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SkinFoods: 10 alimentos para uma pele altamente saudável, elástica e flexível

Como o que você come afeta positiva e negativamente sua pele, é hora de selecionar 10 alimentos que devem entrar no seu plano alimentar com mais frequência – e algumas opções para substituí-los

Até um creme poderoso ou uma tecnologia de última geração em consultório médico podem não surtir o efeito desejado quando a alimentação não é boa. “Juntamente com hábitos inteligentes – como usar protetor solar todos os dias – verifique o que está no seu prato. Alguns alimentos possuem, naturalmente, diversos macro e micronutrientes que são capazes de trazer benefícios para a pele, desde fornecer o aporte necessário de proteínas para formar a sustentação da pele até combater os radicais livres”, explica a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia.

Ela acrescenta que não há necessidade de ficar obcecado por um ‘superalimento’ específico ou ingrediente exótico, já que a alimentação equilibrada e variada fornecerá os nutrientes essenciais: “O que mais importa é seu padrão alimentar geral. Em poucas palavras, a maioria das pessoas precisa comer mais frutas e vegetais, ingerir boas fontes de proteínas e gorduras saudáveis, reduzir açúcar e sal e preferir alimentos integrais aos processados”.

“Inclusive a variedade de cores dos alimentos é benéfica ao organismo, porque as cores ou pigmentos dos alimentos devem-se à presença de determinados fitonutrientes, que têm papel importante na prevenção de doenças e manutenção da saúde, inclusive da pele”, explica a médica nutróloga, que também é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento.

Segundo a médica, está cada vez mais claro que o que se come afeta a saúde e a idade aparente de sua pele. “A saúde geral e o bem-estar como foco para a pele podem se beneficiar de uma dieta saudável e exercícios. Estudos recentes ressaltam que condições crônicas de pele, como eczema e psoríase, podem se beneficiar de mudanças na dieta. E, mesmo se você tiver a pele relativamente limpa, uma dieta rica em gordura, alimentos processados, açúcar e álcool pode causar inflamação, inchaço e desidratação, acelerando também o envelhecimento cutâneo”, acrescenta a nutróloga.

“Quando pensamos em saúde de pele e vitaminas, nos preocupamos com micronutrientes que atuam contra radicais livres que causam danos celulares tais como envelhecimento e lesões malignas. As vitaminas que têm ação contra esses radicais livres são: vitamina A, C e E”, explica a Cláudia Merlo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS. Com ajuda das médicas, selecionamos pelo menos 10 alimentos que devem ser introduzidos no plano alimentar (ou consumidos com certa frequência) para favorecer a sustentação e saúde da pele:

Semente de linhaça – essas pequenas sementes marrons são ricas em ALA (ácido alfa-linolênico), um tipo de ácido graxo ômega-3 encontrado nas plantas, explica a médica nutróloga. “Os ômega-3 são as chamadas gorduras boas e, para a pele, podem ajudar a reduzir os efeitos nocivos da radiação UV, fumo e poluição. Eles também podem diminuir as rugas na pele e melhorar a pele seca. O óleo de linhaça, que é feito de sementes de linhaça prensadas, é conhecido por tornar a pele mais suave e parecer menos escamosa. Outros alimentos que são ricos em gorduras ômega-3 são sementes de chia, sementes de abóbora, salmão, atum e sardinha”, diz Marcella.

Kiwis – sabia que os kiwis têm mais vitamina C do que as laranjas? Eles são alimentos úteis para a saúde da pele porque a vitamina C é um poderoso antioxidante que ajuda a eliminar os radicais livres nas células. “A Vitamina C é um cofator para a produção de colágeno”, diz a médica. “Alguns estudos mostram que a vitamina C também pode proteger a pele contra os danos causados pelos raios UV. No caso dos kiwis, coma quando estiverem totalmente maduros, pois é quando eles têm mais antioxidantes. Outras boas fontes de vitamina C incluem mirtilo, frutas cítricas, goiaba, pimentão vermelho, salsa, morango e brócolis”, diz Marcella.

Abacate – eles são boas fontes de vitaminas C e E, que são dois dos muitos antioxidantes que ajudam a proteger as células da pele contra danos que as envelhecem. “Os abacates também contêm luteína e zeaxantina, que alguns estudos iniciais mostram que podem ajudar a melhorar o tom da pele. E os abacates são ricos em gordura monoinsaturada, que (como outras gorduras e óleos) ajuda seu corpo a absorver certas vitaminas, incluindo A, D, E e K, além de estarem entre as maiores fontes alimentares de glutationa, um importante agente antioxidante”, explica a médica nutróloga. Embora tenha uma composição nutrológica diferente, o açaí pode ser um possível substituto com relação à gordura presente no abacate, que é um alimento mais completo e único. As duas opções combinadas com outras frutas, garantem maior diversidade de nutrientes.

Foto: Jorgeyu / Morguefile

Couve e espinafre – nesse caso, realmente, qualquer folha verde escura é uma potência nutricional geral. “Você obterá um alfabeto de vitaminas deles, incluindo muitos antioxidantes que são amigos da pele. Alguns estudos mostram que as pessoas que comem duas a três porções por semana de folhas verdes escuras são menos propensas a desenvolver câncer de pele”, diz Marcella. “Um poderoso antioxidante, a clorofila, torna as plantas verdes. Comer alimentos verdes promove a desintoxicação, reduz a inflamação e melhora a digestão. Alimentos como folhas verdes ajudam a melhorar a circulação e a nutrição celular, o que tem reflexos no viço e hidratação da pele”, explica a nutróloga.


Iogurte – não é apenas repleto de proteínas, o que o torna um lanche que traz saciedade (além de melhorar as estruturas da pele), como também é carregado com probióticos. “Os probióticos são bactérias vivas e amigáveis que ajudam a combater a inflamação, incluindo a inflamação que piora as condições da pele, como acne, dermatite atópica e psoríase. Os probióticos podem ajudar com a flacidez da pele e aumentar a hidratação da pele também”, explica Marcella. Outros alimentos que contêm probióticos são kefir, kombucha e chucrute.

Chá verde – para uma pele mais lisa, experimente uma dose de chá verde em vez de uma xícara de café. “O chá verde conta com polifenóis, um tipo de antioxidante encontrado nas folhas de chá. Os polifenóis ajudam a diminuir a quantidade de sebo (óleo) que seu corpo produz, e algumas evidências mostram que isso torna o chá verde uma boa opção para tratar a acne. O chá verde também contém flavonoides, que ajudam no reparo do DNA e até ajudam a diminuir as linhas finas. Um estudo mostra que você obterá mais flavonoides do chá verde se o deixar em água fria por um longo tempo”, diz Marcella. Não gosta de chá verde? Existem opções para que seu corpo receba polifenóis: aposte nos temperos como cúrcuma e salsa, ou em frutas como a uva, ou no gengibre.

Stock

Peixes – segundo Marcella, é possível encontrar muita Coenzima Q10 em peixes de água fria, como arenque, salmão e atum. “A Coenzima Q10, ou CoQ10, é uma substância semelhante à vitamina encontrada naturalmente em nosso corpo. CoQ10 ajuda no crescimento celular e luta contra os radicais livres que danificam a pele. Um pequeno estudo mostrou que os suplementos de CoQ10 ajudaram a diminuir linhas finas e rugas, além de suavizar a textura geral da pele. Mas a partir dos 30 e poucos anos, os níveis de CoQ10 começam a cair. Uma dieta pobre e estresse também podem diminuir os níveis de CoQ10. Também por isso, o consumo de peixes é interessante – eles também são fontes de proteína e gorduras boas, como os ácidos graxos ômega 3”, explica a médica. Amendoim e castanhas também contam com o nutriente.


Azeite – quando faz parte de uma dieta regular, o azeite é conhecido por ajudar a reduzir a inflamação. “Isso pode ser devido aos antioxidantes do azeite, alguns dos quais estão sendo estudados para uso em produtos para reduzir o eczema e a psoríase. Dos mais de 200 tipos de compostos químicos que estão naturalmente no azeite, os principais tipos de antioxidantes do azeite são chamados fenóis”, diz Marcella.

Cenouras – uma boa opção de lanche, esses vegetais são ricos em betacaroteno, que protege a pele contra os raios nocivos do sol. “O betacaroteno é o que dá às plantas a cor laranja e é encontrado em outras frutas e vegetais, como damascos, melão, manga, mamão, abóbora e batata-doce. As cenouras também são uma boa fonte de magnésio, que relaxa os nervos e os músculos. Não obter magnésio suficiente pode levar a um sono ruim, e dormir o suficiente é algo que é sempre bom para a pele”, explica a médica nutróloga. Além disso, as cenouras contam com vitaminas A, C e E. “As vitaminas com mais estudos científicos que possuem ação antioxidante são as vitaminas A, C e E; elas combatem o excesso de radicais livres e auxiliam na manutenção da integridade das células, auxiliando na prevenção do envelhecimento cutâneo”, diz Cláudia.


Nozes – alimentos ricos em vitamina E – como amêndoas, amendoins e avelãs – são úteis para combater algumas das maneiras pelas quais nossa pele envelhece. “Encontrada naturalmente em nosso organismo e em certos alimentos, como brócolis e espinafre, a vitamina E é, na verdade, o nome dado a um conjunto de antioxidantes solúveis em óleo. A vitamina E é um antioxidante, o que significa que pode interromper ou reverter os danos que os radicais livres causam às células. Também pode reduzir a inflamação em todo o corpo”, explica a médica. Segundo Marcella, a Vitamina E também ajuda a prevenir a destruição do colágeno, que é necessário para o suporte da pele.

Foto: FeedFeed

Além disso, a médica nutróloga enfatiza que a água é uma maneira fácil de dar a sua pele um brilho saudável, especialmente se você estiver propenso a pele seca: “As recomendações da quantidade a ser ingerida diariamente variam de acordo com o sexo, idade, peso corporal, atividade física, condições de saúde e ambientais como a temperatura e a umidade do ar. De forma geral a Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta o consumo para adultos saudáveis de, ao menos, dois litros por dia”.

Marcela completa: “Outra maneira de estimar a quantidade indicada para consumo de água ao dia é multiplicar o peso corporal por 0,03 e considerar o resultado como o volume a ser consumido. Por exemplo, uma pessoa com 70 quilos deverá ingerir 2,1 litros de água por dia. Constantemente o corpo perde água pela transpiração, diurese e respiração. Garantir a reposição hídrica é essencial para evitar a desidratação”.

Você também obterá um pouco de água da comida: melancia, pepino e aipo são opções com alto teor de água.

Quanto aos suplementos para melhorar a qualidade da pele, uma dica: visite um médico. “Toda medicação deve ser indicada pelo seu médico, pois essas vitaminas têm dosagem diferentes para cada objetivo e muitas vezes quando associadas com outros nutracêuticos potencializam a ação antioxidante. No entanto, as vitaminas A e E são vitaminas armazenadas no fígado, então o excesso pode levar a toxicidade”, diz Cláudia.

Por outro lado, cuidado com os excessos

Não é necessário demonizar os carboidratos – eles são inclusive excelentes fontes de energia. Mas precisamos tomar cuidado com os excessos de açúcar na dieta, de forma que um dos principais vilões da pele é o excesso de carboidratos, que desencadeiam um processo conhecido como glicação. Esse processo significa o açúcar destruindo, endurecendo e mudando a estrutura do colágeno dentro da nossa pele.

Como essa inflamação causada pelo açúcar também causa estresse oxidativo, com aumento da produção de radicais livres, os antioxidantes também são necessários. Nutracêuticos também podem ser usados. A farmacêutica Patrícia França, gerente científica da Biotec Dermocosméticos, sugere o uso de Glycoxil, um dipeptídeo biomimético da carcinina que atua na prevenção e no tratamento coadjuvante de diversas desordens metabólicas e doenças associadas ao envelhecimento sistêmico.

“Devido a sua atividade antiglicante, desglicante e antiglicoxidante, o Glycoxil consegue atuar sobre o processo de glicação do organismo, ou seja, impedir a ligação das proteínas ao açúcar do corpo humano, assim impossibilitando a formação de AGES, radicais livres e inflamação, condições intimamente relacionadas ao processo de envelhecimento da pele e ao surgimento de doenças”, finaliza Patrícia.

Fontes:
=Marcella Garcez
é médica nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da Abran. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento. Instagram: @dra.marcellagarcez
=Cláudia Merlo é médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS. Diretora da Clínica Cláudia Merlo. Instagram: @dra.claudiamerlo
=Patrícia França é farmacêutica e gerente científica da Biotec Dermocosméticos.

Consumir menos frutas e vegetais pode ser fator de risco para doença renal crônica?

As estimativas apontam que apenas um em cada três brasileiros consome frutas e vegetais regularmente. Esse é um número baixo. Mas ainda há aquelas pessoas que não comem esses alimentos de jeito nenhum, o que pode ser extremamente perigoso.

“Frutas e vegetais contêm importantes compostos bioativos que demonstraram ter efeitos benéficos na saúde humana. Eles são fontes e ricos em vitaminas A, C, E e K e minerais como potássio, magnésio e cálcio. Além disso, também são uma boa fonte de fibras alimentares e possuem propriedades antioxidantes, além de fornecer também macronutrientes, como proteínas, carboidratos e gorduras boas”, explica a médica nutróloga Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

Health Care

Um estudo publicado em julho de 2022 no Journal of Renal Nutrition mostrou que pessoas com doença renal comem menos frutas e vegetais. “Embora o estudo não tenha mostrado que a baixa ingestão é um fator de risco ou resposta à doença renal crônica, o baixo consumo de frutas e vegetais foi mais comum em pacientes com a doença. Mas sabemos que uma alimentação com mais frutas e vegetais está associada à diminuição de fatores de risco relacionados à doença renal. Isso acontece porque há um maior aporte de fibras e antioxidantes na dieta. Esses nutrientes ajudam o corpo contra componentes inflamatórios e o estresse oxidativo”, destaca a médica nefrologista Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira.

Segundo a médica nefrologista, a doença, que afeta cerca de 37 milhões de adultos nos Estados Unidos e 10 milhões no Brasil, deixa os rins menos capazes de filtrar os resíduos do sangue e pode levar à pressão alta, doenças cardíacas e derrame.

“Após contabilizar fatores como tamanho da cintura, diabetes e pressão alta, os pesquisadores descobriram que aqueles com doença renal crônica eram consistentemente mais propensos a praticar um padrão alimentar que incluía menos frutas e vegetais do que pessoas sem a doença. São necessárias mais pesquisas para descobrir se o baixo consumo de frutas e vegetais contribui ou resulta da doença renal crônica e quais outros fatores podem estar envolvidos. Os médicos às vezes aconselham os pacientes com a doença a reduzir o consumo de potássio, um mineral comumente encontrado em frutas e vegetais”, explica Caroline.

Mas também existe um contraponto a essa recomendação. Isso porque consumir mais vegetais e frutas é interessante, segundo a nefrologista, para que esses pacientes com doença renal crônica combatam alterações na microbiota que implicam em várias mudanças na fermentação bacteriana e na geração de proteínas tóxicas.

“Estas proteínas tóxicas se acumulam no plasma dos pacientes, contribuindo para a síndrome urêmica, e como efeito na progressão da doença renal, em mediadores pró-inflamatórios e estresse oxidativo, no risco cardiovascular e na resistência insulínica. Foi demonstrado que a produção desses solutos é influenciada por modificações nos hábitos alimentares, uma vez que dietas ricas em fibras não digeríveis podem reduzir em cerca de 60% a excreção urinária dessas proteínas tóxicas”, explica a médica.

“Vale destacar também que pacientes com doença renal crônica são inflamados cronicamente. O consumo maior de fibras e os antioxidantes presentes em frutas e vegetais agem de forma importante para melhora da microbiota intestinal com efeito antioxidante e anti-inflamatório”, acrescenta a médica. “Sabemos que o estresse oxidativo está relacionado à progressão da lesão renal, das complicações cardiovasculares e das maiores taxas de mortalidade. Consumir esses alimentos pode representar, a longo prazo, melhor status antioxidante, já que contam como fitoquímicos, poderosos antioxidantes, impedindo a geração de radicais livres”, destaca Caroline.

Segundo a médica nutróloga, uma dieta rica em frutas e vegetais reduz também o risco de problemas cardiovasculares e complicações futuras. “Estima-se que o risco de doenças cardíacas entre os indivíduos que ingerem mais de cinco porções de frutas e vegetais por dia seja reduzido em 20%, em comparação com aqueles que comem menos de três porções por dia”, afirma a médica.

De acordo com a revisão Effects of Vegetables on Cardiovascular Diseases and Related Mechanisms, o consumo de vegetais está inversamente correlacionado ao risco de doenças cardiovasculares. “Pesquisas de vários estudos epidemiológicos mostram que vegetais como aspargos, aipo, alface, brócolis, cebola, tomate, batata, soja e gergelim têm grande potencial na prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares. Esses vegetais apresentam ação protetora do coração principalmente por seus efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e antiplaquetários”, diz a médica nutróloga.

“Frutas e vegetais ajudam a regular a pressão arterial e a glicose no sangue; eles também têm um efeito favorável no perfil lipídico. Além disso, previnem danos ao miocárdio, modulam as atividades enzimáticas, regulam a expressão gênica e as vias de sinalização associadas a doenças cardiovasculares”, conta a médica. “Com esses benefícios, eles ajudam a prevenir problemas nos rins”, finaliza a médica nefrologista.

Fontes:
*Caroline Reigada é médica nefrologista, especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro. Instagram: @dracaroline.reigada.nefro
*Marcella Garcez é médica nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da Abran. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento. Instagram: @dra.marcellagarcez

Carnaval: 7 truques para curtir a folia de maneira saudável, sem dores no corpo e danos à beleza

Médicos compartilham dicas de como não sobrecarregar as pernas, evitando lesões durante a folia, além de proteger bem a pele contra queimaduras e danos solares

O Carnaval chegou e para encarar a maratona dos bloquinhos com a temperatura lá em cima, enfrentando exposição solar, cansaço e até alguns inconvenientes como sede e fome, alguns médicos dão dicas do que fazer antes, durante e depois dos dias da folia para evitar muitos problemas comuns sentidos no corpo:

Descanse bem na véspera: uma boa noite de sono confere muito mais disposição ao organismo, então é essencial que você descanse antes da folia. Tome cuidado com a alimentação, evitando comidas mais gordurosas, mas ao mesmo tempo evitando dietas mais restritivas. Lembre-se que o seu corpo precisa de nutrientes para enfrentar as horas que ficará em pé. “Antes de pular carnaval, preferencialmente não pular nenhuma das grandes refeições, pois isso faz com que a rotina se perca. Um café da manhã reforçado, com frutas, ovos ou iogurte, cereais, aveia etc., vai ajudar a aguentar o dia”, explica a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

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Prepare-se antes: geralmente, os bloquinhos ocorrem em grandes espaços abertos e percorrem grandes distâncias, o que exige que o visitante passe o dia inteiro pulando. “E como nem todos estão com preparo físico adequado para essa maratona, problemas como câimbras e dores musculares, principalmente nas pernas e nos pés, são comuns nesses casos. Dessa forma, é importante que você escolha sapatos adequados e confortáveis para encarar o dia e não se esqueça de realizar um bom alongamento antes de sair de casa”, destaca a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e do American College of LifeStyle Medicine. Na alimentação, não esqueça de consumir bons carboidratos, de preferência os integrais, pois seu corpo precisará de muita energia.

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Leve apenas o essencial: você vai passar horas em pé, não vai? A sobrecarga na coluna e nas articulações vai piorar ainda mais a sua situação. “Use carteiras de cintura ou mochilas que distribuam o peso de forma igual pelas costas, evitando assim dores e desconfortos”, diz Aline. Na mochila, lembre-se de levar os alimentos leves: “O segredo é se programar antes e comprar snacks saudáveis, barrinhas proteicas, castanhas, frutas frescas ou secas e lanches naturais para levar durante o percurso, garantindo lanches leves e saudáveis, com o bônus de gastar menos dinheiro”, afirma Marcella.

Hidrate-se e evite a bebedeira: durante o dia, é fundamental que você tome cuidado com a desidratação e consuma bastante água. “Isso por que o calor intenso e o consumo de bebidas alcoólicas em excesso podem aumentar a incidência de câimbras, dores musculares e a retenção de líquidos”, alerta Aline. O álcool ainda pode ser um fator de risco para dores articulares. “O álcool pode causar o aumento do Ácido Úrico no sangue, condição esta chamada de hiperuricemia, que leva a inflamação das articulações e quando não tratada pode ocasionar lesões da cartilagem articular que evoluem para a artrose”, explica Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

Foto: PublicDomainPictures

Lembre-se de levar frutas como maçã, pera e melão, pois elas ajudam na hidratação do corpo. E tome muito cuidado com o consumo excessivo de álcool: “Além da desidratação, outro fator importante causado pelo álcool é a sobrecarga do rim. O etanol atrapalha a função do hormônio antidiurético, que garante que o corpo não perca muita água, fazendo com que o rim deixe de concentrar a urina, perdendo mais água que o habitual. Como a bebida leva o corpo a fazer um esforço muito grande para colocar a substância para fora, é preciso diluir em água e eliminar na forma de urina, causando a desidratação”, explica a médica nefrologista Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira.

Proteja sua pele: é muito comum que as pessoas se esqueçam de proteger a pele contra a radiação solar durante o carnaval. Porém, devemos lembrar que a exposição à luz solar durante esses eventos tende a ser prolongada e intensa. “Nós brasileiros acreditamos que ter o corpo bronzeado é bom, mas na verdade o bronzeamento acontece para proteger as nossas células da pele da agressão causada pela radiação solar. Os raios ultravioleta A e B (UVA e UVB) modificam o DNA das nossas células, provocando lesões benignas e malignas. Para que os raios não cheguem até o DNA, as células produzem melanina, o pigmento responsável por dar cor a nossa pele, na intenção de fazer uma capa de proteção sobre o DNA celular. Por isso, ficamos bronzeados. Use protetores com fator de proteção (FPS) no mínimo 30. Procure protetores próprios para o seu tipo de pele. O dermatologista é o profissional capacitado para avaliar suas necessidades e seu tipo de pele para poder indicar o melhor protetor solar para você”, explica a dermatologista Cintia Guedes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

“Como os raios UVA, UVB, luz visível e calor estão ligados à inflamação, ao dano oxidativo e à produção de enzimas que degradam colágeno, resultando em uma pele mais flácida, com rugas e manchas, é necessário apostar em ativos antioxidantes que reforcem a proteção da pele”, diz a médica Valéria Campos, professora convidada do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí e Pós-Graduada em Laser e Dermatologia pela Harvard Medical School.

Use a moda a seu favor: outra maneira de curtir a folia sem precisar se preocupar com os danos do sol na pele é por meio da utilização de barreiras físicas, como óculos de sol, que devem ter lentes com proteção UVB para evitar danos aos melanócitos oculares e região das pálpebras, e chapéus e roupas, que, preferencialmente, devem ser feitos de tecidos que contam com substâncias capazes de proteger contra os raios solares, principalmente contra a radiação UVB. “É importante também utilizar roupas, chapéus, bonés, óculos escuros, sombrinhas e guarda-sóis. Toda medida que evite a exposição solar da região acometida deve ser estimulada”, explica a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Foto: Beautynstyle

Cuide da pele imediatamente ao chegar em casa: os cuidados não param após o fim do dia de folia. Ao chegar em casa, é importante que você invista em uma poderosa rotina skincare capaz de remover sujidades acumuladas na pele (e o fotoprotetor) e tratar os danos que o tecido pode ter sofrido durante o dia. É fundamental, por exemplo, fazer uso de um sabonete facial ou espuma de limpeza com fórmula cremosa e suave que seja capaz de remover a oleosidade e sujidade da pele sem agredi-la. Em seguida, Paola recomenda que você faça uso de máscaras faciais hidratantes e calmantes.

“A hidratação tópica da pele após a exposição solar intensa é muito importante, pois, à medida que tomamos sol, nossa pele tende a desidratar-se, o que prejudica a renovação celular e consequentemente, a textura da pele”, alerta a especialista. Para evitar este problema, escolha máscaras faciais que contenham ativos como aloe vera, que possui propriedades hidratantes e calmantes ao mesmo tempo.

Além dessas dicas, permita-se também descansar entre os dias de folia, com uma boa noite de sono para que seu corpo possa recuperar energia e suas pernas tenham o descanso adequado. “O sono é essencial para que haja reparo e regeneração celular. Mas alterações no ciclo circadiano podem afetar a produção de hormônios, comprometer nossa defesa antioxidante natural, afetando a imunidade também da pele”, diz Valéria.

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Segundo Aline, como durante esses eventos nós dormimos tarde e permanecemos muitas horas em pé, existe uma tendência à retenção de líquidos e inchaço, principalmente para pessoas com problemas de circulação, obesos, gestantes e portadores de pressão alta. “É importante lembrar que, se o inchaço permanecer por um longo período, a incidência de erisipelas, flebite e até trombose aumenta”, explica a médica. Se possível, marque uma massagem relaxante para um dia após a folia. Assim, você estará preparado para a próxima.

Cuidado com o álcool nas festas: consumo excessivo pode causar esses 7 danos

Por fora e por dentro, há diversos danos causados pelo álcool. Não existe consumo seguro e recomendado da substância, que pode causar uma série de prejuízos ao organismo, incluindo o ressecamento de diversas estruturas do corpo, problemas renais até doenças circulatórias e orais

O consumo de bebidas alcoólicas tende a aumentar durante a época de festas. No entanto, essa não é, definitivamente, uma opção sadia, já que o álcool é uma substância tóxica para o organismo humano e pode provocar doenças mentais, cânceres, problemas hepáticos como a cirrose, alterações cardiovasculares, com risco de infarto e acidente vascular cerebral, e a diminuição de imunidade, além de favorecer a desidratação, a inflamação e o acúmulo de líquidos, segundo a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). Mas, se você ainda não está convencido sobre os perigos do álcool, reunimos um time de especialistas para listar alguns motivos pelos quais você deve evitar o consumo de bebidas alcoólicas. Confira:

Redução do metabolismo: o fígado é o responsável por digerir as bebidas alcoólicas. Porém, esse mesmo órgão é o responsável pelo metabolismo de gordura. “O fígado trabalha diariamente quebrando as gorduras da sua alimentação e eliminando as toxinas. Quando você bebe álcool, acaba adicionando mais uma tarefa na função do órgão. Dessa forma, seu fígado não consegue processar a gordura de maneira tão rápida e eficientemente, pois estará, também, trabalhando para expelir o álcool. Como consequência, ocorre a desaceleração do metabolismo, levando, inclusive, ao acúmulo de gordura”, explica Marcella. Logo, como o fígado já estará sobrecarregado na tentativa de metabolizar o álcool, o recomendado é que, depois de consumir bebidas alcoólicas, você evite alimentos pesados, como carnes vermelhas, dando preferência a carnes brancas cozidas e grelhadas, além de muita salada e fruta.

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Prejudica a aparência da pele: a perda d’água causada pelo álcool afeta a saúde da pele. “O álcool é um diurético e a perda d’água cutânea causa ressecamento e descamação da pele. A pele também tende a ficar avermelhada após a ingestão de bebidas alcoólicas, pois elas dilatam os vasos. Além disso, as rugas ficam mais visíveis, a pele fica mais oleosa e a rosácea piora. A produção de radicais livres também aumenta após a ingestão do álcool, o que favorece o envelhecimento precoce e a flacidez. Três drinks já são suficientes para sentirmos os efeitos na pele”, explica Cintia Guedes, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Danos ao couro cabeludo e fios: as bebidas alcoólicas, se consumidas com frequência e em quantidade excessiva, também podem impactar na saúde dos cabelos. “Em curto prazo, o álcool prejudica a hidratação de todo o organismo, inclusive dos cabelos, que se tornam mais ressecados, frágeis e quebradiços. Já a longo prazo, as bebidas alcoólicas podem prejudicar o aporte de nutrientes para os fios e aumentar a inflamação do couro cabeludo, favorecendo, consequentemente, a queda de cabelo, além de contribuir para piora da dermatite seborreica, por exemplo”, diz Jaqueline Zmijevski, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Fellow em Tricologia pela Associação Médica Brasileira (AMB).

Diminuição das chances de gravidez: mesmo o consumo moderado de álcool pode ter diversos efeitos maléficos no organismo, incluindo prejuízos à fertilidade. Segundo o ginecologista obstetra Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita, um estudo do ano passado mostrou que as mulheres que desejam engravidar devem evitar o consumo excessivo de álcool. “Na segunda metade do ciclo menstrual, mesmo o consumo moderado de álcool está relacionado a chances reduzidas de gravidez, segundo o trabalho”, explica o especialista, que também é doutor pelo Imperial College London e membro da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). Segundo o médico, os possíveis mecanismos biológicos que podem explicar a associação entre o consumo de bebida e a redução das chances de engravidar podem ser que a ingestão de álcool afeta os processos envolvidos na ovulação, de modo que nenhum óvulo é liberado durante a parte ovulatória do ciclo, e que o álcool pode afetar a capacidade de um óvulo fertilizado se implantar no útero.

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Cálculos renais: o álcool em grandes quantidades e os produtos de sua metabolização (como acetaldeído, NADH e radicais livres) podem causar alterações na função renal, segundo a médica nefrologista Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira. “Eles fazem com que os rins se tornem menos capazes de filtrar o sangue, além de afetar sua capacidade de manter a quantidade certa de água no corpo. Estudos de base populacional sugerem que o consumo de álcool acima dos limites de moderação pode aumentar o risco de doença renal crônica (DRC) na população em geral. Estudos recentes também mostraram um aumento de cálculos renais em mulheres, o qual está associado ao tabagismo e à ingestão de álcool pelas pessoas do sexo feminino, o que não ocorria nas décadas anteriores”, explica a médica nefrologista. “Outro fator importante causado pelo álcool é a sobrecarga do rim. O etanol atrapalha a função do hormônio antidiurético, que garante que o corpo não perca muita água, fazendo com que o rim deixe de concentrar a urina, perdendo mais água que o habitual. Como a bebida leva o corpo a fazer um esforço muito grande para colocar a substância para fora, é preciso diluir em água e eliminar na forma de urina, causando a desidratação. Além disso, se o fígado for comprometido, pode haver o acometimento renal, chamada síndrome hepatorrenal”, destaca Caroline.

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Problemas circulatórios: por favorecer a desidratação, o álcool, além de aumentar a incidência de cãibras e dores musculares, também pode fazer com que o organismo retenha mais líquidos. “Como resultado, ficamos mais inchados e a pressão sobre as veias e artérias aumenta, o que pode contribuir para o surgimento de problemas vasculares como varizes e trombose”, destaca a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

Surgimento de doenças orais: outra estrutura afetada pela perda d’água causada pelo álcool é a boca e os dentes. “O processo de desidratação causado pelo álcool provoca a diminuição na produção de saliva. Como resultado, ficamos mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças como cáries, gengivites e erosão dental, visto que uma das principais funções da saliva é justamente proteger os dentes e as mucosas orais”, Hugo Lewgoy, cirurgião-dentista e doutor em Odontologia pela USP. Por isso, além de ingerir bastante água, é interessante que você carregue consigo um kit portátil de higiene oral, o Travel Set, da Curaprox, que traz versões portáteis do creme dental vegano Be You, duas escovas interdentais e uma escova dental CS 5460 Ultra Soft, sendo possível desmontá-la para tornar o transporte mais fácil.

Além de todos esses problemas, o consumo de álcool também é especialmente prejudicial para pessoas que acabaram de passar por procedimentos que demandam tempo de recuperação, como as cirurgias invasivas. “Isso porque o processo inflamatório provocado pelo álcool dificulta o processo de cicatrização e favorece o surgimento de cicatrizes inestéticas. Além disso, a substância afina o sangue, aumentando o risco de o paciente sofrer com sangramento e prolongando a tempo de recuperação”, explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

A melhor dica é apostar na moderação e não tornar o ato esporádico de beber em um hábito rotineiro. No geral, recomenda-se limitar o consumo diário a, no máximo, uma taça de até 150ml e optar sempre pelas variedades que apresentam funcionalidades, como o vinho tinto e seco, que contam com o resveratrol, um polifenol antioxidante. Mas ele também pode ser encontrado no suco de uva integral, então priorize não ingerir a bebida alcoólica. “Bebidas como cachaça, vodca, uísque e tequila tendem a ser absorvidas mais rapidamente e, no geral, são mais agressivas para o fígado. Ou seja, devem ser evitadas ou limitadas a quantidades menores que uma dose diária”, finaliza Marcella.

Sal extra adicionado aos alimentos à mesa aumenta em 28% risco de morte prematura, diz estudo

Adicionar sal aos alimentos à mesa é um comportamento alimentar comum, mas fazer isso com frequência pode representar um risco 28% maior de morte prematura

As pessoas que adicionam sal extra à comida na mesa correm maior risco de morrer prematuramente por qualquer causa, de acordo com um estudo com mais de 500.000 pessoas, publicado no começo de julho no European Heart Journal. Em comparação com aqueles que nunca ou raramente adicionavam sal, aqueles que sempre adicionavam sal à comida tinham um risco 28% maior de morrer prematuramente.

“Na população geral, cerca de três em cada cem pessoas com idade entre 40 e 69 anos morrem prematuramente. O risco aumentado de sempre adicionar sal aos alimentos visto no estudo atual sugere que mais uma pessoa em cada 100 pode morrer prematuramente nessa faixa etária. O sal é a maior causa de hipertensão arterial (pressão alta). Além de causar retenção de líquidos, o sal causa constrição (estreitamento) das arteríolas, com consequente elevação da pressão arterial. A hipertensão de longa data lesa os rins e seus diversos vasos, ou seja, ocorrem lesões de órgãos-alvo, como acontece no coração e no cérebro. Dados recentes mostram que o sódio (sal) também modula o funcionamento de células imunológicas, apoiando a teoria do aumento inflamatório no organismo”, explica a médica nefrologista Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva, pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira, e em Clínica Médica/Medicina Interna.

Segundo a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o consumo de sal não ultrapasse 5 gramas por dia — ou dois gramas de sódio, mineral que compõe o sal. “Só que o brasileiro ingere quase o dobro disso: em média 9,34 gramas, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O consumo excessivo é um perigo para a saúde, pois o sal está relacionado ao aumento do risco de doenças crônicas e silenciosas, como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças renais, entre outras, que podem evoluir com risco aumentado de morte precoce”, explica Marcella.

Além disso, o estudo encontrou uma expectativa de vida menor entre as pessoas que sempre adicionaram sal em comparação com aquelas que nunca ou raramente adicionaram sal. “Aos 50 anos, 1,5 anos e 2,28 anos foram derrubados da expectativa de vida de mulheres e homens, respectivamente, que sempre adicionavam sal à comida em comparação com aqueles que nunca ou raramente o faziam”, conta Caroline, que integra o corpo clínico de hospitais como São Luiz, Beneficência Portuguesa de São Paulo e Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

“Avaliar a ingestão geral de sódio é notoriamente difícil, pois muitos alimentos, principalmente alimentos pré-preparados e processados, têm altos níveis de sal adicionados antes mesmo de chegarem à mesa. Então todo sal que é colocado a mais nos pratos já prontos tornam-se excessivos com risco de seu consumo crônico lesar alguns órgãos”, completa a nefrologista.

Segundo o estudo, adicionar sal aos alimentos à mesa é um comportamento alimentar comum que está diretamente relacionado à preferência de longo prazo de um indivíduo por alimentos com sabor salgado e ingestão habitual de sal. “Na dieta ocidental, a adição de sal à mesa representa 6-20% da ingestão total de sal e fornece uma maneira única de avaliar a associação entre a ingestão habitual de sódio e o risco de morte”, diz o trabalho. Os pesquisadores analisaram dados de 501.379 pessoas que participaram do estudo do UK Biobank. Ao ingressar no estudo entre 2006 e 2010, os participantes foram questionados, por meio de um questionário com tela sensível ao toque, se adicionavam sal aos alimentos (i) nunca/raramente, (ii) às vezes, (iii) geralmente, (iv) sempre, ou (v) preferem não responder. Aqueles que preferiram não responder não foram incluídos na análise. Os pesquisadores ajustaram suas análises para levar em conta fatores que podem afetar os resultados, como idade, sexo, raça, privação de sono, índice de massa corporal (IMC), tabagismo, ingestão de álcool, atividade física, dieta e condições médicas como diabetes, câncer e doenças do coração e dos vasos sanguíneos. Eles acompanharam os participantes por uma mediana (média) de nove anos. A morte prematura foi definida como morte antes dos 75 anos.

Além de descobrir que sempre adicionar sal aos alimentos estava associado a um risco maior de morte prematura por todas as causas e a uma redução na expectativa de vida, os pesquisadores descobriram que esses riscos tendiam a ser ligeiramente reduzidos em pessoas que consumiam as maiores quantidades de frutas e vegetais, embora esses resultados não tenham sido estatisticamente significativos. “Frutas e vegetais são as principais fontes de potássio, que tem efeitos protetores e estão associados a um menor risco de morte prematura”, explica Caroline.

Marcella enfatiza que, a longo prazo, além dos riscos individuais, o consumo exagerado de sal é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. “Isso representa muito custo para o sistema público de saúde e para sociedade, porque pessoas morrem prematuramente, as pessoas adoecem, deixam de trabalhar e produzir”, conta a médica nutróloga. “Assim como a redução do açúcar adicionado, a diminuição no consumo de sal é considerada uma das intervenções de melhor custo benefício contra as doenças crônicas não transmissíveis no mundo”, completa a nutróloga.

Caroline argumenta que, além de diminuir o sal extra adicionado após as preparações, o ideal é, na medida do possível, preparar as próprias refeições, uma vez que dessa forma dá para diminuir a quantidade de sódio.

“Nunca conseguiremos ter controle da quantidade de sal adicionado em uma refeição comprada em restaurante, fast-food e delivery. Em casa, na preparação, uma dica é preferir temperos naturais para dar sabor à comida, como: alho, cebola, salsinha, cebolinha, coentro, limão ou outros de sua preferência. Devemos evitar também todos os alimentos que são altamente processados e ricos em sódio, como embutidos, temperos e molhos prontos, enlatados, conservas, queijos amarelos, sopas de pacote e macarrão instantâneo, carnes salgadas, salgadinhos para aperitivos, bolachas salgadas ou doces recheadas, margarina ou manteiga com sal, requeijão normal ou light, maionese pronta, patês, produtos com glutamato monossódico, como molho de tomate pronto, salgadinhos, sardinha em lata, farofa e temperos prontos”, conta Caroline.

“Assim como devemos adequar o paladar doce para reduzir os excessos de açúcar, o acréscimo de especiarias e temperos proporcionará sabor, sem excessos de sal. Temos ciência de que estratégias de redução de sal no nível social reduzirão os níveis médios de pressão arterial da população, resultando em menos pessoas desenvolvendo hipertensão e suas consequências, lembrando que a pressão alta é a primeira principal causa de insuficiência renal”, finaliza a médica nefrologista.

Fontes:
Caroline Reigada:
médica nefrologista formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, com residência médica na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e residência em Nefrologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira, a médica participa periodicamente de cursos e congressos, além de ter publicado uma série de trabalhos científicos premiados. Instagram: @dracaroline.reigada.nefro
Marcella Garcez: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Abrane Docente do Curso Nacional de Nutrologia da . A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Mebro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento. Instagram: @dra.marcellagarcez

Da dieta rica em sal às roupas apertadas, descubra 7 maus hábitos que pioram a celulite

Conhecer os hábitos que influenciam no aparecimento da celulite é fundamental para saber como combatê-la

Apesar do fator genético ser a principal causa para a celulite, os hábitos de vida influenciam – e muito – no aparecimento ou piora do quadro – e também no resultado dos tratamentos. “Existe tratamento para essa alteração estética, mas eles devem ser iniciados após o paciente ter consciência da importância da mudança do estilo de vida, senão não haverá resultado”, afirma Cláudia Merlo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS. Abaixo, consultamos especialistas para explicar quais são os hábitos que estão envolvidos com o aparecimento da celulite:

Excesso de peso. Segundo o dermatologista Abdo Salomão Jr., basicamente, os hormônios femininos predispõem gordura nas regiões dos quadris e coxas e onde existe um acúmulo maior de gordura, existe maior probabilidade da instalação de celulite. “A gordura comprime as veias e os canais linfáticos, o que causa um inchaço no local. Então, a região, com pouca circulação, agrava mais ainda a celulite. A partir daí, surge um círculo vicioso que, se não for tratado corretamente, pode permanecer para sempre”, explica o dermatologista. Mas isso não quer dizer que mulheres magras não tenham celulite: “Ao ver uma mulher magra, não estamos realizando uma avaliação de composição corporal, sendo assim, ela pode ter alto percentual de gordura e consequente celulite. Não sabemos dos hábitos de vida dessa mulher magra e, além disso, do consumo de alimentos inflamatórios que ela ingere”, explica Cláudia. Mudar a composição corporal, com dieta e exercícios, é altamente recomendado, segundo os médicos.

Dieta inflamatória e refrigerantes. Os refrigerantes e alimentos ultraprocessados contêm alta concentração de açúcar e sódio. “O açúcar em excesso aumenta a gordura localizada e o sódio aumenta a retenção de líquidos, piorando a circulação local. Não apenas os refrigerantes, como todos os alimentos com alto teor de açúcar e gordura podem agravar as celulites, pois aumentam as células de gordura”, explica a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Para celulite, além do excesso de açúcar, o de sal também é extremamente maléfico, na medida em que o sódio piora a retenção de líquidos. Deve-se fazer uma dieta hipossódica, ou seja, com pouco sal. Além disso, é indicado evitar alimentos ultraprocessados, frituras de imersão, massas, fast-foods e sucos de caixinha, que têm alta quantidade de sódio. É importante também inserir fibras na dieta, pois o bom funcionamento do intestino é um aliado na medida em que o aumento da pressão sobre as veias do abdômen, por conta da prisão de ventre e inchaço, pode comprometer a circulação, piorando a celulite. Coma mais frutas como mamão, legumes, verduras e sementes. Os alimentos pré e probióticos também podem ajudar, desde que bem orientados por médicos nutrólogos. Alimentos com atividade termogênica, como o café e chá verde, além das pimentas e especiarias como gengibre, cúrcuma, cravo e canela, também são indicados, já que todos ajudam a estimular a circulação sanguínea e podem trazer benefícios para o quadro”, explica a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

Sedentarismo. “O ser humano hoje mal faz força; dentro do carro, o vidro é elétrico, o câmbio é automático; chega em casa, sobe de elevador; chega no trabalho, fica sentado. Ou seja, o sedentarismo está cada vez mais presente na vida das pessoas. E ele é perigoso, porque atrapalha a circulação, favorece o acúmulo de gordura e piora a celulite”, explica Salomão Jr. “Então, principalmente para quem vive em cidade grande tem que frequentar uma academia, tem que fazer exercícios físicos, principalmente os aeróbicos, que é o que vão consumir bastante energia e manter uma capacidade aeróbica correta para que a pessoa tenha uma vida saudável. Não adianta comer pouco se não faz exercício, senão o organismo acaba não fazendo músculo, o que deixa o corpo flácido e com mais propensão à celulite”, diz o médico. “A hipertrofia dos músculos aumenta o volume de toda a região e melhora muito a flacidez glútea. O músculo mais ativo melhora a circulação sanguínea de todos os tecidos ao redor e pode melhorar a celulite como consequência”, destaca a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. “O retorno venoso, e também o linfático, fica extremamente ativo e funcional durante a atividade física. O efeito direto é a diminuição do inchaço das pernas, deixando-as mais descansadas; além de melhorar aquele aspecto de casca de laranja da celulite”, explica a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

Beber pouca água. “A ingestão de água ajuda o organismo a eliminar as toxinas do organismo, ocasionando uma melhora na pele. O ideal é ingerir, no mínimo, 2 litros de água por dia”, diz a Dra. Paola. É claro que essa não será a solução do problema, mas Cláudia destaca que os tratamentos para a alteração estética devem ser iniciados após o paciente ter consciência da importância da mudança do estilo de vida, senão não haverá resultado. “Dieta, exercícios físicos e drenagem linfática são altamente indicados para tratar a celulite”, conta Cláudia.

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Fumo e bebidas alcoólicas. “As substâncias tóxicas do cigarro acometem diversas funções do organismo, piorando a oxigenação e microcirculação da pele, o que diminui a produção de colágeno e promove o acúmulo de gordura localizada”, diz Paola. Não tem jeito: você precisa parar. “Para muitas pessoas, o cigarro está ligado ao hábito; quem consegue identificar o gatilho que a faz ter vontade de fumar pode tentar mudar esse hábito mais facilmente e largar o vício”, afirma Beatriz. “O álcool piora a celulite por ser uma substância inflamatória e de alta concentração de calorias, que consequentemente contribui com o ganho de peso e obesidade”, completa a Cláudia.

Sono e hormônios. Além desses hábitos, também é importante ficar de olho em pelo menos mais duas coisas: o sono e o uso de anticoncepcionais. “Não dormir bem dificulta a produção hormonal, atrapalha a circulação e piora o quadro de celulite”, diz o médico. “O sono é um potente detox. Durante o sono produzimos várias substâncias consideradas antioxidantes, como hormônio de crescimento e melatonina e diminuímos a produção de radicais livres, ou seja o sono é um regulador do estresse oxidativo”, afirma Beatriz. “Com relação aos hormônios, incluindo anticoncepcionais, eles podem iniciar ou agravar o quadro”, explica o dermatologista.

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Roupas apertadas. Paola explica que o uso de roupas apertadas não causa, mas pode agravar a celulite existente, uma vez que piora a circulação linfática e sanguínea. “Isso causa retenção de líquidos e piora a microcirculação local. Se você está tentando se livrar das celulites, dê preferência para roupas mais confortáveis”, diz a médica. Já as meias de compressão podem ajudar. “Mas elas precisam ser orientadas por especialistas vasculares (cirurgião vascular ou fisioterapeuta vascular), pois são inúmeras características de compressão da meia, portanto o uso é individualizado”, explica Cláudia.

Sobre os tratamentos, o dermatologista indica a tecnologia macrofocada do Atria, que conta com a Coagulação Radial Intermitente para entregar a energia de forma pulsada, com a mesma eficácia e menos dor, em um protocolo de quatro tratamentos a cada 15 dias. “Esse tratamento age na gordura, reduzindo seu volume, além de quebrar as traves fibróticas que puxam a pele para dentro e causam aqueles furinhos, e, também, melhora a tensão superficial, causando uma retração no tecido, tratando também a flacidez. Com isso, acontece uma reestruturação dos tecidos, com consequente melhora da celulite e da aparência da pele como um todo”, diz o Salomão. De acordo com Cláudia, em consultório, há opções como injeções redutoras de gordura, que são aplicadas em regiões com maior resistência de eliminar com dieta e exercícios físicos, subcisão das bandas fibrosas, radiofrequência e bioestimuladores de colágeno injetáveis. “Os procedimentos podem ser associados, de acordo com a avaliação médica sobre a necessidade da paciente”, finaliza.

Dia do Sexo: confira alimentos que ajudam no desempenho sexual

Saiba o que a ciência diz sobre a relação entre alimentação e saúde sexual, principalmente no que diz respeito aos alimentos que podem atuar como estimulantes

Afrodite é conhecida como a deusa grega do amor e seu legado também ficou caracteristicamente marcado por um grupo de alimentos conhecidos como afrodisíacos. “Os alimentos que provocam nossos sentidos, com cheiro, gosto, textura ou até a própria estética, são considerados afrodisíacos por aguçar a imaginação, proporcionar mais experiência e, assim, aumentar o desejo sexual. Há também medicamentos e fitoterápicos afrodisíacos, que ajudam a despertar o instinto sexual, induzindo o desejo e aumentando o prazer e o desempenho”, explica Marcella Garcez, médica nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia.

“Apesar de muitos alimentos terem atividades funcionais, eles não fazem milagres”, acrescenta. Em muitos casos os alimentos podem ajudar o desempenho sexual, mas no caso de disfunções (dificuldade em qualquer estágio do sexo – incluindo desejo, excitação ou orgasmo) é necessário buscar ajuda médica especializada, segundo a nutróloga.

Os alimentos afrodisíacos têm substâncias derivadas de plantas, animais ou minerais, e estão divididos em dois grupos: aqueles que causam estímulos psicofisiológicos (preparativos visuais, táteis, olfativos e auditivos) e preparações internas (alimentos, bebidas alcoólicas e poção do amor).

De acordo com a médica, a ciência relaciona há anos os hábitos alimentares e o desempenho sexual. “A obesidade tem uma influência negativa na fertilidade masculina, enquanto a perda de peso melhora essa questão em homens. A insuficiência alimentar está associada a comportamentos de risco sexual aumentados, mais significativos em mulheres. Em relação aos macronutrientes e alimentos de grupo, ácidos graxos trans, alimentos com alto índice glicêmico, dieta rica em carboidratos e alta ingestão de proteínas animais prejudicam a fertilidade; enquanto isso, ácidos graxos ômega-3 e ômega-6, alimentos com baixo índice glicêmico e dieta com pouco carboidrato, rica em proteínas vegetais e antioxidantes melhoram a fertilidade”, diz a médica.

Também há diferenças entre os benefícios e malefícios para homens e mulheres: “As isoflavonas têm um impacto negativo na fertilidade dos homens e melhoram a saúde sexual das mulheres na menopausa. O leite integral pode melhorar a fertilidade das mulheres, mas os homens se beneficiam do leite desnatado”, acrescenta a médica.

Segundo Marcella, é observado na literatura científica que alimentos fontes de alguns nutrientes e compostos bioativos podem ajudar no desempenho sexual. São alguns deles:

Fontes de zinco: esse mineral é importante na liberação de testosterona, condicional para a saúde sexual de homens e mulheres. “Ele está presente em alimentos como ostras cozidas, carnes vermelhas e brancas, soja, amêndoa, nozes, amendoim, castanha-do-pará, castanha-de-caju, sementes de abóbora, linhaça, girassol e melancia”, diz a médica.

Alimentos que ajudam a liberação de neurotransmissores: conhecidos como hormônios do prazer, a serotonina, dopamina e endorfina têm papel importante na sensação de motivação, euforia, alegria, colaborando para a saúde sexual. “Os alimentos que ajudam nessa liberação são: aveia, chocolate amargo, banana, ovos, abacaxi, grão de bico, sementes de abóbora e peixes de água fria”, diz a nutróloga.

Nutrientes que estimulem óxido nítrico: “Alimentos que estimulam a liberação de óxido nítrico também são importantes, uma vez que ele é responsável pela vasodilatação e aumento da oxigenação dos tecidos”, afirma a médica. Esse aumento do fluxo sanguíneo é fundamental para ereção masculina e lubrificação feminina. “Invista na beterraba, alho, sementes oleaginosas, carnes em geral, vegetais verde-escuros e frutas cítricas.”

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Termogênicos: ao estimular o sistema nervoso simpático, esses alimentos aceleram o metabolismo e melhoram levemente a circulação. São exemplos: as pimentas, o gengibre, o açafrão da terra (cúrcuma), a canela, o cravo, as especiarias, as ervas aromáticas e o café.

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Além disso, a médica acrescenta as frutas vermelhas, principalmente, os morangos, considerados os frutos da sensualidade, sempre presentes quando o assunto é romance. “Ricas em antioxidantes e vitamina C, as frutas vermelhas também ajudam no fluxo sanguíneo”, diz a médica.

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Com relação às bebidas alcoólicas como o vinho tinto e champanhe, é necessário ter cautela. “Em pequena quantidade, elas podem ajudar na vasodilatação e na descontração inicial, porém quantidades excessivas pioram muito o desempenho tanto de homens quanto mulheres”, diz a médica.

Catuaba em pó

Algumas plantas medicinais como catuaba, ashwagandha, ginseng e tribulus, entre outras, segundo Marcella, encontram respaldo na literatura como complementares nas terapias para a melhora das funções sexuais, porém como se tratam de medicamentos, preferencialmente devem ser consumidas com prescrição médica. “Os efeitos farmacológicos dos afrodisíacos são heterogênicos, incluindo atividades de estímulo à dopamina ou com ação no sistema nervoso simpático, além da liberação de óxido nítrico”, afirma a médica.

Por fim, ela lembra que, da mesma forma que o emagrecimento atua de maneira importante, é necessário seguir recomendação médica, pois a ingestão calórica sem aporte de nutrientes necessários pode afetar seriamente a saúde sexual. Além disso, alguns alimentos podem ser considerados anafrodisíacos, atuando de maneira contrária: desestimulando o desejo sexual. “E o excesso do consumo de alguns deles também pode prejudicar o desempenho, na medida em que sobrecarrega o sistema digestório, provocando cansaço no corpo. Caso note problemas de disfunção sexual, procure um médico”, finaliza Marcella.

Fonte: Marcella Garcez é médica nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da da Associação Brasileira de Nutrologia. A médica é membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento. Instagram: @dra.marcellagarcez

Chega de preguiça no inverno: 7 motivos para não abandonar a prática de exercícios físicos

Especialistas apontam benefícios dos exercícios físicos para te ajudar a não perder o ânimo na estação mais fria do ano

A prática regular de atividade física é indispensável para a manutenção da saúde. E, para experimentar todos os benefícios proporcionados pelos exercícios, não é preciso ir longe: “O recomendado é realizar semanalmente 150 minutos de exercícios físicos de intensidade moderada. Mas qualquer atividade já pode trazer benefícios, como aumentar o número de passos por dia e subir escadas”, diz a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Mas o inverno chegou, as temperaturas caíram e a preguiça bateu. Então como manter o ânimo para enfrentar o treino na estação mais fria do ano? Para te estimular a manter a rotina de exercícios mesmo no inverno, convidamos um time de especialistas para listar alguns benefícios dessa prática. Confira:

Reduz o inchaço e a celulite: quando nos exercitamos ocorre um aumento no fluxo sanguíneo, o que faz com que haja maior transporte de oxigênio e nutrientes para os tecidos do organismo. “Como resultado, o sistema linfático passa a trabalhar mais rapidamente, promovendo a eliminação de toxinas do organismo com maior velocidade e diminuindo a retenção de líquido. Como resultado, há uma redução do inchaço, que também se torna menos frequente”, diz a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O exercício também é fundamental para tratar a celulite: “Dieta, exercícios físicos e drenagem linfática são essenciais. Tratamentos estéticos devem ser iniciados após o paciente ter consciência da importância da mudança do estilo de vida, senão não haverá resultado”, destaca Cláudia Merlo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS.

Melhora a saúde capilar: cabelos também se beneficiam dos exercícios físicos. “O aumento do fluxo sanguíneo proporcionado pelos exercícios e a consequente melhora do aporte de nutrientes e oxigênio para o couro cabeludo cria um ambiente ideal para o crescimento de fios saudáveis”, afirma Jaqueline Zmijevski, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Fellow em Tricologia pela Associação Médica Brasileira (AMB). Além disso, os exercícios ajudam na redução de estresse, que pode causar danos aos fios. “O cortisol é o principal hormônio liberado quando estamos sob efeito de estresse. O problema é que níveis elevados de cortisol podem levar a um quadro inflamatório que impede o crescimento dos fios e está envolvido no processo de queda dos cabelos”, alerta a médica.

Promove ação anti-idade: além da melhora do aporte de nutrientes e oxigênio para a pele, uma série de outros mecanismos estão envolvidos na ação anti-idade proporcionada pelos exercícios físicos. “Através da prática de exercícios, nosso corpo consegue lidar melhor com os radicais livres graças à produção extra de antioxidantes endógenos, assim ajudando a evitar o dano oxidativo e a produção de enzimas que degradam colágeno e favorecem o surgimento de rugas e flacidez”, afirma Mônica Aribi, dermatologista sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e International Fellow da Academia Americana de Dermatologia. Outro benefício antienvelhecimento dos exercícios físicos é a utilização adequada da energia proveniente do carboidrato (açúcar) que consumimos. “O consumo excessivo de açúcar leva ao aumento do estresse oxidativo e a glicação do colágeno, um processo no qual o açúcar excedente liga-se às fibras de sustentação da pele, acelerando o aparecimento de flacidez e rugas”, explica Beatriz.

Previne doenças metabólicas: é comprovado que exercícios físicos podem prevenir uma infinidade de doenças e até reverter casos de diabetes, hipertensão e colesterol alto. “A prática de atividade física é considerada de grande importância na prevenção e tratamento da síndrome metabólica, que é definida pela Organização Mundial da Saúde pela presença de diabetes ou resistência à insulina associada a pelo menos duas das seguintes características: elevada razão cintura/quadril, alta concentração de triglicerídeos, baixa concentração de colesterol HDL, hipertensão ou alta excreção urinária de albumina”, diz a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), que ressalta que a combinação entre atividade de força resistida e exercícios aeróbicos oferecem os melhores resultados. “Quem já sofre com doenças como diabetes, colesterol alto e hipertensão também se beneficia da prática de exercícios, experimentando maior gasto metabólico, aumento da sensibilidade à insulina, condicionamento cardiorrespiratório, redução dos níveis de ansiedade e melhora da qualidade de sono.”

Auxilia na fertilidade: vários estudos relatam que a atividade física, se não desgastante, feita sem o uso de esteroides e com alimentação adequada, é capaz de conferir benefícios sobre a fertilidade, com maiores chances de o indivíduo conceber um filho. “Um dos grandes benefícios do exercício físico com relação à fertilidade está no melhor controle do peso. A obesidade, além de favorecer o surgimento de doenças que podem causar problemas durante a gestação, tem influência direta sobre a fertilidade. Nos homens, o excesso de gordura corporal prejudica a produção de testosterona, o que, além de reduzir o apetite sexual e causar dificuldades de ereção, também interfere na qualidade e quantidade de espermas. No geral, quanto maior o sobrepeso, menor é a qualidade, concentração e mobilidade do esperma”, ressalta Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. “Já nas mulheres, o peso inadequado interfere na produção dos hormônios sexuais femininos, principalmente o estrogênio, o que, consequentemente, atrapalha o processo de ovulação. E, nesse caso, não se trata apenas da obesidade, já que mulheres excessivamente magras, como quem sofre de anorexia, também têm menor chance de engravidar, além de possuírem um risco maior de entrar na menopausa precocemente”, acrescenta o médico.

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Contribui para o bom funcionamento dos rins: a prática de atividade física é um cuidado importante na prevenção de condições que podem afetar os rins. “Os exercícios exercem um efeito positivo sobre uma série de fatores de risco associados ao surgimento de doença renal crônica, como inflamação crônica, doenças cardiovasculares e diabetes/hipertensão”, explica a médica nefrologista Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira. “Aqueles que já sofrem com doenças renais também podem e devem praticar exercícios. O maior efeito nesses pacientes é a melhora da saúde cardiovascular e da função vascular, o que é refletido diretamente na saúde dos rins”, diz a especialista, que ainda destaca que tanto a musculação e exercícios resistivos quanto os exercícios aeróbicos auxiliam de forma global a saúde de pacientes com e sem doença renal.

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Diminui o risco de trombose: o sedentarismo, isto é, a falta de prática de atividades físicas, é um dos principais fatores de risco para o surgimento de trombose. “Permanecer muito tempo parado e sem movimentar as panturrilhas faz com que a velocidade do sangue dentro dos vasos diminua, favorecendo a formação de coágulos sanguíneos no interior das veias das pernas que impede a passagem do sangue. Em casos mais raros, o coágulo pode ainda se desprender da parede da veia e correr pela circulação até chegar ao pulmão, causando uma embolia pulmonar que pode até resultar em morte”, alerta a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. “Por isso, a prática de exercícios físicos é essencial para minimizar o risco de trombose, já que a atividade física aumenta o fluxo da circulação do sangue e melhora o retorno venoso”, finaliza.

Dieta Mind: tudo que você precisa saber sobre o padrão alimentar que faz bem para o cérebro

Nem toda dieta foca apenas em benefício estético. Há também aquelas que melhoram o desempenho cognitivo

Quando pensamos em dieta, é normal associar isso à perda de peso ou algum benefício estético, como ganho de massa magra, ou ainda uma adequação em virtude de alguma intolerância ou alergia.

“Vemos muito sobre dietas na internet, muitas pessoas inclusive sugerem para os amigos, dizendo que são boas…, mas boas para quê? No caso de perda de peso, com certeza, algumas dessas dietas podem ajudar, mas algumas dessas dietas de emagrecimento sem acompanhamento podem fazer alguns pacientes piorarem sua saúde cardiovascular e cerebral. E nem todas as dietas precisam ter esse foco. Existem padrões alimentares que preconizam, por exemplo, a saúde cognitiva, preservando a função cerebral e prevenindo doenças neurodegenerativas, como é o caso da dieta MIND”, explica Marcella Garcez, médica nutróloga, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e membro da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento.

“A alimentação é fundamental para a manutenção das estruturas do tecido cerebral e das funções do sistema nervoso em geral, porque ele é composto em grande parte por ácidos graxos. A manutenção dessas estruturas é essencial para a passagem de estímulos e comunicação entre os neurônios, células do sistema nervoso que precisam de glicose como principal substrato para manter suas funções e de aminoácidos para sintetizar neurotransmissores e repor estruturas”, completa a médica.

A base da alimentação na dieta MIND é a “comida de verdade”, ou seja, alimentos in natura (frutas, legumes, vegetais, oleaginosas, peixes e aves) estarão incluídos, enquanto há uma restrição para produtos alimentícios ultraprocessados e para aqueles da chamada “caloria vazia” – que geralmente não apresentam nutrientes e há excesso de açúcar. Portanto, no cardápio, alimentos como manteiga, margarina, fritura, fast-food, carne vermelha e processados ficam de fora.

“As folhas verdes, os vegetais, as frutas vermelhas, as oleaginosas, o azeite, os grãos integrais, o peixe, as leguminosas e as aves são alimentos que são considerados chaves para a dieta, uma vez que contam com micronutrientes que são de suma importância para a saúde cerebral, e macronutrientes, fundamentais para o funcionamento do corpo e da mente. Os carboidratos como cereais, pães e massas integrais, hortaliças, frutas devem constituir aproximadamente 50% da dieta, pois a glicose é o principal combustível energético do cérebro, portanto é fundamental manter os níveis de glicemia estáveis e em equilíbrio ideal ao longo do dia”, diz a médica.

A dieta MIND é uma mescla da dieta mediterrânea, baseada no consumo de alimentos frescos e naturais como azeite, frutas, legumes, cereais, leite e queijo, e excluindo ou evitando produtos industrializados como salsicha e comida congelada, com a dieta DASH, que tem como plano principal diminuir a pressão arterial. “Essa dieta também tem por objetivo aumentar a longevidade. O cardápio incorpora alimentos que atuam de maneira neuroprotetora ou possuem ação antioxidante. Os flavonoides, compostos químicos encontrados nas frutas e plantas, que lhes dão cor e poderes medicinais, desempenham um papel central nesse tipo de dieta. A principal razão pela qual os flavonoides são bons para nossa saúde é que eles têm efeitos anti-inflamatórios e são antioxidantes”, esclarece a médica.

Além dos flavonoides, o ômega 3, que são ácidos graxos, também fazem parte da dieta. “Eles podem prevenir a inflamação relacionada à idade e estresse oxidativo em células cerebrais, além de outros benefícios relacionados ao cérebro, incluindo a prevenção de doenças neurodegenerativas como as demências e declínio cognitivo. Os peixes de água fria, como salmão, atum, arenque, cavala, corvina e sardinha são excelentes fontes de ômega 3, portanto importantes para a função neurológica, sensibilidade cognitiva, aprendizado e comportamento. As castanhas-do-pará, nozes, amêndoas e sementes de chia e linhaça também contam com o ômega-3, além de vitaminas e minerais que reduzem o estresse oxidativo e melhoram o sistema imune, protegendo contra o envelhecimento celular”, destaca a médica.

Segundo a nutróloga, as frutas com antioxidantes, como a laranja, que tem vitamina C, e a uva, que tem resveratrol, protegem os neurônios dos danos oxidativos dos radicais livres, o que também é importante nesse padrão alimentar. “Os ovos, ricos em colina presente nas gemas, também fazem parte da dieta. O nutriente é necessário à transmissão nervosa e à memória. Já os laticínios, aveia, cereais integrais e leguminosas como feijão, lentilha e soja, são fontes de triptofano, aminoácido precursor da serotonina e da melatonina que desempenham importantes papeis no sistema nervoso, como a liberação de alguns hormônios, a regulação do sono, a temperatura corporal, o apetite, o humor, a atividade motora e as funções cognitivas”, completa Marcella.

Para melhora da memória e do desempenho cognitivo, a médica explica que existem alimentos com efeitos imediatos, como as fontes de glicose que rapidamente restabelecem os níveis sanguíneos e o aporte cerebral, e os alimentos fontes de aminoácidos, que são precursores e propiciam a síntese de neurotransmissores. “Mas também existem nutrientes com funções de manutenção estrutural e prevenção de disfunções que atuam a médio e longo prazos, portanto devem ser inseridos dentro de um hábito alimentar saudável”, completa a médica.

Comer alimentos frescos e integrais é a melhor maneira de obter os nutrientes da forma como o cérebro precisa, mas não é a única maneira. “Se as frutas frescas não estiverem disponíveis, as misturas de frutas congeladas são uma boa alternativa. Frutas e vegetais que são congelados rapidamente retêm altos níveis de nutrientes, armazenam facilmente e podem adicionar variedade ao prato mesmo fora de época. Lembre-se de descongelar lentamente, na geladeira”, explica a médica.

A médica enfatiza que o foco dessa dieta não é o emagrecimento. “Mas com acompanhamento, essa dieta pode ser usada também para esse benefício. Além disso, ela também melhora a saúde do coração. É com enfatiza que, ao lado do hábito alimentar, os bons hábitos de sono, prática de atividade física moderada e frequente e um adequado manejo do estresse também têm grandes impactos nas funções cerebrais”, comenta a médica nutróloga.
Suplementos

Apesar da dieta MIND preconizar alimentos saudáveis, os suplementos nootrópicos também podem ajudar no desempenho cognitivo, principalmente para pacientes que buscam algum tipo de estímulo. “Os chamados alimentos nootrópicos – cujo nome vem do grego “nóos” (mente) e “tropo” (direção) – supostamente são capazes de ajudar a melhorar o desempenho mental sem efeitos colaterais negativos. São substâncias que estimulam a nossa capacidade cognitiva, seja por um incremento na memória, atenção, concentração ou motivação. Os nootrópicos são usados pelos homens há milhares de anos e atualmente inúmeros novos compostos com maior eficiência foram descobertos. Alguns alimentos nootrópicos são utilizados desde a antiguidade como o café e o cacau, entre outros”, afirma a médica. “Os suplementos, sempre prescritos por médicos, são indicados quando há necessidade de melhora na performance do cérebro, da memória e concentração”.

Segundo Inês Bloise, engenheira química e diretora de estratégia e negócios da AQiA Nutrition & Vet Solutions, no mercado, esse tipo de substância é geralmente encontrado em suplementos, cafés e chás fortificados e shots de bem-estar, mas as marcas estão adicionando também em chocolates, bebidas e snacks. Muitos novos formatos de produto foram lançados visando facilitar a inclusão na rotina alimentar. Segundo relatório da WGSN, empresa global de previsão de tendências e dados analíticos, este setor faz parte do mercado global de suplementos de saúde cerebral e está prestes a crescer substancialmente, com previsão de atingir 10,7 bilhões de dólares até 2025.

Segundo Inês, o Brasil conta com matérias-primas com esse foco para a indústria de suplementos. É o caso do Bioactive Nootropic N – Fosfatidilserina. “Ele é um componente natural da membrana neuronal do cérebro, que pode estar reduzido com o envelhecimento. A diminuição da fosfatidilserina no cérebro pode estar relacionada com declínio cognitivo, o que poderia ser atenuado com sua suplementação. O declínio de serina no cérebro impacta diretamente na memória, foco e atenção. Esse componente é muito indicado para adultos com uso excessivo de seus “bytes” disponíveis, jovens em fase de vestibular e alguns estudos apontam a funcionalidade para uso por autistas, melhorando a percepção das ações e o foco.

Alguns usuários relatam que há melhora na qualidade do sono, por agir diretamente na questão da atenção e foco no sono, facilitando a concentração na ação de dormir efetivamente. A forma fosfolipídio facilita a permeação nas membranas cerebrais aumentando sua biodisponibilidade”, explica a diretora de estratégia e negócios da AQiA Nutrition & Vet Solutions. Inês sugere também substâncias como Slim Green Coffee e Citarg.

No Brasil, a Biotec Dermocosméticos, do grupo AQiA, lançou para as farmácias de manipulação o conceito do Mind Potion, um suco funcional formulado para gamers e para qualquer pessoa que deseja melhorar o desempenho físico e mental. O suco une ingredientes considerados nootrópicos, como Lipo PS20, Bio-Arct e Slim Green Coffee. Segundo a farmacêutica Maria Eugênia Ayres, gestora técnica da Biotec Dermocosméticos, Lipo PS 20 é um ativo padronizado em fosfatidilcolina e fosfatidilserina, que irão atuar no processo de formação de novas memórias, concentração, aumento do metabolismo e funcionalidade cerebral.

“Em associação, Bio Arct, uma biomassa marinha padronizada derivada de uma alga vermelha denominada “Chondrus crispus” constituída pelo dipeptídeo citrulil-arginina, é capaz de aumentar a produção energética e o metabolismo celular, o que é importante para o bom funcionamento cerebral. Sua composição única possibilita a ativação da mitocôndria, nossa máquina de força, fornecendo micronutrientes e aumentando a produção de ATP, moeda energética das células, importante para o bom funcionamento cerebral”, acrescenta a farmacêutica.

Já o Slim Green Coffee é uma excelente fonte de compostos fenólicos, principalmente ácidos clorogênicos, e também cafeína natural. “O ácido clorogênico é um potente antioxidante que auxilia na prevenção do envelhecimento celular. A cafeína tem ação termogênica, lipolítica e antioxidante, além de manter o foco e energia”, conta a farmacêutica. O produto de uso oral tem indicação de uma dose por dia.

Por fim, Marcella lembra que os suplementos e medicamentos nootrópicos devem ser consumidos através de prescrição médica, porém os alimentos que têm a funcionalidade de melhorar o estado de atenção e a cognição, podem ser incluídos em um hábito alimentar saudável.

Dia Mundial Sem Tabaco: 7 razões para você largar o cigarro

Dia Mundial Sem Tabaco, uma data que serve para reforçar os perigos para a saúde causados pelo cigarro. Reunimos um time de especialistas de diversas áreas para explicar como o cigarro afeta as estruturas e o funcionamento do organismo. Confira:

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Pele: o tabagismo é um dos principais fatores envolvidos no envelhecimento da pele, favorecendo o surgimento de flacidez, rugas e manchas. Isso ocorre porque o cigarro contém substâncias tóxicas que causam a vasoconstrição periférica por um período de dez minutos, o que diminui o fluxo sanguíneo para o tecido cutâneo e cabelos. “Como resultado, podemos notar uma perda de viço e luminosidade da pele, além do amarelamento do tecido e a diminuição da firmeza por conta da oxigenação e nutrição reduzidas”, explica a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Cabelos: assim como afeta a pele, o cigarro também pode prejudicar o couro cabeludo e, consequentemente, os fios. “Para manter-se saudável e crescer adequadamente, o couro cabeludo precisa de oxigenação e nutrição, que são prejudicadas devido à vasoconstrição provocada pelo cigarro. Além disso, as substâncias tóxicas contidas no produto chegam ao couro cabeludo pela corrente sanguínea, gerando um quadro inflamatório que torna a região mais suscetível a sofrer com problemas como psoríase, dermatite seborreica, irritação, afinamento e quebra dos fios e até mesmo queda capilar”, alerta Daniel Cassiano, dermatologista da Clínica GRU Saúde e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Fertilidade: o cigarro é um dos principais causadores da infertilidade, pois os componentes tóxicos presentes no produto, como a nicotina e o alcatrão, pioram severamente a qualidade reprodutiva. “Nas mulheres, o tabagismo é capaz de favorecer a deterioração dos óvulos, envelhecendo-os em até dez anos e acelerando o início da menopausa, o que é especialmente prejudicial hoje em dia, quando as mulheres estão querendo engravidar cada vez mais velhas. Já nos homens o hábito de fumar diminui a quantidade de espermatozoides e fragmenta o DNA do esperma, reduzindo assim a capacidade de fecundação, além de também contribuir para a perda do apetite sexual e a disfunção erétil”, afirma Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, em São Paulo.

Circulação: além dos danos ao coração, a circulação também sofre com o tabagismo. “O cigarro pode causar problemas circulatórios como arteriosclerose e tromboangeite obliterante, distúrbio que afeta as extremidades do corpo. Em ambos os casos, há riscos de ter de amputar os membros, como pernas, pés e mãos”, explica a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Além disso, a nicotina está ligada à diminuição da espessura dos vasos sanguíneos e o monóxido de carbono reduz a concentração de oxigênio no sangue. “Todo esse processo pode causar complicações para o normal funcionamento dos vasos, que ficam mais susceptíveis ao entupimento, podendo levar a processos de trombose, principalmente quando há fatores de risco envolvidos.”

young woman smoking cigarette

Cérebro: muitos produtos químicos nos cigarros são tóxicos para o cérebro, estando associados ao declínio mental e à demência. O acetato de chumbo, por exemplo, é uma das substâncias tóxicas que possuem efeito cumulativo para o organismo, na medida em que o chumbo não é eliminado. Então, há um risco de danos celulares e desenvolvimento de tumores. E o mesmo vale para o fumo passivo.

Processo de recuperação e cicatrização: o tabagismo também é extremamente prejudicial, por exemplo, para aqueles que se submeteram ou ainda vão passar por procedimentos estéticos e cirurgias “Existe uma maior incidência de complicações cirúrgicas em pacientes tabagistas devido à vasoconstrição causada pelo cigarro, incluindo trombose pulmonar, infecção, hematoma, necrose de tecidos e problemas com qualidade de cicatriz”, explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Isaps (International Society of Aesthetic Plastic Surgery). “Alguns estudos apontam um aumento de até quatro vezes o número de complicações e intercorrências em decorrência do tabagismo, tanto no aparelho respiratório como risco de necroses e dificuldade de cicatrização da área operada”, completa.

Nutrição: o hábito de fumar é capaz de influenciar até mesmo nos aspectos nutricionais do organismo. “Por atuar no sistema nervoso central, o cigarro causa uma diminuição do apetite, pois afeta a atividade de neurotransmissores que são responsáveis pelo controle da fome, além de alterar o paladar e o olfato, reduzindo o gosto e o aroma dos alimentos”, diz a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). “Além disso, o cigarro promove um efeito termogênico, acelerando o metabolismo, o que leva ao emagrecimento e reduz a oxigenação dos tecidos do organismo, que causa envelhecimento precoce e acelerado”, finaliza.