Fisioterapeuta Walkyria Fernandes alerta sobre a importância de tratar a origem do problema e não apenas a dor local
Com shows marcados até 25 de março, em Las Vegas, a cantora Adele está sofrendo com muitas dores na lombar e dificuldade para andar. Em um vídeo publicado por um fã na rede social TikTok, a cantora Adele revela estar cambaleando durante as suas apresentações devido a um quadro de dor ciática. A artista se queixa das dores desde os 15 anos de idade, quando teve a primeira hérnia de disco. Em alguns casos, a dor pode ser extrema e impossibilitar a pessoa de andar temporariamente”, explica a fisioterapeuta Walkyria Fernandes, especialista em ortopedia e traumatologia.
Diante de um cenário de desconforto no ciático, muitos acreditam que alongamentos e medicamentos, como relaxantes musculares, irão resolver a dor, mas de acordo com especialistas esse nem sempre é o tratamento mais indicado para a lesão. Inclusive, um estudo divulgado recentemente no Reino Unido, feito por meio de dados de um repositório de enfermidades e uso de medicamentos, revelou que o uso de anti-inflamatórios não esteroides, pode dobrar a chance de dor crônica.
Foto: reprodução redes sociais da cantora |
A doutora em fisioterapia explica que quando a dor está aguda, ou seja, quando o nervo está inflamado, muitas vezes pode ser necessário o uso de uma medicação mais forte para desinflamar. “Na fisioterapia, existe a opção do laser, que tem a função de desinflamar. O tratamento com a fisioterapia é muito eficiente para pacientes com ciatalgia”, orienta a especialista. Ela destaca ainda que o mais importante é que o profissional tenha um raciocínio clínico avançado para que ele não trate apenas a dor local, mas sim a causa dela.
“Vamos supor que esse nervo tenha um ponto de compressão que seja a síndrome do piriforme, um músculo na região glútea; geralmente o ciático acaba sendo comprimido pelo piriforme. Se o fisioterapeuta tratar só essa síndrome, ele não trata muitas vezes a causa. Para entender a origem, é necessário verificar e entender desde o ponto que o ciático nasce, que é na coluna lombar e sacro, até o final. Identificar os pontos de compressão e soltar todos esses pontos. O profissional não deve tratar só a inflamação, mas descobrir o que gerou essa inflamação no paciente, de onde vem essa dor”, alerta.

Segundo a fisioterapeuta, o tratamento da ciatalgia leva de sete a 15 dias para sair da crise. A especialista ressalta ainda que o sedentarismo, a obesidade, o tabagismo e o desequilíbrio do corpo, como disfunções musculoesqueléticas ou restrições de mobilidade, são fatores que aumentam as chances das pessoas terem inflamação do ciático. Contudo, além de disfunções pontuais, a especialista orienta uma atenção especial ao bem-estar do corpo, de uma forma geral.
Fonte: Walkyria Fernandes é graduada em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Paraná). Tem especialização em ortopedia e traumatologia desportiva pela Faculdade Evangélica do Paraná. Especialização em osteopatia pela Escuela de Osteopatía de Madrid (EOM) e D.O. reconhecido pela Scientific European Federation of Osteopaths (SEFO). É mestre em Tecnologia em Saúde, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), e fez doutorado sanduíche — parte na Uninove, em São Paulo e parte na Universidade de Sevilla, na Espanha.