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Pesquisa revela hábitos das brasileiras quando assunto é tratamento capilar

Nova pesquisa do Tudo Pra Cabelo indica que a hidratação é o tratamento mais procurado pelas mulheres e o renomado hairsytlist Carlos Cesário comenta com dicas sobre o tema

A mais nova pesquisa do Tudo Pra Cabelo foca nos tratamentos capilares mais procurados pelas brasileiras. O levantamento realizado pelo hub de conteúdo de cabelos da Unilever foi feito recentemente com mulheres de várias regiões* do país para entender sobre os seus hábitos relacionados ao tema, quais os mais buscados, como e onde são feitos geralmente. Além disso, a plataforma usou como base uma lista com os 20 tratamentos para cabelos mais populares no Brasil, com verificação da média de buscas mensais das palavras-chaves no Google.

Os resultados mostram que o tratamento mais popular entre as brasileiras é a hidratação, que teve 78% das respostas, seguido pela nutrição, com 29% e pela reconstrução, com 27%. Muitos desses tratamentos são feitos de forma caseira, mas existem alguns que a maioria das entrevistadas acaba deixando nas mãos de um profissional de beleza dentro do salão, como por exemplo a selagem, o botox e a reconstrução capilar.

Quando realizados em casa, os principais tratamentos feitos pelas entrevistadas são cronograma capilar (82%), hidratação (64%) e nutrição capilar (64%). Segundo o renomado cabeleireiro Carlos Cesário, cada tipo de cabelo exige um tratamento específico e por isso, de qualquer forma os tratamentos devem ter sempre acompanhamento profissional para orientar na escolha do produto correto e sobre o seu uso em casa ou no salão.

Para quem tem preferência por fazer tratamentos no salão, a selagem se destaca – 88% responderam que nunca fazem em casa – ao lado do botox capilar, com 78% das pessoas dizendo que buscam ajuda profissional para realizá-lo. “A aparência do cabelo tem papel fundamental na autoestima das brasileiras e o botox possibilita esse famoso efeito “Cinderela” que tanta gente quer”, observa Cesário, frisando que, apesar de trazer brilho, maciez e eliminar o frizz, é um tratamento que não tem longa durabilidade nem propriedades hidratantes.

“Geralmente, quem faz o botox busca um resultado imediato”, revela, acrescentando que isso dificilmente será conquistado em casa. “Acredito que a maioria das pessoas faz no salão porque existe um enorme risco de danificar os fios ou sofrer queda capilar a longo prazo, caso o tratamento seja feito sem ajuda de um profissional especializado. No salão, é bem mais seguro”, recomenda. De qualquer forma, vale lembrar que, em meio a tantas opções no mercado hoje, antes de escolher, é importante conhecer sobre os principais tipos de tratamentos para melhorar a saúde dos seus fios.

Prepare os fios para próxima temporada

Outro dado interessante da pesquisa é a excessiva reação sobre o principal problema encontrado no fim do verão entre as mulheres. O cabelo ressecado e opaco apareceu em 70% das respostas, indicando que essa é realmente a maior preocupação do momento, já que estamos caminhando para a chegada do outono, quando as temperaturas caem e o tempo fica mais seco. De acordo com Cesário, é importante que a hidratação faça parte do dia a dia para deixar os cabelos sempre macios e saudáveis.

Vale incluir na rotina e manter uma constância durante o ano todo, não apenas lembrando quando os fios já estão totalmente opacos e quebradiços. “Para um melhor resultado, esse cuidado deve ser feito com acompanhamento profissional, que saberá analisar e ver a necessidade específica para cada cabelo”, recomenda. Comece já e lembre-se de que, além de beber muita água para cuidar da parte corporal, é essencial hidratar as madeixas com frequência para melhorar sua saúde capilar.

De acordo com a pesquisa, a maioria das mulheres brasileiras possuem cabelos ondulados (40%), seguidos por lisos (27%), cacheados (23%) e crespos (10%). Porém, curiosamente na região Norte há um maior destaque para os cabelos lisos (38%). Mas, ainda assim, vale ressaltar que nessa região a selagem é um dos tratamentos em destaque, com 52% de adeptas – número significativo quando comparado com outras áreas do país –, sendo que 86% desse público prefere fazer no salão.

*Metodologia: questionário com Opinion Box para 650 mulheres, entre 18 e 44 anos, de todas as regiões do Brasil e rendas familiares diversas, entrevistadas de 2 a 8 de fevereiro com público formado nas regiões SE, NE, S ou N com idade 18 a 44 anos que realizaram algum tipo de tratamento capilar. Pesquisa feita a partir de uma lista de 20 tratamentos para cabelos populares no Brasil, com verificação da média de buscas mensais das palavras-chaves no Google (ferramenta utilizada: SemRush).

Brasileiros têm deficiência ou insuficiência de vitamina D mesmo no verão, diz pesquisa

Pesquisa comprova que Estilo de vida, fatores genéticos e obesidade influenciam a produção deste micronutriente. Exposição solar, atividades físicas e suplementação ajudam a repor

Uma pesquisa brasileira inédita que acaba de ser publicada pelo jornal científico inglês Journal of the Endocrine Society comprovou que, mesmo em pleno verão, uma parcela significativa dos brasileiros apresenta insuficiência ou deficiência de vitamina D. Os índices foram de 50,7% e 15,3%, respectivamente, no grupo de 1.029 participantes.

O estudo, chamado Epidemiology of Vitamin D (EpiVida)—A Study of Vitamin D Status Among Healthy Adults in Brazil, foi realizado por pesquisadores das Universidades Federais do Paraná e de São Paulo, Fundação Oswaldo Cruz e Obras Sociais Irmã Dulce. A amostra foi composta por adultos saudáveis, entre 18 e 45 anos, de São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Salvador (BA).

O objetivo foi estimar a prevalência da vitamina D em associação a estilo de vida, demografia socioeconômica e hábitos culturais nestas três regiões metropolitanas. Para isso, foram avaliadas amostras de sangue e considerados dados de um questionário respondidos pelos participantes.

A constatação de deficiência ou insuficiência de vitamina D em pleno verão — período de maior exposição solar e que favoreceria a síntese deste micronutriente pelo organismo — é explicada por diversos fatores.

“Variáveis como genética, demografia e estilo de vida influenciam a produção de vitamina D. Os hábitos recém-adquiridos durante a pandemia Covid-19, que levou maioria da rotina da população para dentro de casa, por exemplo, também podem contribuir para este quadro”, esclarece Marise Lazaretti Castro, endocrinologista, livre-docente, Profª Adjunta de endocrinologia e chefe do setor se osteometabolismo da Escola Paulista de Medicina, Unifesp.

Em São Paulo, 20% dos participantes apresentaram deficiência de vitamina D e em mais da metade (52%) foi constatada insuficiência desta vitamina. Em Curitiba, os índices são parecidos: 12% e 52% respectivamente. Já em Salvador, os índices de deficiência e insuficiência de vitamina D foram, respectivamente, de 12% e 47% do total de participantes locais do estudo. Já no inverno, a situação pode agravar em mais 10%, apontam os pesquisadores.

O estudo considerou como deficiência de vitamina D os níveis abaixo de 20ng/ml. Já a insuficiência do micronutriente foi considerada para níveis abaixo 30ng/ml.

Estilo de vida e suplementação com orientação

Além da falta de atividades ao ar livre, a pesquisa constatou que a deficiência de vitamina D teve grandes correlações com a obesidade e o sobrepeso da população brasileira. Por outro lado, os pesquisadores afirmam que a exposição solar, atividades físicas e o uso de suplementos podem ajudar significativamente na reposição do hormônio.

“A suplementação orientada por um profissional, por exemplo, diminui 60% de chances de os pacientes terem deficiência de vitamina D, de acordo com o estudo”, ressalta a especialista.

Outro resultado da pesquisa se refere à questão étnico-racial. Embora Salvador tenha maior percentual de negros que Curitiba, a média dos níveis de vitamina D dos participantes não foram diferentes entre si, segundo o estudo.

“Esses achados sugerem que a maior abundância de radiação solar existente em Salvador, devido a sua maior proximidade com o Equador, pode ultrapassar a barreira da melanina na pele para produzir vitamina D. Então, a pele negra seria um fator de risco para deficiência de vitamina D apenas em regiões com radiação solar limitada”, afirmam os pesquisadores.

Referência
Epidemiology of Vitamin D (EpiVida)—A Study of Vitamin D Status Among Healthy Adults in Brazil
Victoria Zeghbi Cochenski Borba, Marise Lazaretti-Castro, Sandra da Silva Moreira,
Maria Conceição Chagas de Almeida and Edson Duarte Moreira Jr
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Despreparo médico é uma das principais queixas no sistema público e privado

Para Wilderi Sidney, especializado em saúde pública, profissionais não recebem formação adequada

Quais problemas em comum os pacientes das redes pública e privada de saúde podem enfrentar no Brasil? Segundo uma pesquisa realizada pelo Ipec/Globo, parece que muitos. O levantamento feito com duas mil pessoas, revelou quais são as principais queixas quanto à saúde no país. Além da superlotação de hospitais, emergências e pronto-atendimentos, a falta de profissionais e a demora para a realização de exames, os entrevistados apontaram o despreparo médico como um dos grandes gargalos do setor. De acordo com o médico especialista em saúde pública, Wilderi Sidney Guimarães, a reclamação faz sentido.

O médico, com passagens por redes públicas e privadas, explica que a falta de preparo para o atendimento começa porque o profissional não recebe uma formação adequada na universidade. “Primeiramente, o profissional médico não recebe, dentro da faculdade de medicina e nem na residência médica, a formação necessária para atender bem um paciente. Somos ensinados a fazer diagnóstico e indicar tratamentos, mas não aprendemos a lidar com o público de forma humanizada. A maioria dos médicos não faz um mal atendimento de propósito, mas porque ele foi ensinado assim, a diagnosticar uma lesão ou patologia e não a cuidar de uma vida”, afirma.

Outro ponto que contribui para a reclamação dos usuários é a rotina extenuante dos profissionais. Guimarães lembra que muitos médicos possuem mais de um vínculo empregatício e vivem de plantões em hospitais e emergências. “Isso acaba deixando o profissional extenuado e estressado”, opina. Mas, para ele, esse gargalo tem solução. “Além do investimento em planos de carreira por parte dos planos de saúde e do sistema público para esses profissionais, o médico também precisa buscar conhecimento sobre atendimento humanizado” destaca.

Sobre os outros problemas apontados no levantamento, ele também crê que são passíveis de serem resolvidos. “A pesquisa apontou para a demora em conseguir consultas e exames e para a superlotação de hospitais e emergências. Esses são um gargalos que têm origem na falta de investimentos que se faz na atenção primária no Brasil. Quando a gente fala de atenção básica, a coisa mais importante é fazer um atendimento preventivo, para que o profissional consiga indicar outros cuidados, como mudança de hábitos, para que o paciente não precise de atendimentos mais complexos. Nos países desenvolvidos, onde a atenção básica funciona, isso desafoga o sistema secundário e terciário. Aqui no Brasil, como a pesquisa mostra, estamos distantes dessa realidade”, finaliza.

A pesquisa do Ipec/ Globo ouviu duas mil pessoas das classes A, B e C e com mais de 16 anos das entre os dias 20 e 27 de julho pela internet. O intervalo de confiança é de 95%.

Fonte: Wilderi Sidney Guimarães é formado em Medicina pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), com especialização em Medicina de Família e Comunidade. Também possui mestrado em Saúde Pública pela UFAM, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Entre 2011 e 2012, atuou como médico de comunidades ribeirinhas no interior do Amazonas. Entre 2012 e 2014, fez parte do corpo de médicos da Secretaria Especial de saúde Indígena (Sesai). E entre 2014 a 2020, atuou como docente de Saúde Coletiva e Preceptor do Internato Rural no curso de Medicina da UFAM. Sócio-fundador da Cuidado Integral da Saúde, que oferece cursos, mentorias e consultorias sobre medicina humanizada, marketing e gestão para médicos e profissionais de saúde.

Pesquisa revela quais são as vitaminas mais recomendadas para os brasileiros

Levantamento da Vitamine-se mostra os suplementos alimentares essenciais na rotina de mais de 60 mil pessoas

Uma pesquisa realizada pela Vitamine-se, startup brasileira que oferece suplementos personalizados, mostrou quais são as vitaminas mais indicadas para os brasileiros. O levantamento foi realizado com uma base de 61 mil respostas do Quiz proprietário da plataforma da empresa e revelou que os 5 compostos mais recomendados são: magnésio quelato, ômega 3, triptofano, vitamina D3 e luteína.

Em 2020, 59% dos lares brasileiros possuíam pelo menos uma pessoa consumindo suplementos alimentares, segundo pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad). Nesse sentido, o site da startup utiliza inteligência artificial e machine learning, aliado a experiência de nutricionistas para personalizar a experiência e recomendar os melhores nutrientes para o usuário — considerando o estilo de vida, objetivos e necessidades de cada pessoa.

“Normalmente, a busca por vitaminas e minerais se baseia em 2 pilares: saúde ou estética. Quando o nosso Quiz recomenda uma vitamina, ele se baseia nas principais preocupações da pessoa, visando o que ela quer resolver. Isso nos mostra que a maioria das pessoas está buscando um estilo de vida saudável, e a suplementação está muito relacionada a isso”, explica Thais Bonelly, Head de Nutrição na Vitamine-se.

E para que essas vitaminas servem? A nutricionista explica:

Foto: Jeltovski

Magnésio quelato: cerca de 60% do magnésio é encontrado nos ossos, enquanto o restante está nos chamados “tecidos moles” — músculos, veias e artérias, pele, articulações e órgãos. O magnésio está presente principalmente em alimentos integrais ou em suplementos. Sua maior funcionalidade é auxiliar no funcionamento neuromuscular e no equilíbrio dos eletrólitos, além de ajudar no metabolismo de proteínas, carboidratos, gorduras e a formação de dentes e ossos;

Ômega 3: segundo o Ministério da Saúde, o ômega 3 é considerado um alimento funcional, o que significa que seu consumo deve ser regulado na dieta. Rico em uma gordura saudável proveniente de peixes, o ômega 3 não é produzida pelo nosso corpo, mas é essencial para uma dieta balanceada. Auxilia na função cerebral e cardíaca;

Triptofano: 40% da população brasileira que sofre com algum transtorno do sono, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A alta procura pelo triptofano se da por ele ser um aminoácido que ajuda na produção da serotonina, neurotransmissor associado ao sono e que também está diretamente relacionado à regulação do humor e ao controle do estresse. Nosso corpo não consegue produzi-lo, então é importante obter através de suplementação ou alimentos ricos;

Vitamina D3: auxilia na formação de ossos e dentes e também na manutenção de níveis de cálcio no sangue. Suplementar pode ajudar a normalizar os níveis de vitamina D em pessoas com deficiência. Além disso, auxilia no bom funcionamento do sistema imunológico, no processo de divisão celular e no funcionamento muscular;

Luteína: essencial para o bom funcionamento do organismo, a Luteína pode ser suplementada se não houver um consumo adequado através da alimentação. Ajuda na saúde da visão, previne o envelhecimento precoce da pele e contribui para a proteção da mesma contra luz UV, azul e radicais livres.

A falta de vitaminas traz diversos problemas para a saúde, pois elas ajudam a manter o equilíbrio de muitas funções corporais. E, para quem quiser descobrir quais as vitaminas mais indicadas, o Quiz da Vitamine-se está disponível clicando aqui.

Fonte: Vitamine-se

Liberação do uso de máscaras em locais abertos: 37% das pessoas não deixarão de usar

Pesquisa realizada pela Doctoralia aponta que, mesmo com a liberação do uso de máscaras ao ar livre em alguns estados, 37% das pessoas afirmam que não abandonarão o uso mesmo após a imunização completa; 34% continuarão utilizando álcool em gel, 28% respeitarão o isolamento social e apenas 1% não pretende tomar nenhuma medida de prevenção.

O levantamento, que busca entender o comportamento dos brasileiros após esquema vacinal completo, permitia a seleção de mais de uma opção nessa questão.

Quando perguntadas sobre novas variantes do Sars-CoV-2, sete a cada dez entrevistados afirmaram que têm medo da ocorrência delas, mesmo após estarem 100% imunizadas contra o vírus. Apesar desse cenário, surpreendentemente, 52% dos participantes responderam que, após completarem o esquema vacinal, se sentem confortáveis em estar na presença de grupos com mais de dez pessoas.

Vale destacar que os especialistas alertam para a importância de não deixar de lado as medidas de segurança, no intuito de diminuir a circulação do vírus até que a maioria da população esteja vacinada e, consequentemente, a pandemia esteja sob controle.

Dessa forma, caso as pessoas optem por encontrar familiares e amigos, devem dar preferência a pequenos grupos e, se puderem, conduziram essa reunião ao ar livre ou com o uso de máscaras bem ajustadas ao rosto. Ao todo, 1.726 pessoas foram entrevistadas, a maioria do sexo feminino, entre 36 e 45 anos.

Fonte:  Doctoralia

Para pessoas com mais de 50 anos, mesmo Covid-19 “leve” pode resultar em problemas de mobilidade*


Adultos com mais de 50 anos que sofrem de Covid-19 leve ou moderado correm maior risco de piorar a mobilidade, mesmo que a hospitalização não seja necessária para tratar o vírus, de acordo com uma nova pesquisa de Dalhousie e outras universidades canadenses.

As descobertas usaram dados do Canadian Longitudinal Study on Aging (CLSA) e destacam a carga de Covid-19 entre adultos de meia-idade e idosos que não são hospitalizados. As informações sugerem que muitos pacientes que tiveram Covid-19 leve têm sintomas persistentes e incômodos.

Os pesquisadores entrevistaram mais de 24 mil pessoas com mais de 50 anos de todo o Canadá durante a fase inicial do lockdown em 2020 para determinar o efeito de um diagnóstico da doença em sua mobilidade. Suas descobertas foram publicadas na revista JAMA Network Open.

Foto: Pascal Rossignol/Reuters

A equipe analisou questões de mobilidade, incluindo dificuldade em se levantar de uma cadeira, capacidade de subir e descer escadas sem assistência e caminhar de dois a três quarteirões da vizinhança, bem como mudanças na capacidade dos participantes de se movimentar pela casa, realizar tarefas domésticas e atividade física.

Susan Kirkland, professora de pesquisa de Dalhousie e chefe do Departamento de Saúde Comunitária e Epidemiologia da escola, é coautora do artigo que se acredita ser um dos primeiros a avaliar a associação entre mobilidade e Covid-19 em idosos.

“Descobrimos que mesmo aqueles com doença leve e moderada, experimentaram mudanças adversas na mobilidade em comparação com indivíduos sem Covid-19”, diz Kirkland. E pontua: “Vale a pena notar essas descobertas porque indicam que os efeitos negativos da doença são muito maiores e afetam uma gama mais ampla de idosos do que aqueles que estão hospitalizados”.

Duplicar as chances

Os participantes com Covid-19 tiveram quase o dobro das chances de piorar a mobilidade e a função física em comparação com aqueles sem a doença, embora a maioria tenha sintomas leves ou moderados. Dos 2.748 indivíduos com a doença confirmada, provável ou suspeito, 94% não foram hospitalizados.

Indivíduos com Covid-19 confirmado ou provável tiveram o dobro das chances de piorar a capacidade de se envolver em atividades domésticas e participar de atividades físicas do que aqueles sem a doença. Resultados semelhantes foram encontrados para aqueles com suspeita.

“Nossos resultados mostraram que havia um risco maior de problemas de mobilidade em idosos, com renda mais baixa, com três ou mais condições crônicas, baixa atividade física e pior nutrição”, diz Marla Beauchamp, professora assistente da Escola de Reabilitação Ciência na McMaster. “No entanto, esses fatores por si só não explicam os problemas de mobilidade que observamos entre as pessoas com Covid-19. Estratégias de reabilitação precisam ser desenvolvidas para adultos que evitam a hospitalização devido à Covid-19, mas ainda precisam de apoio para restaurar sua mobilidade e função física”.

Os pesquisadores concluíram que é necessário entender melhor os impactos de longo prazo da Covid-19 e considerar “o desenvolvimento e a implementação de abordagens eficazes de intervenção e gerenciamento para lidar com quaisquer déficits persistentes de mobilidade e funcionamento entre os que vivem na comunidade”.

Fonte: Marla K. Beauchamp et al, Assessment of Functional Mobility After COVID-19 in Adults Aged 50 Years or Older in the Canadian Longitudinal Study on Aging, JAMA Network Open (2022). DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2021.46168

*Rubens de Fraga Júnior é professor da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná e é médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG.

Estudo aponta que vacina protege contra 87% dos casos de câncer de colo de útero decorrentes do HPV

Pesquisa publicada na revista científica The Lancet demonstrou que a vacina contra o HPV reduziu significantemente as taxas de câncer de colo do útero e também as lesões pré-cancerígenas graves (CIN3), reforçando ainda mais a importância da imunização contra a doença

Um estudo inglês, publicado pela revista científica The Lancet em 3 de novembro, apontou que a vacina contra o HPV pode reduzir em até 87% as taxas de câncer de colo do útero. Além disso, os resultados mostraram também que o imunizante é capaz de diminuir os casos de lesões pré-cancerígenas graves (CIN3).

Aproximadamente 90% dos casos de câncer de colo do útero ocorrem por causa da infecção pelo Papilomavírus humano (HPV). A infecção sexualmente transmissível é a mais comum em todo o mundo, atingindo de forma massiva as mulheres. Segundo o Ministério da Saúde, 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus se dá na faixa dos 25 anos. Após o contágio, ao menos 5% delas irão desenvolver câncer de colo do útero em um prazo de dois a dez anos.

Imagem: Agência Aids

“Na grande maioria dos casos, o câncer de colo do útero é causado por uma infecção persistente por alguns tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV). A infecção genital por HPV é muito frequente e, na maioria das vezes, é assintomática e autolimitada, com grande parte das mulheres resolvendo esta infecção até os 30 anos de idade. Em alguns casos, porém, pode haver a persistência do vírus nas células do colo do útero, e isso promove as alterações celulares que podem progredir para o desenvolvimento de câncer”, explica Marcela Bonalumi, oncologista do CPO Oncoclínicas.

Os resultados da pesquisa foram feitos a partir da imunização de meninas de 12 e 13 anos, na Inglaterra, que começou a ser realizada no país em 2008 com a vacina bivalente – que protege contra os tipos 16 e 18 do HPV. Até o ano de 2010 houve uma repescagem para adolescentes de 14 e 18 anos. Os pesquisadores fizeram também o acompanhamento de mulheres de 20 a 30 anos com câncer de colo do útero neste período. A partir de 2012, a Inglaterra passou a usar a vacina quadrivalente – que atua contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.

Para as que receberam a vacina com 12 e 13 anos, a redução dos casos de câncer foi de 87% e das lesões pré-cancerígenas graves de 97%. Já as que receberam com 14 e 16 anos, houve a diminuição de 62% nos casos de câncer e 75% em lesões pré-cancerígenas graves. Por fim, as que receberam o imunizante entre 16 e 18 anos tiveram uma queda de 34% nas taxas de câncer e 39% em lesões pré-cancerígenas graves, segundo o estudo. Vale lembrar que a comparação foi feita em relação à população não vacinada.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tumor de colo de útero atinge mais de 16 mil mulheres no Brasil por ano – o que faz ele ser o terceiro tipo de câncer mais prevalente entre a população feminina. Por ser considerada uma doença bastante silenciosa, cerca de 35% dos casos são levados a óbito.

Prevenção é tudo

Segundo a especialista, evitar o contágio pelo HPV é a prevenção primária do câncer do colo do útero. Como a transmissão ocorre através do contato, o uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação sexual protege apenas parcialmente contra a doença. Não é possível afirmar que a proteção seja total porque o contágio também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, a região perineal, perianal e a bolsa escrotal.

Diante dessa realidade, Marcela Bonalumi ressalta a relevância do foco no incentivo à vacinação contra o HPV, ferramenta essencial na luta contra o câncer do colo do útero. “A partir da imunização contra o HPV, é possível prevenir não só o câncer de colo do útero, mas também o de vulva, ânus e vagina nas mulheres e de pênis nos homens. Além disso, essa proteção pode auxiliar na precaução de lesões pré-cancerosas. Vale lembrar ainda que a vacinação deve acontecer antes do início da vida sexual, justamente por conta da exposição ao vírus. Por isso, é fundamental alertar e incentivar esse cuidado com informação de qualidade”.

Desde 2014, a vacina é oferecida nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de todo o Brasil para meninas de 9 a 14 anos de idade e meninos de 11 a 14 anos. A cobertura vacinal contra o HPV tem sido decepcionantemente baixa em todo o mundo e, apenas 1,4% de todas as mulheres elegíveis, receberam um curso completo da vacinação contra o HPV. Além disso, há iniquidade no acesso às vacinas contra o HPV: em regiões de alta renda, 33,6% das mulheres entre 10 e 20 anos receberam o curso completo da vacina contra o HPV, em comparação com apenas 2,7% nas regiões de menor renda. Percebe-se, portanto, que a população de países que carregam a maior parte da carga de doenças relacionadas ao HPV em todo o mundo tem menos acesso às vacinas.

“Combinada à vacinação, a realização do exame de rotina ginecológica, pelo Papanicolau, anualmente durante dois anos consecutivos e então uma vez a cada três anos, dos 25 aos 64 anos de idade, é um meio importante de se tratar as lesões pré-cancerosas ou agir rapidamente contra o câncer do colo do útero. Mesmo as mulheres vacinadas devem fazer o Papanicolau periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos de HPV. A proteção vacinal cobre os Papilomavírus Humanos dos tipos 6 e 11 (que causam verrugas genitais), 16 e 18 (responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero)”, destaca a especialista.

O plano estratégico da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a eliminação desta doença propõe uma meta de incidência de câncer do colo do útero de quatro ou menos casos por 100.000 mulheres/ano. Para atingir a incidência alvo, a OMS propõe metas de 90% das meninas vacinadas contra HPV aos 15 anos de idade, 70% das mulheres rastreadas duas vezes na vida (aos 35 e 45 anos) e 90% de adesão às recomendações de tratamento para as lesões pré-câncer e invasivas.

Fonte: Oncoclínicas

46% dos brasileiros afirmam ter algum problema de saúde mental e emocional

Entre os principais problemas estão o estresse (28%), seguido por insônia (18%), falta de concentração (13%) e depressão (10%)

Para entender os principais problemas e preocupações das pessoas com relação à sua saúde física e mental, especialmente em tempos tão complexos como este da pandemia da Covid-19, a DSM, empresa global de origem holandesa voltada para a saúde, nutrição e biociência, realizou a pesquisa “Health & Wellness 2021”. Aplicada em 11 países da América Latina, entre eles o Brasil, com mais de 6 mil pessoas, o levantamento constatou que 46% dos brasileiros declaram ter algum problema de saúde mental e/ou emocional, sendo o estresse o principal deles (28%), seguido de insônia (18%), falta de concentração (13%) e depressão (10%).

Essas enfermidades também estão entre as mais citadas pelos brasileiros quando questionados sobre quais são as principais preocupações em relação à própria saúde. Ser acometido pelo estresse aflige 60% das pessoas, já o cansaço físico e a falta de energia 58%, a imunidade e o sobrepeso são preocupantes para 55% dos entrevistados, respectivamente, e a depressão para 53%. As preocupações seguem essa mesma linha, segundo a pesquisa, quando se considera a América Latina: 63% tem receio com o estresse, 61% com falta de energia e cansaço, 59% com baixa imunidade, 58% com sobrepeso e 54% com depressão.

A pesquisa mostrou ainda que, além das pessoas darem atenção aos problemas mentais e emocionais, a saúde física também é valorizada. Prova disto é que 70% dos brasileiros entrevistados declaram estar ingerindo mais frutas e verduras, 59% afirmam ter reduzido o consumo de açúcar, enquanto 39% indicam que estão tentando cortar totalmente o açúcar da sua alimentação.

“O fato de as pessoas estarem atentas para criar hábitos mais saudáveis de alimentação é muito importante. Mas, boa parte da população não consegue manter uma rotina alimentar que forneça todos os nutrientes essenciais para a saúde nas quantidades recomendadas. Por isso, um dos maiores objetivos da área de Nutrição & Saúde Humana da DSM é inovar em soluções que ajudem as pessoas a garantir o aporte ótimo de nutrientes, seja por meio de alimentos fortificados ou suplementos nutricionais”, ressalta Giovani Saggioro, vice-presidente de Nutrição Humana para a DSM América Latina.

A pesquisa constatou que o Brasil foi o país que apresentou maior aumento no consumo de suplementos alimentares no comparativo entre 2019 e 2021, de 51% para 69% dos entrevistados. Os principais objetivos do uso de suplementos são ter mais energia, melhorar a performance em exercícios e fortalecer a imunidade. Já 72% fazem uso de vitaminas e minerais, seja para melhorar a saúde mental ou fortalecer a imunidade. Por outro lado, as pessoas adotam dietas saudáveis pensando principalmente na manutenção do peso, na saúde cardiovascular e na prevenção de doenças no futuro.

O conhecimento sobre como fortalecer o sistema imunológico apresentou bons resultados na América Latina. No Brasil, foi identificado que 30% dos consumidores de suplementos começaram a consumir o item de forma mais frequente e 17% declararam ter começado a tomar um tipo de suplemento por causa da pandemia. Outros 24% adicionaram novos suplementos aos que já consumiam antes da Covid-19. Além disso, 44% dos entrevistados afirmaram terem mudado seus hábitos alimentares exclusivamente para otimizar a imunidade.

Em relação aos nutrientes especificamente, 77% das pessoas consultadas têm conhecimento dos benefícios da vitamina C para a saúde e 59% fazem uso desse suplemento vitamínico. Já em relação à vitamina D, 70% reconhecem ser um bom aliado para a imunidade e 39% fazem uso do nutriente.

“A vitamina D foi o nutriente que obteve maior crescimento em adesão entre os consumidores durante a pandemia, juntamente com o ômega-3. Provavelmente, esses resultados estão associados ao crescente número de evidências científicas que relacionam a vitamina D e o ômega-3 com a otimização da imunidade”, reforça Saggioro.

Fonte: DSM

Pesquisa: brasileiros desconhecem e têm preconceito com relação à dermatite atópica

Dados são divulgados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), no dia 23 de setembro, data dedicada à conscientização sobre esse problema de saúde da pele

Três em cada dez brasileiros acreditam que a dermatite atópica, uma doença caracterizada por pele seca, lesões avermelhadas e coceira intensa, é um problema de saúde contagioso, ou seja, que pode ser transmitido pelo contato direto. Essa visão equivocada indica o preconceito com respeito a esse quadro que afeta de 15% a 25% das crianças e cerca de 7% dos adultos. A conclusão aparece em pesquisa divulgada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). O trabalho foi realizado pelo Instituto Datafolha, com apoio institucional da biofarmacêutica AbbVie.

Ontem (23), quando se comemorou o Dia da Conscientização da Dermatite Atópica, a SBD revelou que na percepção de 47% da população, esta enfermidade é causada por maus hábitos de higiene; 46% acreditam, erroneamente, que o paciente não poderia ter contato com crianças; e 36% entendem que pessoas com manifestações visíveis não deveriam sair de casa, ir à escola ou ao trabalho. No entendimento de 33%, elas não poderiam até mesmo usar o transporte público.

“É preciso combater o preconceito contra pessoas que apresentam a dermatite atópica. Trata-se de um problema de saúde que causa desconforto, mas pode ser tratado com a ajuda de médicos dermatologistas, com o apoio de outros profissionais da saúde. Neste processo, os pacientes devem ser respeitados em sua individualidade, evitando-se posturas agressivas ou restritivas contra eles”, ressaltou Mauro Enokihara, presidente da SBD, que neste mês promove uma campanha de conscientização sobre o tema.

Percepção

O preconceito é mais um sintoma visível da dermatite atópica, conforme demonstra o estudo que ajuda a compreender um pouco sobre a percepção que cerca esse problema de saúde. Os dados demonstram que, apesar de relativamente comum em diferentes faixas etárias, a dermatite atópica (DA) ainda é desconhecida por boa parte dos brasileiros. A pesquisa mostra que menos da metade da população (37%) a reconhece, e mesmo entre este público o conhecimento ainda é parcial.

A falta de informação leva apenas 4% dos entrevistados que conhecem a doença a afirmarem corretamente que dermatite atópica e eczema atópico são sinônimos. Para 21% deles, trata-se de uma reação alérgica e outros 21% a veem apenas como uma doença de pele. No entanto, entre os que ouviram falar sobre eczema atópico, 58% não sabem o que é a enfermidade.

Embora 59% dos brasileiros tenham apresentado pelo menos um dos sintomas característicos da dermatite atópica, o diagnóstico para esta doença ocorreu em apenas 1% dos casos. Outros 2% foram diagnosticados como alergia. Para o vice-presidente da SBD, Heitor de Sá Gonçalves, esse resultado revela duas situações.

“Em primeiro lugar, muitas pessoas não procuram a ajuda dos médicos para tratarem o desconforto causado pelas lesões e coceiras. Além disso, sabemos que há dificuldade de os próprios médicos reconhecerem os quadros que indicam a presença deste problema de saúde na população, o que impede o diagnóstico correto”, disse.

Sintomas

Os dados confirmam este entendimento. A pesquisa revelou que cerca de metade dos adultos que apresentaram três ou mais sintomas de dermatite atópica não procurou um médico (53%). Entre os que procuraram ajuda especializada, 33% dos pacientes e 67% dos cuidadores (ou responsáveis por crianças até 15 anos) precisaram ir em dois ou mais médicos diferentes em busca do tratamento adequado.

Tanto entre os adultos (32%) quanto entre as crianças (46%), o principal diagnóstico foi “alergia”. Por fim, ainda que apresentassem vários sinais, 34% dos adultos e 23% das crianças saíram das consultas sem diagnóstico, ainda que 44% dos pacientes e 54% dos cuidadores tenham alegado que a intensidade dos sinais e sintomas é moderada ou grave.

De acordo com o relato dos entrevistados, entre os pacientes adultos, 50% apresentam pelo menos quatro dos cinco sintomas da enfermidade como coceira (87%), pele seca (86%), pele irritada com vermelhidão (73%), descamação (55%) e ‘pequenas bolhas que se rompem e minam água’ (37%). Dentre eles, embora 28% relatem a presença de sintomas desde a infância, apenas 36% foram diagnosticados.

Entre os entrevistados com até dois sintomas, sete em cada dez não procuraram um médico (69%). Dos que buscaram, 26% dos adultos e 56% das crianças foram diagnosticados como alergia e 40% dos adultos e 52% das crianças não receberam nenhum diagnóstico, apenas recomendações e medicamentos.

Dermatologia

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Com relação à especialidade da medicina indicada para tratar a dermatite atópica, os entrevistados reconhecem na dermatologia a mais preparada. Entre os brasileiros sem sinais da doença, 69% disseram que procurariam um dermatologista, 13% buscariam um clínico geral e 2% um alergista/imunologista.

“A percepção dos entrevistados sobre a dermatologia como sendo a área mais preparada para diagnosticar e tratar a dermatite atópica serve de estimulo aos nossos especialistas para que continuem a se qualificar para o oferecer aos pacientes e seus familiares o melhor atendimento”, finalizou o presidente da SBD.

A pesquisa do Datafolha ouviu 1.001 pessoas de todas as regiões do país, por telefone, entre 9 e 23 de outubro de 2020. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. Com idade média de 43 anos, esse grupo foi composto por 52% de mulheres, com idade média de 43 anos e 49% com renda familiar de até dois salários mínimos. Deste universo, 67% são economicamente ativos, sendo 19% assalariados registrados e 12%, trabalhadores temporários.

Fonte: SBD

Risco de infecção por Covid-19 em pacientes com níveis adequados de vitamina D é menor

Pesquisadores utilizaram bancos de dados do sistema público de saúde de Barcelona e da Catalunha avaliando registros de mais de 200 mil pacientes

Uma pesquisa espanhola publicada no Journal of Endocrinological Investigation recentemente apontou que pacientes suplementados com vitamina D apresentaram discreta diminuição do risco de infecção por Covid-19.

Realizado com a população adulta de Barcelona e da Catalunha, o estudo foi feito com base nos bancos de dados do sistema público de saúde das cidades avaliando prontuários e registros de database, abrangendo um total de 201.445 pacientes acima de 18 anos de idade que faziam tratamento com vitamina D.

A amostra substancial traduz o resultado da suplementação rotineira. Ao comparar o subgrupo de pacientes que tinham vitamina D acima de 30 ng/ml com os que não suplementavam e tinham deficiência, foram encontrados ainda melhores desdobramentos nos quadros de Covid-19, com redução do risco de gravidade e mortalidade pela infecção viral.

Os autores alegaram que existem vários mecanismos fisiopatológicos que poderiam explicar os benefícios da vitamina D contra a Covid-19. A forma hormonal dela, o calcitriol, pode proteger contra infecções, além de aumentar a produção de peptídeos antimicrobianos LL-37 – alguns dos principais componentes da imunidade inata.

O médico ginecologista, ex-secretário de saúde Campinas SP e consultor de saúde Odair Albano ressalta que a suplementação deve ser indicada por um médico de acordo com avaliação individual de cada paciente. Ele orienta, no entanto, quais medidas ajudam a aumentar os níveis de vitamina D no organismo.

“A exposição ao sol, diariamente, por pelo menos 15 minutos, entre 10h e 16h, preferencialmente, sem protetor solar, é essencial para síntese na pele da vitamina D. Quando necessário, a suplementação ajuda na reposição nutricional”, afirma Albano.

Vale ressaltar, no entanto, que a suplementação não substitui os outros esforços para lidar com a pandemia, como a adesão à vacinação em seu ciclo completo (com as duas doses), o distanciamento social, o uso de máscaras e medidas sanitárias de higiene.