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Doenças de outono: a precaução está nas mãos

Médico do Hospital Paulista reforça os cuidados para evitar infecções/inflamações que afetam ouvido, nariz e garganta; lavar as mãos é a dica nº 1

Rinite, sinusite e rinossinusite. Três doenças muito comuns nesta época do ano – e que podem ser facilmente evitadas, se tivermos atenção, sobretudo, com as mãos. Sim, pode até parecer curioso, mas está literalmente “em nossas mãos” a maneira mais simples de se precaver contra essas infecções/inflamações, tão comuns no outono e no inverno.

Afinal, é justamente por meio das mãos que, geralmente, são transportadas as bactérias, os vírus e demais elementos patogênicos contaminantes do nosso corpo. E isso não é diferente com as chamadas “ites” – que tanto irritam as vias nasais, garganta e canais auditivos.

Portanto, as mãos devem sempre ter primazia no que se refere aos cuidados a quem busca se precaver desta famosa tríade de doenças, antes mesmo da poeira, da poluição e das aglomerações, que geralmente são o que as pessoas mais se atentam.

Não é à toa que, anualmente, milhares de profissionais da área de otorrinolaringologia se mobilizam em torno do Dia Mundial da Higiene das Mãos, celebrado em 5 de maio.

“Para nós, que somos especialistas nos estudos de nariz, ouvido e garganta, não resta dúvida de que as mãos são as principais ocasionadoras da disseminação de rinite, sinusite e rinossinusite, assim como de dezenas de outras doenças. A prevenção, em todos esses casos, depende essencialmente da higienização das mãos. Daí a importância da data, e a nossa participação sempre constante e efetiva”, explica Arnaldo Tamiso, otorrinolaringologista do Hospital Paulista – uma das maiores referências neste segmento.

O especialista menciona um estudo publicado American Journal of Infection Control, dos EUA, que avaliou em quais partes do rosto colocamos as mãos com maior frequência. A boca, segundo essa pesquisa, é tocada quatro vezes por hora. Em média, cada contato dura três segundos. Já o nariz e os olhos são tocados três vezes por hora — e cada contato, em média, dura um segundo.

“Em números gerais, esse estudo revela que passamos as mãos nas mucosas — boca, nariz e olhos — em 44% das vezes que as levamos ao rosto. Desse total, 36% são direcionadas para a boca, 31% para o nariz e 27% para os olhos. Também há situações em que passamos as mãos em duas ou três regiões ao mesmo tempo: 6%. Portanto, é algo muito mais recorrente do que costumamos imaginar e merece toda atenção, em termos de potencial de contaminação”, reitera.

É óbvio que as demais recomendações também devem se fazer presentes, como o uso de soro fisiológico nasal para limpar diariamente o nariz, beber muita água e evitar lugares fechados ou com muitas pessoas. Mas a dica número 1, sem dúvida, é a higienização das mãos, antes de mais nada.

As três “ites”, e o que as diferem

Embora, no geral, apresentem características bastante semelhantes, as chamadas “ites” têm algumas manifestações peculiares, o que as diferem quanto ao diagnóstico.

A rinite, por exemplo, é um tipo de inflamação e/ou hipereação da mucosa de revestimento nasal, que pode se manifestar de forma alérgica (mais comum) ou também de forma infecciosa. No caso dessa última (provocada por vírus e bactérias), é fundamental sempre lavar bem as mãos, principalmente quando estiver em lugares muito fechados e cheios de pessoas. O uso do álcool em gel também pode ajudar na prevenção.

Já no caso da rinite alérgica, em específico, Tamiso destaca que ela é bastante sintomática. “O que mais observamos no paciente alérgico é a marca alérgica no nariz, como uma linha, que marca a pele acima da ponta nasal de tanto o paciente esfregá-la com a mão”.

Com relação à sinusite, ele explica que a doença pode ser aguda ou crônica e muitas vezes está associada à chamada de polipose nasossinusal. Trata-se de uma predisposição da mucosa nasal e dos seios da face em formar pólipos, que obstruem os orifícios e favorecem o acúmulo de secreções e infecções bacterianas.

A rinossinusite, por sua vez, é o termo que os médicos usam para diferenciar uma rinite normal de outra que acaba se estendendo pelos seios da face, por meio de um processo inflamatório e/ou infeccioso. “Esse tipo de quadro representa uma reação a algum tipo de agente físico, químico ou biológico, além de ser possivelmente causado também por mecanismos alérgicos. Da mesma forma, a higienização das mãos é a recomendação número um para evitá-la”, enfatiza o otorrino.

Crianças

Com relação aos nossos pequenos, em especial, o profissional destaca que a atenção dos pais deve se concentrar na doença popularmente chamada de “mão, pé, boca”, causada por um vírus. Embora possa acometer também os adultos, ela é mais comum na infância, antes dos cinco anos de idade. O nome da doença, segundo ele, se deve ao fato de que as lesões aparecem mais comumente em mãos, pés e boca. “Aftas, dificuldade para se alimentar, diarreia e febre estão entre os sintomas mais comuns”, finaliza o médico.

Fonte: Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

Mantenha as mãos limpas para evitar doenças

Especialista fala sobre a importância desse ato no nosso dia a dia

Lavar as mãos pode parecer apenas um simples hábito de higiene. Porém, o que muitos não sabem é que esse hábito pode prevenir contra diversos tipos de doenças, principalmente as infectocontagiosas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que é possível reduzir em até 40% o risco de infecções, diarreias, resfriados e conjuntivite, quanto mantemos esse hábito.

Segundo Aier Adriano Costa, coordenador da equipe médica do Docway, as mãos são as principais vias de transmissão de germes e micro-organismos. “Se não mantivermos as mãos limpas, atos simples como coçar os olhos, o nariz e a boca, podem colocar sua saúde em risco”, comenta.

O ideal é lavar as mãos várias vezes ao longo do dia. Além disso, é imprescindível lavar as mãos antes e depois das refeições, assuar o nariz ou usar o banheiro. Também é fundamental higienizar as mãos antes e depois de utilizar transporte público. Os ônibus e metrôs são lugares muito propícios para termos contato com bactérias.

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Para quem passa muito tempo na rua e não consegue parar em todos os lugares para lavar as mãos, uma opção é o álcool-gel. “O álcool-gel, serve para desinfetar e matar qualquer tipo de bactéria, desde que sua concentração seja de 60% a 80%. Entretanto, apesar de ter uma duração prolongada, ele não substitui a lavagem com água e sabão”, explica.

Para completar, o médico alerta as pessoas que usam lentes de contato. “Antes de colocar e tirar as lentes, as mãos devem estar bem limpas. Contaminar as lentes pode fazer com que a pessoa tenha conjuntivite e tenha que se desfazer das lentes mais cedo do que o comum”, detalha o especialista.

Fonte: Docway