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Riscos para a audição na rotina do home office e das aulas virtuais

Saiba como proteger a audição de sua família do excesso de barulho dentro de casa

Com o maior convívio da família em casa por causa da pandemia, nada melhor do que prestar atenção ao risco do barulho em excesso no ambiente doméstico. O barulho está presente no aspirador de pó, liquidificador, secador de cabelos, televisão, rádio, furadeira, martelo, obra, reforma, latido de cachorro.

Ruídos desagradáveis são causados também por certos brinquedos que as crianças e adolescentes adoram, mas que podem ser perigosos para a audição. O barulho vem dos videogames com o som “nas alturas”, guitarras, aviões, carrinhos com sirenes, telefones, dinossauros que rugem, jogos com explosões e até mesmo da música em volume alto nas aparelhagens de som. Brinquedos sonoros “piratas” comprados em camelôs, por exemplo, que não têm o selo do Inmetro, são um perigo, pois podem emitir sons de até 120 decibéis, bem acima do permitido por lei (85 decibéis).

O barulho em excesso é uma realidade em muitos lares, principalmente nesta fase em que muitos pais e filhos permanecem em home office e aulas virtuais. A pandemia obrigou muitas pessoas a transformar a casa em escritório e o quarto das crianças em uma escola adaptada. E quanto mais horas dentro do lar, mais barulho. Por isso, cuidado! Tudo isso pode afetar a audição.

“Se a perda auditiva é provocada pela exposição a nível de pressão sonora elevado, o dano auditivo tende a se estabilizar se a pessoa mudar seus hábitos e evitar situações e ambientes com sons abusivos. No entanto, é importante lembrar que a audição perdida não pode ser recuperada e que se não houver uma conscientização, o barulho em excesso, ao longo do tempo, pode causar prejuízos cada vez maiores à audição. Dependendo da intensidade, o ruído pode provocar, inclusive, como primeiro sintoma, o zumbido nas orelhas”, explica a fonoaudióloga Marcella Vidal, Gerente de Audiologia Corporativo, Telex Soluções Auditivas.

É importante prestar atenção também no volume da televisão, que as crianças e adolescentes, muitas vezes, aumentam com frequência. É necessário diminuir o som, explicar que o volume alto é prejudicial e observar a reação deles.

“Aconselho aos pais que suspeitam que seus filhos têm dificuldades auditivas que procurem um médico otorrinopediatra e fonoaudiólogo. A partir do resultado das avaliações audiológicas, é indicado o tratamento mais adequado para a (re)habilitação auditiva. Uma das opções é a adaptação de aparelhos auditivos, que adaptados seguindo as boas práticas da adaptação pediátrica, dão suporte à reabilitação auditiva e ao aprendizado escolar, garantindo um desenvolvimento saudável”, afirma a Fonoaudióloga, que é especialista em audiologia infantil.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), sons que atingem 70 decibéis já são desagradáveis para o sistema auditivo humano e, acima de 85 decibéis, podem começar a danificar o mecanismo da audição, dependendo do tempo e da frequência da exposição sonora. O manejo contínuo de um brinquedo com esse volume pode prejudicar para sempre a audição das crianças. As menores, de até três anos, são as mais afetadas. E se elas têm a audição comprometida, isso pode afetar todo o seu desenvolvimento, inclusive o desempenho escolar.

É importante o envolvimento de toda a família na busca de um ambiente doméstico mais silencioso.

Fonte: Telex Soluções Auditivas

No Dia Mundial da Audição, OMS lança apelo global por mais cuidados com a saúde auditiva

Com o tema “Cuidados auditivos para todos”, a campanha marcará o lançamento, em 3 de março, do Relatório Mundial sobre a Audição

Você cuida de sua audição? Tem consciência de que, mais cedo ou mais tarde, pode começar a sentir dificuldades para ouvir? A deficiência auditiva é um dos distúrbios mais incapacitantes, que traz grandes prejuízos à qualidade de vida dos indivíduos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 500 milhões de pessoas no mundo têm surdez moderada e/ou severa e a previsão é de que até 2050, 900 milhões de pessoas poderão ter algum grau de perda auditiva, o que significa um em cada dez habitantes do planeta.

Foto: Eldecare.org

Se não for tratada, a deficiência auditiva pode causar dificuldades cada vez maiores. As pessoas que não ouvem bem têm vergonha de estar com amigos, se divertem menos e têm menos chances no mercado de trabalho. Com o tempo, as sequelas aumentam, vem o isolamento social e a tristeza, que podem levar à depressão, declínio cognitivo e demência.

A gravidade da situação vem impulsionando campanhas e estratégias de Saúde Pública da OMS sobre a importância do cuidado com a saúde auditiva. Com o tema “Cuidados auditivos para todos!”, o Dia Mundial da Audição de 2021, comemorado pela entidade hoje, 3 de março, marcará o lançamento do Relatório Mundial sobre a Audição, com um apelo global aos governos e à população em geral quanto à adoção de medidas efetivas para lidar com a perda de audição e as doenças , ao longo da vida.

“Neste Dia Mundial da Audição, a OMS faz um grande apelo à ação. Quanto mais cedo a perda auditiva for detectada, melhor. Estamos enfatizando a importância de abordar e tratar a perda de audição em tempo hábil, tão logo apareçam os primeiros indícios de dificuldades para ouvir. Com isso, evitamos uma série de prejuízos na comunicação, nos relacionamentos, e as pessoas podem continuar aproveitando a vida ao máximo. Para isso, uma das opções de tratamento é o uso de aparelhos auditivos, que irá proporcionar inúmeros benefícios para o indivíduo”, pontua a fonoaudióloga Marcella Vidal, Gerente de Audiologia Corporativo, Telex Soluções Auditivas.

Entre as principais mensagens da OMS, no Dia Mundial da Audição 2021, estão às que se referem a decisões políticas e governamentais, entre elas, a inclusão de atendimento na área de audiologia nos planos nacionais de saúde. Para o público em geral, as mensagens focam na importância de uma boa audição e comunicação em todas as fases da vida e na adoção de ações preventivas ao longo da vida, como a proteção contra sons altos e boas práticas de cuidados com a audição.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que todas as pessoas chequem a sua audição, periodicamente. “Aconselho a realização de um exame denominado audiometria, uma vez ao ano, especialmente para pessoas acima de 50 anos, para quem tem predisposição genética ou já experimentam dificuldades para ouvir; e também para aquelas que têm infecções frequentes na orelha, trabalham em ambientes ruidosos ou ouvem som alto por longos períodos, como ocorre atualmente entre os mais jovens com a ‘febre’ dos fones de ouvido”, conclui a fonoaudióloga Marcella Vidal.

Estudo realizado em 2019 pelo Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda revelou que existem, no Brasil, 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva – 5% da população -, sendo que, desse total, 2,3 milhões têm perda de audição severa. A surdez atinge mais os homens, 54%; e 46% de mulheres. Grande parte deles tem 60 anos de idade ou mais (57%). Nove por cento dos indivíduos com deficiência auditiva nasceram com essa condição e 91% adquiriram o distúrbio ao longo da vida. E dois em cada três brasileiros com perda de audição não tratada relataram enfrentar dificuldades nas atividades do dia a dia.

Fonte: Telex Soluções Auditivas

Você toma muito analgésico contra dor de cabeça? Cuidado com a audição

São centenas de remédios que, se usados sem controle, trazem riscos para os ouvidos

Apesar de ser muito comum as pessoas tomarem remédios para combater resfriados, febre ou dor de cabeça, a automedicação pode ocasionar um sério risco para a saúde, principalmente se isso for uma prática constante. Especialistas advertem que o uso prolongado de cerca de 200 medicamentos ototóxicos pode provocar zumbido, tonturas e perda de audição.

O consumo regular (duas ou mais vezes por semana) de acetaminofen – mais conhecido como Paracetamol – aumenta em 99% o risco de deficiência auditiva em homens com menos de 50 anos; e em 38% em homens entre 50 e 59 anos. Para quem tem mais de 60 anos, o risco de perda auditiva é 16% maior. Esta é a conclusão de um estudo conduzido por cientistas da Universidade de Harvard, Hospital Brigham and Women, da Universidade Vanderbilt e da Massachusetts Eye and Ear (EUA), publicado no American Journal of Medicine .

Pixabay

A pesquisa também mostrou que entre as pessoas que usam regularmente aspirina – indicada na prevenção de doenças cardiovasculares -, o risco de perda auditiva foi 33% maior em homens abaixo dos 59 anos. E entre os que usam com frequência anti-inflamatórios não esteroides, como o ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e dipirona sódica, o risco foi 61% maior para homens abaixo dos 50 anos, 32% maior para a faixa entre 50 e 59 anos e 16% maior para quem tem 60 anos ou mais.

Outro estudo, este conduzido pelo Nupes (Núcleo de Pesquisa e Extensão em Saúde), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), comprovou a relação entre o uso de anticoncepcionais e alterações auditivas. Foi observado que “os contraceptivos hormonais tendem a influenciar alterações do sistema auditivo e do sistema vestibular; ocasionando sintomas como zumbido e vertigem, porém, tais alterações dependem da dosagem administrada. Tais achados evidenciam que os contraceptivos estão diretamente relacionados à perda auditiva neurossensorial em mulheres”.

Medicamentos diuréticos, como furosemida e bumetanida, usados no tratamento de pressão alta e insuficiência cardíaca, também podem causar perda auditiva, principalmente se a pessoa tomar mais de um, durante o período de uma hora, segundo aponta relatório da ASHA (American Speech-Language-Hearing Association). A neomicina é outra droga também traz riscos à audição.

Todos esses remédios podem causar lesões graves – algumas vezes irreversíveis – nas partes do ouvido humano responsáveis pela audição e pelo equilíbrio. Os efeitos da ototoxidade dos remédios são amplos e atingem indivíduos de todas as idades. As substâncias conhecidas como ototóxicas podem provocar perda neurossensorial, temporária ou definitiva, de grau variado (de leve à profunda), de acordo com o remédio, a dose ingerida e o tempo de tratamento.

Muitas pessoas tomam remédios por conta própria, influenciadas pela indicação de vizinhos e amigos, mas esses medicamentos devem ser consumidos apenas sob prescrição médica.

“Aconselho a quem suspeita de alguma dificuldade para ouvir que procure um médico otorrinolaringologista o mais rápido possível, para que o problema não se agrave. A perda de audição pode ter muitas causas: trauma acústico, infecções, idade avançada, mas pode ser consequência também do uso prolongado de um medicamento ototóxico”, adverte a fonoaudióloga Marcella Vidal, da Telex Soluções Auditivas.

Claro que, devidamente recomendados, esses remédios são essenciais no tratamento das doenças para os quais foram criados. Por isso, se o indivíduo sabe que está começando a tomar medicamento ototóxico, deve ser acompanhado por um profissional da área auditiva antes e durante o tratamento. O ideal é que, antes mesmo de tomar, sejam feitos exames para se verificar se já existe lesão auditiva que possa se agravar com o uso da substância.

Quimioterápicos usados contra o câncer; antibióticos da família dos aminoglicosídeos (prevenção e tratamento de infecções pós-operatórias e contra tuberculose); além de antineoplásicos e antimaláricos também fazem parte da lista de remédios ototóxicos. É um dilema enfrentado pelos médicos. Até os bebês prematuros correm riscos, já que precisam tomar antibióticos para combater determinadas infecções respiratórias.

A perda auditiva causada por medicamento ocorre quando a medicação prejudica as células sensoriais da cóclea, no ouvido interno. Alguns têm perda de audição temporária. Uma vez que a medicação é suspensa, a audição pode retornar. Outros remédios, no entanto, podem causar danos mais sérios, resultando em perda auditiva permanente. Portanto, é preciso cuidado e atenção.

Fonte: Telex Soluções Auditivas

Fogos de artifício causaram mais de 5 mil internações em 10 anos

Está dada a largada para as festas de fim de ano e uma das maneiras mais tradicionais de celebrar o  Ano-Novo é com a queima de fogos de artifício. Mas as comemorações podem acabar mal – e muito – com o manuseio inadequado desses artefatos. Em 10 anos (de 2008 a 2018), foram registradas 5.586 internações e 85 óbitos em decorrência do ato. Neste ano, de janeiro a outubro, já foram 409 internações e 3 mortes. Os dados são do DataSUS (banco de dados do Ministério da Saúde).

Mais do que queimaduras, os fogos de artifício podem causar lesões com lacerações, cortes e até amputações de membros. “Os fogos de artifício são um espetáculo para os olhos, mas um grande perigo para as mãos”, fala o presidente da SBCM (Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão), Marcelo Rosa de Rezende.

As mãos e punhos têm estruturas complexas, de grande importância no corpo, pois são formados por muitos ligamentos, ossos, nervos que propiciam sensibilidade e comandam os movimentos dos músculos e tendões, além de importantes artérias que irrigam os membros. “Uma lesão, trauma ou amputação traz graves consequências para a vida das pessoas, como por exemplo, o afastamento do trabalho, o que causará um impacto econômico para família”, pontua o especialista.

Se cercar de cautela e atenção é essencial para que as festas possam seguir em segurança. “O ideal é que os artefatos sejam acionados com o uso de suportes, algum objeto prolongável entre a mão e o artefato, mas nunca segurados diretamente nas mãos”, salienta.

Cuidado com as crianças

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Pixabay

A curiosidade das crianças e o fascínio que o colorido dos fogos exerce sobre elas fazem com que os pequenos queiram estar próximos dos adultos no momento do lançamento dos artefatos. Mas elas devem ser mantidas afastadas do local e os pais ou responsáveis precisam ficar atentos sobre onde estão e de que forma estão se divertindo, para evitar acidentes. “Cuidado também com as biribinhas (bombinhas que estouram quando lançadas ao chão). As faíscas podem atingir substâncias com potencial para incêndio e provocar acidentes”, alerta o médico.

Cuidados com os olhos

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2019 já está acabando e o Ano-Novo movimenta a rotina de muitas pessoas que viajam ou procuram lugares bacanas para compartilhar seus momentos com pessoas queridas e especiais para celebrar o início de uma nova fase.

Nesse período, os fogos de artifício fazem parte de uma tradição admirada por muitos ao redor do mundo. Porém, essa prática exige uma série de cuidados que precisam ser seguidos para evitar acidentes e para que todos curtam a chegada de um ano novo com segurança.

A Transitions Optical destaca a importância do autocuidado e apresenta algumas precauções que se deve ter com os olhos durante o Réveillon, para curtir “o espetáculo” sem colocar em risco a saúde dos olhos.

Para Márcia Tartarella, diretora da Sociedade de Oftalmologia Pediátrica da América Latina, o uso errado desses objetos podem causar acidentes graves que vão desde pequenas queimaduras, até a perda total da visão. Confira os principais cuidados:

Cuidado com os produtos

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Se você for escolher participar desta brincadeira, o primeiro cuidado está relacionado à compra dos fogos de artifícios. É preciso escolher os itens em lojas especializadas e estar atento aos produtos legalizados! Além disso, as embalagens não podem apresentar nenhum tipo de dano, como estar amassado ou armazenado em algum ambiente que possa ter umidade. Essas características são básicas para o que produto esteja em boas condições de uso.

Se beber, não solte rojões

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As festas de fim de ano estão sempre regadas a bebidas alcoólicas. Mas o ideal é que a pessoa que responsável por soltar os rojões esteja sóbria e prestando atenção em cada detalhe para que nenhum tipo de acidente possa acontecer. Nem com ela e nem com quem está ao seu redor. Os fogos só podem ser utilizados em lugares abertos.

Eu me machuquei. E agora?

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Caso algum acidente aconteça, principalmente se estiver relacionado aos olhos, o ideal é procurar um hospital imediatamente. Enquanto isso, lave os olhos com bastante água ou soro durante alguns minutos e evite coçar. A aplicação de qualquer outro produto sem orientação de um profissional pode causar danos permanentes na visão e não são recomendados. Em caso de acidentes mais graves e com forte dor ocular ou queimaduras, não use nada e mantenha o olho protegido com uma compressa limpa. Se necessário, o Corpo de Bombeiros pode ser acionado (193).

“Os olhos são a parte do corpo humano que mais são prejudicados pelas explosões. O seu calor e a fumaça podem causar muito ardor, queimação, vermelhidão, lacrimejamento e até mesmo coceira. Alguns casos pode trazer irritações que podem evoluir para doenças como conjuntivite ou até mesmo lesões graves nos olhos”, conta a médica.

“A Transitions tem o compromisso de propagar a importância do cuidado diário com olhos desde a primeira infância e, dessa forma, contribuir para o bem-estar em todas as situações. O bom senso deve prevalecer nos festejos de fim de ano, principalmente com brincadeiras que podem ser perigosas e trazer algum tipo de perigo para a saúde ocular”, finaliza Tatiana Nardez, gerente de marketing da Transitions Optical no Brasil.

Fogos de artifício e som alto nas festas de fim de ano pedem cuidados com a  audição

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Em meio a alegria e comemoração, a tendência é se jogar nas festividades sem pensar em problemas. Porém, para evitar dores de cabeça futuras, é fundamental ter cuidado com a audição devido ao intenso volume das músicas e dos fogos de artifício.

Estudiosos apontam que poluição sonora excessiva pode lesar o ouvido de qualquer pessoa. Dependendo da exposição ao som alto, o indivíduo pode ter sua saúde gravemente afetada. “O barulho excessivo prejudica a audição e essas queimas de fogos de final de ano são um perigo, especialmente aquelas feitas por ‘amadores’ – a pessoa que sai na rua e fica estourando rojão”, explica a fonoaudióloga Érica Bacchetti, especialista em audiologia da clínica Para Ouvir.

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Empresários que comercializam fogos de artifício destacam que as festas deste período elevam em 80% a demanda por equipamentos pirotécnicos. Esses produtos fazem parte dos itens controlados e regulamentados pelo Exército Brasileiro. Já para a fiscalização, o órgão conta com a parceria do Corpo de Bombeiros e das administrações regionais. No Distrito Federal, a Divisão de Controle de Armas, Munições e Explosivos da Polícia Civil também ajuda na fiscalização do tema.

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Bacchetti destaca que a dica para evitar problemas auditivos é manter distância do barulho dos artefatos explosivos e do som alto das festas. “É importante ficar afastado das fontes de muitos barulho. Em lugares com música ao vivo, ficar longe da caixa de som, do local onde o ruído se projeta”. A especialista completa que, se for manusear algum fogo de artifício em casa, é interessante procurar os produtos que não são muito barulhentos. “Toda atenção é necessária, porque uma vez que a audição é prejudicada, não tem como recuperar. Ou seja, se o indivíduo sofre um trauma acústico, como chamamos, ele não se recupera mais”.

Sintomas

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Em caso de muita exposição, a fonoaudióloga orienta um repouso auditivo, após a saída do ambiente fechado da festa barulhenta. “Caso haja algum dano à audição, os sintomas podem ser zumbido, dificuldade para ouvir, como se o ouvido estivesse tampado. É sinal de uma hipoacusia”, afirma Érica. Segundo ela, se for uma alteração temporária, a audição da pessoa voltará ao normal após o descanso. Mas, em casos dos sintomas persistirem, é preciso procurar um médico otorrinolaringologista para fazer um diagnóstico.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que atualmente cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo já têm algum tipo de deficiência auditiva. No Brasil, há 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva, segundo um estudo feito em conjunto pelo Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda. Desse total, 2,3 milhões têm deficiência severa. A surdez atinge 54% de homens e 46% de mulheres.

Nota da redação: como se todos os motivos acima não sejam suficientes para que as pessoas desistam de soltar fogos, há o agravante do mal que o som causa aos animais, que se perdem, se machucam e chegam a ir a óbito por causa do medo que os sons causam. E há as pessoas autistas, doentes e idosas. Pense neles antes de soltar fogos!

10 de novembro: Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez

Saiba quais são os cuidados para evitar a perda de audição precoce

Você já ouviu falar do Dia Nacional de Prevenção a Surdez? Pois é, este dia 10 de novembro foi escolhido para conscientizar a população sobre como é importante cuidar bem da audição.

De acordo com o Ministério da Saúde, a perda ou diminuição da capacidade de ouvir pode ser causada por uma série de fatores: otites mal cuidadas ou de repetição; uso de remédios ototóxicos (prejudicais à audição); problemas no tímpano, tumores, envelhecimento, trabalho em locais barulhentos; uso contínuo de fones de ouvido em volume alto; e hereditariedade, entre outros fatores.

Para evitar a perda auditiva precoce, os cuidados com a audição devem ser os mesmos que temos com o restante de nosso corpo. Achar que surdez é preocupação somente na terceira idade é coisa do passado. Apesar do distúrbio ser frequente em idosos devido à degeneração das células sensoriais da audição ou do nervo auditivo, também pode atingir crianças, adolescentes e adultos; e em escala cada vez maior, por causa da ‘overdose’ sonora que nos rodeia.

“Sempre que sentirem uma diminuição na audição ou zumbido – que pode ser o primeiro sinal de perda auditiva -, devem buscar a orientação de um especialista para evitar o agravamento do problema”, alerta a fonoaudióloga Marcella Vidal, da Telex Soluções Auditivas.

A boa notícia é que podemos tomar precauções para evitar a perda de audição precoce. Existem várias formas de prevenção. Ter conhecimento delas é fundamental. Colocá-las em prática é mais importante ainda. Marcella Vidal, especialista em audiologia, dá várias orientações.

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• Em casa, modere o som da televisão e de aparelhos sonoros (em volume de até 60 decibéis);

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• Não ligue a TV, rádio, máquina de lavar, liquidificador e outros eletrônicos ao mesmo tempo;

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• Evite o som muito alto no carro e circule com os vidros fechados para evitar os ruídos externos;

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• Não deixe seus ouvidos se costumarem ao som alto, nem em casa, nem no carro, nem no trabalho. Preste atenção e proteja-se;

Festa de casamento
Foto: Casuarinas Casa de Festas

• Evite permanecer por longos períodos em ambientes fechados com música alta;

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Pixabay

• Em festas, shows ou micaretas, fique longe das caixas de som. Se houver zumbido é sinal de alerta que deve ser investigado.

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• Use protetores auditivos, em você e principalmente nas crianças, quando estiverem em locais muito barulhentos;

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• Adolescentes e adultos que usam fones de ouvido correm mais risco de perda auditiva, principalmente ao ouvirem música em volume elevado e por horas seguidas. O limite máximo é de 85 decibéis por 45 minutos. Para redução dos riscos, a opção são os headphones, que vedam melhor o som ambiente, possibilitando que se escute música em volume menor;

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• Dê um descanso aos ouvidos. Mantenha-se em silêncio sempre que possível, principalmente depois de dias agitados. A prática traz uma série de benefícios, inclusive para a audição.

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• Cuidado com objetos pontiagudos ou hastes flexíveis na região da orelha. Eles podem empurrar a cera para o tímpano ou até perfurar a membrana timpânica, afetando a audição.

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• Cuidado com gripes, otites e sinusites mal curadas. Infecções frequentes e que não forem devidamente tratadas podem causar danos à audição. Qualquer sensação incômoda, procure logo um otorrinolaringologista.

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• Cuidado com medicamentos que podem causar danos à audição, como anti-inflamatórios e até aspirina, que tomada em excesso pode levar à perda auditiva.

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• Cuidado com a música alta nas academias. O barulho pode chegar a 110 decibéis. Proteger a audição também é cuidar do corpo.

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• No ambiente de trabalho, não esqueça de utilizar protetores auriculares sempre que exposto a ruídos elevados.

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• Atenção motoqueiros! Motocicletas, principalmente as de média e alta cilindradas, emitem ruídos em torno ou acima de 95 decibéis.

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Foto: Eldecare.org

• Quem tem mãe e/ou pai com problemas auditivos deve procurar um especialista com antecedência. Em muitos casos, a perda de audição é fator genético.

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Cartaz campanha do Teste da Orelhinha

• Faça o teste da orelhinha logo após o nascimento do bebê, mas avalie também a audição na época da alfabetização. Criança que não ouve bem tem dificuldades na aprendizagem.

Fonte: Telex Soluções Auditivas

Mitos e verdades sobre perda auditiva

A perda auditiva pode ser causada por diversos fatores, como envelhecimento, genética e hábitos ruins ao longo da vida relacionados ao excesso de barulho, por exemplo. Segundo dados do Hear-it, site referência no tema, a capacidade de ouvir, em geral, diminui a partir dos 40 anos e mais da metade das pessoas que chegam aos 80 anos têm deficiência auditiva.

A exposição frequente a sons elevados, seja em casa, no carro, no trabalho, ao frequentar shows e boates, é um grande risco para a audição e muita gente ainda não se deu conta disso.

É melhor ficar atento desde cedo para chegar na fase madura com a audição ainda em dia. Preste atenção. A fonoaudióloga Marcella Vidal, da Telex Soluções Auditivas, analisou os principais mitos e verdades quando se trata de saúde auditiva. Saiba quais são:

1 – Escutar música alta em fones de ouvido pode causar perda auditiva

mulher ouvindo musica fone de ouvido stocksnap pixabay

Verdade. Segundo a fonoaudióloga, que é especialista em audiologia, a perda auditiva ocorre porque o hábito frequente de ouvir música com som muito alto pode causar danos às células ciliadas, responsáveis pela audição, que não se regeneram. “O limite de exposição a sons recomendado é de 85 decibéis; e quanto mais tempo exposto ao volume alto, pior para as orelhas”, alerta. Foi o caso do cantor britânico Brian Johnson, líder do AC/DC, que desde 2016 relata o problema em entrevistas e palestras.

2 – Cera de ouvido em excesso pode causar surdez

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Mito. O acúmulo de cera pode impedir o som de chegar ao tímpano. Entretanto, não pode causar surdez. “Esse problema pode ser resolvido com a remoção do excesso de cerume e, posteriormente, a pessoa conseguirá ouvir de forma adequada”, esclarece Marcella Vidal.

3 – Zumbido e sensação de tontura podem ser sintomas de perda auditiva

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Verdade. Tanto o zumbido quanto a sensação de tontura podem ser indícios de problemas auditivos. “O ideal é procurar um médico otorrinolaringologista para ter o diagnóstico correto e saber o melhor tipo de tratamento. Em alguns casos, a indicação é o uso de prótese auditiva”, pontua.

4 – Perda auditiva não tem solução

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Mito. Em grande parte dos casos, a dificuldade para ouvir pode ser tratada com o uso de aparelhos auditivos, adequados para cada grau de perda auditiva. Marcella Vidal explica que as próteses auditivas estão cada vez mais tecnológicas e modernas. “Elas são capazes de amplificar os sons, ajudando as pessoas no processo de reabilitação auditiva de maneira bastante eficaz”, conta.

5 – Infecção de ouvido pode causar perda de audição

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Verdade. As infecções de ouvido – otites –, podem trazer transtornos caso ocorram de forma repetitiva e sejam tratadas de forma errada. É necessário ficar atento, em especial no caso de crianças, que são mais suscetíveis a inflamações. Para evitá-las, o ideal é tratar de maneira adequada gripes e dificuldades respiratórias, pois isso pode afetar diretamente a audição. “A qualquer sinal de dificuldades para ouvir, é importante procurar um otorrinolaringologista para uma avaliação detalhada”, finaliza a fonoaudióloga da Telex.

Fonte: Telex Soluções Auditivas

Mutirão da audição no Largo da Batata faz testes gratuitos de audiometria

Realizado pela Cochlear, líder global em implantes auditivos, até 18 de agosto

Até o dia 18 de agosto serão feitos os testes de audiometria e otoscopia, conscientizando a população quanto aos riscos que podem levar à surdez, como infecções, uso de fone de ouvidos com som alto, e também diminuir o preconceito em relação ao uso de aparatos auditivos.

A unidade móvel e os especialistas estarão na escultura ‘Aprender Brincando’, patrocinada pela Cochlear e produzida pelo artista, Bruno Ferrari, localizada no Largo da Batata.

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Mutirão da Audição
Avenida Brigadeiro Faria Lima x Rua Teodoro Sampaio, Pinheiros
Data: De 3 a 18 de agosto no Largo da Batata
Horários:
De terça a quinta das 7 às 19h
Sábado e domingo das 9 às 17h

Hoje é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez

É muito barulho. Na rua, no trabalho ou em casa temos a constante sensação de que o “volume da vida” aumentou. Buzinas, carros de som, camelôs, obras, fones de ouvido, eletrodomésticos, pessoas conversando em tom alto, gritaria de crianças, cachorro, telefone, equipamentos eletrônicos… Ufa!

São tantos sons ao redor que às vezes fica difícil até saber de onde vem cada um. E nós seguimos aumentando o volume para ouvirmos melhor o que realmente nos interessa. Essa overdose sonora que nos afeta voluntária ou involuntariamente pode trazer sérios riscos à saúde dos ouvidos. Neste dia 10 de novembro, Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, que tal abaixar o volume e ficar alerta para algumas dicas?

Já se sabe que a perda auditiva começa a surgir mais cedo entre os moradores de grandes cidades e o trânsito pode ser um dos vilões. Para fugir do barulho do tráfego intenso e da movimentação nas ruas muitas pessoas recorrem aos fones de ouvido. Eles são nossos parceiros para ouvir música. Mas esse companheiro inseparável pode ser muito perigoso se o volume do som nos fones estiver em níveis acima do recomendado. Dê preferência aos fones estilo concha, que além de serem mais confortáveis, se ajustam ao ouvido garantindo maior isolamento do barulho ambiente e permitindo que você mantenha o volume da música em nível adequado aos ouvidos.

“O problema relacionado ao uso de fones de ouvidos está ligado ao volume do som e ao tempo diário das pessoas em contato com o ruído. A exposição intensa e frequente acima de 85 decibéis pode provocar danos irreversíveis à audição com o passar do tempo”, conta a fonoaudióloga Isabela Papera, da Telex Soluções Auditivas.

A especialista em audiologia ressalva, no entanto, que as consequências do uso frequente de fones de ouvido não são as mesmas para todos. Além de variar de acordo com o período de exposição ao ruído, a perda aditiva está ligada também à predisposição genética de cada um. “Recomendamos aos jovens que usam fones com frequência que façam uma audiometria. É o exame que informa se há perda de audição e como proceder para evitar o agravamento do problema”, aconselha.

O nível de barulho em casa também tem grande impacto na saúde auditiva. TV, rádio, liquidificador, aspirador de pó, secador de cabelos, aparelhos de som, jogos de videogame, smartphones e tablets fazem parte do nosso cotidiano e podem facilmente extrapolar os limites de decibéis. É fundamental estar atento ao barulho que eles emitem em benefício da saúde auditiva. Se perceber que o barulho está incomodando, uma solução barata e inteligente é usar protetores de ouvido.

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Outra situação em que vale usar protetores auriculares é se você é amante do ronco de um motor. Estudo do Instituto Nacional de Surdez e Outras Doenças de Comunicação, dos EUA, constatou que uma moto emite ruídos em torno de 95 decibéis. Lembrando que ruídos acima de 85 dB podem causar alterações na estrutura interna do ouvido e perda permanente de audição com o decorrer dos anos. Imagina o estrago que o hábito de pilotar diariamente a moto pode causar!

Os danos à audição podem começar até mesmo no ambiente escolar, trazendo riscos às crianças desde a sua formação. O barulho típico da criançada fazendo algazarra no pátio, na sala de aula, gritando e correndo pelos corredores é um cenário natural na infância, mas que esconde um problema.

O excesso de ruído que envolve os alunos – e os professores – pode causar estresse, falta de concentração e até uma progressiva perda auditiva, que não será sentida de imediato, mas terá reflexos mais tarde. Além disso, é importante que os pais examinem a audição de seus filhos logo no início da vida escolar. Crianças com dificuldades para ouvir não aprendem direito, costumam ter conflitos de relacionamento e apresentam distúrbios de comportamento como distração ou retraimento em excesso. É preciso investigar para que isso não afete o aprendizado.

“A grande preocupação é que a ‘Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados’ (PAINPSE) tem efeito cumulativo. Dependendo do volume e do tempo de exposição ao som elevado, além de uma predisposição genética, o indivíduo pode sofrer danos auditivos cada vez mais severos, de forma contínua e elevada ao longo da vida. E as novas gerações serão as maiores vítimas dessa perda precoce, em razão do uso de fones, boates, da vida cada vez mais barulhenta”, alerta a fonoaudióloga da Telex, que é especialista em audiologia.

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Quanto mais cedo for detectada a perda auditiva, melhor. Quando o dano ainda é pequeno, é mais fácil devolver os sons ao indivíduo, geralmente com o uso de aparelhos auditivos. O problema é que a maioria das pessoas que têm problemas de audição não reconhece que ouve mal. A falta de informação e o preconceito fazem com que a consulta ao médico seja protelada por muitos anos. A boa notícia é que, graças aos avanços da tecnologia, os aparelhos auditivos hoje são minúsculos, discretos, alguns são até invisíveis, pois ficam dentro do canal auditivo, como os da Telex.

Ao desconfiar de dificuldades para ouvir, consulte um médico otorrinolaringologista para obter um diagnóstico preciso. A partir de avaliações como a audiometria, é indicado o tratamento mais adequado.

Fonte: Telex Soluções Auditivas

Dia Nacional do Surdo: discutir sobre perda auditiva é importante

A perda auditiva é uma condição natural – perde-se conforme os anos passam, mesmo que, em sua maioria, as pessoas a percam ainda durante a idade ativa, por problemas auditivos antes da meia idade.

A otorrinolaringologista e mestre em cirurgia clínica Rita de Cássia Cassou Guimarães explica que uma das causas mais comuns da deficiência auditiva é a exposição prolongada a ruídos – dentre eles, principalmente, se encontra o som alto, com ou sem uso de headphones, que pode levar a pessoa a adquirir diversos graus de surdez.

Os fones de ouvido transmitem altos níveis de vibração sonora (decibéis). Em um censo, foi apontado que cerca de 28,8% de adolescentes brasileiros (os usuários mais frequentes) já têm zumbidos – uma pressão nos ouvidos que causa dificuldade em compreender o que se ouve – em níveis comparados a adultos.

“A probabilidade desses jovens, ao entrarem em um contato prolongado com elevados níveis de ruídos, apresentarem problemas auditivos já aos 30 ou 40 anos é enorme”, explica Rita. Em geral, no Brasil estima-se que, ao menos, 15 milhões de pessoas já sofrem com algum tipo de perda auditiva ao entrar em contato com barulhos intensos.

Para os fones, a solução não é aboli-los, mas, sim, usá-los com moderação, sem o exagero no volume do aparelho – como explica a médica. O limite auditivo seguro do som contínuo é de 80 decibéis: “É preciso escutar o som e, ao mesmo tempo, o que está a sua volta”, orienta a especialista. O modelo de concha é o mais recomendado, então opte em usá-lo.

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“Essas dicas são importantes para cuidar da audição e proteger os ouvidos. Fique atento ao tempo de exposição ao som alto: o ideal é fazer uma pausa de dez minutos a cada hora de barulho intenso”, finaliza Rita.

Fonte: Rita de Cássia Cassou Guimarães é otorrinolaringologista, otoneurologista, mestre em clínica cirúrgica pela Universidade Federal do Paraná

Ringo, o gato albino e surdo mais meiguinho do mundo

Ele chegou no comecinho de noite em um domingo de setembro de 2010, uma semana antes do meu aniversário. Minhas irmãs o trouxeram escondido no ônibus e no metrô. Para elas, ele também era ela… mas ao chegarem, eu olhei bem aquele pequeno ser que parecia uma bolinha, que se não estivesse tão suja e cheia de pulgas seria branca, e percebi que era um menino.

Quieto, parecia estar com muita fome. Ele estava acompanhando outro gato pela rua quando decidiu entrar na casa delas, algo meio suicida, levando-se em conta que elas têm um pit bull nada amigável com outros animais. Elas o resgataram, esconderam no quarto e me ligaram. Afinal, o que era mais um gato para quem já tinha quatro? E eu não tive como recusar.

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Ringo e Sting

Eu o separei dos demais, como ensinam, quando já se tem gatos. O correto é ir introduzindo o novo habitante aos poucos. No dia seguinte, ele já tomou banho no pet shop e passou por uma consulta veterinária. Estava tudo bem, deveria ter uns três meses. Eu o batizei de Ringo, em homenagem ao quarto beatle, Ringo Starr. Ele tem olhos azuis, uma carinha alegre e é estrábico. Aos poucos, ele logo conquistou a amizade do Sting, que havia sido o último adotado (outro dia conto a história dele, que é bem bonita também). Os dois se tornaram inseparáveis, até a chegada do Pelé, que também vale outro perfil aqui.

Voltando ao meu bebê, pois ele sempre será meu bebê, não sei ao certo quando me dei conta de que havia algo estranho com ele. Quando algum som muito alto assustava os outros gatos, ele permanecia igual, só se alterava ao notar a mudança do comportamento dos demais. Quando se usava o aspirador de pó em casa, por exemplo, os gatos todos saíam de perto, exceto ele. Comecei a desconfiar, e fiz uns testes bem caseiros, do tipo gritar bem perto dele. E nada. Assim, descobrimos que Ringo é surdinho. Mais, descobrimos que ele é um gato albino.

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E o que são gatos albinos? Explicando de forma bem simples, são gatos totalmente brancos, graças a uma mutação genética, e muitos deles são surdos. Interessante que aqueles que têm olhos de cores diferentes costumam ser surdos apenas do ouvido do lado do olho azul. Eles não podem tomar muito sol, por correrem o risco de desenvolver câncer de pele.

E, adivinhe se Ringo não ama tomar sol?! Sempre preciso ficar atenta, e chego ao extremo do ridículo de não tirá-lo do sol, mas abrir uma sombrinha e criar uma boa proteção sobre ele. E ser surdo não atrapalha a vida dele, aliás, em dias de jogos ou em época de festas de fim de ano, ao contrário dos outros, ele não sofre nada.

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Bom, Ringo já é um gatinho especial, certo? Mas não parou por aí. Um dia, estava exatamente como estou agora, escrevendo algo quando senti um movimento forte embaixo da mesa, ao olhar, ele estava se debatendo. Desesperada, notei que estava tendo convulsões, comecei a gritar e minha irmã mais nova, que estava aqui, me ajudou a tirá-lo do chão.

Eu o peguei no colo e desci as escadas do meu prédio correndo, sem caixa de transporte, sem celular, sem bolsa e fui direto para o veterinário, que atendia na mesma rua em que moro. Cheguei lá e falei que achava que ele tinha tido um choque, pois havia fios e tomadas. O rapaz me disse que ele ser epiléptico era menos perigoso que levar um choque. Para eu tomar cuidado.

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Ringo tentando se drogar ao enfiar o focinho no meu tênis…

Dias depois, acordei assustada, sentindo um movimento fora do normal embaixo da minha cama. Achei que alguns gatos estavam brigando, ao olhar, era Ringo tendo outra convulsão, e perto de uma tomada novamente. Eu o tirei do chão imediatamente, o coloquei na cama e fiquei desesperada… era de madrugada. Chorando, falava que ia passar… e passou. No dia seguinte, levei-o na veterinária, que entrara no lugar do rapaz que havia saído. Ela não pode fazer muita coisa, pois, novamente, achava que ele havia cutucado a tomada.

Porém, na terceira vez que ele teve convulsões, descobri que não era por causa de possíveis choques elétricos. Ele estava dormindo na caixa de transporte. A partir deste dia, a veterinária me disse para dar Gardenal, mas que o correto era procurar um veterinário especialista, um neurologista. Fui até à Faculdade de Medicina Veterinária da USP, onde fui muito mal atendida e perdi muito tempo. Conversei com ela que, então, me disse para procurar um dos mais conhecidos da área, que dava aulas e atendia na Faculdade de Medicina Anhembi-Morumbi: João Pedro de Andrade Neto. Consegui agendar e lá fomos nós.

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Todo gato tem muito de equilibrista, não?

É muito interessante ver como fazem o diagnóstico, com testes e tal, mas, claro, foram pedidos raio X do cérebro e, se fosse possível, uma ressonância magnética. Sendo que este segundo exame, como sabem, é bem caro. Porém, o raio X apontou que havia algo no cérebro do meu bebê, sim. Só que não fazem cirurgias no cérebro de animais, ao menos aqui no Brasil. O que deve ter acontecido a ele é que, ainda bebê, tenham batido na cabecinha dele ou ele mesmo a bateu, mas algo criou uma lesão que está lá, parada, não cresce, não diminui, mas causa as convulsões.

Começamos o tratamento, mas não há muito o que fazer. Ele toma Gardenal até hoje, porém, em doses que foram aumentando durante os anos. Depois, ele começou a ser atendido por outro neurologista da Anhembi-Morumbi, também muito prestigiado, Wagner Sato. Desde então, ele está sobre controle, mas, de tempos em tempos, infelizmente, ele tem convulsões. O que me faz chorar, sempre…

Outro momento que me deixa chateada são as duas vezes por dia em que tenho de dar remédio para ele. Ringo, claro, odeia. Ele tenta se esconder debaixo da cama, baba, me olha como se me perguntasse “por quê?” e eu peço desculpas e digo que o amo muito.

Talvez eu dê mais atenção a ele que aos outros, por motivos óbvios, mas Ringo é tão meiguinho, tão doce, um gato diferente mesmo. Apesar de surdo, ele mia, e muito, e alto… Talvez por não ter noção alguma de sons.

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Preguiça, preguiça, preguiça…

Rotina

Quem tem gato sabe que eles adoram rotina, alguns têm lugares preferidos pela casa, o lado certo de ficar na hora de comer, parecem o Sheldon da série The Big Bang Theory. Por exemplo, todas as noites, quando me sento ou deito no sofá para assistir ao jornal ou outra coisa na televisão, Ringo vem e se deita no meu colo. De vez em quando, estou em pé e ele se esfrega em mim, ou “escala” minhas pernas. Claro que esta última me machuca, mas eu tento resistir, como resisto em me levantar ou me mover para não incomodá-lo quando está colado em mim. Entendedores, entenderão!

ringo passar roupa
Você mandou me tosar, agora não vou te deixar passar roupa…

Uma coisa que ele faz, e que eu acho muito engraçada, é “montar” nos outros gatos, como se fosse “cruzar”, ele morde a nuca e começa a fazer uns sons engraçados. A veterinária diz que é para mostrar domínio, não é algo sexual. Mas é engraçado de se assistir.

Poderia escrever mais mil coisas sobre meu bebê, que hoje tem oito anos. Ele já é um adulto, quase um idoso na “conta felina”, mas para mim ele é e sempre será “meu bebê”.

ringo no telefone
Mamis, tô ligando pra te lembrar de trazer sachê, please…