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Prevenção à obesidade, médica lista 10 alimentos que não parecem, mas engordam

Alguns alimentos podem até serem saudáveis, mas têm calorias altas e podem representar uma verdadeira cilada para as dietas se consumidos em alta frequência e quantidade. O alerta é da médica nutróloga Ana Luisa Vilela, de São Paulo, especialista em emagrecimento. Ela lista os dez vilões da balança, que enganam muita gente.

Mingau de aveia: ele se tornou o queridinho das dietas por ser rico em fibras e garantir saciedade e assim fica mais fácil controlar a compulsão, mas o sabor de infância que muita gente atribui ao prato pode descontrolar a quantidade. A dica é substituir por um iogurte natural.

Purê de batata-doce: “Apesar da batata-doce conter baixo índice glicêmico, uma boa saída para cair ainda mais este índice é trocar pela abóbora, que é mais magrinha”, fala Ana.

Suco de laranja ou uva: não é porque é suco natural de fruta que está liberado. A médica revela que opções como limão ou maracujá apresentam bem menos calorias.

Abacate, manga ou uva: ”A preferência deve ser por pera, maçã ou morango, que possuem índice glicêmico bem mais baixo”, avisa a especialista.

George Hicks/Pixabay

Arroz integral ou macarrão integral: não é porque são integrais que são a melhor escolha. “Eles podem ser trocados por arroz de couve-flor, macarrão de abobrinha ou de palmito pupunha — bem mais nutritivos e saudáveis, além de mais enxutos nas calorias”.

Açaí: apesar de ser rico em antioxidante e anti-inflamatório e fibras, é calórico principalmente quando adicionado de xarope, leite em pó, granola e outros. Por isso pode ser substituído por frutas congeladas e batidas no liquidificador.

Foto: Max Straeten / Morguefile

Mel ou açúcar mascavo: uma colher de sopa de mel tem, em média, 61 calorias. Já o açúcar mascavo é fonte de ferro e cálcio, mas também é bastante calórico e não deve ser consumido em excesso (73 calorias em uma colher de sopa) a troca pode ser por adoçantes naturais de xiliton ou estévia.

Óleo de coco ou azeite: “Apesar de serem considerados gorduras boas a médica lembra que as quantidades não devem ser exageradas. “Um pequeno fio é suficiente para temperar um prato cheio de salada, por exemplo”, fala a médica.

Chocolate 70% cacau: pode ser trocado por alfarrobas já que enquanto o cacau possui até 23% de gordura, o mesmo índice na alfarroba é de apenas 0,7%, o que faz dessa vagem uma boa opção para quem está em processo de emagrecimento.

Refrigerantes e sucos diet: sempre que possível devem ser trocados por água com limão ou aromatizada. “Um refrigerante diet pode até apresentar menos calorias, mas possuem ingredientes artificiais, aromas e sódio e nenhum benefício nutricional. Por isso não devem ser consumidos de forma abusiva”, finaliza a nutróloga.

Fonte: Ana Luisa Vilela é graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Itajubá — MG, especialista pelo Instituto Garrido de Obesidade e Gastroenterologia (Beneficência Portuguesa de São Paulo) e pós-graduada em Nutrição Médica pelo Instituto Ganep de Nutrição Humana também na Beneficência Portuguesa de São Paulo e estágio concluído pelo Hospital das Clinicas de São Paulo — HCFMUSP. Hoje, está à frente da rede da Clínica Slim Form.

Nutricionista explica como a obesidade afeta a saúde da pessoa como um todo

A obesidade é considerada uma Doença Crônica Não Transmissível (DCNT) e uma das principais causas de mortalidade

A obesidade é uma condição caracterizada pelo acúmulo de gordura no corpo causado quase sempre por um consumo de energia na alimentação superior àquela usada pelo organismo para sua manutenção e realização das atividades do dia a dia, ou seja, a ingestão alimentar é maior que o gasto energético correspondente.

Segundo os dados da pesquisa Vigitel 2021, quase seis em cada dez brasileiros (57,25%) estavam com sobrepeso. O índice representa uma oscilação negativa pequena em relação ao ano anterior, quando ficou em 57,5%. Antes da pandemia, em 2019, a taxa era menor, de 55,4%.

A condição era maior entre homens (59,9%) do que entre mulheres (55%). Já na distribuição por faixas etárias, o problema era mais incidente nas faixas de 45 a 54 (64,4%), 55 a 64 (64%) e 35 a 44 (62,4%).

Hoje, 11 de outubro, é Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. Fernanda Mondin, Head de Nutrição da orienteme, health tech que oferece saúde psicológica e nutricional aos colaboradores de empresas, explica que a obesidade é considerada uma Doença Crônica Não Transmissível (DCNT) e uma das principais causas de mortalidade. As pessoas com obesidade, ou seja, com Índice de Massa Corporal acima de 30kg/m², têm maior probabilidade de desenvolver outras comorbidades como pressão alta, diabetes, doenças cardiovasculares e até câncer.

Além disso, a pessoa obesa pode ter questões emocionais envolvidas, como depressão, ansiedade e estresse. A dificuldade na locomoção, baixa autoestima, fadiga e cansaço também podem afetar esse indivíduo.

Para ela, as questões que fazem da geração atual ser a mais obesa da história do Ocidente é o aumento do consumo de ultraprocessados. “Esses alimentos, por serem práticos e mais baratos, são muitas vezes escolhidos no lugar de um ‘alimento de verdade’. Os ultraprocessados, se consumidos em excesso, podem gerar diversos danos à saúde, fora a obesidade em si. Isso porque são alimentos produzidos com adição de muitos ingredientes maléficos à saúde, como sal, açúcar, óleos vegetais, conservantes, corantes, entre outros.

A geração atual ‘desembala mais e descasca menos’, muitas vezes, pela falta de conhecimento, mas também pelo aumento do preço dos alimentos e até pela dificuldade na organização”, comenta Fernanda.

Obesidade e a produção no trabalho

Uma pessoa obesa normalmente sente mais cansaço e isso afeta diretamente sua produção do trabalho e qualidade de vida. “A obesidade interfere na produtividade, não só pela fadiga e cansaço frequentes, mas também por aumento do absenteísmo no trabalho devido a problemas de saúde como alteração da pressão arterial e/ou açúcar no sangue”, explica e exemplifica Fernanda.

Então, o acompanhamento multidisciplinar é extremamente importante para a saúde dessas pessoas. Isso porque, na maioria dos casos, as questões física, alimentar e emocional estão presentes em pacientes obesos. O tratamento em conjunto, com um profissional nutricionista, orientador físico e terapeuta é muito mais eficaz, além, claro, de um médico especialista, normalmente um endocrinologista.

Fonte: orienteme

Dia Nacional de Prevenção da Obesidade: como quilos a mais podem complicar nossa vida

Sobrepeso atinge mais da metade da população brasileira e é gatilho para doenças graves como artrose, Alzheimer e até problemas neurológicos

Hoje (11) se comemorada o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. O excesso de gordura corporal é um problema que ultrapassa a questão estética dos quilos a mais na balança. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/2020) indicam que um quarto dos adultos brasileiros estão em um quadro de obesidade e 60% da população adulta do país está acima do peso. E o aumento da obesidade em crianças tem preocupado o mundo. Segundo a OMS, hoje temos 1 bilhão de pessoas obesas; 39 milhões são crianças que já começam a apresentar problemas sérios de saúde.

Além de estar diretamente associada a doenças cardíacas como hipertensão e infarto, a obesidade pode levar a outros problemas graves de saúde. A endocrinologista do Hospital Marcelino Champagnat, Luiza Esteves, explica que a circunferência abdominal é um dos principais indicadores do excesso de gordura. “A maneira mais simples para confirmar é com a fita métrica. Homens com circunferência acima de 90 centímetros e mulheres com mais de 80 devem ficar atentos, já que isso é indicativo de que a gordura pode não estar apenas no subcutâneo, mas nos órgãos, o que traz consequências graves, como doenças cardiológicas, diabetes, demência e aumento do risco de alguns tipos de câncer”, esclarece. O excesso de peso nas articulações, desequilíbrio hormonal, disfunção em órgãos como o fígado, que é diretamente afetado pelo acúmulo de gordura, e até em áreas mais delicadas como no coração, são algumas das complicações que a doença pode causar.

Joelhos
O sobrepeso é o que mais acelera a artrose, desgastando rapidamente as cartilagens, demandando tratamento com fisioterapia e, muitas vezes, cirurgias. “A degeneração da cartilagem do joelho é progressiva e a principal causa é o envelhecimento. Quando associado ao excesso de peso, esse processo acaba transformando um joelho saudável em um potencialmente desgastado muito mais rápido. É como se o joelho envelhecesse de forma acelerada até chegar ao momento que a dor limita, inclusive, a realização das atividades do dia a dia, como curtas caminhadas”, afirma o ortopedista Antônio Tomazini.

Doenças Neurológicas
Demências como Alzheimer estão entre os problemas agravados pela obesidade, o que ocorre pela atividade e pelo fluxo sanguíneo cerebral que estão proporcionalmente ligados ao peso. “Quanto maior o índice de massa corporal (IMC) de uma pessoa, maiores são as chances dela ter não só o Alzheimer como demais doenças neurodegenerativas. Isso acontece porque problemas como hipertensão arterial e diabetes, que são agravadas pela obesidade, têm relação direta com a perda cognitiva”, destaca a neurologista Patrícia Coral. A recomendação é que portadores de doenças neurodegenerativas realizem regularmente estímulos físicos.

Envato

Combate à obesidade
Em casos graves, a cirurgia bariátrica é indicada para tratamento de pessoas com IMC superior a 40. “A bariátrica é uma ferramenta de tratamento para a obesidade mórbida, mas não é definitiva porque depende muito do paciente”, conta o cirurgião bariátrico do Hospital Marcelino Champagnat, Alcides Branco. “A cirurgia é eficaz se novos hábitos de vida forem adotados pelo paciente, especialmente os alimentares. O procedimento não pode ser usado só para emagrecer, mas também para manter as vitaminas em um padrão saudável e, principalmente, perder peso o suficiente para recuperar a saúde”, complementa Branco.

Atitudes urgentes
Medidas de prevenção devem ser constantes em todas as etapas da vida para evitar casos graves de obesidade. Para isso, além da atividade física regular, é preciso uma alimentação mais equilibrada, diminuindo a quantidade de açúcar refinado, bebidas com adição de açúcares (como refrigerantes e sucos artificiais) e de carboidratos simples na dieta, além do sono regulado. “Essas medidas são importantes para diminuir o acúmulo de gordura nos órgãos e promover mais saúde de maneira geral”, ressalta a endocrinologista Luiza Esteves.

Fonte: Hospital Marcelino Champagnat

Dia da Saúde e Nutrição: 20% de todos os cânceres possuem relação direta com a obesidade

Dados apontam que 13 tipos de câncer são ligados ao excesso de gordura corporal; Especialista comenta como evitar os fatores de risco para uma vida mais saudável

hoje, 31 de março, é o Dia da Saúde e Nutrição, uma boa data para se lembrar que ter uma dieta rica em alimentos que contribuem com o sistema imunológico é fundamental em todos os pilares da vida, sem distinção de faixa etária. A partir dela, é possível evitar a obesidade, prevenir doenças – incluindo o câncer -, ter uma melhor qualidade de vida e diversos outros benefícios.

Considerando a relação entre alimentação e aumento no risco de incidência de câncer, para aqueles que desejam investir em mudanças de hábitos que efetivamente favoreçam seu bem estar, é importante ter bom senso. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% dos casos de câncer poderiam ser evitados se os fatores de risco não fossem aplicados pelos pacientes no dia a dia. Dentre eles, é possível citar: má alimentação, sedentarismo, ingestão de bebidas alcoólicas, alimentos ultraprocessados, entre outros.

Riscos

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os números da doença tendem a crescer nos próximos anos. E esse fator vem ainda acompanhado de uma perspectiva ligada ao ganho de peso da população. Ao todo, cerca de 13 tipos de câncer já possuem alguma relação com a obesidade, sendo os mais comuns, os de fígado, mama, tireoide, ovário, rim, pâncreas e estômago.

E essa é uma realidade que tende a evoluir de forma negativa: até 2025 serão 29 mil novos casos de câncer causados pelo excesso de peso (4,6% do total) segundo o estudo epidemiológico, feito em colaboração com a Harvard University (Estados Unidos) e publicado em 2018.

“A obesidade é a segunda maior causa evitável da doença, perdendo apenas para o tabagismo. No entanto, devido a diminuição do número de fumantes, é esperado que nos próximos anos ela seja a condição prevenível mais comum. E, além do câncer, vale lembrar que problemas como diabetes, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e doenças cardiovasculares podem ser evitadas a partir de medidas simples para controle do excesso de peso”, comenta Daniel Gimenes, oncologista da Oncoclínicas em São Paulo.

Prevenção

Segundo o especialista, é imperativo o desenvolvimento de políticas públicas focadas em orientar a sociedade sobre hábitos alimentares pouco saudáveis, como ingestão de gorduras, açúcares e produtos industrializados em excesso. “Fast-food, salgadinhos de pacote, embutidos, sucos de caixinha, refrigerantes e ultraprocessados em geral são os responsáveis pelo aumento da incidência de sobrepeso e obesidade entre a população nos mais diversos países, inclusive o nosso. Estes fatores elevam os riscos de incidência de câncer e devem ser diretamente evitados em todas as fases da vida”, explica.

A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer analisou em 2016, através de diversos estudos, evidências comprovando que a ausência de gordura corporal excessiva reduz o risco de câncer. Contudo, a OMS estima que 20% de todos os cânceres possuem alguma relação com a obesidade.

O médico reforça ainda que manter uma alimentação equilibrada é a chave para a diminuição da progressão dos casos de câncer. “A dieta saudável é aquela que o indivíduo tem a orientação de um nutricionista ou nutrólogo e que tenha um cardápio composto de alimentos integrais, frutas, verduras, proteínas de carne branca, além de limitar o consumo de carne vermelha, carnes defumadas e processadas e a ingestão de bebidas açucaradas e alcoólicas em geral”, finaliza Gimenes.

Fonte: Oncoclínicas


Psicóloga e especialista do sono aponta 4 motivos que podem causar insônia

A insônia é um dos quadros mais graves do sono e que afeta milhares de pessoas no Brasil e no mundo. Apesar de não ser o único problema relacionado ao sono, é certamente um dos mais presentes na vida de quem não consegue dormir.

Para Laura Castro, psicóloga e sócia-fundadora da Vigilantes do Sono, primeiro programa digital de terapia cognitiva-comportamental para insônia (TCC-I) no Brasil, noites de insônia podem ocorrer eventualmente e ter como causa motivos distintos. “Ter noites de insônia diante de acontecimentos que nos agitam é normal. A insônia é uma resposta comum ao estresse e ocorre quando ficamos em estado de alerta”, diz. A especialista aponta que a perda de sono também está bastante relacionada a certos hábitos, como exposição excessiva à luz ou irregularidade nos horários de dormir.

Mesmo com uma série de motivos que podem fazer com que o indivíduo não consiga dormir, Laura aponta que a insônia crônica deve ser encarada com mais atenção. “A insônia crônica, por outro lado, que consideramos clinicamente relevante, persiste por meses e a frequência com que ocorre também é um critério importante para o diagnóstico clínico”.

De acordo com a especialista, são diversos os motivos que podem levar ao quadro mais grave da insônia. De modo geral, entretanto, ainda que existam outras condições médicas envolvidas e desafiando o sono, como dores crônicas, estão em nossos hábitos as razões pelas quais os sintomas de insônia se perpetuam. Abaixo, ela destaca quatro dos principais fatores que podem causar a perda de sono.

Estresse

É uma das condições que mais afeta o sono e pode desencadear diversos problemas de saúde. Segundo Laura, questões como dificuldades no trabalho ou estudo, brigas ou problemas de relacionamento, acidentes ou traumas, o recebimento de um diagnóstico que ameaça a vida, a maternidade e a paternidade são todos acontecimentos comuns da vida que podem causar estresse que, por consequência, desencadeia problemas no sono. “Isso acontece porque ficamos em um estado de alerta, o corpo se prepara para responder com rapidez, liberando hormônios e substâncias que nos mantém acordados para pensar, repensar, planejar, ou que nos impede de chegar em certas fases do sono para encontrar memórias que nos assombram”, ressalta Laura.

Ansiedade

Bem como o estresse, a ansiedade coloca o indivíduo em uma situação de agitação que possivelmente afetará o sono. Isso acontece, inclusive, quando há expectativa para que algo bom ocorra, como a véspera de uma viagem ou a expectativa de promoção no trabalho.
“São coisas que, apesar de serem positivas, geram uma ansiedade para que o momento esperado chegue logo na maioria das vezes, mas tantas outras como receio pelo desconhecido. Isso costuma ser a causa de comportamentos e hábitos que atrapalham a higiene do sono e podem perpetuar quadros de insônia aguda”, aponta.

Obesidade

Há condições físicas e doenças que predispõem as pessoas a desenvolverem distúrbios do sono e, neste cenário, a obesidade é uma delas. A condição aumenta as chances de apneia do sono, que pode, posteriormente, causar insônia também. Laura ressalta a importância de exercícios físicos como forma de ajudar no combate tanto da obesidade como dos problemas de sono. “A atividade física pode operar milagres. É recomendável exercícios que fazem a gente suar a camisa e gastar bastante energia, assim como os que proporcionam relaxamento intenso, como os praticados na água. O cuidado importante, é não fazer atividade física próxima ao horário de dormir, principalmente para quem já sofre por insônia”, destaca.

Pandemia

Embora a insônia já fosse algo que atingia milhares de pessoas mesmo antes da pandemia, o cenário de incerteza que tem acompanhado a disseminação do vírus é, ainda, um catalisador para o problema. O momento atual, que impede o convívio social, trouxe instabilidade econômica para muitas famílias, além do luto para aqueles que perderam entes queridos, é único na história recente e tem impactado de forma significativa a qualidade do sono das pessoas. “Como já é sabido, a era em que vivemos impede que nos encontremos com amigos, nos deixa mais sedentários, uma vez que passamos a ficar mais tempo em casa, sem contar com o excesso de exposição às telas, o que para muitos é uma realidade. Todos esses pontos são prejudiciais não apenas para o sono, mas também para a qualidade de vida no geral. Precisamos nos observar em relação aos sintomas para que a insônia ou outros distúrbios do sono não prejudiquem o nosso dia a dia ou levem à doenças mais graves”, finaliza a psicóloga.

Fonte: Vigilantes do Sono

Dia Mundial da Obesidade: há relação entre ansiedade e obesidade?

Nutróloga Esthela Oliveira comenta sobre o tema nesses tempos pandêmicos e faz um alerta sobre o aumento dos casos de sobrepeso na pandemia

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 1 bilhão de pessoas já sofrem com o sobrepeso em todo o globo, número que se intensificou durante a pandemia do novo coronavírus. Estima-se que, até 2025, ao menos 20% da população brasileira adulta esteja obesa. Segunda a nutróloga Esthela Oliveira, este cenário se dá especialmente pelos altos níveis de estresse a que fomos submetidos após o surto de Covid-19.

“Desde que a pandemia começou, diversos estudos mostraram o aumento de casos de depressão, ansiedade e burnout, condições totalmente relacionadas ao estresse excessivo. A questão é que junto com elas vem as mudanças no estilo de vida e na alimentação, induzindo a um maior consumo calórico e ao sedentarismo, que levam diretamente ao sobrepeso”, analisa a nutróloga.

Não é de hoje que sabemos que o alto consumo calórico, especialmente de alimentos doces, traz a sensação de alívio para o estresse, mas Esthela explica que, como consequências deste looping de desequilíbrio emocional e alimentar, não há outro resultado senão um conjunto de comorbidades associadas à obesidade, como diabetes, doenças cardiovasculares e hipertensão.

“O cortisol liberado nos picos de ansiedade e estresse também estimula a liberação de adrenalina e insulina no organismo, como uma resposta metabólica de defesa, para fornecer mais energia aos músculos. No entanto, como isso acontece diversas vezes ao longo do dia, o sistema nervoso central entende que precisa de muito mais energia para sobreviver, fazendo com que a pessoa consuma mais comida, principalmente as altamente calóricas, para fazer essa reserva energética e trazer mais saciedade, resultando a longo prazo em diversos prejuízos à saúde”, explica a nutróloga.

Shutterstock

Além disso, a especialista ressalta que pessoas que sofrem com ansiedade, depressão e estresse, costumam se exercitar menos, o que durante a pandemia se tornou ainda mais comum, dificultando a manutenção ou perda de peso. “Por essa razão, reforçamos a importância de realizar um acompanhamento médico multidisciplinar, mesmo durante a pandemia, que abranja o tratamento do paciente em todas as esferas, para ajudá-lo a encontrar um equilíbrio entre a saúde emocional e física, adequando a dieta ideal a hábitos de vida que tornem sua rotina mais saudável e menos estressante”, conclui Esthela.

Fonte: Esthela Oliveira é médica do esporte, pós-graduada em nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), pós-graduada em Medicina Integrativa pelo Albert Einstein, conexão mente-corpo (Harvard). CEO e fundadora da Side Clinic.

Você realmente precisa tomar suplemento de vitamina D? Menopausa pode ser uma razão

Anos atrás, os médicos estavam preocupados principalmente com a deficiência de vitamina D em crianças. Os alimentos foram fortificados com vitamina D para prevenir a doença óssea chamada de raquitismo. Sabe-se agora que o raquitismo foi apenas a ponta do iceberg – pessoas mais velhas também correm alto risco de deficiência de vitamina D.

De acordo com um estudo publicado na Age and Aging, revista médica oficial da Sociedade Britânica de Geriatria, a deficiência de vitamina D pode contribuir para a osteoporose, fraqueza muscular, fraturas de quadril, diabetes, câncer, doenças cardíacas, artrite e problemas de saúde geral.

Obter vitamina D apenas de fontes alimentares naturais (não fortificadas) é difícil, pois são poucos os alimentos que fornecem este nutriente. Para muitas pessoas, consumir alimentos enriquecidos ou se expor à luz solar é suficiente para manter um status saudável de vitamina D. No entanto, alguns grupos específicos podem precisar de vitamina D suplemento para atender às suas necessidades de forma adequada.

Os sinais e sintomas de deficiência de vitamina D incluem baixa imunidade, fadiga constante, dores musculares, perda óssea, cicatrização lenta, perda de cabelo, depressão e ansiedade. Se você não tem certeza se está em risco de deficiência de vitamina D, um exame de sangue específico, pedido pelo seu médico, apresentará o melhor resultado diagnóstico.

Os grupos a seguir estão entre aqueles com maior risco de deficiência de vitamina D.

Adultos com mais de 55 anos

O envelhecimento definitivamente tem suas vantagens: você está mais inteligente e confiante do que nunca e pode até estar desfrutando de uma vida tranquila de aposentadoria. Mas algumas pessoas podem se tornar menos ativas, tornando difícil passar tanto tempo ao ar livre e, consequentemente, obtendo menos vitamina D. Além disso, o envelhecimento da pele não permite sintetizar a vitamina D com a mesma eficiência. Então, a menos que você esteja tomando um suplemento diário de vitamina D, há uma boa chance das suas taxas ficarem aquém do nutriente vital.

Mulheres no pós-menopausa

As mudanças hormonais são responsáveis ​​pela maioria dos efeitos da menopausa, incluindo um risco aumentado de certas doenças e condições. Quando o estrogênio cai, o risco de osteoporose e doenças cardíacas aumenta – assim como a tendência a sofrer de sintomas como ondas de calor, mudanças de humor e secura vaginal. Para combater isso, vitaminas e suplementos podem ser um componente-chave dos cuidados de uma mulher durante e após a menopausa, mas o processo de decidir quais suplementos tomar requer um acompanhamento médico. Entre os complementos vitamínicos mais comumente indicados estão o cálcio, vital para a saúde óssea e especialmente importante durante a menopausa, quando a diminuição do estrogênio torna as mulheres propensas à osteoporose; e a vitamina D, que também ajuda na saúde óssea, na hipertensão, asma, alergias e possivelmente a prevenir câncer de mama.

Pessoas com exposição solar limitada

Se você trabalha em um ambiente fechado durante o dia todo, provavelmente não vê o sol. Por isso é improvável que as pessoas com ocupações que limitam a exposição ao sol obtenham vitamina D adequada da luz solar. Isso torna uma suplementação e uma dieta inteligente a chave para se manter saudável. O uso de protetor solar também limita a síntese de vitamina D a partir da luz solar. No entanto, como a extensão e a frequência do uso de filtro solar são desconhecidas, o papel que o protetor pode desempenhar na redução da síntese de vitamina D não é tão claro.

Adeptos de dietas veganas

StudioOne/Pixabay

Como a maioria dos alimentos que contêm naturalmente vitamina D são de origem animal, como salmão selvagem, queijo, gema de ovo e produtos fortificados (leite e iogurte), excluí-los da dieta pode levar a uma deficiência do nutriente. De fato, muitas formas de dietas limitantes, incluindo veganismo, algumas formas de vegetarianismo e pessoas com intolerância à lactose, estão associadas a taxas mais baixas de vitamina D.

Para suprir essa necessidade, outros produtos de origem vegetal podem ser incluídos na alimentação, como o leite de soja fortificado, tofu, cogumelo shitake. Embora estes alimentos tenham muito menos nutrientes do que as fontes animais, eles sempre ajudam. No caso de suplementação multivitamínica, compostos à base da microalga chlorella, podem ser a melhor opção vegana.

Pessoas com pele mais escura

Vários relatórios mostram níveis consistentemente mais baixos de vitamina D em pessoas de pele mais escura. Isso porque elas têm mais melanina em sua epiderme, a camada mais externa da pele, o que torna mais difícil para o corpo produzir vitamina D a partir da luz solar. Se você tem a pele mais escura, deve confiar em fontes alimentares do nutriente ou uma suplementação, em vez da luz solar, para atingir seu nível diário de vitamina D.

Portadores de doenças que limitam a absorção de gordura

Como a vitamina D é lipossolúvel, sua absorção depende da capacidade do intestino de absorver a gordura da dieta. A má absorção de gordura está associada a condições médicas que incluem algumas formas de doença hepática, fibrose cística, doença celíaca, doença de Crohn e colite ulcerativa. Além de ter um risco aumentado de deficiência de vitamina D, as pessoas com essas condições podem não comer certos alimentos, como laticínios (muitos dos quais são fortificados com vitamina D), ou comer apenas pequenas quantidades desses alimentos. Indivíduos que têm dificuldade em absorver a gordura da dieta podem, portanto, precisar de suplementação de vitamina D.

Pessoas com porcentagens de gordura corporal mais alta

Aqueles com níveis mais altos de gordura total e abdominal são mais propensos a ter níveis mais baixos de vitamina D. Embora a obesidade não afete a capacidade da pele de sintetizar vitamina D, maiores quantidades de gordura subcutânea a sequestra. Portanto, pessoas obesas podem precisar de maior ingestão de vitamina D para atingir bons níveis. Mas isso não significa que se você está acima do peso está destinado a ser deficiente, apenas o exame médico pode descobrir se a sua taxa de vitamina D está no limite normal.

Indivíduos obesos que foram submetidos à cirurgia bariátrica também podem se tornar deficientes em vitamina D, pois parte do intestino delgado superior, onde a vitamina D é absorvida, é desviada.

Indivíduos que tomam determinados medicamentos

Pexels

Sim, os medicamentos podem ajudar a manter você saudável, mas isso não afasta os efeitos colaterais. Medicamentos corticoides, para perda de peso e outros para baixar o colesterol podem prejudicar o metabolismo da vitamina D. Se você tomar algum desses medicamentos, não deixe de consultar seu médico para descobrir a melhor maneira de atingir todas as suas marcas nutricionais desejáveis.

Se você for realmente deficiente em vitamina D, planeje ajustar sua dieta, caminhar ao ar livre ou tomar um complemento. Seu médico pode recomendar uma dose de suplemento e um plano de dieta ideal para você, com base nos resultados de seus exames de sangue individuais.

Dia da Gula: médico alerta para doenças provocadas pela obesidade

Médico especialista no tratamento da obesidade Cid Pitombo explica as principais doenças relacionadas à obesidade, indo além do colesterol alto

Hoje, 26 de janeiro, é o Dia da Gula e muitos aproveitam a data para celebrar o exagero na alimentação, esquecendo que é até mesmo um dos pecados capitais. Mas assim, como existe o dia de algumas doenças, foi também um dia criado para alertar quanto aos riscos de comer exageradamente. De acordo com o Vigitel 2020, 57,5% da população adulta do Brasil está com excesso de peso (era 55,7% em 2019) e 21,5% da população está com obesidade (era 19,8% em 2019).

O médico Cid Pitombo, que há mais de 20 anos trata obesos mórbidos, enfatiza que os maus hábitos alimentares são hoje os grandes causadores de diversos problemas de saúde, que cada vez mais cedo, começam a atingir até mesmo as crianças.

“Nossa sociedade criou alimentos irresistíveis, todos eles com um sabor maravilhoso, mas cheios de substâncias que nos fazem muito mal: tudo tem ou muito açúcar, ou sal em excesso, ou gordura além do recomendado. Até mesmo as farinhas que poderiam ser menos inofensivas, acabam se tornando vilãs, porque usamos muita gordura, que pode vir do óleo ou da manteiga, e o pior, da margarina. O sal é um dos conservantes mais usados nos alimentos industrializados. As pessoas comem produtos industrializados sem conhecer o que foi colocado neles. E aí, como não ter gula diante de alimentos tão convidativos?”

O médico lembra que é muito difícil controlar a ingestão em demasia quando estamos diante de pratos muito saborosos. “Por isso, para ajudar meus pacientes super obesos a perder peso até conseguirem chegar ao peso ideal para fazer uma cirurgia bariátrica, eu recomendo para que se afastem das maiores tentações: festinhas, hamburguerias, pizzarias, rodízios. É nesses locais que muitas vezes comemos muito além da conta. Mas também há muitos casos em que o exagero acontece dentro de casa”, diz.

Pitombo e sua equipe ensina as pessoas a escolherem alimentos ideais. “Não tem mágica. Depois da bariátrica, o obeso passa a ter uma grande aliada que é a perda de apetite provocada também pelas mudanças hormonais. Mas enquanto não opera, e existe vontade de comer mais, a solução é comer o que engorda menos, que são os vegetais, os legumes corretos, as frutas com menor quantidade de açúcar (frutose), as carnes magras, o leite desnatado, carboidratos na proporção certa, grãos e as folhas verdes. Tudo o mais natural possível”, explica.

Confira abaixo mais algumas dicas de Pitombo para emagrecer:

Foto: Live Science

-Troque o tipo de açúcar — converse com o nutricionista e veja qual adoçante é mais apropriado para o seu paladar. Há várias opções. E lembre-se sempre, há açúcar no bolo, no biscoito, no refrigerante. De preferência às frutas no dia a dia e quando o desejo de comer doce estiver forte. Morango, abacate, maçã, laranja lima, kiwi, pêssego, melão e melancia são boas opções com menor teor de frutose.
Beba bastante água — além de ser importantíssima para hidratar, e melhorar o funcionamento do organismo em diversos aspectos, a água pode ajudar a driblar a fome. Tente ingerir ao menos dois litros por dia. E de quebra, ajude a saúde dos seus rins. Com mais água, é possível ter melhora da pele, unhas e cabelos! A água favorece também o funcionamento do intestino e a digestão.

-Pratique exercícios — A atividade física é importante, mas sempre sob orientação para não ter lesões. A atividade física é fundamental para o bom funcionamento do sistema cardiovascular, pulmões e todos os seus órgãos. Além de se uma ótima higiene mental.
Estabeleça prazos factíveis — Nada se consegue da noite para o dia. Nem mesmo mudar os hábitos alimentares ou praticar atividade física. Porque tudo que se conquista à base de muito sofrimento, pode ser abandonado. Crie metas e vá aumentando aos poucos.
-Coma nas horas certas – ficar muito tempo sem comer pode te levar a querer devorar o que tiver. Fora isso, seu organismo vai começar a reter mais calorias para suprir a falta da ingestão do alimento.

-Procure ajuda médica — somente um médico pode analisar individualmente o seu organismo para identificar quais as possíveis causas para o sobrepeso e assim, compor, junto com outros profissionais, como nutricionista e psicólogo, um bom plano de perda de peso.

Cuide de sua saúde

De acordo com Pitombo, um estudo feito pela Universidade de Birmingham, no Reino Unido, analisou 3,5 milhões de pessoas por 10 anos e concluiu que mesmo com exames saudáveis num primeiro momento estes obesos seguem tendo riscos de desenvolver problemas cardíacos e vasculares. Dos pacientes acompanhados, 61 mil desenvolveram doença coronariana com o passar do tempo, apesar de estarem metabolicamente saudáveis no início do estudo. Segundo a pesquisa, os obesos que pareciam saudáveis tinham risco 50% maior de desenvolver doença cardíaca do que as pessoas com peso normal. Além disso, os pacientes que estavam acima do peso tinham um risco 7% maior de ter doenças vasculares cerebrais e o dobro de risco de ter insuficiência cardíaca.

E complementa: “Estar obeso, sabida e cientificamente, aumenta estatisticamente o aparecimento de dezenas de doenças, não só articular, muscular, cardiológica, pulmonar, bem como uma diversidade de doenças metabólicas como diabetes, alteração do colesterol, doenças renais e muitos tipos de câncer. E ainda temos as doenças psiquiátricas associadas, como depressão, isolamento social e até suicídio. Não estou afirmando que por ser obeso a pessoa está doente, assim como não falamos que por fumar, também está. O que estamos afirmando é que em ambas as situações se aumenta estatisticamente a chance de doenças quando comparada com a população que está no peso ideal e tem hábitos saudáveis. Por isso, quando me deparo com influenciadores e famosos difundindo a bandeira da obesidade, me preocupo. Estar obeso não deve ser nunca estimulado. O obeso precisa de orientação médica adequada”, enfatiza.

Doenças ligadas à obesidade

Diabetes é uma doença com maior relação com obesidade. Diversos são os estudos que demonstram essa relação. O aumento da gordura, principalmente a visceral (dentro da barriga) leva à produção de substâncias que prejudicam a ação da insulina e da glicose. O aumento de peso tem uma relação direta no aumento da pressão arterial, distúrbios no metabolismo do colesterol e triglicerídeos. Tudo isso leva a uma chance maior de infarto e desenvolvimento de doenças cardiovasculares associadas. As causas e a relação direta entre câncer e obesidade não é tão conhecida como a do diabetes e doença cardiovascular. Mas em um encontro de especialistas em câncer em 2007 ficou claramente demonstrada a relação entre alguns tipos de câncer e obesidade, como câncer de pâncreas, pulmão, cólon, esôfago, mama, rim entre outros. E estudos envolvendo quase 60 mil obesos mostraram a clara relação entre obesidade e depressão. E diversos são os estudos nessa área.

Já com relação à doença pulmonar, quando se acumula muita gordura no abdome isso irá comprimir o diafragma, o músculo que divide o tórax do abdome. Com isso, comprime-se o pulmão e se dificulta a respiração. Além disso, o tórax fica menos flexível. Substâncias inflamatórias também são produzidas e atrapalham a função pulmonar, elevando a incidência de doenças como bronquite e asma. Um exemplo que comprova esse fato, foi a alta mortalidade de portadores de obesidade durante a epidemia do Covid-19.

O obeso é um organismo delicado e que pode desenvolver distúrbios musculoesqueléticos. Difundir atividades físicas em obesos, sem a devida orientação, por exemplo, pode levá-los a lesões. Sabidamente, estar fora do peso aumenta a incidência de doenças osteoarticulares. Cerca de 1/3 das cirurgias de próteses de joelho no mundo são em obesos e a grande maioria das de quadril também.

Custo da obesidade

Hoje a obesidade já custa mais de 2,4% do PIB brasileiro. Vários são os trabalhos demonstrando que em um futuro não muito distante os sistemas de saúde não terão recursos suficientes para arcar com os custos das doenças associadas à obesidade. Não teremos como pagar a conta dos infartados, amputados, diabéticos e doentes renais. Estudo feito pela Universidade de Washington aponta a obesidade como uma crise de saúde pública em escala global. A análise dos pesquisadores norte-americanos foi feita com base em relatórios de 35 anos de observação, incluindo quase 200 países. Aproximadamente 30% da população mundial está acima do peso, sendo 600 milhões de adultos e 150 milhões de crianças. E mesmo aqueles que não estão exatamente no nível considerado de obesidade devem se preocupar: das 4 milhões de mortes atribuídas ao excesso de gordura em 2015, quase 40% ocorreram entre sujeitos com IMC entre 25 e 30, nível considerado como sobrepeso.

Sobre Cid Pitombo

Especialista em tratamentos de obesidade e cirurgia bariátrica por videolaparoscopia, tendo se tornado referência nacional em seu segmento de atuação, com 30 anos de experiência, sendo 22 com bariátricas. Ao longo de sua carreira, realizou cerca de 5,5 mil cirurgias. Entre elas, 3,5 mil foram pelo Programa Estadual de Cirurgia Bariátrica do Estado do Rio de Janeiro entre 2010 e 2020, coordenado pelo médico. É proprietário da Clínica Cid Pitombo, onde realiza atendimento multidisciplinar para tratamento de obesidade, com acompanhamento psicológico e nutricional para cerca de 100 pacientes por mês, de todo o Brasil. Tornou-se ainda mais conhecido ao operar os atores André Marques e Leandro Hassum, que contribuíram fortemente para disseminar a importância da cirurgia bariátrica. Tem mestrado e doutorado em temas ligados à obesidade e é editor do livro Obesity Surgery: Principles and Practice. Mais informações podem ser obtidas pelo site da clínica.

Especialista dá dicas para evitar exageros na ceia

Especialista sugere estratégias para comer menos e reduzir os efeitos do álcool nas festividades

Embora as festas de fim de ano sejam sempre um gatilho para a busca por dietas, também são comuns os exageros durante a ceia, seja no Natal ou no Réveillon. Apesar da alta nos preços no supermercado, o avanço da vacinação contra o coronavírus tem deixado as famílias brasileiras ansiosas para as festas. Para a nutricionista Maíra Azevedo, além dos cuidados com o vírus, também é importante adotar medidas para evitar extremos com comida e bebida.

Exceções sim, mas com moderação

Como recomenda a especialista, independente da pessoa estar ou não seguindo algum tipo de dieta com o objetivo de perder peso, não há problema em se permitir sair um pouco da rotina enquanto comemora com parentes e amigos. Contudo, Maíra reforça que isso não significa que tudo é permitido e que os excessos não vão trazer impactos negativos para o seu organismo. Assim, ela afirma que é normal querer desfrutar da ceia com liberdade, mas é preciso ser honesto consigo mesmo na hora de definir o que é celebração e o que é apenas exagero.

“O que eu sempre recomendo para meus pacientes é abrir exceção apenas no jantar do dia 24 e no almoço do dia 25, por exemplo. Já nas outras refeições é importante tentar comer o mais equilibrado possível. Afinal, não há necessidade de abrir exceção de dois dias inteiros”, argumenta.

Como não pode faltar, a nutricionista também aponta uma estratégia para limitar a compulsão. “Sugiro começar a refeição pela salada. Assim, a pessoa conseguirá ter moderação ao comer os outros itens”, aconselha.

Cuidado com a bebida

Foto: Pressfoto/Freepik

Indo além dos pratos postos à mesa, Maíra Azevedo também dá dicas para evitar o excesso com a bebida alcoólica. De fato, o gasto do brasileiro com bebidas cresceu mais de 4% durante a pandemia e esse é um item que também não costuma faltar durante as festas de fim de ano.

Sendo assim, a primeira recomendação da nutricionista é intercalar os drinques, vinho, espumantes ou a cerveja com a ingestão de água. “Assim, além acabar bebendo menos, a pessoa também não terá ressaca no dia seguinte, que é consequência da desidratação causada pelo álcool”, explica a especialista.

Como outra estratégia apontada por ela para limitar os exageros alcoólicos, Maíra sugere que a pessoa faça um consumo consciente e dê preferência para bebidas que normalmente consegue ingerir em menores quantidades. Da mesma forma, a nutricionista destaca que é importante lembrar que a bebida também contribui para o ganho de peso. “Também é possível reduzir as calorias de drinques usando energético zero, água tônica zero e adoçante ao invés de açúcar”, salienta.

Mentalidade saudável

De acordo com o relatório “Estatísticas da Saúde Mundial de 2021”, da Organização Mundial de Saúde (OMS), 22% da população adulta do Brasil está obesa. Assim, Maíra aproveita para frisar a necessidade de ter autorresponsabilidade na hora da ceia.

“Ninguém precisa comer para passar mal. Coma bem devagar, saboreando cada garfada. Além de perceber melhor o sabor da comida, a pessoa sentirá saciedade e comerá menos”, afirma.

Da mesma forma, embora os exageros ainda sejam tão comuns durante as festas, dados como o da OMS servem para reforçar a necessidade de manter hábitos alimentares saudáveis. Para a especialista, isso acaba refletindo em longo prazo também.

“Ter uma alimentação saudável e equilibrada precisa ser um estilo de vida, afinal sua saúde depende disso. Quando a pessoa aprende a comer por fome e a identificar sua saciedade, ela tem liberdade de comer o que quiser, sem perder o controle. Então, as festas de final de ano nunca mais serão um problema”, completa.

Drinques que pesam menos na balança

Por fim, a nutricionista Maíra Azevedo dá dicas para quem não abre mão dos drinques nas festas, mas quer opções que pesem menos na balança:

  • Gin + suco de limão + gengibre + pepino + água com gás;
  • 50 ml de gin + 150 ml de água tônica zero açúcar + gelo e fatia de limão para decorar (Gin Tônica);
  • 250 ml de água de coco + 250 ml de suco de laranja + 250 ml de água tônica zero + suco de cranberry + hortelã a gosto;
  • 50 ml de gin + 1 ramo de alecrim + 4 zimbros levemente amassados + água tônica zero + gelo;
  • 50 ml de gin + 1 saquinho de chá de frutas vermelhas + água tônica zero + gelo.

Quase 60% dos brasileiros estão acima do peso ou obesos; problema gera várias doenças

A obesidade aumenta o risco para o desenvolvimento de diversas outras doenças, como infarto, AVC, diabetes, cânceres, pressão alta e doenças reumatológicas. Para o endocrinologista do Hospital Santa Catarina – Paulista, reduzir o sedentarismo e evitar refeições industrializadas, além do excesso de alimentos ricos em gordura e açúcar, são caminhos necessários para prevenção

O número de pessoas com obesidade e excesso de peso no país não para de crescer desde 2006 e este dado piorou com a pandemia, de acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2020), divulgada pelo Ministério da Saúde. O material indica que, no ano passado, 57,5% da população adulta do Brasil estava com excesso de peso – era 55,7% em 2019 – e 21,5% da população está com obesidade – era 19,8% em 2019.

Estes índices são preocupantes, especialmente quando incluímos a Covid-19 na equação, já que a obesidade é um dos principais fatores de risco para infecções mais graves pelo novo coronavírus. Em adição, o excesso de peso influencia diretamente no aumento da falta de ar, necessidade de oxigênio e ventilação mecânica, além de estar associado a outras doenças.

“Apesar do cenário alarmante, as perdas de peso podem reduzir as chances de desenvolver as formas graves da Covid-19. Então, a perda de 5% do peso é benéfica não só para o metabolismo, mas também para a diminuição do processo inflamatório que a obesidade causa. Esta combinação diminui os riscos de complicações por infecções em geral, entre elas está a do novo coronavírus” explica o Dr. Hugo Valente, endocrinologista do Hospital Santa Catarina – Paulista.

A obesidade é uma doença crônica, ou seja, ela não põe em risco a vida da pessoa a curto prazo, mas aumenta o risco para o desenvolvimento de diversas outras doenças, como infarto, AVC, diabetes, cânceres, pressão alta, doenças reumatológicas e outras. Além disso, pode mexer com fatores psicológicos, ocasionando a diminuição da autoestima e depressão, e dores físicas nos músculos e articulações, principalmente nas costas, pernas e braços.

A previsão da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, até 2025, 700 milhões de pessoas sejam diagnosticadas com a doença e mais de 2 bilhões de pessoas estejam acima do peso no mundo. E mais de 11 milhões de crianças e adolescentes terão, pelo menos, sobrepeso.

A obesidade é calculada a partir do índice de massa corpóreo (IMC), que é obtido ao se dividir o peso (em kg) pela altura ao quadrado (em metros). De acordo com o padrão utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), quando o resultado fica entre 18,5 e 24,9 kg/m2, o peso é considerado normal. Entre 25,0 e 29,9 kg/m2, sobrepeso, e acima deste valor, a pessoa é considerada obesa.

A obesidade pode ser causada por diversos fatores – genéticos, psicológicos, sociais, metabólicos – e, assim como o excesso de peso, está ligada aos hábitos da vida moderna, estresse e diminuição da atividade física. “Para o bem da população, temos que evitar ou diminuir o sedentarismo, refeições industrializadas, além do excesso de alimentos ricos em gordura e açúcar, que resultam no aumento do número de pessoas obesas, inclusive crianças”, reforça o médico.

Dicas para evitar ou retardar o sobrepeso

=Beber água. A hidratação é um ponto fundamental para manter o metabolismo adequado, a fim de melhor o gasto de energia e, consequentemente, evitar ou prevenir o ganho de peso;
=Aumentar o consumo de vegetais, como leguminosas e verduras;
=Consumir frutas, especialmente in natura e evitar sucos adocicados;
=Ingerir fibras, como grãos – aveia, linhaça, entre outros -, porque geram uma saciedade maior e regularizam o intestino.
=Escolher os macronutrientes – carboidratos, gorduras e proteínas – em equilíbrio, como forma de retardar ou evitar o sobrepeso.

Problema está associado a diversas doenças e tipos de câncer; saiba como evitá-la

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Uma pesquisa do Vigitel, sistema de Vigilância de Fatores de Risco para doenças crônicas não transmissíveis, do Ministério da Saúde, informa que, entre 2006 e 2019, a obesidade cresceu 72% no Brasil. E hoje já é considerada um problema de saúde pública no país, potencializado durante a pandemia de Covid-19.

A nutricionista Francyne Silva Fernandez, que atende na Unidades Básica de Saúde Jardim Caiçara, gerenciada pelo Cejam – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, destaca que a doença pode tanto ter uma predisposição genética como ocorrer em consequências de maus hábitos de vida e alimentação, gerando o acúmulo de gordura no corpo.

“Esse acúmulo é causado quase sempre pelo sedentarismo e pelo consumo excessivo de alimentos com alto valor calórico, superior ao usado pelo organismo para sua manutenção e realização das atividades diárias.”

O diagnóstico da doença é clínico e baseado no Índice de Massa Corporal, o IMC, que é dado pela relação entre o peso e a altura, considerando menor que 18,5 abaixo do peso; entre 18,5 e 24,9 peso normal; entre 25 e 29,9 sobrepeso; e igual ou acima de 30 obesidade.

A nutricionista explica que doença é considerada grave pois o excesso de peso está associado ao aumento do risco de desenvolvimento de patologias como diabetes, pressão alta, apneia do sono, aterosclerose, trombose e distúrbios no ciclo menstrual, além de problemas cardiovasculares diversos.


Uma pesquisa feita pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), em parceria com a Universidade de Harvard e com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), também confirmou a associação da obesidade a diversos tipos de câncer: o de mama na pós-menopausa, cólon e reto, útero, vesícula biliar, rim, fígado, ovário, próstata, mieloma múltiplo (células plasmáticas da medula óssea), esôfago, pâncreas, estômago e tireoide.

“Além dos problemas físicos, a obesidade ainda pode afetar a saúde emocional e psicológica, já que pessoas obesas podem desenvolver a baixa autoestima, que leva à depressão”, alerta a especialista.

Prevenção

Francyne explica que a prevenção da obesidade deve ser feita a partir da conscientização da importância de uma vida saudável, com um tempo dedicado para a prática de atividades físicas e uma dieta equilibrada, baseada em alimentos saudáveis, de preferência in natura ou minimamente processados.

“Por outro lado, o sedentarismo, a ingestão de alimentos com excesso de gorduras e açúcares refletem no aumento de chances desta e de tantas outras patologias associadas a ela.” De acordo com a profissional, legumes, verduras, frutas naturais ou envasadas, iogurtes sem adição de açúcar, ovos, chá, café, carnes frescas, refrigeradas ou congeladas, ervas frescas ou secas, leites e sucos de frutas pasteurizados, feijões, entre outros, são bons amigos do peso.

Já os alimentos processados e ultraprocessados, como aqueles em conserva, carnes enlatadas, queijos, pães feitos com farinha de trigo branca, biscoitos recheados, sucos em pó, refrigerantes, macarrão instantâneo, cereais matinais açucarados, frios embutidos, entre outros, são grandes inimigos dos que buscam ter uma vida saudável.

Tratamentos


Além da estética, o tratamento da obesidade tem como finalidade alcançar uma série de objetivos e a saúde é o principal deles. O processo pode ser feito a curto ou longo prazo, por meio das intervenções multifatoriais que combinam componentes como a dieta, exercícios físicos, mudança comportamental e até mesmo utilização de medicamentos, caso o especialista que estiver acompanhando o caso avalie necessário.

“O uso desses remédios, inclusive, não deve ser feito por conta própria ou de maneira indiscriminada, pois pode acarretar outros problemas de saúde. O mesmo vale para as dietas. Regimes milagrosos, que prometem a perda de peso da noite para o dia, não existem. O essencial é sempre buscar um profissional, de preferência um endocrinologista e um nutricionista” orienta.

De acordo com a nutricionista, no SUS (Sistema Único de Saúde) existem diversos serviços dedicados às pessoas que buscam perder peso de forma saudável e com acompanhamento médico.

Grupo de Combate à Obesidade

Algumas UBSs, sob gestão do Cejam, possuem grupos de apoio multidisciplinares, compostos por nutricionistas, educadores físicos, fisioterapeutas, psicólogos e terapeutas, para quem precisa de ajuda com reeducação alimentar e atividade física para lidar com a obesidade.

O trabalho tem como foco a prevenção e o tratamento da obesidade, abordando e estimulando o tratamento de diabetes, hipertensão e alta do colesterol, além de acompanhamento nutricional.

As unidades participantes disponibilizam grupos de apoio abertos e fechados, dependendo da necessidade. Qualquer pessoa pode participar, até mesmo quem não é paciente da unidade, basta apresentar o cartão do SUS.