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Dia Nacional de Combate ao Fumo: 10 perguntas e respostas sobre a relação entre tabagismo e câncer

90% dos casos de câncer de pulmão possuem como origem o hábito; por isso, é fundamental alertar sobre os prejuízos à saúde e lembrar que é sempre tempo de parar de fumar

O Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, é dedicado à conscientização dos danos causados pelo tabagismo. Dentre eles, o câncer de pulmão, doença que tem como origem em 90% a prática do hábito, está no topo. Os fumantes possuem um risco 20 vezes maior de desenvolverem tumores pulmonares, fazendo com que o alerta seja visto com ainda mais sensibilidade para este grupo em especial.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar dos dados não serem novidades, os tumores pulmonares ainda lideram o ranking de doenças oncológicas com maior número de óbitos todos os anos. Além disso, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 30 mil pessoas irão ter o diagnóstico da doença em 2022.

Um dado alarmante, também apresentado pelo INCA, indica que aproximadamente 10% dos brasileiros acima de 18 anos fumam – ou seja, 20 milhões de pessoas são fumantes no país. Mesmo o Brasil sendo reconhecido mundialmente por suas campanhas de combate ao fumo, esse desafio ainda é grande. Segundo Mariana Laloni, oncologista da Oncoclínicas São Paulo, é necessário alertar quanto ao uso de vaporizadores de fumo, que tem sido usado principalmente por jovens.

“Apesar da redução do consumo de cigarros no país, em decorrência das campanhas de conscientização e proibições do fumo, que vêm sendo aplicadas em locais públicos desde a década de 1990, o número absoluto de tabagistas ainda é alarmante. E os novos dispositivos tecnológicos de vape, que conquistam especialmente as chamadas gerações millennial e z sob a falsa justificativa de serem menos nocivos à saúde e por seu design moderno – que serve como atrativo adicional para essa parcela da população – representam uma ameaça ainda maior de retrocesso na luta contra o tabagismo”, comenta a especialista.

No mundo, a OMS aponta que atualmente 8 milhões de pessoas vão à óbito por causa de doenças relacionadas ao tabaco. No Brasil, esse número pode chegar a 156 mil mortes anualmente – uma média de 428 óbitos por dia. Vale lembrar ainda que o tabagismo vai muito além do câncer de pulmão, incluindo problemas de saúde como: doenças cardiovasculares, diabetes, infarto e Acidente vascular cerebral (AVC), entre outros.

Iluminando o caminho

Com o avanço da ciência, as diferentes maneiras de tratar o câncer foram se transformando ao longo dos anos. No caso das neoplasias de pulmão, as alternativas terapêuticas têm sido indicadas para o enfrentamento da doença, como é o caso da radioterapia isolada. “A indicação depende principalmente do estadiamento, tipo, tamanho e localização do tumor, além do estado geral do paciente”, diz Mariana.

A imunoterapia exerce um papel importante para o enfrentamento do câncer de pulmão. A partir do reconhecimento do tumor pelo organismo, e que com o passar do tempo ele irá se “disfarçar” para não ser reconhecido e crescer, a técnica consiste em fazer com que o corpo ative uma espécie de chave, religando a resposta imunológica para agir contra o problema.

“Embora o sistema imune esteja apto a prevenir ou desacelerar o crescimento do câncer, as células cancerígenas sempre dão um jeitinho de driblá-lo e, assim, evitar que sejam destruídas. O papel da imunoterapia é justamente ajudar os ‘soldados’ de defesa do organismo a agir com mais recursos contra o câncer, produzindo uma espécie de super estímulo para que o corpo produza mais células imunes e assim a identificação das células cancerígenas seja facilitada – devolvendo ao corpo a capacidade de combater a doença de maneira efetiva”, explica a especialista. Entretanto, é fundamental alertar que antes de remediar, o câncer de pulmão deve ser prevenido. Para Mariana, a melhor alternativa é sempre parar de fumar.

A seguir, a oncologista esclarece dez perguntas e respostas comuns sobre a relação entre o fumo e o câncer.

O fumo pode aumentar o risco de câncer de pulmão?
Sim.
O tabagismo pode aumentar em aproximadamente 20 vezes o risco de desenvolver câncer de pulmão. Cerca de 90% dos casos estão relacionados ao fumo.

Quais são os principais sintomas do câncer de pulmão?
Nas fases iniciais da doença, onde a chance de cura é maior, o problema é, infelizmente, silencioso, não apresentando sintomas. Já nas fases em que o câncer está mais avançado, o paciente pode apresentar sinais no aparelho respiratório, como tosse, dor no peito e falta de ar.

Quais são os principais tipos de câncer de pulmão?
Existem dois tipos de câncer de pulmão, sendo eles o carcinoma de pequenas células e o de não pequenas células. Geralmente, o segundo caso corresponde a 80 a 85% dos casos, podendo ser subdividido em carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células. No mundo, o tipo mais comum é o adenocarcinoma, atingindo 40% dos pacientes.

Como é o tratamento para câncer de pulmão?
Para o tratamento adequado, é importante analisar o estadiamento, subtipo, tamanho e localização do tumor, além se o paciente possui algum tipo de comorbidade. Caso a doença esteja em seu estágio inicial e localizado apenas no pulmão, a indicação é de cirurgia ou radiocirurgia, uma radioterapia direcionada. Já nos casos mais avançados, porém sem lesões a distância, o tratamento escolhido pode ser a combinação da quimioterapia e radioterapia, podendo consolidar a imunoterapia. Quando existem metástases, o caminho para os recursos irá depender do tipo de tumor.

Além do câncer de pulmão, o tabagismo aumenta o risco de outros tipos de câncer?
Sim.
Além do câncer de pulmão, o fumo pode aumentar os riscos para o câncer de de cabeça e pescoço, boca, laringe, faringe e bexiga.

Quais são os principais elementos cancerígenos dos cigarros convencionais?
Ao todo, existem quase cem tipos diferentes de substâncias cancerígenas nos cigarros tradicionais. As principais são: monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína, nicotina e alcatrão. Dentre elas, é importante ressaltar aida a mais perigosa em termos cancerígenos: a nicotina.

Qual dessas substâncias causa dependência em cigarros?
É justamente a nicotina, uma vez que provoca a sensação de prazer e pode levar ao vício. Essa substância psicoativa faz parte da Classificação Internacional de Doenças (CID) da OMS.

O cigarro eletrônico também aumenta o risco de câncer de pulmão?
Sim.
Como ele vaporiza um líquido com grande quantidade de nicotina, a substância também pode elevar os riscos da doença. Mas, vale lembrar que ainda não se sabe qual a extensão de impacto no desenvolvimento de cânceres, devido ao desenvolvimento recente e uso variado do produto: há pessoas que fumam apenas ele, outras que consomem cigarros eletrônico e convencional, aquelas que nunca fumaram cigarro convencional e foram direto para o eletrônico, as que substituíram o convencional pelo eletrônico, etc.

Depois de quanto tempo sem fumar há a diminuição do risco de desenvolvimento de cânceres ligados à nicotina?
Com o passar das horas e dias, os benefícios à saúde são bastante perceptíveis e as chances de desenvolvimento de cânceres também diminui com o passar dos anos – com 10 anos sem fumar, os riscos são considerados baixos. Mas, dependendo da carga tabágica – número de maços por dia vezes o número de anos que a pessoa fumou – é importante continuar de olho.

Que impacto haveria nos diagnósticos de câncer se todos os fumantes do mundo conseguissem se livrar do vício agora?
O principal impacto seria a diminuição de aproximadamente 33% do número de casos de câncer diagnosticados e, ao longo do tempo, uma redução ainda mais expressiva.

Fonte: Oncoclínicas

Câncer de pulmão: imunoterapia e terapias avançadas revolucionam combate à doença

Tratamentos baseados no conceito de oncologia de precisão, cirurgias minimamente invasivas e programa antitabagismo estão entre as grandes aliadas para qualidade de vida dos pacientes

Na segunda-feira, 11 de abril, Rita Lee, de 74 anos, contou que não há mais a presença de um tumor no pulmão, segundo exames recentes. A cantora começou o tratamento logo após a descoberta da doença, em maio de 2021, e passou por imunoterapia e radioterapia. Na ocasião, foi encontrado um tumor primário no pulmão esquerdo da cantora. No entanto, mesmo em fase de remissão, Rita Lee irá continuar realizando exames para monitoramento

Rita Lee fotografada em casa pelo marido, Roberto de Carvalho. Reprodução Instagram

A ciência tem transformado a maneira de tratar diferentes tipos de câncer. E, no caso das neoplasias de pulmão, as alternativas terapêuticas avançam a passos largos, permitindo ao paciente um arsenal poderoso de condutas que podem ser indicadas para o enfrentamento da doença.

Diante deste cenário, estratégias que combinam modalidades de tratamento sistêmico (baseados na adoção de medicações via oral ou intravenosa, como por exemplo a quimioterapia) e local (radioterapia) podem ser adotadas no início do tratamento para reduzir o tumor antes de uma cirurgia para retirada da parte do pulmão acometido, ou mesmo como tratamento definitivo quando a cirurgia está contraindicada. A radioterapia isolada também é utilizada algumas vezes para diminuir sintomas como falta de ar e dor. “A indicação depende principalmente do estadiamento, tipo, do tamanho e da localização do tumor, além do estado geral do paciente”, diz Mariana Laloni, oncologista da Oncoclínicas São Paulo

O tratamento da imunoterapia oferece ferramentas para o sistema imune enxergar essas células anormais e combatê-las mais fortemente. Isso se dá por meio de medicamentos orais, injetáveis ou tópicos (pomadas) que estimulam a produção de citocinas (moléculas de proteína que agem contra as células cancerosas). O prognóstico é melhor nos pacientes cujos tumores possuem o revestimento de células imunes chamadas linfócitos infiltrantes no tumor (LIT)

Embora o sistema imune possa prevenir ou desacelerar o crescimento do câncer, as células cancerosas podem ter capacidade de driblá-lo para evitar a destruição. Em algumas situações, elas podem:
-Sofrer alterações genéticas que as tornam menos visíveis pelo sistema imunológico;
-Ter proteínas em sua superfície que desabilitam o poder das células imunes sobre elas (formam uma camada de proteção); e
-Alterar as células normais ao redor do tumor para que interfiram na forma como o sistema imune responde às células cancerosas.

Além disso, o tratamento poderá ser diário, semanal ou mensal – a frequência depende de fatores como o tipo de câncer e seu estágio, a imunoterapia a ser utilizada e a maneira como o organismo responde a ela. Alguns tipos de imunoterapia são feitos em ciclos, da mesma forma que ocorre com a quimioterapia, seguidos de um período de descanso para que o corpo se recupere e produza novas células sadias.

Para a especialista, é válido destacar o papel que a imunoterapia exerce no panorama de enfrentamento do câncer de pulmão. Baseado no princípio de que o organismo reconhece o tumor como um corpo estranho desde a sua origem, e de que com o passar do tempo este tumor passa a se “disfarçar” para não ser reconhecido pelo sistema imunológico e então crescer, a terapia biológica funciona como uma espécie de chave, capaz de religar a resposta imunológica contra este agente agressor.

“Embora o sistema imune esteja apto a prevenir ou desacelerar o crescimento do câncer, as células cancerígenas sempre dão um jeitinho de driblá-lo e, assim, evitar que sejam destruídas. O papel da imunoterapia é justamente ajudar os ‘soldados’ de defesa do organismo a agir com mais recursos contra o câncer, produzindo uma espécie de super estímulo para que o corpo produza mais células imunes e assim a identificação das células cancerígenas seja facilitada – devolvendo ao corpo a capacidade de combater a doença de maneira efetiva”, explica a especialista.

Não à toa, as medicações imunoterápicas vêm conquistando protagonismo no tratamento de tumores de pulmão e de outros tipos de câncer. A abordagem terapêutica tem trazido resultados importantes também para cânceres de bexiga, melanoma, estômago e rim. Estudos atestam ainda a eficácia no tratamento de Linfoma de Hodgkin e de um subtipo do câncer de mama, chamado triplo negativo. “Na última década, a imunoterapia passou rapidamente de uma descoberta promissora para um padrão de cuidados que está contribuindo para respostas positivas para diversos casos de pacientes oncológicos”, pontua Mariana Laloni.

Tipos de imunoterapias

Existem diversos tipos de imunoterapia utilizados no tratamento oncológico. Os principais são:

-Inibidores de checkpoint: são drogas que bloqueiam os checkpoints imunes. Um dos papéis do sistema imunológico é atacar as células normais e anormais do organismo. Para fazer isso, usa pontos de verificação – ou checkpoints -, que são as moléculas de controle das células imunológicas que precisam ser ativadas ou desativadas para iniciar uma resposta de defesa. As células cancerosas podem utilizar esses checkpoints para evitar serem combatidas, e por isso os medicamentos imunoterápicos os tornam alvos. Pode apresentar efeitos adversos como danos teciduais inflamatórios, diarreia, colite, rash cutâneo, dermatite, elevação de transaminases, hipofisite e tireoidite;
-Transferência de células T adotivas: aumenta ainda mais a capacidade natural das células T de combater o câncer. Nesta abordagem, as células imunes são retiradas do tumor e as mais ativas contra o câncer são selecionadas ou alteradas em laboratório para se tornarem ainda melhores no ataque às células cancerosas – elas são cultivadas em grandes quantidades e, quando prontas, transferidas de volta ao organismo por meio de injeção intravenosa. Já no organismo, começam a combater as células doentes. Possíveis efeitos adversos são vitiligo e uveíte (em pacientes com melanoma) e hepatotoxicidade (naqueles com carcinoma renal);
-Anticorpos monoclonais: são medicamentos que auxiliam o corpo a identificar as células cancerosas. Os anticorpos são produzidos em laboratório para se ligar a um alvo específico nas células tumorais e podem provocar tanto uma resposta imune que destrói as cancerosas como marcá-las, facilitando a sua identificação pelo sistema imunológico. Essa técnica também pode ser chamada de terapia-alvo. Febre, calafrios, fraqueza, dor de cabeça, náusea, vômitos, diarreia, redução da pressão sanguínea e erupções cutâneas são alguns possíveis efeitos adversos;
-Vacinas: agem contra o câncer impulsionando a resposta do sistema imune às células cancerosas. Em geral, são produzidas a partir das próprias células tumorais do paciente ou de substâncias coletadas delas. Seu objetivo é tratar cânceres já existentes fortalecendo as defesas naturais do organismo contra a doença, mas também podem ser usadas para retardar ou impedir o crescimento de células cancerosas, reduzir o tamanho de tumores, prevenir recidivas da doença e eliminar células cancerosas remanescentes de outras formas de tratamento. É importante esclarecer que estas vacinas são diferentes das que previnem doenças, pois possuem um papel de tratamento, e não de prevenção. Podem desencadear febre, calafrios, fadiga, dor nas costas e articulações, náusea e cefaleia; e
-Moduladores do sistema imune: aumentam a resposta do sistema imunológico do paciente contra o câncer. Alguns destes agentes afetam partes específicas do sistema imune, enquanto outros o atingem de maneira mais geral. Possíveis efeitos adversos incluem supressão da medula óssea, hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, neurotoxicidade, hipertensão, aumento do risco para infecções, leucopenia, disfunção gastrointestinal e trombocitopenia.

Tabagismo ainda é a principal causa

O tabagismo está na origem de 90% de todos os casos de câncer de pulmão no mundo, sendo responsável por ampliar em cerca de 20 vezes o risco de surgimento da condição. E, apesar destes dados não serem novidade, os tumores pulmonares ainda lideram o ranking das doenças oncológicas que mais matam todos os anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 30 mil pessoas receberão o diagnóstico da doença ainda em 2022, enquanto a edição mais recente do Atlas de Mortalidade por Câncer (2019), indica que são 29.354 mortes em decorrência dessa neoplasia maligna a cada 12 meses.

A oncologista explica ainda que a maioria dos pacientes com câncer de pulmão apresenta sintomas relacionados ao próprio aparelho respiratório. “Os sinais de alerta são tosse, falta de ar e dor no peito. Outros sintomas inespecíficos também podem surgir, entre eles perda de peso e fraqueza. Em poucos casos, cerca de 15%, o tumor é diagnosticado por acaso, quando o paciente realiza exames por outros motivos. Por isso, a atenção aos primeiros sintomas é essencial para que seja realizado o diagnóstico precoce da doença, o que contribui amplamente para o sucesso do tratamento”, diz.

A médica comenta que existem dois tipos principais de câncer de pulmão: carcinoma de pequenas células e de não pequenas células. “O carcinoma de não pequenas células corresponde a 85% dos casos e se subdivide em carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células. O tipo mais comum no Brasil e no mundo é o adenocarcinoma e atinge 40% dos doentes”, destaca.

Além disso, o tabagismo continua sendo o maior responsável pelo câncer de pulmão no Brasil e no mundo. Aliás, não apenas deste tipo de tumor: segundo o INCA, 156 mil mortes poderiam ser evitadas anualmente se o tabaco fosse evitado, sendo que cerca de 1/3 desses óbitos são decorrentes de algum tipo de câncer devido ao hábito de fumar.

E apesar do Brasil ter sido reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um exemplo no combate ao cigarro – o país tem um dos menores índices de fumantes do mundo, cerca de 10% da população acima de 18 anos, segundo o próprio INCA – os desafios não param de chegar. Um deles, é a chegada dos cigarros eletrônicos e outros dispositivos de vape, que têm conquistado principalmente os jovens.

“Nós vemos novas formas de tabagismo chegando, como o cigarro eletrônico, por exemplo, que tem atraído principalmente os adolescentes, pelo formato, pela novidade e pela falta de informação também sobre o impacto nocivo deles. Então, estamos vendo uma geração que tinha largado o cigarro, voltar para versões digamos, mais modernas, do mesmo mal”, alerta Mariana.

Parar de fumar, alerta a especialista, é a forma mais eficaz de se prevenir contra o câncer de pulmão e diversos outros tumores, além de doenças cardíacas, doença pulmonar obstrutiva crônica, pneumonia, AVC (acidente vascular cerebral) e complicações severas decorrentes da contaminação pela Covid-19.

Fonte: Oncoclínicas

Confira cinco alimentos que ajudam a parar de fumar

No Dia Mundial sem Tabaco, a Bio Mundo separou algumas opções saudáveis que podem ajudar na luta contra o vício

Para de fumar certamente é um ato difícil para muitas pessoas. Isso ocorre porque o vício já está relacionado à rotina, por exemplo, no consumo de café, ansiedade e ao humor. E, em tempos de pandemia, isso pode aumentar. Porém, a prática não traz à saúde nenhum benefício e pode ser responsável por diversos tipos de cânceres e doenças cardíacas e pulmonares.

No processo de parar de fumar, o primeiro passo é reconhecer os estímulos que levam à prática. A cafeína, por exemplo, faz com que a pessoa se sinta mais ansiosa, pois é um ingrediente estimulante, e as substâncias viciantes da nicotina do cigarro liberam no corpo uma sensação incrível de prazer. Para controlar a vontade e a ansiedade, a inserção de atividades físicas e o consumo de uma alimentação equilibrada são grandes aliados nessa batalha.

Para contribuir com a data que visa o controle do tabagismo, a partir da conscientização dos malefícios, a Bio Mundo, franquia de alimentos naturais e saudáveis, separou opções de alimentos e bebidas para quem deseja largar a dependência de forma mais tranquila e natural.

Chá de ervas

Foto: Rickyy Sanne/Morguefile

Além de ser uma bebida natural à base de água, os chás são calmantes e uma boa opção para substituir o café. A grande dica é realmente tirar da dieta bebidas que contenham cafeína, substância que aumenta o desejo pelo cigarro, diminuindo a ansiedade. Fatores que estão diretamente ligados à vontade de fumar.

Laranja: um dos principais alimentos para largar o cigarro

O cigarro causa uma grande perda de nutrientes, entre eles a vitamina C, e o fazer a reposição dessa vitamina por meio da ingestão da fruta, o fumante sente menos vontade do cigarro. Isso ocorre pois, ao perder os nutrientes e as vitaminas, o corpo costuma buscá-los em elementos da nicotina, o que causa severa dependência. Com o consumo de laranja, a vitamina C retorna ao organismo, que passa a sentir menos falta do fumo.

Óleo de linhaça

Rico em ômega 3, o óleo de linhaça estimula a liberação da serotonina, hormônio responsável por equilibrar o humor, fator importante para quem quer parar de fumar. Além da substância estar relacionada a perda de peso, já que ao parar de fumar algumas pessoas notam o ganho de calorias.

Castanha-do-pará

Pixabay

A castanha-do-pará é rica em selênio, mineral com alto poder antioxidante que auxilia na prevenção de doenças e no fortalecimento do sistema imunológico, além de estar ligado a melhora do humor. Com o consumo de poucas unidades ao dia já é possível atingir a recomendação diária de nutrientes, que contribuem também na melhora do cansaço, tristeza e ansiedade.

Leite

Um copo de leite também pode ser um grande aliado nessa luta. Pesquisas confirmam que tanto o leite quanto os seus derivados, como queijo ou iogurte,ajudam a eliminar a nicotina do organismo do fumante, e também alteram o sabor do cigarro,

Fonte: Bio Mundo

Cinco pontos para melhorar e dar uma nova vida à pele

Modificar seus hábitos e até introduzir uma nova rotina de cuidados podem fazer muito pela sua pele

O seu estilo de vida dita muita coisa na sua vida. Ele é o responsável por melhorar ou piorar sua saúde, inflamar ou curar o seu corpo, e até embelezar ou prejudicar sua aparência. Se você sente que a sua beleza está precisando de uma ajudinha, talvez seja melhor rever alguns hábitos – que podem ter relação com a rotina skincare ou até mesmo com alimentação e controle do estresse. Consultamos especialistas para indicar os 5 pontos prioritários para melhorar a qualidade da pele:

Proteja a pele: o protetor solar deve ser parte de sua rotina matinal como escovar os dentes – até mesmo no inverno e em dias encobertos, uma vez que as nuvens não conseguem bloquear os raios. “A exposição solar exacerbada de maneira aguda acaba provocando queimaduras e insolação, de forma que também imunodeprime a pele, favorecendo infecções como herpes simples. Já a exposição crônica ao sol acelera o envelhecimento cutâneo, representado pela flacidez e perda de viço da pele e provoca manchas brancas e marrons nas áreas expostas. Antes de nos preocuparmos com uma rotina que contenha ácidos e antioxidantes, devemos ter o hábito do uso regular do filtro solar: ele é o creme antienvelhecimento mais importante”, explica Daniel Cassiano, dermatologista da Clínica GRU Saúde e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Evite excessos: lavar a pele demais. Está aí um problema que vem preocupando dermatologistas, já que o hábito, praticado geralmente por quem tem pele oleosa, retira o manto de proteção da pele, deixando-a mais susceptível às ameaças externas, que podem desencadear acne, aumento de oleosidade por efeito rebote (de compensação) e até dermatites. Lavar o rosto em excesso pode ser tão problemático quanto não lavar o rosto o suficiente. “A nossa pele possui um manto lipídico, que é como se fosse uma ‘película lubrificante’ formada por água e óleo na sua superfície. Esse manto lipídico tem função de proteção e de preservar a hidratação e a saúde da pele. Limpar demais essa pele, sem repor a umidade, pode causar um ressecamento em um primeiro momento e depois a produção rebote de mais oleosidade. Além disso, nossa pele conta com um microbioma, uma ‘população’ de bactérias boas que nos protegem contra doenças e outros problemas, como ressecamento e sensibilidade da pele. A presença desses microrganismos mantém o pH da pele em equilíbrio. Mas usar sabonetes e cosméticos que reduzem demais essas bactérias pode deixar a pele desprotegida e suscetível a doenças de pele como a dermatite atópica e acne”, afirma Cassiano.

Foto: Pixabay

Coma com equilíbrio: a alimentação influencia muito na saúde da pele como um todo. “Uma dieta desequilibrada, com consumo excessivo de gorduras não saudáveis presentes em alimentos ultraprocessados, gorduras vegetais modificadas, gorduras saturadas de origem animal, frituras de imersão, alimentos pró-inflamatórios como açúcares em geral, doces em excesso, farinhas brancas e refinadas e ainda ingredientes alergênicos como os corantes, aromatizantes e conservantes artificiais, desequilibram o organismo aumentando o perfil inflamatório, também da pele, o que geralmente resulta em maior estímulo das glândulas sebáceas”, afirma a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia. “O desequilíbrio metabólico do organismo, por causa da alimentação inadequada além de aumento no perfil inflamatório, resulta também em aumento do estresse oxidativo”, completa. “O excesso de doces e açúcares na dieta, além da inflamação subclínica que atinge a pele, também é responsável por um processo chamado glicação, que é a formação de produtos de glicação avançada, que nada mais é que a glicose excessiva que se liga às proteínas que dão estrutura à derme, alterando suas funções e seu aspecto”, diz a médica. “Com isso, essas proteínas perdem a questão da maleabilidade, da flexibilidade, da sustentação e ancoragem da pele. O açúcar também está ligado, segundo estudos, ao aparecimento de manchas”, afirma o dermatologista Abdo Salomão Jr., membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. Esse envelhecimento induzido pela alimentação pode ser revertido com ajuda de procedimentos estéticos, como Pico Ultra 300, um laser de picossegundos que trata a pele de maneira global para clarear e rejuvenescer, combatendo flacidez, textura e rugas.

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Controle o estresse: estresse também afeta nossa pele de maneira importante, segundo o dermatologista. “Uma pele que vive sobre descargas constantes de adrenalina e outros hormônios como cortisol e prolactina, pelo desequilíbrio em cascata, tem seu estado inflamatório persistente potencializado, já que esses hormônios fazem com que nossas células tenham um tempo de vida e atividade diminuídas, acarretando perda da longevidade. A acne também é uma manifestação comum ocasionada pelo estresse e seus fatores associados, que além disso provocam a aceleração do envelhecimento biológico”, diz o médico.

Livre-se dos vícios: consumo de cigarro induz ao envelhecimento, já que as substâncias tóxicas presentes estão associadas à vasoconstrição periférica por um período de dez minutos, o que diminui o fluxo sanguíneo para o tecido cutâneo e cabelos. “O consumo de álcool prejudica o organismo através de surtos imediatos e efeitos a longo prazo do envelhecimento, e deve ser evitado”, diz a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida. “Quem ingere álcool em excesso, sente muita sede, principalmente no dia seguinte. Isso acontece porque o organismo precisa de água para metabolizar o álcool. No entanto, se não houver água suficiente, o organismo busca nos tecidos periféricos a água para realizar o seu trabalho. E esse é o grande problema, pois a perda d’água afeta muitos órgãos, inclusive a pele, diminuindo o viço e colaborando para o ressecamento e a descamação”, explica. O álcool aumenta o inchaço e sangramento, além de ressecar a pele e piorar a qualidade do sono – o que também interfere na capacidade de reparo da pele.

Mudar os hábitos é uma boa estratégia, mas para conseguir tratar e reverter os efeitos do envelhecimento, quando eles são mais intensos, é necessário consultar o médico. Apenas ele poderá realizar uma avaliação de sua pele e indicar a melhor rotina de cuidados para te ajudar as alterações por meio dos cuidados skincare e tratamentos em consultório. “Além disso, podem ser indicadas algumas substâncias via orais, como FC Oral, que tem ação anti-inflamatória importante, e outros nutrientes como Vitamina C, Resveratrol e InCell para melhorar o aspecto da pele”, finaliza a nutricionista Luisa Wolpe Simas, consultora de nutrição integrada da Biotec Dermocosméticos.

Consumo de tabaco é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão

Antes de terminar o Programa Mais Você de ontem (27), a apresentadora Ana Maria Braga, de 70 anos, comentou que recebeu novamente o diagnóstico de câncer, desta vez no pulmão. Para quem não se lembra, em 1991 ela teve câncer de pele e, em 2001 foi descoberto câncer na virilha e no reto e, em 2015, ela também comentou no programa que estava tratando um câncer de pulmão. Daquela vez, ela passou por uma cirurgia.

“Eu tive dois pequenos cânceres de pulmão no passado. Um foi operado e outro foi tratado com radiocirurgia. Infelizmente, fui diagnosticada com outro câncer de pulmão. É um adenocarcinoma. É mais agressivo e não é passível de cirurgia ou radioterapia”, disse Ana Maria ontem. A apresentadora fumou por muitos anos e se declarava “viciada em nicotina”. Ela pediu que os telespectadores não se preocupem, pois ela irá vencer mais este desafio.

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Divulgação/TV Globo

O tabagismo está na origem de 90% de todos os casos de câncer de pulmão – entre os 10% restantes, 1/3 é dos chamados fumantes passivos — no mundo, sendo responsável por ampliar em cerca de 20 vezes o risco de surgimento da doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil soma mais 30 mil novos casos de tumores pulmonares ao ano.

Além disso, o mau hábito aumenta as chances de desenvolver ao menos outros 13 tipos de câncer: de boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, intestino, rim, bexiga, colo de útero, ovário e alguns tipos de leucemia. Apesar destes dados não serem novidade, o país ainda registra um elevado número de casos de neoplasias malignas entre a população fumante.

A oncologista Mariana Laloni, do Grupo Oncoclínicas, diz que a maioria dos pacientes com câncer de pulmão apresenta sintomas relacionados ao próprio aparelho respiratório, tais como: tosse, falta de ar e dor no peito. Outros sintomas inespecíficos também podem surgir, entre eles perda de peso e fraqueza. Em poucos casos, cerca de 15%, o tumor é diagnosticado por acaso, quando o paciente realiza exames por outros motivos.

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Por isso, a atenção aos primeiros sintomas é essencial para que seja realizado o diagnóstico precoce da doença. Segundo a médica, existem dois tipos principais de câncer de pulmão: carcinoma de pequenas células e de não pequenas células. “O carcinoma de não pequenas células corresponde a 85% dos casos e se subdivide em carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células. O tipo mais comum no Brasil e no mundo é o adenocarcinoma e atinge 40% dos doentes”, destaca.

O tratamento do câncer de pulmão se baseia em cirurgia, tratamento sistêmico (quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia) e radioterapia. Sempre que possível, a cirurgia é realizada na tentativa de se retirar uma parte do pulmão acometido. Atualmente, os procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, por vídeo (CTVA) são cada vez mais realizados com menor tempo de internação e retorno mais rápido do paciente às suas atividades. A indicação da cirurgia depende principalmente do estadiamento, tipo, do tamanho e da localização do tumor, além do estado geral do paciente.

Após a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia são indicadas para destruir células tumorais microscópicas residuais ou que estejam circulando pelo sangue. Para a Dra. Mariana, a combinação de tratamento sistêmico e radioterapia também pode ser administrada no início do tratamento para reduzir o tumor antes da cirurgia, ou mesmo como tratamento definitivo quando a cirurgia está contraindicada. A radioterapia isolada é utilizada algumas vezes para diminuir sintomas como falta de ar e dor. Mas o grande avanço dos últimos anos, ainda de acordo com a oncologista, é a imunoterapia.

Baseado no princípio de que o organismo reconhece o tumor como um corpo estranho desde a sua origem, e de que com o passar do tempo este tumor passa a se disfarçar para o sistema imunológico e então se aproveitar para crescer, a imunoterapia busca reativar a resposta imunológica contra este agente agressor. “Atuando através do bloqueio dos fatores que inibem o sistema imunológico, as medicações imunoterápicas provocam um aumento da resposta imune, estimulando a atuação dos linfócitos e procurando fazer com que eles passem a reconhecer o tumor como um corpo estranho”, explica Mariana.

E se eu parar de fumar?

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Principal fator de risco evitável de tumores pulmonares, o tabaco está presente em cigarros, charutos, cachimbos, narguilé e também nos cigarros eletrônicos. E, ao contrário do que muitos usuários desses produtos acreditam, nunca é tarde demais para parar. Segundo a médica, os benefícios à saúde começam apenas 20 minutos após interromper o vício: a pressão arterial volta ao normal e a frequência do pulso cai aos níveis adequados, assim como a temperatura das mãos e dos pés são normalizadas.

Em 8 horas, os níveis de monóxido de carbono no sangue ficam regulados e o de oxigênio aumenta. Passadas 24 horas, o risco de se ter um acidente cardíaco relacionado ao fumo diminui. E após apenas 48 horas, as terminações nervosas começam a se recuperar de novo e os sentidos de olfato e paladar melhoram. De duas semanas a três meses, a circulação sanguínea melhora consideravelmente. Caminhar torna-se mais fácil e a função pulmonar melhora em até 30%.

A partir de um a nove meses, os sintomas comuns em fumantes, como tosse, rouquidão, e falta de ar ficam mais tênues. Os cílios epiteliais iniciam o crescimento e aumentam a capacidade de eliminar muco, limpando os pulmões. A pessoa fica mais disposta para realizar atividades físicas. Em cinco anos, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão de uma pessoa que fumou um maço de cigarros por dia diminui em pelo menos 50%. Quinze anos após parar de fumar, torna-se possível assegurar que os riscos de desenvolver câncer de pulmão se tornam praticamente iguais aos de uma pessoa que nunca fumou.

Fonte: Grupo Oncoclínicas

Dia Mundial sem Tabaco: Fundação do Câncer relembra principais ações de conscientização

A Instituição reforça o conceito #EuMeImporto, traduzindo uma cultura de empatia e respeito pelas pessoas

No dia Mundial sem Tabaco (31), a Fundação do Câncer apresenta sua nova campanha, ‘’Importe-se com alguém além de você’’, com o objetivo de conscientizar a população sobre os impactos do tabaco para a saúde individual e coletiva, bem como os problemas ambientais que gera. A ação faz parte do conceito #EuMeImporto, tônica da Instituição que traduz a cultura de empatia e respeito pelas pessoas.

Além das peças publicitárias informativas divulgadas a partir de 22 de maio nas redes sociais da Instituição, a ação conta com depoimentos de um entusiasta da causa antitabagista e de duas personalidades que decidiram parar de fumar por conta da campanha de Dia Mundial do Câncer, promovida pela Fundação do Câncer em fevereiro deste ano.

Pedro Salomão, sócio e cofundador da Radio Ibiza, aderiu motivado pela perda do pai por conta do cigarro. Para ele, o importante é incentivar cada vez mais as pessoas a deixarem esse hábito. Já para Raphael Alvarez, ator e diretor, a maior motivação para eliminar o tabaco de sua vida é a influência positiva que deseja despertar nas próximas gerações. Fred Barroso, chef executivo do grupo Le Vin, por sua vez, contou que o cigarro estava afetando seu paladar e, por ele se importar com os seus clientes e com a qualidade dos pratos que oferece, decidiu parar de fumar.

Também faz parte da ação deste ano uma retrospectiva dos últimos cinco anos de ações realizadas pela Fundação do Câncer no Dia Mundial sem Tabaco. A proposta é mostrar a atuação da Instituição no controle do tabaco, uma das principais bandeiras desde a sua criação. Nesse sentido, a campanha deste ano reforça como a Fundação tem contribuído para que o Brasil seja uma referência mundial na luta contra o tabagismo.

Um dos resultados dessa contribuição foi a queda do percentual de fumantes brasileiros maiores de 18 anos de 34,8%, em 1989, para 14,7% em 2013, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). Atualmente, há mais ex-fumantes do que fumantes no país, também segundo a PNS.

Para o diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni Jr: “A Instituição sempre atuou em ações de conscientização voltadas para a população. Nosso fundador e presidente do conselho curador, Marcos Moraes, é um dos precursores da causa e desenvolveu, ao longo dos anos, um importante papel, em âmbito nacional, na luta contra o tabagismo” destaca o executivo. Um exemplo de atuação a ser citado foi o envolvimento de Moraes na criação de lei para proibir o fumo em voos, que representou, na época, um avanço significativo no controle do tabaco no país.

A seguir, confira as campanhas realizadas pela Fundação do Câncer desde 2014 até hoje:

2019: Importe-se com alguém além de você
Imagem de divulgação – Dia Mundial sem Tabaco – 2019

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Fumar é prejudicial também para aqueles que estão próximos da fumaça e traz impactos ao meio ambiente. Essa consciência pode ser um importante incentivo de mudança para quem deseja parar de fumar. Pensando nisso, em 2019, a Instituição lança a ação: ‘’Importe-se com alguém além de você”, que poderá ser vista nas redes sociais da Fundação a partir de 22/05. Este trabalho conta com os depoimentos do incentivador da causa antitabagista Pedro Salomão, sócio e cofundador da Radio Ibiza, e de dois ex-fumantes que tomaram essa decisão motivados pelo Dia Mundial do Câncer, Raphael Alvarez, ator e diretor; e Fred Barroso, chef executivo do grupo Le Vin. Ambos, incentivados pela campanha de Dia Mundial do Câncer, promovida pela Fundação, em fevereiro deste ano, contam como se importar com a saúde das pessoas próximas os engajou nessa luta e os incentivou a abandonar o tabaco.

2018: Vidas em cinzas
Imagem de divulgação – Dia Mundial sem Tabaco – 2018

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No último ano, a Fundação do Câncer produziu o vídeo ‘’Vidas em Cinzas’’ para sensibilizar e orientar a população sobre os malefícios do cigarro.

2017: Tabaco: uma ameaça ao desenvolvimento
Imagem de divulgação – Dia Mundial sem Tabaco – 2017

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A campanha “Tabaco: Uma ameaça ao desenvolvimento” teve o objetivo de revelar à população o impacto econômico do tabagismo no crescimento sustentável dos países e os riscos à saúde da população. O consumo do tabaco gera impactos negativos para a economia, meio ambiente, saúde e para o futuro de cada país. Durante o período da campanha, a Instituição divulgou, em seus diferentes canais nas redes sociais, peças com frases e imagens sobre o efeito do tabagismo na natureza e na vida das pessoas.

2016: Embalagens Padronizadas
Imagem de divulgação – Dia Mundial sem Tabaco – 2016

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Em 2016, a Fundação do Câncer se uniu com a Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) e publicaram um vídeo nas mídias sociais em que a médica epidemiologista Veronica Hughes, diagnosticada com câncer de pulmão há mais de 10 anos, convocou a população brasileira a assinar a petição online pela adoção das embalagens padronizadas para cigarros. A campanha ‘’#AcabouoDisfarce’’ ganhou também as páginas dos jornais impressos O Dia, Destak, Meia Hora e Metro.

2015: Dicas para parar de fumar
Imagem de divulgação – Dia Mundial sem Tabaco – 2015

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Na campanha de 2015, a Fundação do Câncer divulgou depoimentos de pessoas que deixaram de fumar. Nas publicações, os ex-fumantes contavam como o cigarro atrapalhava suas vidas e compartilhavam experiências, além de mostrar o que os incentivou a parar de fumar.
No mesmo ano, a Instituição divulgou as “Dicas para parar de fumar”.

2014: “Preços mais altos, mais vidas salvas”
Imagem de divulgação – Dia Mundial sem Tabaco – 2014

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Aumentar os preços e impostos dos produtos de tabaco para reduzir doenças e mortes foi o tema central da campanha da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2014. O alerta foi sobre a necessidade de se elevarem os preços do cigarro para diminuir a prevalência de fumantes nos países.

Fonte: Fundação do Câncer

Hoje é o Dia Mundial Sem Tabaco

Em 15 anos, ex-fumantes têm redução quase completa nas taxas de risco da doença; Cronologia dos benefícios começa 20 minutos após abandonar o cigarro

O tabagismo está na origem de 90% dos casos de câncer de pulmão e os fumantes têm cerca de 20 vezes mais risco de desenvolver a doença. Apesar destes dados não serem novidade, o Brasil ainda registra um elevado número de casos da doença entre fumantes. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o país soma mais de 28 mil novos casos de tumores pulmonares ao ano.

O tabagismo também é considerado uma doença pediátrica, pois 80% dos fumantes começam a fumar antes dos 18 anos. Esta realidade, contudo, pode mudar com a conscientização sobre os benefícios de parar de fumar: 31/05 é o Dia Mundial sem Tabaco, criado pela Organização Mundial da Saúde em 1987 para alertar a população sobre as doenças provenientes do vício.

Mesmo após anos de tabagismo, bastam apenas 20 minutos sem consumir o cigarro para a pressão arterial voltar ao normal e a frequência do pulso cair a níveis adequados, assim como a temperatura das mãos e dos pés. Em oito horas, os níveis de monóxido de carbono no sangue ficam regulados e o de oxigênio aumenta. Passadas 24 horas, o risco de se ter um acidente cardíaco relacionado ao fumo diminui e em apenas 48 horas as terminações nervosas começam a se recuperar, e os sentidos do olfato e do paladar melhoram. De duas semanas a três meses a circulação sanguínea melhora consideravelmente, caminhar se torna mais fácil e a função pulmonar melhora em até 30%.

A partir de um a nove meses, os sintomas comuns em fumantes, como tosse, rouquidão e falta de ar ficam mais tênues. Os cílios epiteliais iniciam o crescimento e aumentam a capacidade de eliminar muco, limpando os pulmões. A pessoa fica mais disposta para realizar atividades físicas. Em cinco anos, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão de uma pessoa que fumou um maço de cigarros por dia diminui em pelo menos 50%. Quinze anos após parar de fumar, especialistas afirmam que torna-se possível assegurar que os riscos de desenvolver câncer de pulmão se tornam praticamente iguais aos de uma pessoa que nunca fumou.

Fique atento aos sinais de alerta

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Foto: Wallsdesk

A oncologista Mariana Laloni, do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas, diz que a maioria dos pacientes com câncer de pulmão apresentam sintomas relacionados ao próprio aparelho respiratório, tais como: tosse, falta de ar, escarro com sangue e dor no peito.

Outros sintomas inespecíficos também podem surgir, entre eles perda de peso e fraqueza. Em poucos casos, cerca de 15%, o tumor é diagnosticado por acaso, quando o paciente realiza exames por outros motivos. Por isso, a atenção aos primeiros sintomas é essencial para que seja realizado o diagnóstico precoce da doença.

Segundo a médica, existem dois tipos principais de câncer de pulmão: carcinoma de pequenas células e de não pequenas células. “O carcinoma de não pequenas células corresponde a 85% dos casos e se subdivide em carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células. O tipo mais comum no Brasil e no mundo é o adenocarcinoma e atinge 40% dos doentes”, destaca.

O tratamento do câncer de pulmão se baseia em cirurgia, tratamento sistêmico (quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia) e radioterapia. Sempre que possível, a cirurgia é realizada na tentativa de se retirar uma parte do pulmão acometido. Atualmente, os procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, por vídeo (CTVA) são cada vez mais realizados com menor tempo de internação e retorno mais rápido do paciente às suas atividades. A indicação da cirurgia depende principalmente do estadiamento, tipo, do tamanho e da localização do tumor, além do estado geral do paciente.

Após a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia são indicadas para destruir células tumorais microscópicas residuais ou que estejam circulando pelo sangue. Para a Dra. Mariana, a combinação de tratamento sistêmico e radioterapia também pode ser administrada no início do tratamento para reduzir o tumor antes da cirurgia, ou mesmo como tratamento definitivo quando a cirurgia está contraindicada. A radioterapia isolada é utilizada algumas vezes para diminuir sintomas como falta de ar e dor.

Mas o grande avanço dos últimos anos, ainda de acordo com a oncologista do CPO, é a imunoterapia. Baseado no princípio de que o organismo reconhece o tumor como um corpo estranho desde a sua origem, e de que com o passar do tempo este tumor passa a se disfarçar para o sistema imunológico e então se aproveitar para crescer, a imunoterapia busca reativar a resposta imunológica contra este agente agressor.

“Atuando através do bloqueio dos fatores que inibem o sistema imunológico, as medicações imunoterápicas provocam um aumento da resposta imune, estimulando a atuação dos linfócitos e procurando fazer com que eles passem a reconhecer o tumor como um corpo estranho”, explica Mariana.

Avanços no diagnóstico precoce

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Outro poderoso aliado na identificação do câncer de pulmão, que permite o diagnostico precoce e exerce o papel fundamental para a cura da doença, é o chamado rastreamento do câncer de pulmão com tomografia computadorizada de baixa dosagem (TCBD), cuja importância pode ser comparada ao papel da mamografia para o câncer de mama.

Disponível na maioria das unidades de Medicina Diagnóstica no país, a TCBD é o exame mais indicado como método de rastreamento para o câncer de pulmão. Devido a sua menor dose de radiação, pode ser repetida frequentemente, de acordo com um protocolo bem estabelecido, para o acompanhamento dos pacientes tabagistas, que compõe o grupo de risco para desenvolvimento do câncer de pulmão. Além disso, a TCBD também detecta outras doenças provocadas pelo tabagismo, antes mesmo de qualquer sintoma se manifestar.

Devem fazer o rastreamento de câncer de pulmão por meio da TCBD, fumantes com carga tabágica (exposição tabágica (exposição do indivídio ao tabagismo) maior ou igual a 30 maços ano (numero de maços por dia X anos que fumou) e ex-fumantes que cessaram o tabagismo há menos de 15 anos, e com idade entre 55 e 74 anos.

Para este perfil de pacientes já há evidências na literatura médica de que a tomografia computadorizada de baixa dosagem (TCBD), como método de rastreamento, possibilita uma redução significativa da mortalidade de até 20%, por câncer de pulmão, um avanço tudo como extremamente importante e animador pelos especialistas.

Para avaliar os resultados deste tipo de exame é necessáeia uma equipe interdisciplinar composta por radiologista, patologista, oncologista e cirurgião torácico, todos com experiência em doenças do tórax, para orientar a conduta médica por meio da interpretação dos resultados anormais da TCBD em cada paciente.

O diagnóstico precisa ser confirmado com biópsia, que pode ser feita por broncoscopia (exame em que um tubo fino com uma câmera penetra pelas vias aéreas), punções transtorácicas com agulha ou por cirurgia. Quando o resultado do exame anatomopatológico comprova o diagnóstico de câncer de pulmão, são realizados outros exames para saber o estágio da doença. O estadiamento pode incluir exames de sangue, tomografia computadorizada do abdome, cintilografia óssea e ressonância magnética do cérebro. O PET-CT pode ser muito útil no estadiamento do câncer de pulmão.

Fonte: Centro Paulista de Oncologia (CPO)

Oncologista aponta dez dicas para prevenir principais tipos de câncer

A máxima “prevenir é melhor que remediar” não poderia se aplicar tão bem a outra doença quanto ao câncer. Estudos recentes mostram que até 40% dos casos de câncer e metade das mortes causadas pela doença são resultados de hábitos de vida que podem ser alterados e não causados por determinação genética, acaso ou contaminação química.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o câncer é a segunda maior causa de mortes no Brasil – sendo responsável por 15,6% dos óbitos -, perdendo apenas para doenças cardiovasculares (como infarto e hipertensão). Isso se deve, principalmente, à maior exposição aos fatores de risco, como o cigarro, alimentação inadequada e o abuso do álcool. Em contrapartida, quem segue uma vida mais saudável consegue prevenir-se e diminuir os riscos de ter a doença.

A prevenção dos diversos tipos de cânceres inclui, basicamente, a adoção de uma vida saudável, com bons hábitos alimentares e comportamentais. De acordo com o oncologista do HCor, Auro Del Giglio, os hábitos recomendados abaixo são fundamentais para se evitar diversos tipos de câncer:

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Não fume: segundo estatísticas do Inca (Instituto Nacional de Câncer), o tabagismo é a principal causa de câncer evitável no mundo. Ao queimar o cigarro, as consequências são sentidas não apenas por quem fuma, mas também por todos ao seu redor. “Para se ter uma ideia, 90% dos casos de câncer de pulmão tem o cigarro como responsável – os outros 10% são decorrentes do fumo passivo. O tabagismo também é o grande culpado por 30% da ocorrência de outros tipos de câncer, como boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero e leucemia”, esclarece Del Giglio.

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Não abuse de bebidas alcoólicas: o álcool aumenta a chance de desenvolvimento de alguns tumores, como intestino, esôfago e fígado. Mas o que mais se nota é que ele potencializa os efeitos do tabaco. “Além disso, estudos científicos têm relacionado o abuso do álcool com outros tipos de câncer. De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, a quantia de 18 gramas (aproximadamente duas doses) de álcool por dia eram suficientes para aumentar significantemente o risco de desenvolver câncer de mama”, aconselha o oncologista.

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Mantenha hábitos de sexo seguro: hoje, sabe-se que o papiloma vírus humano (HPV) – doença sexualmente transmissível – é o principal responsável por alguns tipos de câncer como o câncer do colo do útero, vulva, pênis e orofaringe (garganta). “Por isso, a importância de praticar sexo seguro e sempre com o uso da camisinha – até mesmo para o sexo oral”, alerta.

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Proteja-se contra a hepatite: o sexo seguro também evita os vírus da hepatite B (para a qual há vacina) e da hepatite C, ambos com potencial para levar ao câncer de fígado. “O uso da camisinha, além de reduzir as chances de cânceres no sistema reprodutor e orofaringe, também pode proteger seu fígado. Isso porque a hepatite B também é sexualmente transmissível”, diz o médico.

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Evite o consumo excessivo de açúcares, gorduras, carne vermelha, de porco e das processadas: o açúcar não tem relação direta com os diversos tipos de câncer. No entanto, quando é consumido em excesso, faz o organismo liberar muita insulina para metaboliza-lo. “A insulina muito alta aumenta a produção de uma substância chamada citocina pró-inflamatória. E quanto maior a quantidade dessa substância, maiores as chances de câncer. Em relação as frutas, legumes e verduras, elas são ricas em fibras e protegem o intestino contra o câncer”, alerta.

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Evite o consumo de alimentos ricos em sódio e conservantes: os alimentos processados – o que incluem enlatados e embutidos como mortadela, presunto, salame, mortadela, bacon e salsicha -, são ricos em uma substância chamada nitrosamina, que é cancerígena. Por isso é importante que estes tipos de alimentos sejam evitados ao máximo, assim como fast foods que, em geral, são ricos em processados.

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Cuidado com o sol: use filtro solar diariamente e evite a exposição entre 10h e 16h – os raios UVA e UVB, emanados pelo sol, são os responsáveis pelas alterações celulares que levam ao câncer de pele. “Por isso proteger-se do sol é algo tão importante na luta contra o câncer. Além do protetor solar, que deve ter o mínimo de fator 20 -, é preferível tomar sol apenas antes das 10h e depois das 16h e não abrir mão de barreiras físicas, como chapéus, guarda-sol, bonés e óculos escuros”, explica Dr. Giglio.

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Pratique atividades físicas todos os dias: a prática de atividades físicas promove um bem geral ao organismo e também protege contra o câncer. Isto se deve graças a capacidade, em especial de exercícios aeróbicos, de diminuir a circulação das citocinas pró-inflamatórias em nosso organismo.

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Mantenha-se atento a sua saúde: sabemos que o nosso corpo dá sinais quando algo não está certo. Isso também vale para casos de câncer. É importante que se preste atenção no corpo, pois só assim é possível notar a presença de algum caroço estranho, uma íngua, mancha na pele ou outro sinal.

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Faça um check-up anual: é importante realizar todos os exames de diagnóstico precoce indicados pelo seu médico. Existe uma série de exames que são fundamentais na hora de detectar os diversos tipos de cânceres. Entre eles a mamografia, que deve ser feita a partir dos 40 anos para detectar o câncer de mama ou a coleta do PSA – exame de sangue que pode detectar câncer de próstata”, finaliza o oncologista.

Fonte: HCor

Sírio-Libanês tem programa para quem quer parar de fumar

Fumante recebe apoio médico e psicológico; índice de cessação do tabagismo chega a 60%, número bem superior à média de quem tenta parar por conta própria

Apesar de o número de fumantes estar caindo no país, o Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking de número absoluto de fumantes (7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões de homens), de acordo com estudo de 2015 do The Lancet, que contou com ajuda do governo federal. A publicação é considerada uma das principais revistas médicas independentes do mundo. Já está provado cientificamente que o tabaco causa vários malefícios à saúde.

Porém, segundo médicos de diversas especialidades, um dos maiores receios do fumante e do ex-fumante é descobrir algum nódulo no pulmão – são considerados nódulos pulmonares as manchas ovais ou arredondadas, de até três centímetros, encontradas no meio do tecido pulmonar e que não se assemelham ao tecido normal.

O câncer de pulmão, na verdade um grupo de tumores malignos, pode crescer por muitos anos sem nenhum sintoma específico. Quando um nódulo pulmonar é encontrado, a maior preocupação é descobrir se ele é ou não um câncer de pulmão. É importante frisar que a maioria dos nódulos pequenos encontrados pela tomografia não se trata de câncer de pulmão.

Em geral, estes nódulos são ligeiras infecções ou cicatrizes de infecções anteriores. “Mas, se for um tumor maligno, quanto mais cedo for identificado, maiores as chances de cura”, explica o oncologista Fernando Santini, do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês.

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O pneumologista André Nathan Costa, do Núcleo de Doenças Pulmonares e Torácicas, explica que o melhor a fazer é parar de fumar, não importa a idade da pessoa. Segundo ele, as vantagens de se parar de fumar são imensas. “Cinco anos após parar de fumar, o risco de câncer de pulmão cai à metade. Quinze anos após parar de fumar, o risco de doença coronária é igual ao de um não fumante.”

Para quem deseja parar de fumar e não sabe se conseguirá isso sozinho, o Sírio-Libanês, por meio do Núcleo de Cessação de Tabagismo, com profissionais do Núcleo de Doenças Pulmonares e do Centro de Cardiologia, oferece o Programa de Prevenção e Tratamento do Tabagismo, que inclui atendimento médico e psicológico e ocorre em um período de aproximadamente 12 semanas.

O interessado responde a um questionário e realiza exames em que serão levados em conta os aspectos físicos, psicológicos e antecedentes familiares. São realizados atendimentos médicos e psicológicos individualizados, incluindo sessões de manutenção para controle e prevenção de recaída.

De acordo com Costa, o índice de cessação, que normalmente é de 30% a 40%, chega a 60% com este programa.

Fonte: Sírio-Libanês

Por que fumar em filmes influencia as crianças?

Não há desculpa para continuar a exibir cenas de tabagismo em filmes que são feitos para crianças

Queremos acreditar que estamos criando nossos filhos para pensar por si mesmos, e não para escolher coisas não saudáveis, só porque “as crianças legais” estão fazendo isso ou aquilo. Mas pesquisas mostram que, quando se trata do tabagismo, as crianças são fortemente influenciadas por algumas pessoas que consideram “mais legais” que outras: os atores dos filmes.

“Há um relacionamento de dose-dependência: quanto mais as crianças veem fumantes nas telas, é mais provável que fumem”, disse Stanton Glantz, professor e diretor da Universidade da Califórnia, São Francisco, do Centro de Pesquisa e Educação em Controle do Tabaco. Ele é um dos autores de um novo estudo que descobriu que os filmes populares estão mostrando mais o uso do tabaco nas telas.

“As evidências mostram que esse é o maior estímulo único para fumar, superando o exemplo dos pais, a influência dos amigos ou até mesmo a publicidade de cigarros”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski.

Os estudos epidemiológicos demonstram que se você controla todos os outros fatores de risco para o tabagismo (se os pais fumam, atitudes em relação à tomada de risco, status socioeconômico e assim por diante), os adolescentes mais jovens que estão mais expostos ao tabagismo nos filmes apresentam de duas a três vezes mais probabilidade de começar a fumar em comparação com as crianças expostas levemente aos mesmos estímulos.

Aqueles cujos pais fumam são mais propensos a fumar, defendem as pesquisas, mas a exposição ao tabagismo nos filmes pode superar o benefício de ter pais que não fumam. Em um estudo, filhos de pais que não fumavam, com uma forte exposição ao tabagismo nos filmes, eram tão propensos a fumar quanto os filhos de pais que fumavam com forte exposição ao tabagismo nos filmes. Para Glantz e  os outros pesquisadores do tema, isso faz do tabagismo nos filmes uma “toxina ambiental”, um fator que ameaça as crianças.

“Não há desculpa para continuar a exibir cenas de tabagismo em filmes que são feitos para crianças e, portanto, o objetivo de saúde que temos é que esse seja um tema controlado”, defende Chencinski.

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Filme com Tina Fey, Uma Repórter em Apuros (Whiskey Tango Foxtrot), tem mais de 50 citações ao tabaco

O pesquisador Glantz mantém um site chamado Smoke Free Movies. “A pressão social é para que os estúdios se policiem. O sistema de classificação dos filmes precisa começar a considerar o tabagismo como uma obscenidade proscrita”, defende o pesquisador.

A ficha informativa dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças sobre o tabagismo nos filmes estima que esse controle pouparia 18% dos 5,6 milhões de jovens que morreriam de doenças relacionadas ao tabaco – um milhão de vidas. “Não há nada que você possa fazer que seja tão barato e economize tantas vidas”, defende Glantz.

Fenômeno global

O fato foi estudado em 17 países diferentes e, embora as políticas variem amplamente e as culturas sejam muito diferentes, os resultados são notavelmente similares. “Constata-se, consistentemente, um risco de duas a três vezes maior em crianças que são expostas ao tabagismo na tela, em todo o mundo”, diz  Chencinski.

Até cinco anos atrás, as pessoas que se preocupam com o impacto do tabagismo nas telas sobre os jovens pensaram que as coisas estavam bem. Nos filmes classificados para o público jovem houve uma queda constante no número de incidências de tabaco na tela. Em 2012, convencido por uma grande variedade de evidências científicas, o Surgeon General emitiu um relatório dizendo explicitamente que ver pessoas fumando em filmes faz com que as crianças comecem a fumar: “estudos longitudinais descobriram que os adolescentes cujas estrelas de cinema favoritas fumam na tela ou que estão expostos a uma grande quantidade de filmes que retratam fumantes apresentam alto risco de fumar”.

Mas depois de 2010, apesar das evidências acumuladas, a taxa de tabagismo cinematográfico começou a aumentar nos filmes indicados para a juventude, de acordo com o novo estudo, publicado no Relatório Semanal de Morbidade e Mortalidade dos CDC, que analisou o tabaco em filmes de alta demanda de 2010 a 2016.

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Cena de 101 Dálmatas com Glenn Close interpretando Cruella de Vil

Quando comparamos 2010 a 2016, houve uma ligeira diminuição no número de filmes, mas um aumento no número de incidentes com tabagismo. O número de vezes que um ator usou um produto de tabaco, em um filme para a juventude, aumentou 72% entre todos os filmes. Em outras palavras, até 2016, havia mais incidentes de tabaco concentrados em menos filmes.

“Os filmes indicados para a juventude hoje continuam a considerar aceitável o uso do tabaco, mas já sabemos que isso é prejudicial e faz com que a juventude seja sujeita a essa influência nociva. A frequência do uso do tabaco nos filmes deve ser uma preocupação de saúde pública”, diz o pediatra.

As políticas que os estúdios implementaram em relação à questão claramente não são suficientes. Então, o que pode ser feito? “Uma mudança possível seria avaliar filmes com uso de tabaco com mais restrições de público. Outra medida que pode ajudar são os estúdios não aceitarem merchandising de produtos e marcas de tabaco reais na tela. Todas essas estratégias são apoiadas pela American Academy of Pediatrics, que emitiu uma declaração classificando o novo estudo como alarmante”, finaliza Chencinski.

Fonte: Moises Chencinski