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O veganismo e a preservação do meio ambiente

Saiba como a alimentação livre de derivados animais é mais sustentável

O veganismo além de ser muito bom para a saúde humana, ele também é uma boa maneira de contribuir para a preservação do meio ambiente. De acordo com pesquisa da Oxford, revela que sem o consumo de produtos de origem animal, o uso agrícola global poderia ser reduzido em mais de 75%. Esse mesmo estudo também mostrou que a produção de carne e laticínios é responsável por 60% das emissões de gases de efeito estufa da agricultura.

O menor uso da terra contribui com a redução das emissões de gases de efeito estufa. Dessa maneira, o uso da terra para produção de produtos de origem animal contribui com cerca de 57% das diferentes emissões de gases de efeito estufa originadas da produção de alimentos. “A adoção da alimentação vegana resultaria em um menor uso da terra e por consequência causaria a redução da emissão dos gases”, ressalta a chef vegana, Carol Carvalho.

Além disso, a adoção de uma dieta vegetariana também traria incontáveis benefícios em questões como preservação da biodiversidade e diminuição das mudanças climáticas, já que sem a necessidade de destinar tanto espaço para a criação de gado, seria possível investir em ações de reflorestamento e preservação de espécies que perderam espaço para os bovinos ao longo dos anos.

Benefícios do veganismo para o meio ambiente

-O veganismo propicia um menor uso da terra;
-Diminui as emissões de gases de efeito estufa;
-Promove a mitigação das mudanças climáticas e do aquecimento global;
-Reduz o desmatamento;
-Preserva a biodiversidade;
-Reduz a contaminação da água, do solo e do ar, que se dá pela produção de carne e de outros produtos animais;
-Previne a escassez de recursos hídricos;
-É mais sustentável e ecologicamente correto;
-Previne a transmissão de doenças entre espécies e humanos;
-Colabora com a redução da resistência microbiana que é promovida pelo uso de antimicrobianos na criação de animais.

Carol destaca que além desses inúmeros benefícios para o meio ambiente, a alimentação vegana também faz muito bem para a saúde. “A maior vantagem de uma alimentação inclusiva, como a vegana, é proporcionar qualidade de vida e saúde, principalmente por ter sabores variados, muita criatividade, além de diversas possibilidades, em que o corpo se beneficia com melhor desempenho para manter a resistência às doenças”, diz.

Fonte: Carolina Carvalho, publicitária e chef vegana desde 2014. Instagram @/futurocomcarol

No Dia Mundial da Água, SOS Pantanal anuncia projeto de monitoramento e preservação de recursos hídricos do bioma

Expedição ‘Águas que Falam’ percorrerá municípios de Mato Grosso do Sul, como Campo Grande, Aquidauana, Miranda e Corumbá, em parceria com a organização Chalana Esperança e apoio da Fundação Toyota

Instituído pela ONU em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro, o Dia Mundial da Água é celebrado em 22 de março. No evento, que ficou conhecido como Rio 92, também foi promulgada a Declaração Universal dos Direitos da Água, composta de dez artigos que, três décadas atrás, advertiam sobre necessidades de conscientização que, sucessivamente ignoradas, culminaram na emergência climática, como alertava o artigo 4º:- “O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos”.

Na comemoração do Dia Mundial da Água em 2023, o SOS Pantanal, uma das instituições decisivas para a preservação do bioma sul-mato-grossense, com especial atuação no combate às queimadas e na promoção de advocacy para políticas públicas, anuncia um novo programa, desta vez voltado para o monitoramento da qualidade dos recursos hídricos, o programa Águas do Pantanal.

Com apoio da Fundação Toyota e realizada em parceria com a organização Chalana Esperança, a expedição ‘Águas que Falam’ percorrerá municípios do chamado Pantanal Sul, como Campo Grande, Aquidauana, Miranda e Corumbá.

“A ideia é aprofundarmos a compreensão de que o Pantanal depende da água, assim como é moldado pelo fogo. A gente já trabalha com o fogo, por meio das Brigadas Pantaneiras, e decidimos dar esse passo a mais. Precisamos entender a qualidade da água que está chegando ao Pantanal e se o volume, que está diminuindo, é suficiente para sua preservação. A ideia desta primeira expedição é investigar essas questões porque ainda não há muitos trabalhos perenes sobre essa pesquisa. A expedição “Águas que Falam” terá essa função de entender qual é o cenário, para que a gente possa montar as melhores estratégias, agir e reverter os quadros atuais e fazer previsões sobre o futuro do Pantanal”, explica o biólogo e diretor de Comunicação e Engajamento do Instituto SOS Pantanal, Gustavo Figueirôa.

Além da medição da qualidade da água em diversos pontos do Pantanal Sul, o projeto também contará com uma importante frente de interlocução com as comunidades locais, em que o objetivo é registrar depoimentos de moradores que vivem próximos aos rios, para dar voz a quem tem que lidar com os problemas acarretados pela poluição e diminuição do volume de águas no Pantanal.

“A ação será feita em parceria com o projeto Chalana Esperança, uma instituição que é nossa parceira e tem um papel importantíssimo no Pantanal. Nosso foco será nas comunidades. A gente vai conversar com as pessoas que vivem e dependem dos rios para entender qual é a visão delas sobre a água e o que mudou nos últimos anos: se diminuiu o estoque pesqueiro e a quantidade de água ou se aumentou a poluição e como isso tem afetado a vida deles”, esclarece Figueirôa.

Outra característica importante deste projeto é que será possível contar com décadas de experiência da SOS Mata Atlântica, que, por meio do programa Observando Rios, faz o monitoramento da qualidade da água em diferentes bacias de domínio da Mata Atlântica. Esta transferência de tecnologia e experiência tem sido crucial, trazendo mais segurança para esta empreitada.

“Entendemos que não existe conservação sem participação popular. Por isso, é de extrema importância a decisão de envolvermos as comunidades em todo o processo e de utilizarmos da ciência cidadã para entender o que acontece no bioma. O projeto inclui a distribuição de materiais educativos, a capacitação de diferentes comunidades para que elas possam protagonizar o monitoramento e momentos de troca de saberes, em que a visão para o futuro e a conservação das águas do Pantanal poderá ser construída em conjunto”, diz a coordenadora de Educação para Conservação e cofundadora da Chalana Esperança, Daniella França.

Ainda de acordo com ela, ao unir conhecimento científico e tradicional e, sobretudo, ao convidar as comunidades para protagonizarem este monitoramento, são envolvidas nesse processo não apenas as pessoas que habitam o bioma e são as mais afetadas pelos seus problemas, mas, também, permite-se que sejam traçadas, em conjunto, estratégias de longo prazo para a conservação do Pantanal.

Frentes de atuação

Desde 2009, o Instituto SOS Pantanal tem desenvolvido suas ações em quatro principais frentes de atuação: a promoção de políticas públicas que facilitem o diálogo entre a sociedade e o poder público, de modo a gerar ações que beneficiem tanto o meio ambiente quanto o desenvolvimento econômico da região; o combate a incêndios, por meio do programa Brigadas Pantaneiras, que estrutura operações incisivas contra queimadas naturais ou decorrentes de ações criminosas; a produção de informações sobre o Pantanal, por meio de monitoramentos remotos e territoriais, agregando e divulgando conhecimentos relevantes sobre o bioma; a restauração socioambiental, com ações desenvolvidas em áreas degradadas e em locais de segurança, com incentivo a pesquisas e projetos locais.

Para Figueirôa, a experiência acumulada ao longo de quase 15 anos pela equipe do SOS Pantanal tornará a missão do programa Águas do Pantanal algo menos desafiador. “Este projeto difere de nossas outras ações, mas envolve o que a gente faz estruturalmente: a compreensão de um problema a fundo. Da mesma forma que a gente fez com a questão do fogo, quando estruturamos um programa de brigadas para ser uma das soluções para o problema, vamos agora fazer o mesmo com o projeto de águas, para, em campo, entender o que está acontecendo e podermos propor junto à sociedade civil melhores propostas de gestão para políticas públicas”, conclui.

Sobre o SOS Pantanal

Fundado em 2009, o SOS Pantanal é uma instituição de advocacy, sem fins lucrativos, que promove a conservação e o desenvolvimento sustentável do Pantanal por meio da gestão do conhecimento e a disseminação de informações do bioma para governantes, formadores de opinião, grandes empreendedores, fazendeiros e pequenos proprietários de terras da região, assim como para a população em geral.

Ao longo das últimas duas décadas, o Instituto SOS Pantanal também impacta diretamente o ecoturismo ao promover iniciativas de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável. Por meio de incentivos à profissionalização, aliado a uma fiscalização mais efetiva e o consenso de boas práticas conjuntas entre os setores privado, público e terceiro setor, o SOS Pantanal tem contribuído para que o ecoturismo cada vez mais se apresente como um dos pilares do desenvolvimento sustentável do Pantanal.

Fonte: SOS Pantanal

“Blue Friday”: campanha reverte parte das vendas para projeto de proteção às baleias

Instituto Autrilis em parceria com a Galapagos Outdoor permite que consumidor “adote” uma baleia-franca a cada compra realizada no mês de novembro   

Com o objetivo de ajudar na preservação das baleias-franca e incentivar o consumo consciente, o Instituto Autrilis junto com a Galapagos Outdoor Evolution criaram o “Blue Friday”: o mês de novembro terá descontos especiais para os produtos da Galapagos Outdoor, uma empresa brasileira de vestuário e acessórios para atletas e amantes de atividades outdoor e, a cada venda, um valor será revertido para o o Instituto Australis, projeto com sede em Imbituba/SC e que realiza pesquisas e monitoramento da espécie no Sul do Brasil. 

Com o slogan “A cada pedido você adota uma baleia-franca”, a intenção é aproveitar um dos períodos mais importantes para o calendário do comércio mundial, a Black Friday, para apoiar os estudos e proteção da baleia-franca, única desta variedade que se reproduz no litoral brasileiro e classificada “em perigo” de extinção. O estado de Santa Catarina abriga uma concentração de reprodução e aparição de baleias-francas de junho a novembro e o instituto tem ajudado a aumentar o número de registros da espécie na região.

“A temporada 2022 foi a segunda melhor em 40 anos, com cerca de 250 baleias registradas durante nosso monitoramento aéreo realizado no mês de setembro, pico da temporada reprodutiva da espécie. Estamos muito felizes com a parceria com a Galapagos e a campanha Blue Friday, que veio para somar-se aos nossos esforços para salvar a baleia-franca do risco de extinção.” afirma Karina Groch, diretora do Instituto Autriliz/ projeto ProFRANCA. 
Para Rodrigo Ferreira, head de marketing da Galapagos, a intenção é conscientizar o consumidor de que é possível ter um consumo sustentável e que gere um impacto positivo no meio ambiente. “Estamos em um momento bem intenso em termos de consumismo, por isso queremos unir forças e mostrar que podemos ir além, oferecendo produtos produzidos com materiais sustentáveis, com um preço acessível e que, ao mesmo tempo, auxilie um projeto importante de preservação da vida marinha”, afirma o executivo.  

Como participar

Para ter acesso às promoções e participar da campanha, o consumidor deve se cadastrar no site da Galapagos e realizar suas compras no período de 1º a 30 de novembro. Após a conclusão da compra, seja qual for o valor, o cliente receberá um Certificado de Adoção confirmando sua contribuição com a causa animal. A Galapagos Outdoor é uma empresa catarinense que chegou ao mercado há exatos seis meses com uma proposta inovadora: é a primeira marca brasileira de produtos sustentáveis voltados para a prática de atividades ao ar livre, que levam as pessoas a terem uma vida mais próxima da natureza, como trekking, escalada, surf, canoagem, entre outras.

Voto será decisivo para florestas, biodiversidade, clima e povos indígenas

Com base no histórico dos candidatos e nos compromissos das campanhas de Lula e Bolsonaro, pesquisadores da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) alertam para significado do resultado das urnas para o meio ambiente

As eleições deste domingo são determinantes para o futuro das florestas, da biodiversidade, dos direitos de povos indígenas e do papel do Brasil no enfrentamento da crise climática global. Esta é a opinião de pesquisadores da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), que observam lacunas nas propostas ambientais dos candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), mas percebem diferenças claras nos compromissos entres os dois postulantes ao cargo.  

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Para Carlos Rittl, membro da RECN e especialista em política internacional da Rainforest Foundation da Noruega, se Jair Bolsonaro for reeleito deve acelerar seus ataques ao meio ambiente e povos da floresta, que já levaram a um aumento de 73% no desmatamento na Amazônia e crescimento da violência contra comunidades indígenas nestes últimos quatro anos. “Ele encaminhou várias propostas ao Congresso visando abrir terras indígenas para a mineração, agropecuária em larga escala e infraestrutura sem consulta a populações que seriam atingidas e para o enfraquecimento das regras do licenciamento ambiental de grandes projetos de infraestrutura e atividades econômicas com alto potencial de impacto no meio ambiente”, lembra Rittl.  

O pesquisador avalia que, caso seja reeleito, Bolsonaro deve fortalecer seu compromisso com os setores ruralista e da mineração para aprovação de novos projetos que facilitem suas atividades. “O resultado disso seria catastrófico para florestas de todos os nossos biomas e para os povos indígenas e comunidades tradicionais, assim como para as emissões brasileiras de gases de efeito estufa, que aumentariam ainda mais”, pontua Rittl, que também é ex-secretário executivo do Observatório do Clima.  

Em relação ao ex-presidente Lula, Rittl pondera que, apesar dos problemas ambientais durante seus dois mandatos (2003-2010), houve queda da taxa anual de desmatamento na Amazônia em 68%, devido à ampliação de áreas protegidas e demarcação de várias terras indígenas, e tudo em um período em que a produção e o PIB agrícolas cresciam sistematicamente.  

“Enquanto candidato, Lula tem prometido reconstruir políticas ambientais que foram abandonadas pela gestão Bolsonaro, como o Fundo Amazônia e os planos de combate ao desmatamento. Se eleito, seu governo tende a fortalecer os órgãos ambientais e a Funai, recuperar seu orçamento, combater crimes ambientais e proteger nossos parques, reservas e terras indígenas. Isso levaria a uma redução significativa nas taxas de desmatamento em todo o Brasil, assim como nas ameaças aos povos de nossas florestas”, analisa o pesquisador.  

Para Philip Fearnside, também membro da RECN e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), um segundo mandato de Bolsonaro seria muito prejudicial para a Amazônia, tendo em vista o que ocorreu no país nos últimos quatro anos. “Ao mesmo tempo, deve-se mencionar que a eleição de Lula, embora muito mais promissor para o meio ambiente do que Bolsonaro, também exigiria que os preocupados com as questões ambientais prestem muita atenção ao longo de seu mandato. Afinal, no seu governo anterior, o Lula construiu a hidrelétrica de Belo Monte e hoje diz que faria tudo de novo”, reflete o pesquisador.  

Fearnside, que também é membro da Academia Brasileira de Ciências e o segundo cientista do mundo em citações sobre aquecimento global, pondera que os indígenas impactados pelas hidrelétricas não costumam ser consultados em projetos de barragens. O pesquisador lembra ainda que a aprovação de uma primeira versão da “lei dos grileiros”, em 2004, durante o primeiro mandato de Lula, facilitou a legalização de reivindicações de terras ilegais. “Retirar Bolsonaro não significaria que a Amazônia esteja salva. Os países que importam soja e carne bovina do Brasil, por exemplo, não devem pensar que restrições ambientais a essas commodities sejam desnecessárias”, afirma Fernside.  

Os pesquisadores concordam que, independentemente do resultado das eleições, não será tarefa fácil recuperar o caminho da proteção ao patrimônio natural brasileiro. Em 2023, o governo terá de gerir o orçamento ambiental mais baixo das últimas décadas, acordado entre Bolsonaro e sua base de apoio no Congresso Nacional. “Além disso, um novo governo teria de lidar com máfias muito estruturadas de criminosos ambientais que lucraram muito com a destruição de florestas e a certeza de impunidade”, afirma Rittl.  

Foto: Tamara Saré – Agência Pará

Um caminho possível para recuperar o terreno perdido na área ambiental seria a busca por parcerias internacionais. “Países ricos têm demonstrado a intenção de apoiar a redução de desmatamento, como Estados Unidos, Noruega e países da União Europeia. Isso poderia compensar as dificuldades que um eventual governo encontraria quando tomasse posse”, observa o pesquisador.  

Sobre a Rede de Especialistas

A Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) reúne cerca de 80 profissionais de todas as regiões do Brasil e alguns do exterior que trazem ao trabalho que desenvolvem a importância da conservação da natureza e da proteção da biodiversidade. São juristas, urbanistas, biólogos, engenheiros, ambientalistas, cientistas, professores universitários – de referência nacional e internacional – que se voluntariaram para serem porta-vozes da natureza, dando entrevistas, trazendo novas perspectivas, gerando conteúdo e enriquecendo informações de reportagens das mais diversas editorias. Criada em 2014, a Rede é uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Os pronunciamentos e artigos dos membros da Rede refletem exclusivamente a opinião dos respectivos autores.

Papa Francisco pediu redução do consumo de carne

Ele foi desafiado pela Million Dollar Vegan a adotar uma alimentação vegana em 2019; carta aos participantes da Conferência da Juventude da União Europeia de 2022 fala da relação entre a proteína animal e a destruição da natureza

O Papa Francisco, que em 2019 foi desafiado pela jovem ativista Genesis Butler e pela ONG Million Dollar Vegan a adotar o veganismo durante a quaresma, escreveu uma carta aos participantes da Conferência da Juventude da União Europeia em que pede “uma vida sem desperdícios” e trata da redução do consumo de carne como uma das formas de salvar o meio ambiente.

O evento ocorreu em Praga, entre 11 e 13 de julho. Na mensagem enviada logo no começo da conferência, o Papa cita a importância da redução do consumo de carne para que os jovens se comprometam com uma ecologia integral e quebrem essa tendência autodestrutiva gerada pelo consumismo.

Embora sem detalhar o impacto ambiental gerado pela produção das proteínas animais, o pontífice afirmou que “é conveniente, em certas regiões do mundo, consumir menos carne: também isto pode ajudar a salvar o meio ambiente”.

A Million Dollar Vegan comemora que, mesmo sem ter aceito o desafio de adotar uma alimentação vegana durante a quaresma em 2019, o Papa se mostre aberto a defender um menor consumo de carne e demonstre que entende seus impactos negativos que aceleram as mudanças climáticas.

Já se reconhece que a criação de animais para produzir carne, leite e ovos gera grandes emissões de gases de efeito estufa. Um estudo do Observatório do Clima, divulgado em junho, apontou que em 67% dos municípios brasileiros a criação de gado é a maior responsável pela quantidade de emissões.

“Uma alimentação vegana é provavelmente a maior maneira de reduzir seu impacto no planeta Terra, não apenas os gases de efeito estufa, mas a acidificação global, eutrofização, uso da terra e uso da água. É muito maior do que reduzir seus voos ou comprar um carro elétrico”, detalhou o cientista Joseph Poore, da Universidade de Oxford, que liderou estudo publicado na revista Science em 2018 sobre os impactos da nossa alimentação no meio ambiente.

O desafio proposto

Há três anos, a ONG Million Dollar Vegan desafia líderes mundiais a adotarem o veganismo. Ao Papa Francisco, foi proposto um desafio para que ele deixasse os produtos com ingredientes de origem animal fora do prato por 40 dias até a Páscoa. Caso aceitasse, a ONG se propunha, na época, a doar US$ 1 milhão para uma instituição de caridade à escolha do pontífice.

Post da campanha

Sobre a Million Dollar Vegan

A Million Dollar Vegan é uma organização sem fins lucrativos internacional dedicada a educar as pessoas sobre os benefícios ambientais, éticos, pessoais e de saúde pública decorrentes da adoção de um estilo de vida baseado em plantas. Além dos desafios a líderes mundiais e de oferecer conteúdo gratuito sobre nutrição e suporte para pessoas que desejam descobrir o veganismo, a Million Dollar Vegan também realiza distribuição de refeições e cestas básicas à base de plantas para pessoas de comunidades mais atingidas pela crise da Covid-19. Em todas as campanhas e ações, o foco central do trabalho é informar sobre como uma mudança para uma alimentação à base de plantas pode beneficiar tanto as pessoas como os animais.

Para receber apoio e informações sobre todos os benefícios do veganismo, acesse o site da Million Dollar Vegan.

Carne vegetal: será modismo ou tendência portadora de futuro?

É amplamente conhecida a ocorrência na sociedade de grupos denominados vegetarianos ou veganos. De forma simplificada, pode-se dizer que os primeiros são os que excluem qualquer tipo de carne (incluindo peixes e frutos do mar) de sua alimentação; os veganos vão além, evitando qualquer produto animal, como manteiga, leite, ovos ou mel, além de não usar roupas e acessórios de couro, pele, lã, seda e cosméticos testados em animais. Em 2018, a Sociedade Vegetariana Brasileira realizou um levantamento, com o apoio do Ibope, constatando que 14% da população brasileira se declara vegetariana o que, provavelmente, inclui veganos.

Mas quem desenvolve ou comercializa a carne vegetal, conhecida nos Estados Unidos pela sigla PBM (plant based meat) não busca atingir apenas os adeptos do veganismo ou os vegetarianos. Os produtos PBM, que imitam o sabor e a textura da carne bovina, focam especialmente nos consumidores que gostam de carne, mas que acreditam que a diminuição de seu consumo pode ter impactos econômicos, ambientais e de bem-estar animal significativos e positivos, por reduzirem a produção pecuária.

Como é feita a carne vegetal?

A carne é composta, fundamentalmente, de tecido muscular dos animais. As plantas não têm músculos. Então, como as plantas se tornam um pedaço de carne que parece, cheira, tem gosto e cozinha como carne?

Para responder, precisamos aprofundar a análise. A carne é composta de proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e água. Embora as plantas não tenham músculos, elas também contêm proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e água. Então, o processo se baseia na semelhança bioquímica entre plantas e animais para obter um produto vegetal que imita a carne. Para cada proteína, lipídio ou composto funcional encontrado na carne existe um análogo ou substituto no reino vegetal. Se um substituto não existir na natureza, podemos tentar obtê-lo por meio de tratamento mecânico, químico ou biológico de um ingrediente vegetal. Ou introduzir em vegetais um gene responsável pelo composto ausente, que esteja presente em animais, utilizando técnicas de transgenia.

O arranjo espacial das proteínas no tecido muscular cria a textura típica da carne. Quando moída, a carne tem uma textura mais simples e é mais fácil de replicar do que pedaços maiores como a picanha, o filé, o peito de frango ou costeletas de porco, feitas de tecido muscular intacto. Facilita a produção de hambúrgueres, mas há desafios técnicos a serem superados para imitar a textura dos cortes inteiros de carne, utilizando ingredientes vegetais.
O processo genérico para produzir carne à base de plantas envolve três etapas principais. A primeira é a seleção e o cultivo das plantas que produzirão as matérias-primas. A seguir ocorre o seu processamento para separar as proteínas, gorduras, fibras e outros ingredientes necessários à produção da PBM. Finalmente ocorre a mistura dos ingredientes, nas proporções adequadas para criar a textura, o aspecto e o sabor tão próximos quanto possíveis da carne.

Qual o foco mercadológico da carne vegetal?

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O conceito de carne à base de plantas vem sendo trabalhado há tempos. No entanto, os primeiros produtos à base de plantas, que imitavam carne, tinham em mente atingir consumidores vegetarianos, e não tentaram replicar a carne convencional.
O impulso recente tem como pano de fundo temas como sustentabilidade, segurança alimentar e os impactos ambientais e de saúde pública que seriam provenientes da pecuária industrial. No caso, buscam atrair os consumidores em geral, em vez de nichos de mercado. Isso levou a uma série de inovações durante a última década. Atualmente, as opções de carne à base de vegetais atraem o segmento de consumidores em rápido crescimento, que vem sendo denominados pelos estudiosos de “flexitarianos”, em livre tradução do termo inglês “flexitarian”.

Os consumidores “flexitarianos” buscam opções de alimentos à base de plantas que criem a mesma experiência sensorial da carne de origem animal. Digamos que esses consumidores reduzem o consumo de carne, mas não desistem completamente da experiência sensorial dos produtos de origem animal. Essa decisão de comer mais vegetais geralmente se deve a preocupações com a saúde, o meio ambiente ou a proteção dos animais. Também pode ser, simplesmente, uma forma de obter novidade e variedade com refeições saborosas e acessíveis. O aumento do flexitarianismo está na base do crescimento do mercado de alimentos à base de plantas.

Qual o futuro previsível da carne vegetal?

Apesar do crescimento recente do mercado, a carne à base de plantas representa, atualmente, apenas 1% do mercado de carnes no varejo dos EUA. Tudo indica que o mercado deverá crescer se o produto agradar em cheio os consumidores, desligando-se do fundamento inicial da menor emissão de gases do efeito estufa (GEE). Chamamos a atenção para esse aspecto, porque o argumento pode ser falacioso pois, segundo um artigo publicado pelo Prof. Jayson Lusk (Purdue University), para cada 10% de redução no preço de PBM, estima-se que o decremento nas emissões equivale a 0,34% das emissões dos EUA devidas à produção de carne bovina e 1,14% se incluída a redução das emissões devidas às mudanças no uso da terra.
Assim, é improvável que mesmo reduções substanciais nos preços das alternativas de PBM tenham impactos ponderáveis sobre as emissões da pecuária nos EUA. O artigo do Prof. Lusk e colaboradores pode ser acessado aqui.

Considerando que os sistemas de produção pecuária no Brasil são menos intensivos em emissões de GEE que os americanos, o mesmo poderia ser afirmado para o Brasil. Apoiando esse fato está um sistema de produção bovino desenvolvido pela Embrapa, denominado Carne Carbono Neutro, que garante que os animais que deram origem ao produto tiveram as emissões de metano entérico compensadas durante o processo de produção, pelo crescimento de árvores no sistema (ver mais aqui).

Isto posto, desapareceria o argumento de menor emissão de GEE com a redução do consumo de carne. Assim, entendemos que o futuro do mercado será modulado por quatro fatores principais:
a) a adesão dos consumidores aos produtos BPM, em especial dos jovens recém ingressos no mercado, sem hábitos de consumo arraigados e dispostos a novas experiências, atribuíveis a um diversificado conjunto de razões que inclui desde modismo, sensações organolépticas favoráveis e crença em maior sustentabilidade;
b) o avanço da tecnologia de produção, que será tanto mais bem-sucedida quanto mais a textura e o sabor de um produto BPM se aproximar da carne;
c) o custo dos produtos BPM comparativamente aos produtos cárneos;
d) a agressividade dos lobbies comerciais e o sucesso do marketing dos produtos BPM.

*Por Décio Luiz Gazzoni, engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja e membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS)

Entenda o que está em jogo com o Projeto de Lei da caça esportiva no Brasil

Reuber Brandão, professor da UnB e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, analisa argumentos dos defensores do PL 5.544/20 e avalia os riscos à conservação da biodiversidade

O Projeto de Lei 5.544/2020, que libera a caça esportiva no Brasil – permitindo perseguição, captura e abate de animais – foi retirado da pauta da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados na última semana, após uma série de obstruções de parlamentares contrários à medida. “A forte mobilização da sociedade civil brasileira e o entendimento que as pessoas possuem sobre o valor intrínseco da vida fizeram com que os apoiadores do PL recuassem. Mas é provável que o tema volte à pauta em algum momento e, por isso, devemos ficar atentos”, afirma Reuber Brandão, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e professor de Manejo de Fauna e de Áreas Silvestres na Universidade de Brasília (UnB).

Diante da dificuldade em fiscalizar as áreas naturais em todo o país, a permissão à caça pode fazer com que muitas espécies silvestres sejam vistas como troféus. “A tendência é a busca pelos animais mais raros e únicos, aumentando a pressão sobre as espécies que são topo de cadeia, que precisam de grandes áreas preservadas para viver. Incentivar essa prática me parece uma covardia”, frisa o professor da UNB. Algumas das espécies que poderiam entrar na mira dos caçadores são a onça-pintada, a anta, o tamanduá-bandeira e o lobo-guará.

O especialista reforça que esse tipo de proposta vai na contramão dos esforços mundiais pela preservação das diversas espécies ameaçadas de extinção. “O Brasil precisa de um modelo de desenvolvimento que valorize a sua incrível biodiversidade e não de propostas que aumentem a pressão sobre a nossa fauna, que já enfrenta dificuldades por causa do desmatamento, de incêndios e outros enormes desafios”, afirma.

Para Brandão, a tentativa de colocar o PL 5.544/20 em votação é um aceno dos deputados ao atual governo, alicerçada em uma falsa noção da ampliação das liberdades individuais. Facilitar o acesso da população a armas é uma das principais bandeiras nesta direção. “Sob este pretexto, a tentativa revela, tão somente, uma percepção egoísta que pressupõe a ausência de limite do comportamento do indivíduo na sociedade. Entendo que a garantia de liberdades individuais não pode se confundir com ausência de responsabilidade coletiva. Na área ambiental, essa ideologia somada aos esforços para enfraquecer os órgãos de fiscalização e controle pode gerar um ambiente de total descontrole, que certamente vai trazer mais ameaças a muitas espécies da nossa fauna”, argumenta Brandão.

Um dos argumentos em defesa da aprovação do PL 5.544/20 é o aumento da interação entre o ser humano, os animais e a natureza. Na visão do professor da UnB, a apresentação deste raciocínio beira o surreal. “Presume que as pessoas querem ter interação com o sangue, a morte e a extinção dos animais. Não consigo entender que tipo de benefício um PL como esse pode trazer ao país. Pelo contrário, pode reforçar a ideia de que o Brasil realmente não tem compromisso com a sua rica biodiversidade”, finaliza.

Conforme Enquete Pública realizada no site da Câmara, a ampla maioria da sociedade civil brasileira é contra a caça por esporte. O levantamento mostrou que 97% dos votantes (71.614 votos) se dizem “totalmente contrários” ao PL. Existe a possibilidade de o projeto ser submetido a audiência pública antes de voltar à apreciação da Câmara.

Pixabay

Sobre a Rede de Especialistas A Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) reúne cerca de 80 profissionais de todas as regiões do Brasil e alguns do exterior que trazem ao trabalho que desenvolvem a importância da conservação da natureza e da proteção da biodiversidade. São juristas, urbanistas, biólogos, engenheiros, ambientalistas, cientistas, professores universitários – de referência nacional e internacional – que se voluntariaram para serem porta-vozes da natureza, dando entrevistas, trazendo novas perspectivas, gerando conteúdo e enriquecendo informações de reportagens das mais diversas editorias. Criada em 2014, a Rede é uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Os pronunciamentos e artigos dos membros da Rede refletem exclusivamente a opinião dos respectivos autores. Acesse o Guia de Fontes clicando aqui.

N.R.: tentativas como esta me fazem sentir vergonha de viver no Brasil atual.

Receitas com cascas de frutas: benefícios para a saúde e para o meio ambiente

De acordo com a ONU, aproveitamento das cascas de frutas ajuda no combate às mudanças climáticas; o consumo também traz vantagens para o organismo, segundo a nutricionista do Oba Hortifruti, Renata Guirau

Se você tem o hábito de jogar as cascas das frutas no lixo, hora de repensar nessa prática! De acordo com a última edição da Semana do Clima da América Latina e Caribe, promovida pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), reduzir o desperdício dos alimentos é uma alternativa para combater as mudanças climáticas. E, uma ótima ideia para ajudar o meio ambiente e ainda contribuir com a saúde, é aproveitar essa parte que joga-se fora através do consumo.

Segundo a nutricionista do Oba Hortifruti, Renata Guirau, as cascas das frutas são muito ricas em fibras, vitaminas, minerais e fitoquímicos, e consumi-las é muito benéfico para o organismo, já que contribui para o aporte de nutrientes do corpo.

“A maçã, por exemplo, guarda a maioria dos seus antioxidantes e fibras na casca, enquanto a jabuticaba também preserva a maioria dos seus fitoquímicos nessa parte, que muita gente joga fora”, ressalta a especialista.

Já as frutas que não têm as cascas tão palatáveis para serem consumidas in natura, podem ser incorporadas à receitas. “Na forma de preparações, nosso organismo faz o mesmo aproveitamento que faria se consumíssemos na forma in natura”, explica a profissional.

A casca da banana pode ser transformada em farofa, a entrecasca da melancia pode ser servida na forma de doce e a do maracujá fornece uma excelente farinha para ser usada no preparo de tortas e bolos.

Higienização

Quer apostar no consumo e no preparo de receitas com cascas de frutas? Então, não esqueça de fazer uma boa higienização! “O ideal é fazer a limpeza da fruta em água corrente, utilizando uma bucha limpa e detergente neutro. Depois de feito o enxágue, devemos deixar de molho por meia hora em solução de hipoclorito e água, para eliminar possíveis bactérias presentes nas cascas, principalmente as que serão consumidas in natura. A última etapa é feita com um enxágue em água corrente”, orienta Renata. Para secar, deixe em ar ambiente ou use um papel toalha descartável.

Confira agora as receitas sugeridas pela nutricionista

Doce de casca de laranja

Ingredientes
Casca de 2 laranjas picadas
2 colheres de sopa de açúcar cristal
2 colheres de sopa de farinha de linhaça

Modo de preparo:
Deixe as cascas de laranja de molho por cerca de 12 horas, trocando a água a cada 2 a 3 horas. Coloque o açúcar em uma panela e forme uma calda açucarada. Acrescente as cascas de maçã e a farinha de linhaça. Mexa até formar consistência de doce de colher.

Suco de casca de abacaxi

Ingredientes
Casca de 1 abacaxi médio
1 xícara de chá de erva cidreira picada
1 litro de água gelada
1 xícara de chá de gelo

Modo de preparo:
Bata tudo no liquidificador, coe e sirva em seguida.

Geleia de casca de maçã

Ingredientes
Cascas de 4 maçãs
½ xícara de chá de açúcar
Suco de 1 limão
1 xícara de chá de água

Modo de preparo
Coloque em uma panela as cascas de maçã, o suco do limão e a água. Deixe cozinhar com a panela tampada por 5 minutos. Retire do fogo e bata no liquidificador. Volte a mistura para a panela e acrescente o açúcar. Cozinhe em fogo baixo, sem parar de mexer, até formar ponto de geleia. Se desejar, pode acrescentar cravo-da-índia ou canela-em-pau na segunda etapa de cocção. Coloque em um pote de vidro e leve para gelar antes de servir.

Brigadeiro de casca de banana

Ingredientes
Cascas de 2 bananas
1 lata de leite condensado
1 colher de sopa de manteiga
2 colheres de sopa de cacau em pó

Modo de preparo
Bata as cascas de banana no liquidificador ou mixer (se necessário, acrescente um pouco de água). Em uma panela, derreta a manteiga e acrescente o leite condensado e o cacau em pó. Cozinhe em fogo baixo. Quando começar a ferver, adiciona a casca de banana batida e cozinhe até que mistura de solte da panela.

Sorvete de manga

Ingredientes:
2mangas picadas com casca
3 xícaras de chá de água
1 envelope de gelatina sem sabor, hidratado conforme instruções da embalagem
1 xícara de chá de açúcar ou adoçante culinário em pó

Modo de preparo
Bata as mangas no liquidificador ou mixer. Em uma panela, coloque a água e o açúcar e cozinhe até começar a formar uma calda. Desligue o fogo e acrescente a gelatina sem sabor e a manga batida. Deixe esfriar um pouco e leve ao freezer por 2 horas. Retire do freezer e bata a massa com uma batedeira. Sirva em seguida.

Fonte: Oba Hortifruti

Confira cinco atitudes para levar uma vida com lixo zero

A TerraCycle , líder global em soluções ambientais de resíduos de alta complexidade, preparou uma lista com cinco atitudes para ajudar as pessoas a produzirem menos lixo ou a darem a destinação correta aos resíduos. A tarefa é urgente e precisa virar hábito, uma vez que, segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos , produzido pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), só em 2019 o país gerou 79,1 milhões de toneladas de lixo.

Ainda segundo o estudo, o brasileiro produz individualmente, em média, 379,2 kg de lixo ano após ano, ou o equivalente a 1 kg por dia. “Mesmo que a coleta seletiva e a destinação do lixo residencial dependam de ações do governo, todos podem contribuir individualmente para atenuar a situação”, aponta a analista de Marketing e Relacionamento na TerraCycle, que também é credenciada como consultora Lixo Zero pelo Instituto Lixo Zero Brasil, Gabriella Rocha. Foi pensando nisso que a TerraCycle separou uma lista com cinco atitudes que certamente vão ajudar quem queira aderir ao projeto de vida amigo do meio ambiente.

1 – Repensar sua motivação de consumo. É importante sempre considerar o porquê estamos comprando determinado produto e o que será feito com ele depois do uso. Existe uma forma de descarte sustentável? Se não, vale reconsiderar a compra.

2 – Recusar itens descartáveis. Canudos, copos plásticos, guardanapos, sacolas de supermercado, talheres de delivery – todos esses itens têm substituições simples e fáceis de carregar na bolsa. É possível montar um mini kit lixo zero e garantir que, dentro ou fora de casa, você não gere mais lixo com itens desnecessários.

3 – Pesquisar e comprar de marcas conscientes. Você sabe se as marcas que consome oferecem opções de logística reversa ou refil para suas embalagens? A fabricação dos produtos é ambientalmente consciente? Todas essas questões pesam e contribuem para que uma marca continue fabricando e vendendo sem preocupação ambiental ou repense sua cadeia produtiva.

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4 – Separe seu lixo. Hoje em dia, mesmo que alguns municípios não ofereçam o serviço de coleta seletiva, existem catadores, cooperativas e pontos de entrega voluntária que recebem os principais itens recicláveis. Se informe na sua região e evite que materiais que poderiam ser aproveitados tenham como destino aterros sanitários ou até mesmo lixões. Você também pode compostar seus resíduos orgânicos utilizando uma composteira doméstica ou algum serviço de coleta e compostagem desse material.

5 – Se junte a um programa de reciclagem da TerraCycle. Eles são gratuitos e oferecem soluções para materiais complexos, de difícil reciclagem. Você pode enviar pelos Correios sem pagar nada ou entregar em um dos nossos pontos públicos de coleta.

Informações: TerraCycle

Conheça o jeans produzido com um copo d’água

Malwee dá um novo passo em direção a um jeans com menor impacto para a natureza, com redução de 98% de água no processo fabril

Anunciado no fim do ano passado, o reposicionamento de marca da Malwee, Moda Sem Ponto Final, defende uma moda mais durável, versátil, sustentável e consciente. Com o Lab Malwee Jeans, a primeira lavanderia 5.0 da América Latina, a marca produz todos os jeans com redução de mais de 80% de água no processo de fabricação. Agora, o jeans mais sustentável do Brasil evoluiu. Em 20 de maio último, Dia Mundial do Jeans, a Malwee lançou oficialmente, nas lojas físicas e online, as primeiras peças produzidas com um único copo d’água, que equivale a uma redução de 98% deste líquido.

São dois modelos de calça; skinny feminina e slim masculina, que chegam ao mercado com o preço semelhante aos demais produtos da marca. “O fato de ser produzida com tecnologia que permite tamanha economia de água, não significa que o valor do produto será elevado. Elas custam o mesmo preço de uma calça jeans produzida da forma convencional. Além disso, todas as peças são confeccionadas com a mesma garantia flex jeans, trazendo, além da sustentabilidade, o conforto e a qualidade do jeans que não laceia”, explica Jaqueline Devegili, Coordenadora de Estilo do Jeans da Malwee.

O processo fabril do novo jeans da Malwee apresentou uma economia de mais de 7 milhões e 600 mil litros de água na produção de 127 mil peças. Essa quantidade de água seria suficiente para abastecer uma família de três pessoas pelo período de 63 anos. Sobre a tecnologia utilizada, Luiz Thiago de Freitas, Gerente Industrial Têxtil da Malwee, explica que esse resultado pôde ser alcançado a partir da junção de diferentes processos.

Tecnologia ditando tendências

“Ao contrário do modo tradicional de produzir o jeans, no qual muitos processos químicos usam água para obter os efeitos de lavagem, puídos e rasgos na peça, no Lab Malwee Jeans esses efeitos são produzidos com laser. Eles são desenhados em um software e aplicados por um equipamento de alta precisão. Os feixes de laser, nessa fase do processo, substituem grande parte da água e os químicos nocivos, que seriam utilizados num processo convencional”, afirma Freitas.

Já no processo úmido, a água é substituída por ozônio para obter os efeitos de clareamento das peças. A aplicação de amaciantes é feita através de uma tecnologia de nanobolhas, que ao invés de aplicar o produto com água, o aplica diretamente na peça por meio de uma nuvem de nanopartículas. Além disso, toda a água usada nesse processo é tratada internamente por um equipamento chamado H2Zero, para então voltar ao sistema. “Essa água fica num circuito fechado e é reaproveitada na produção de novas peças. A reposição necessária é feita apenas pela perda em evaporação”.

Para produzir as roupas em jeans com um processo muito mais sustentável que o convencional, a Malwee investiu 9 milhões de reais e montou um laboratório de desenvolvimento, que conta com tecnologia inédita na América Latina, embarcada da Espanha e desenvolvida pela empresa Jeanologia. Segundo a companhia, além da Malwee, apenas outras quatro empresas no mundo possuem esse tipo de processo completo para a fabricação de jeans, conhecido como “Lavanderia 5.0”.

A Moda Sem Ponto Final da Malwee

Todo esse investimento tem como objetivo viabilizar o desenvolvimento de práticas mais sustentáveis, e possibilitar que a moda seja feita de forma mais limpa e com menos impacto para o planeta. O Lab Malwee jeans é mais uma iniciativa que busca revolucionar o jeito de fazer jeans, possibilitando o consumo de um produto pelo mesmo preço de antes, mas feito de uma forma completamente diferente. “Água é vida e sem esse recurso não há futuro. A indústria da moda precisa buscar alternativas para desenvolver produtos com menos impacto e, mais do que isso, buscar formas de conscientizar os consumidores para um novo jeito de vestir”, diz Guilherme Moreno, Gerente de Marketing da Malwee.

As calças jeans da Malwee produzidas com apenas um copo d’água estão disponíveis nos tamanhos 34 a 48 no modelo feminino e do 36 ao 48 no modelo masculino. Elas podem ser encontradas no e-commerce da marca e nos mais de 20 mil pontos de vendas do Brasil, entre multimarcas e lojas fidelizadas Malwee.