficientes, já que há estímulo na área tratada”, completa Claudia.

“Ou seja, se quiser que seu creme anti-idade tenha eficiência, além de ativos anti-idade, a nanotecnologia é fundamental. Mais recentemente vimos no mercado a tecnologia Drone Delivery (Pro Lipo Neo), que promove uma entrega do ingrediente ativo exatamente onde ele deve agir sem perder eficácia. Isso também é um bom sinal para potencializar a ação rejuvenescedora”, diz Volpe.

E a pele deve estar limpa!

mulher pele rosto

Quanto mais a pele estiver higienizada, melhor será a penetração dos ingredientes ativos. Por isso, é fundamental tirar a maquiagem, limpar com sabonete, esfoliar uma ou duas vezes na semana (ou conforme orientação médica) e aplicar o tônico.

“A rotina skincare, para essa paciente, é iniciada com a higienização facial, tanto de manhã quanto de noite, com sabonetes naturais. Logo após, fazer uma limpeza com um tônico – se for uma pele mais normal a seca sem álcool e com extratos calmante, se for uma pele mais oleosa, mista ou acneica, possuir substâncias que sejam mais adstringentes. Esse produto vai traz o benefício de complementar não só a higiene, mas acalmar, hidratar, mitificar, dessensibilizar, restabelecer o pH entre 5.2 e 5.5 e deixar o tecido pronto para a etapa de hidratação e cosméticos anti-idade, indica.

Eles também precisam ser potencializados

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Mas não adianta achar que o creme anti-idade sozinho poderá fazer milagres. Existem muitos hábitos que devem ser mudados, segundo a dermatologista Kédima Nassif, membro da SBD. “Manter uma alimentação balanceada, por exemplo, é fundamental para oferecer os nutrientes necessários para deixar o cabelo, a pele e o corpo mais bonito. Por isso, é importante consumirmos legumes, frutas e verduras, que são as maiores fontes de vitaminas e nutrientes. A ingestão das vitaminas A, C e E são fundamentais, pois são poderosos antioxidantes que combatem os radicais livres e retardam o envelhecimento da pele. Portanto, inclua no seu cardápio alimentos ricos nesses nutrientes, como laranja, limão, cenoura, morango, brócolis e couve”, diz a médica.

Alguns suplementos também podem ser indicados, segundo Claudia Marçal, pois eles agem de dentro para fora promovendo estímulo ao colágeno, atuando como antioxidantes, antiglicante (revertendo efeito do açúcar na pele), anti-inflamatórios e nutritivos.

“Podemos indicar InCell para nutrição celular, Exsynutriment para estímulo das proteínas de sustentação, FC Oral para efeito anti-inflamatório, Glycoxil para evitar a degradação do colágeno pelo excesso de açúcar e carboidratos, além de Polypodium Leucotomos e Licopeno para potencializar a proteção solar”, diz a Dra. Claudia. Além disso, o fotoprotetor de uso tópico é de fundamental importância para evitar que, enquanto você trata sua pele, mais danos se formem.

“O uso do filtro solar deve ser feito por todos, já que ele é o principal meio de prevenção do envelhecimento e do câncer de pele. Portanto, use todos os dias o filtro solar, em qualquer estação do ano, e em todas as áreas expostas”, afirmaKédima.

Comece cedo e saiba o que usar

Segundo a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da SBD, a partir dos 30 anos observamos os primeiros sinais do envelhecimento cutâneo devido ao início da diminuição do colágeno e elastina e diminuição da secreção sebácea com alteração do nível de hidratação da pele. “Com isso, podemos observar as primeiras rugas finas ao redor dos olhos e o aparecimento de manchas. Por isso, devemos utilizar hidratantes com antioxidantes e estimuladores da produção de colágeno. Se o paciente tiver manchas, o uso de despigmentantes e renovadores celulares são bem-vindos, desde que haja a orientação pelo dermatologista”, afirma a médica.

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Algumas décadas depois, pode ocorrer a aparição, na pele facial, de volumetrias negativas, ou seja, gaps, depressões e a formação de linhas e rugas cada vez mais profundas principalmente por conta do envelhecimento natural e das agressões cumulativas (de exposição solar e à poluição) sofridas ao longo dos anos.

“Nesse caso, a rotina skincare exige atenção à hidratação, uso de antioxidantes, fotoprotetor e substâncias poderosas como os peptídeos e fatores de crescimento para fazer reparo, recuperação e estímulo de colágeno na pele. Como as rugas já são mais profundas, a intensidade e a concentração dos ativos são maiores”, afirma Claudia, que indica as substâncias: resveratrol, alistin, vitamina C, arct-alg, hyaxel, overnight repair, vitamina E e o ácido ferúlico.

Portanto, o melhor a fazer é procurar ajuda de um dermatologista e seguir suas orientações para o tratamento ideal da pele.

Fontes:
Claudia Marçal: médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy Of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). É proprietária do Espaço Cariz, em Campinas – SP.
Jardis Volpe: dermatologista; Diretor Clínico da Clínica Volpe (São Paulo). Formado pela Universidade de São Paulo (USP); Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia; Membro da Sociedade Americana de Laser, da SBD e da Academia Americana de Dermatologia.
Kédima Nassif: dermatologista e tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Residência Médica em Dermatologia também pela UFMG.
Paola Pomerantzeff: dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em Dermatologia Clínica. 
Lucas Portilho: consultor e pesquisador em Cosmetologia, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma e Pesquisador em Fotoproteção na Unicamp. Especialista em formulações dermocosméticas e em filtros solares. Diretor das Pós-Graduações do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele Educacional, Hi Nutrition Educacional e Departamento de Desenvolvimento de Novas fórmulas. .