Aumento da circunferência abdominal pode resultar em deficiência de vitamina D e doenças cardiovasculares, segundo pesquisas
A gordura abdominal costuma incomodar muitas pessoas. No entanto, mais do que uma preocupação estética, a famosa “pochete” pode ocasionar prejuízos à saúde. Estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Carlos (UFSCar), em parceria com a University College London, da Inglaterra, revelou que o aumento da circunferência abdominal é um fator de risco para a insuficiência e a deficiência de vitamina D em pessoas com mais de 50 anos.
De acordo com os pesquisadores, a carência da vitamina D pode acarretar problemas na absorção de cálcio e fósforo e no funcionamento do sistema imune. O estudo também mostrou que a associação entre obesidade abdominal e fraqueza muscular pode aumentar em 85% o risco de morte por doenças cardiovasculares nessa faixa etária.
As constatações servem de alerta, já que a gordura abdominal é reversível e pode ser tratada com exercícios físicos, alimentação balanceada e uso de medicamentos específicos. Profissionais da saúde, como o nutricionista e o médico endocrinologista, podem orientar o paciente sobre como tomar morosil ou outro emagrecedor, informando a dosagem e o período de uso adequados.
Por que a gordura abdominal é perigosa?
De acordo com o Instituto de Longevidade, há dois tipos de gordura abdominal. A primeira é a subcutânea, que fica localizada a frente dos músculos do abdômen, e a segunda é a visceral, considerada a mais perigosa, pois se concentra ao redor dos órgãos internos, como fígado, intestino e coração.
O acúmulo de gordura visceral pode aumentar a inflamação e os níveis de lipídios no sangue, desencadeando uma série de problemas. Segundo a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), trata-se de um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como o infarto e o AVC (acidente vascular cerebral).
As células do tecido adiposo visceral são capazes de produzir substâncias inflamatórias que se alojam com facilidade nas artérias, formando placas de gordura que, com o tempo, podem dificultar ou bloquear a passagem sanguínea, ocasionando episódios de infarto ou AVC.
Pesquisa coordenada por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, identificou que cada centímetro a mais de gordura abdominal aumenta as chances de problemas cardíacos, principalmente, em pessoas com idades entre 40 e 70 anos.
O estudo foi apresentado em um congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, na Espanha, revelando que 2,5 cm de gordura extra na barriga representam um crescimento de 11% no risco de desenvolver uma doença cardíaca.
Formas de tratar o problema
A gordura abdominal pode ser revertida com a adoção de algumas práticas no dia a dia. Em entrevista à imprensa, o coordenador do Grupo de Pesquisas em Fisiologia Aplicada e Nutrição da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da Universidade de São Paulo (USP), Hamilton Roschel, explicou que combinar uma rotina de atividades físicas, uma alimentação saudável e boas noites de sono é a sinergia ideal para aqueles que buscam diminuir esse tipo de gordura.
O emagrecimento, que significa reduzir a composição corporal de gordura e aumentar a massa magra, é um dos caminhos para diminuir a gordura abdominal. Para isso, a orientação é manter-se ativo. O profissional indica caminhada, corrida, ciclismo e natação como atividades para perder a barriga, já que ajudam a aumentar a frequência cardíaca, acelerar o metabolismo e queimar calorias.
Com relação à alimentação, a recomendação é priorizar alimentos in natura, ricos em nutrientes e vitaminas essenciais, evitando os processados e ultra processados. Roschel aponta que os alimentos integrais, ricos em fibras e com baixo teor de açúcar, como aveia, frutas e vegetais são fundamentais para auxiliar a queima de gordura.
Em alguns casos, o uso de medicamentos, como o morosil, podem auxiliar no processo. Além disso, focar na higiene do sono, no consumo de água e na redução do estresse também são passos para promover uma mudança no estilo de vida e diminuir o tecido adiposo.