Carnaval é tempo de muita cor por todo lado, até nos cabelos. Mas, nem tudo que existe disponível por aí pode ser usado. Quem alerta é o hair stylist de São Paulo, Luigi Moretto
Ele fala que existe uma grande procura nesta época pelas tinturas temporárias que tingem o cabelo porque conseguem depositar corantes sobre a superfície dos fios que duram algumas lavagens, desde que sejam feitas de maneira profissional com as chamadas ‘colorações fantasia’.
“Elas são todas aquelas que “fogem” dos padrões tradicionais de colorações. Por exemplo: rosa, laranja, azul, verde, roxo etc. Hoje, a maior parte das tinturas fantasia age de forma superficial nos fios, como uma espécie de tonalizante. Isso porque, muitas marcas não adicionam na formulação amônia ou água oxigenada – produtos que são usados nas tintas convencionais para abrir e revelar a cor”, explica Moretto.
O especialista conta que o resultado é uma ação mais superficial e com uma durabilidade menor do que as cores tradicionais e que podem ser usadas por qualquer cabelo: liso, cacheado, crespo etc. “A única ressalva é que, antes da aplicação, existe a necessidade de descolorir os fios. Isso porque, a tinta não tem o poder clareador e o fundo escuro impede que os tons coloridos apareçam”, avisa. Se o cabelo for virgem há a possibilidade de optar por tinturas com amônia para abrir as cutículas e assim, alterar até dois tons. Quanto mais claro for o cabelo natural, mais aberta a cor ficará.
Essas colorações têm uma durabilidade menor, contudo não modificam a estrutura capilar (muitas não contam com amônia na fórmula) e são compatíveis com alisamentos, por isso são maneiras seguras.
Mas, caso as opções sejam as tinturas mais simples e caseiras, Luigi conta que é possível usá-las, mas em todas elas é preciso ter cuidado já que existem alguns produtos que são erroneamente usados para este fim.
O que pode

Tintas em spray
As tecnologias das tintas em spray são seguras, desde que o produto seja aplicado de forma correta, sem concentrar demais em uma única mecha. Além disso, para retirar completamente a tinta em spray do cabelo, é preciso lavar os fios com shampoo e condicionador e adicionar um bom creme de hidratação na primeira lavagem, pois a tinta pode deixar um leve aspecto ressecado nos fios.
“Mesmo que a composição seja com pigmentos temporários podem causar reação alérgica, por isso, o recomendado é fazer um teste antes de usar, passando um pouco do produto na região anterior ao antebraço”, orienta.

Giz pastel
Essa é uma maneira de colorir as madeixas facilmente enrolando mechas fininhas com cabelo seco antes de colorir e esfregar o produto no cabelo. “Esse tipo de giz não é o mesmo giz utilizado em quadros negros ou aqueles feitos com cera, usados para pintar desenhos. São os chamados giz pastel, não oleosos e brilhantes, feitos especificamente para este fim”, ressalta o especialista.

Rímel para cabelos
Já existem algumas marcas, no mercado, que disponibilizam produtos similares a máscaras de cílios (desde a embalagem até o aplicador), mas na versão para os cabelos que pode ser aplicado como se fosse um rímel normal nas mechas que deseja colorir. “Como são feitos especificamente para os fios, os riscos de estragos e danos nas madeixas é praticamente nulo, mas podem ressecar por isso vale a mesma regra da hidratação”, lembra Moretto.
O que não usar
Assim como existem opções que são válidas na folia, outras são terminantemente proibidas, mesmo que na brincadeira. O profissional enumera:

Papel crepom
Pode causar ressecamento intenso e deixar o cabelo poroso além de manchar e ressecar os fios, pode tingir o cabelo de forma desigual, causar alergias e problemas no couro cabeludo, principalmente se for usado em crianças que possuem a pele do couro cabeludo muito sensível.

Tinta guache
Tintas artesanais que não são apropriadas para o cabelo, como tinta guache, ou acrílica, pode ocasionar queimaduras ou lesões no couro cabeludo por conta da reação química potencializada pela exposição solar além de manchar os cabelos que podem demorar para sair a coloração.
Fonte: Luigi Moretto desde 2010 está no mercado da beleza e da saúde dos cabelos, é diretor criativo e idealizador do Studio Moretto. Especialista em loiras, cacheadas, morenas, ruivas, alongamentos, cortes, tinturas e mechas, as tesouras e as tintas são para ele uma verdadeira arte. Desde 2019 é também é educador e carrega a missão de profissionalizar, capacitar e formar cabeleireiros para as mais diversas áreas de atuação. IG: @luigimoretto